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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A floração do imbuzeiro na caatinga



A foto

Nesta fotografia  podemos observar uma planta de imbuzeiro com intensa floração.  A fotografia foi obtida no dia 24 de setembro de 2010 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

A fenologia reprodutiva do imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) ocorre na região semi-árida do Nordeste, no período de julho a dezembro, período, normalmente de seca. Esse processo ocorre porque o imbuzeiro perde as folhas logo após o inverno, para diminuir a transpiração, e entra em estado de dormência vegetativa no começo do verão. No entanto, com as modificações que ocorrem no clima nesse período, na temperatura e no grau higrométrico do ar, o imbuzeiro inicia sua brotação, floração e frutificação. Este processo é garantido, em sua maior parte, pelas reservas nutritivas dos xilopódios. A floração do imbuzeiro é abundante, com flores brancas, perfumadas, melíferas, dispostas em panículas terminais de 10 a 15 cm de comprimento, cuja abertura ocorre, principalemente, durante a madrugada. As flores são uma das principais fontes de alimentos de diversas espécies de abelhas e pássaros da caatinga no período de seca.

A jurema preta em solos degradados na caatinga



A foto

Nesta fotografia  podemos observar uma área de caatinga degradada com plantas de jurema preta.  A fotografia foi obtida no dia 20 de setembro de 2010 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.) é uma planta de grande ocorrência na caatinga nordestina. É uma planta pioneira, isto é, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto com ciclo de vida variando de 6 a 17 anos. Na caatinga densa, a jurema não cresce muito e apresenta baixa densidade. Nas áreas de caatinga desmatadas para o cultivo de lavouras ou pastagens e abandonadas pelos agricultores, a jurema é a primeira que se destaca. Essa planta tem a capacidade de desenvolver-se em áreas onde os solos foram degradados e erodidos. A jurema-preta tem capacidade de crescer e contribuir para regeneração de áreas severamente degradas da caatinga criando condições para o desenvolvimento de outras plantas. A queda das folhas cobre o solo com uma camada que se decompõe formando húmus.  Assim, o solo apresenta condições para o surgimento de outras plantas. Esta espécie também é muito importante para a alimentação das abelhas durante muitos meses de seca na caatinga com sua intensa floração logo após as primeiras chuvas.

domingo, 19 de setembro de 2010

A chuva e os caprinos na caatinga



A foto


Nesta fotografia  podemos observar um rebanho de caprinos no alto de um penhasco.  A fotografia foi obtida no dia 21 de janeiro de 2004 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

Quando chove muito na caatinga, os caprinos procuram locais altos e abertos para fugir do excesso de umidade do solo e das plantas. Em anos de muita chuva, os animais que vivem soltos na caatinga, apresentam um elevado índice de mortandade. Segundo o ditado popular, “os animais ficam mufinos, tristes e cabisbaixos, não se alimentam e morrem”.  Embora a chuva seja sempre desejada pelos agricultores, quando não há veranicos ela se torna um problema para os criadores de caprinos. Em 2004 ocorreram chuvas muito além da normalidade em quase todo o Nordeste. No município de Petrolina, PE, foram 819,4 mm dos quais 686,6 foram registrados nos meses de janeiro e fevereiro. No mês de janeiro choveu 431 mm em 22 dias  e 255,6 no mês de fevereiro. Como essas chuvas concentraram em um período muito curto, o excesso de umidade na caatinga, prejudicou muito os criadores de caprinos. Assim, um ano que se pensava que seria bom em função das chuvas, terminou dando prejuízo para alguns agricultores com a morte de seus animais. Esses fatos poderiam ser evitados se nossos agricultores tivessem apriscos com condições de proteger os animais do excesso de umidade nos períodos de chuvas intensas, contudo haveria necessidade do armazenamento de ração para os animais durante todo o período de chuvas. Daí, o dilema dos criadores de caprinos da caatinga, quando chove muito alguns animais morrem de fome porque não conseguem se alimentar e quando chove pouco, muitos morre de fome pela falta de alimentos.