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domingo, 18 de dezembro de 2011

O mel das abelhas nativas da caatinga




A foto


Nesta fotografia podemos ver um agricultor ao lado de uma imburana onde há um ninho de abelha nativa da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 10 de outubro de 2011 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato


A caatinga é um bioma com uma grande diversidade de plantas que tem sua polinização realizada por abelhas nativas desta região. Entre estas plantas temos: o imbuzeiro (Spondias tuberosa ARRUDA), a aroeira (Myracrodruon urundeuva), a baraúna (Schinopsis brasiliensis), a jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.), a catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), etc. As folhas, flores e frutos destas plantas são alimentos para o grande número de abelhas nativas, principalmente na época de seca, quando suas florações são as únicas fontes de alimentos para as abelhas nativas e exóticas da região. Entre essas abelhas nativas as que se destacam são;  a arapuá ou irapuá (Trigona spinipes),  a manduri ou rajada (Melipona asilvai), a abelha branca (Frieseomelita deoderleini), e as abelhas africanizadas como a italiana (Apis mellifera). Essas abelhas apresentam uma produção de mel com características distintas, principalmente em relação ao uso. De modo geral, o mel das abelhas nativas tem como indicação o uso medicinal, já as africanizadas têm seu mel destinado ao consumo geral, principalmente para adição a outros alimentos. Todavia, a retirada de mel de abelha nos troncos das plantas da caatinga tem causado danos para muitas plantas deste bioma. Este mel de modo geral é comercializado as margens das rodovias da região. Embora seja uma atividade que causa danos ao meio ambiente, em algumas comunidades do Sertão a venda de mel é uma das principais fontes de renda para os pequenos agricultores. O  problema é que normalmente as abelhas fazem seus ninhos nos ocos das plantas como o imbuzeiro, imburana, baraúnas, e para retirada do mel os agricultores cortam e colocam fogo no caule das plantas que muitas vezes morrem posteriormente. Em alguns casos, os agricultores usam algumas substâncias tóxicas para eliminar as abelhas e o resíduo vai ao mel podendo causar danos a saúde dos consumidores. Contudo, essa atividade tem apresentado mudanças, visto que, já são muitos agricultores que tem se dedicado a criação de abelhas nativas e africanizadas e assim, a produção de mel tem se tornado uma atividade rentável para as famílias do Sertão nordestino.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

As falhas na distribuição de água para os agricultores do Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos um agricultor ao lado de uma cisterna a espera do carro-pipa.   A fotografia foi obtida no dia 10 de dezembro de 2011 na comunidade de Budim no município de Petrolina, PE

O fato

Em 2011 já ocorreu uma precipitação total de mais de 600 mm no município de Petrolina, PE, muitos agricultores tem sofrido com a falta de água para consumo. Embora esse volume seja considerado bom dentro da média da região semiárida que vai de 250 a 800 mm, houve uma grande irregularidade na distribuição das e pouca água foi captada nos açudes, barreiros e cisternas. Nos meses de agosto, setembro e outubro, a falta de água em muitas comunidades causou sérios problemas para as populações rurais. Todavia, partes deste problema foram resolvidas com o abastecimento das cisternas com água dos carros-pipas dos programas dos governos federal e estadual. Contudo, em muitas comunidades, algumas famílias ainda não foram assistidas por estes programas. As causas são muitas, porém não há justificativa para que a água distribuída pelos governos com recursos da nação não chegue a todos que necessitam dela. Neste caso, especificamente, a família com oito pessoas não recebeu nenhum carro-pipa de janeiro até novembro deste ano. A água que consome é comprada por R$ 50,0 a cada mês com partes dos R$ 285,00 que recebem do bolsa família.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Chuvas de dezembro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos ver nuvens de chuva na região de caatinga do município de Petrolina, PE. A fotografia foi obtida em 14 de dezembro de 2011.

O fato

Nos últimos anos tem sido observado que as chuvas na região semiárida do Nordeste, embora continuem com irregularidade no tempo e no espaço, apresentam uma elevação do volume total. Este ano as chuvas já passaram de 500 mm. A média de anos com chuvas acima de 500 mm já esta sendo uma normalidade. Em janeiro de 2011 foram registradas cinco ocorrências de chuvas na região com um total de 66,2 mm, sendo as mais significativas no dia 21 com 14 mm e no dia 24 com 46,3 mm. Esse total é menor que a média de 29 anos que é de 93,3 mm para o mês de janeiro. Todavia, essas chuvas não salvarão as plantações de milho e feijão de dezembro de 2010, visto que, as plantas não resistiram às altas temperaturas. Em fevereiro ocorreram seis chuvas, sendo as mais importantes no dia 25 com 27,9 mm e no dia 28 com 44,0 mm. Neste mês choveu um total de 87,2 mm. A média de chuvas para fevereiro de 1982 a 2010 é de 83,8 mm. Contudo, no período de 1 a 24 de fevereiro, o sol foi muito forte e eliminou as pequenas plantas de milho e feijão que ainda resistiam. Muitos agricultores eliminaram o que restava do plantio de dezembro e realizam um novo plantio com a esperança de chuvas para março e abril.  Em março foi registrado um total de 77,5 mm, sendo 31,3 mm no dia 5 e 30 mm no dia 28. A média de março é de 131,2 mm. Assim, as chuvas ficaram muito abaixo da média para região. No mês de abril, choveu 153,4 mm na região. Essas chuvas possibilitaram o crescimento e uma boa produção para o milho e feijão dos agricultores que plantaram no mês de fevereiro. Até o dia 30 de abril de 2011, já havia ocorrido um total de 384,3 mm. Embora essa chuva não tenha proporcionado um acúmulo de água nos açudes e barreiros, foi suficiente para encher todas as cisternas até o mês de abril. Nos meses de maio  choveu 74,7 mm, em  junho 2,8 mm e julho0,7 mm. No mês de agosto, foi registrada uma precipitação de 20,8 mm. Essa chuva foi muito importante, visto que a caatinga já estava iniciando sua fase seca. Em setembro não foi registrada nenhuma chuva. Em outubro ocorreu uma precipitação de 12,5 mm, porém as elevadas temperaturas que ocorreram neste mês provocaram a evaporação rápida dessa água. No mês de novembro ocorreu uma precipitação de 56,7 mm. Essa chuva possibilitou o plantio de milho, feijão e abóbora, contudo, em novembro o calor foi elevadíssimo e nada resistiu, visto que novas chuvas só vieram a ocorrer em 13 de dezembro. Com essas chuvas a região já registrou um total de 596,9 mm, o que pode ser considerado um bom índice. Muitos agricultores já iniciaram o plantio novamente, porém, se não houver novas chuvas ainda este mês e principalmente em janeiro, mais uma vez a safra será perdida.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Os anéis de crescimento do imbuzeiro



A foto


        Nesta fotografia podemos observar a formação dos anéis de crescimento em plantas de imbuzeiro. A fotografia foi obtida na Embrapa Semiárido, Petrolina, PE em 28 de junho de 2007.

O fato

       Uma das formas de conhecer a idade das plantas é pelo estudo dos anéis de crescimento, principalmente, nas plantas que são cultivadas para este fim. Esses anéis são mais característicos em determinadas espécies arbóreas, as quais apresentam ciclos anuais de crescimento e dormência mais regulares que ficam registrados no seu lenho. Essa linha de estudo é parte da dendrologia. Os estudos mais recentes, principalmente nas florestas ameaçadas de extinção, têm contribuído para que os pesquisadores obtenham mais conhecimentos do crescimento de várias espécies. Todavia, os anéis de crescimentos são mais definidos nas plantas de regiões temperadas e áridas, onde as variações climáticas são mais marcantes. Embora os estudos dos anéis de crescimento das plantas da caatinga ainda sejam poucos, alguns trabalhos têm procurado compreende o desenvolvimento dessas estruturas na região semiárida. Na fotografia podemos ver os aspectos da formação dos anéis de crescimento em plantas de imbuzeiro na caatinga.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O lixo está invadindo nossa caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos ver sacos plásticos e outros materiais de um lixão invadindo a caatinga. A fotografia foi obtida no dia 24 de novembro de 2011 no município de Juazeiro, BA.

O fato

A produção de lixo não é exclusiva das grandes cidades. Temos hoje uma epidemia de lixões em todos os rincões do Brasil. Esses lixões têm causado danos irreparáveis aos mais diversos ecossistemas do País. No Nordeste brasileiro o primeiro sinal de que estamos chegando a uma cidade, povoado, vila, distrito ou comunidade é um lixão. As características de cada lixão são relativas às condições de seus habitantes, contudo uma coisa é comum, os sacos plásticos predominam em todos. Os lixões começam do tamanho das comunidades e avança com seu crescimento. Pouco ou quase nada tem sido feito para impedir essa ameaça aos nossos ecossistemas, principalmente na caatinga. Na fotografia podemos ver a grande quantidade de sacos e outros recipientes de plásticos que tem sido levado pelo vento do lixão de Juazeiro, BA, para a caatinga do entorno. Nada tem sido feito para mudar essa realidade, mesmo sabendo-se que o rio São Francisco passa a poucos km dessa área e com certeza, logo, logo esses sacos estarão no rio. Não podemos esquecer que o lixo é um problema mundial, todavia, temos que pensar em soluções para nosso caso. Na caatinga, como as residências são afastadas umas das outras, não é possível ver essa concentração do lixo, contudo, uma olhada mais aguçada no quintal de qualquer casa na caatinga, dá para se ver o que os moradores estão fazendo com seu lixo.

Um milhão de cisternas no Sertão!



A foto

Nesta fotografia podemos ver a cisterna número 1 do Programa P1MC. A fotografia foi obtida no dia 24 de novembro de 2011 na Comunidade de Lagoa Grande no município de Sobradinho, BA.

O fato

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação do Semiárido (ASA) inaugurou a primeira cisterna no dia 23 de novembro de 2000 com o ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho na Comunidade de Lagoa Grande, na residência do senhor Manoel Freire dos Santos e da senhora Josefa da Rocha Freire. Essa iniciativa teve um impacto muito grande no seio de toda a região semiárida do Nordeste, que até então tinha como único meio de obtenção de água para o consumo os carros-pipas. Com o início da construção de um milhão de cisternas na região, muito se falou que foram quebradas as amarras dos agricultores aos senhores da água, os políticos regionais que faziam dos carros-pipas, garantia de um voto certo. Ora, não devemos esquecer aqueles que nos ajudam quando estamos necessitando, principalmente, em condições tão difíceis como a falta de água para o consumo em secas severas que assolam a região. Contudo, se essa ajuda vem de políticos com promessas eleitoreiras, alguma coisa fica a desejar, visto que, vindo do poder público não é ajuda, más uma obrigação de assistir seus cidadãos em horas de necessidades. Muitos agricultores não tinham como compra água de carros-pipas na seca, pois, se não choveu para produção de lavouras, como obter dinheiro pra comprar água! De 2000 até agora, fora muitos anos, quantas cisterna foram construídas! Como estão essas cisternas! Já passaram muitos prefeitos, deputados, senadores e até presidentes e a água para o consumo no Sertão como está! Hoje temos a política de distribuição de água de carros-pipas dos governos Estaduais e Federal. Hoje, a cada 15 dias o carro-pipa leva aproximadamente 8 mil litros para cada cisterna no Sertão. Se lembrarmos de anos passados, parece muita água, contudo, como as famílias sabem que o carro-pipa sempre vem, essa água está sendo pouca. Agora, que políticas foram implementadas nesses anos pelos governos para que os agricultores adotassem práticas e tecnologias que aproveitassem a água das chuvas e realizassem o seu uso de forma racional! Somos a região semiárida do mundo onde mais chove, e porque não aproveitamos toda essa água da chuva! Se cada uma dessas cisternas armazenassem toda a água das chuvas, quantos carros-pipas teríamos de água!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Já temos frutos do imbuzeiro maduro no Sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos observar alguns frutos do imbuzeiro maduros. A fotografia foi obtida no dia 22 de novembro de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE

O fato

O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é planta nativa da região semiárida do Nordeste brasileiro de grande importância para a complementação da renda dos pequenos agricultores. Entretanto, seu ciclo reprodutivo ainda é pouco estudado, o que dificulta um planejamento da produção para melhor aproveitamento da safra. Algumas pesquisas realizadas em plantas nativas do município de Petrolina, PE, indicaram a presença de plantas com produção precoce, isto é, essas plantas apresentam frutos maduros bem antes que as demais. Nos trabalhos de pesquisa foi acompanhada a evolução do ciclo reprodutivo de mais de 100 plantas nativas de imbuzeiro, compreendido entre a emissão do primórdio do botão floral e a maturação do fruto, obtivemos resultados bastante significativos. O estudo foi realizado na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido. Em cada planta foram escolhidos, ao acaso, em diferentes partes da copa, 392 ramos e etiquetados para anotações das ocorrências fenológicas. Nos dados obtidos foram determinados médias, desvios-padrão e coeficiente de variação. O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos foi de 125,56 dias. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região do sertão de Pernambuco ocorre no período mais crítico e na ausência de precipitações. Como os resultados das pesquisas indicaram que o período entre a frutificação e a maturação dos frutos é de 125 dias, acredita-se que na primeira quinzena de novembro já deveria existir imbu maduro na região. Essa hipótese foi confirmada tem sido confirmada a cada ano com a colheita dos frutos, como se pode ver na fotografia.