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domingo, 30 de outubro de 2011

As garças brancas e biguás em uma lagoa na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma lagoa na caatinga com pouca água e muitas Garças Branca e Biguás. A fotografia foi obtida no dia 30 de outubro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

No período de verão na caatinga, quando as lagoas, açudes e barreiros começam a secar é possível ver as Garças Brancas pequenas e os Biguás em busca de peixes. Essas aves geralmente vivem em banhados e rios perenes, contudo, com a seca as lagoas do Sertão se tornam um lugar especial para elas pela grande quantidade de peixes. No período de chuvas, as lagoas e açudes enchem e transbordam até os grandes rios facilitando a piracema e estes peixes ficam retidos nas lagoas quando as águas abaixam e cortam o fluxo com os rios. Normalmente os habitantes do entorno das lagoas pescam os grandes peixes e ficam só aqueles que não servem para consumo. Estes pequenos peixes são a alimentação das garças, biguás e outras aves aquáticas da caatinga. O biguá (Phalacrocorax brasilianus) é uma das aves de maior capacidade de mergulho nos rios em busca de peixes, permanecendo muito tempo no mergulho, contudo nas lagoas que ficam com pouca água, esta ave não pode demonstrar suas capacidades e limita-se a caminhar as margens da lagoa para capturar os peixes. A pequena Garça Branca (Ardea Alba), semelhante ao Biguá, também tem como habitat os grandes alagados e rios. No período das chuvas elas permanecem quase sempre no Rio São Francisco e com a seca e formação das aguadas e lagoas, elas voa até lá para consumir os pequenos peixes nas lagoas. Nas lagoas, as Garças ficam distribuídas as margens esperando que algum peixe apareça para capturá-lo. A presença dessas duas aves nas lagoas do Sertão nordestino é um espetáculo impar. As Garças e os Biguás são aves migratórias que acompanham as mudanças climáticas nas mais diferentes regiões do Brasil.

sábado, 29 de outubro de 2011

A beleza da paisagem sertaneja com o contraste de um lindo céu azul





A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma estrada na caatinga seca. A fotografia foi obtida no dia 29 de outubro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O Sertão do Nordeste é uma região de peculiaridades surpreendentes, visto que, no período de chuvas apresenta uma beleza singular com a caatinga verde e florida e na época de seca, a vegetação apresenta uma harmonia com as condições climáticas da região onde parece que o céu está combinando com a secura das plantas. Embora das quatro estações do ano, no semiárido do Nordeste temos bem definido o verão que é caracterizado pela seca que em alguns anos é bastante severa e o inverno que ocorre no final das chuvas, quando é possível sentirmos um pouco de frio nos mais quentes rincões do Sertão. Todavia, mesmo assim, podemos sentir as sensações do outono e da primavera, quando temos a queda das folhas das plantas da caatinga e sua floração com o início das primeiras chuvas. Na fotografia podemos ver uma estrada que adentra a caatinga com a vegetação seca em contraste com um lindo céu azul.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

As barreiras que impendem a produção de doce de imbu nas comunidades do Sertão


A foto

Nesta fotografia, podemos ver uma pequena unidade de processamento de frutos do imbuzeiro.  A fotografia foi obtida no dia 1 de junho de 2011 na comunidade de Sítio Pajeú no município de Dormentes, PE.

O fato

Nos últimos anos, as pequenas fabriquetas de doce em massa de frutos do imbuzeiro têm sido implantadas sistematicamente em várias comunidades do Sertão do Nordeste, principalmente nos estados da Bahia e Piauí. Embora muitas comunidades do semiárido tenham conseguido resultados significativos com a produção de doces, sucos e geléias, em muitas outras, essa alternativa para o aproveitamento do fruto do imbuzeiro e para geração de renda para os agricultores familiares não conseguiram resultados positivos. Vários fatores podem contribuir para o insucesso dessa atividade, contudo, as tecnologias de processamento são simples e de fácil domínio pelos agricultores. O que realmente pode dificultar as atividades dessas comunidades são problemas de ordem pessoais e políticos das comunidades. Nas comunidades onde essas barreiras foram vencidas, a produção e venda de produtos derivados do fruto do imbuzeiro tem sido uma das principais fontes de renda para os agricultores.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As primeiras chuvas no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos ver um barreiro com um pouco de água de chuva. A fotografia foi obtida no dia 17 de outubro de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.

O fato

As chuvas no Sertão de Pernambuco têm início com as primeiras trovoadas no mês de outubro. No dia 17 de outubro de 2011 foram registradas as primeiras trovoadas na caatinga, formando pequenas poças d’água nos barreiros que já estavam secos. No Campo Experimental da Embrapa a precipitação total foi de 13,9 mm. Contudo, houve registros de volumes superiores a 48 mm em comunidades do entorno. Essas chuvas de outubro são muito importantes para a caatinga, visto que, a vegetação já estava muito seca. Para os animais, as pequenas poças d’água são uma garantia de água para beber nos próximos dias. Em uma série histórica de 1982 a 2010, temos uma média de 11,2 mm no mês de outubro com os maiores valores para outubro de 2009 com um total de 122 mm, seguido pelo ano de 1997 quando foram registrados 62,4 mm na região. Neste período de 30 anos, mais de 50% dos anos tivemos registro de precipitação no mês de outubro. Em algumas comunidades essas chuvas são chamadas de chuvas da flor do imbuzeiro, visto que, neste período está ocorrendo uma intensa floração desta planta.  Embora essas chuvas não sejam propicias para o plantio de milho e feijão, alguns agricultores correm os riscos e fazem seus plantios, porém, se não chover em novembro e dezembro, haverá uma perda total das lavouras.

domingo, 16 de outubro de 2011

A codorna da caatinga nordestina



A foto

Nesta fotografia podemos ver duas codornas da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 16 de outubro de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato


Na caatinga do Nordeste brasileiro há uma grande variedade de aves que possuem hábito de caminhar pelo solo em busca de alimentos. Entre essas espécies temos a pequena  codorna ou codorna-do-nordeste (Nothura boraquira). Na caatinga a codorna mede aproximadamente 30 cm de comprimento. Essa ave apresenta coloração com predominância do marrom-escuro, com pontos brancos na garganta e o peito com tonalidades amarelado. A codorna da caatinga alimenta-se basicamente de pequenos insetos, sementes de plantas da caatinga e das frutas silvestres do Sertão. Embora seja uma ave de porte pequeno, apresenta uma porção de carne muito apreciável pelos moradores do Sertão que as caçam para consumo ou para venda em feiras-livres. A reprodução da codorna-do-nordeste é em pequenos ninhos no meio da caatinga com cinco a seis ovos de cor marrom escuro. Normalmente as codornas são encontradas em duplas e pelo vôo que alçam quando são ameaçadas, causam susto às pessoas. Na fotografia, podemos ver duas codornas que estavam consumindo brotos de feijão em um experimento no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O doce em massa do xilopódio do imbuzeiro




A foto

Nesta fotografia podemos observar xilopódios de plantas de imbuzeiro e doce em massa produzido com os mesmos. A fotografia foi obtida no dia 15 de outubro de 2008 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato
As plantas de imbuzeiro possuem em seus sistemas radiculares, uma grande quantidade de raízes modificadas, chamadas de xilopódios. Nestes xilopódios as plantas armazenam seiva elaborada para sua sobrevivência nos longos períodos de seca que assolam a região semiárida do Nordeste. Em algumas comunidades os agricultores retiram os xilopódios das plantas adultas para produção de doce em massa. Essa atividade, embora tradicional em todo o Nordeste, pode esta causando danos irreparáveis à população de imbuzeiros na região. Contudo, são inúmeras pequenas fabriquetas de doce de xilopódios em vários Estados do Nordeste. A produção do doce do xilopódio do imbuzeiro é comercializada em feiras-livres e quitandas da região. Em alguns municípios de Pernambuco, essa produção já está bem consolidada e apresenta produtos que atende as exigências dos consumidores. A produção do doce do xilopódio é muito simples. Após a colheita, os xilopódio devem ser  lavados em água corrente e sanitizados, em uma solução de uma colher de sopa de água sanitária ou hipoclorito para cada litro de água, por 30 minutos. Após a retirada da casca do xilopódio, estes devem ser passados em um ralo para trituração. Posteriormente, a massa é espremida para retirada do excesso de água. No preparo do doce utilizam-se os seguintes ingredientes: 1 kg de massa de xilopódio adicionado a 750 g de açúcar. Mistura-se o açúcar à massa, antes de levá-lo ao fogo, mexendo-se sempre, até a mesma atingir o ponto de uma massa mais consistente que permitiu o corte. Para atingir esse ponto a mistura deve permanecer no fogo por aproximadamente 35 a 40 minutos de cozimento.

Aproveitamento do xilopódio do imbuzeiro para produção de picles




A foto

Nesta fotografia, podemos observar xilopódios de mudas de imbuzeiro utilizados para o processamento na forma de picles. A fotografia foi obtida no dia 7 de agosto de 2003 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Os picles originais são feitos apenas com pepinos, mas muita gente chama de picles uma seleção de legumes variados em conserva. É uma opção saudável e sem calorias para beliscar entre as refeições, ou mesmo para aqueles dias em que você chega cansada do trabalho e não está a fim de fazer nada para o jantar. Também vão bem com salada de folhas verdes ou como aperitivos na reunião com os amigos. Em pesquisas realizadas na Embrapa Semiárido, foi obtido picles com xilopódios de plântulas de imbuzeiro aos 120 dias de crescimento. Esse resultado só foi possível porque as plantas de imbuzeiro desenvolvem um pequeno xilopódio na sua fase inicial de crescimento que possibilita seu aproveitamento na forma "in natura " e/ou na forma de picles. Com essa atividade os pequenos agricultores da caatinga, podem obter uma renda extra no período de entressafra do imbuzeiro. Embora os trabalhos de pesquisa indicassem que a melhor época para colheita dos xilopódios seja aos 120 dias de crescimento, pode-se obter xilopódios de plântulas de imbuzeiro a partir de 15 dias após a germinação. Para o processamento dos picles o fluxograma é o seguinte: colheita das plantas; lavagem em água corrente por 5 minutos; corte do xilopódio; retirada da casca do xilopódio; lavagem do xilopódio em água clorada por 30 minutos; classificação; acondicionamento em vidros; adição da salmoura; branqueamento em água (80°C) por 30 minutos e; tratamento térmico por 40 minutos em banho Maria a 96°C. Utiliza-se uma salmoura preparada com: a) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido cítrico (0,5%) e; b) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido ascórbico (0,5%), adicionados a 2000 ml de água. Pode ser utilizado, também, vinagre, suco de limão ou ácido cítrico. Para o acondicionamento utilizam-se vidros com capacidade de 500 ml, contendo em média 333,33 g de salmoura e 166,67 g de xilopódio. Após o preparo o picles, deve ser armazenado em temperatura ambiente por trinta dias antes do consumo para sua plena maturação e certificação que não houve contaminação das bactérias do gênero Clostridium botulinum.