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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A utilização da coroa-de-frade na caatinga pelos agricultores na seca

As fotos

Nestas fotos, podemos observar agricultores coletando, retirando os espinhos e ofertando a coroa-de-frade para suas criações. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.








Os fatos

A caatinga oferece muitas alternativas para os animais nativos e domésticos no período de seca. Os animais domésticos como os caprinos, bovinos e ovinos consomem o mandacaru, a coroa-de-frade, o xiquexique, o facheiro, etc. Os animais silvestres como o caititu e o veado catingueiro consomem o xiquexique, o rabo de raposa, a maniçoba e o caroá. No período de seca, muitos agricultores coletam a coroa-de-frade na caatinga para alimentar seus animais. A coroa-de-frade (Melocactus bahiensis Britton & Rose), pertence à Família: Cactaceae; Gênero: Melocactus. Espécie: Melocactus bahiensis. É uma planta de caule globoso, cônico de ampla distribuição no semiárido é muito utilizada pelos agricultores. Porte variando de 5,7 a 26,57 cm de altura e diâmetro de 12,5 a 24,5 cm. Frutos são bagas vermelho-claro com 1,6 a 2,5 cm de comprimento e 0,5 a 0,8 cm de diâmetro com peso de 0,52 a 1,23 g. Esta cactácea contém bastante água e uma porção significativa de proteína que contribui na alimentação dos animais. Sua composição é de matéria seca (12,41%); proteína bruta (7,69%); fibra bruta (27,23%); FDN (51,27%); FDA (38,59%); e DIVMS (78,42%). Os agricultores alimentam também seus porcos e galinhas com a coroa-de-frade.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mandacaru para os bovinos na caatinga seca


As fotos

Nestas fotografias, podemos observar um agricultor cortando e queimando mandacaru para seu rebanho de bovinos. As fotos foram obtidas na Comunidade de Budim no município de Petrolina, PE.







Os fatos

A seca que vem ocorrendo na região semiárida do Nordeste tem causado danos econômicos graves para as famílias da zona rural, principalmente pela perda das lavouras e pela morte dos animais. Muitos animais, principalmente os bovinos tem morrido de sede e fome. Quando o agricultor tem água não dispõe de alimentos e quando tem alimentos não tem água. É um dos maiores dilemas que a região da caatinga tem passado nesses últimos 30 anos. As chuvas que alcançaram volume de aproximadamente 150 mm até o momento não foram suficiente para formação de água e pastagens para os rebanhos da caatinga. Os governos Estadual, Municipal e Federal tentam amenizar a situação com a oferta de água para o consumo das famílias e a doação ou venda a preço mínimo de milho e outras rações para os animais. Contudo, a cada dia sem chuva a situação se torna mais grave. Em muitas comunidades os agricultores que possuem bovinos tem retirado o mandacaru para alimentar seus rebanhos. Embora o mandacaru seja uma das cactáceas mais utilizadas pelos agricultores na seca, esta planta não apresenta condições de sustentação para grandes animais como os bovinos. Esses animais apresentam uma exigência maior em alimentos para sobrevivência ao contrário dos pequenos rebanhos de caprinos que consome um volume bem menor do que um bovino de 150 a 200 kg de peso vivo. Talvez as dificuldades dessa seca possam alerta os agricultores para o fato de que a caatinga não apresenta condições naturais para alimentação de animais de grande porte e que na hora de escolher seus rebanhos seja dada prioridade aos caprinos. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A floração do mulungu e os pássaros da caatinga


As fotos

Nestas fotografias, podemos observar a beleza da floração do mulungu. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.








O fato

A floração do mulungu (Erythrina mulungu) é uma das mais belas da caatinga. Embora essa planta só ocorra nas baixadas e vales da caatinga sua floração no início do verão é um belo espetáculo. Suas flores têm a predominância da cor laranja e vermelha e são muita visitadas por insetos e pássaros da caatinga, principalmente pelo corrupião e pela pega preta. O corrupião ou sofrê é uma das mais belas aves da caatinga e um dos  cantos mais bonito. A pega ou xexéu-de-bananeira é outra ave de rara beleza que se destaca por imitar outros pássaros da caatinga. Tanto a pega quanto o corrupião alimentam-se da flor do mulungu no período de floração. Como a floração do mulungu tem início nos meses de seca, tornam-se uma fonte muito importante de alimentos para muitos pássaros da caatinga.

domingo, 16 de setembro de 2012

As cisternas de plástico no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos ver algumas residências que receberam as cisternas de plástico e o transporte das mesmas. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Fazenda Alto do Angico no município de Petrolina, PE.





O fato

As controversas sobre a eficiência e resistência das cisternas de plástico na região semiárida do Nordeste não se sobrepõe a capacidade e o alcance que o Programa Água Para Todos do Brasil Sem miséria vem desenvolvendo. Embora as cisternas de plástico tenham apresentado problemas de fabricação em algumas comunidades, esse percentual é desprezível se comparado com os problemas apresentados pelas mais de 506.140 cisternas de placas que já foram construídas até o momento pelo programa P1MC (Um milhão de cisternas). Segundo o Relatório do Tribunal de Contas da União, os problemas apresentados pelas cisternas de placas, tais como, vazamentos, contaminação da água e mau funcionamento das bombas, tem comprometido o êxito deste programa. Contudo, o grande avanço alcançado pelo Programa Água Para Todos é o acesso à água para o consumo pelas famílias que até então não tinham sido atendidas pelo P1MC nesses últimos 10 anos. Com a agilidade que o programa vem atuando, as 750 mil famílias rurais sem acesso a água de consumo serão atendidas até 2013. Uma das características marcante é que as famílias não ficam mais a mercê das políticas locais manipuladas pelas lideranças que escolhia quem e quando receberia uma cisterna. Hoje já é possível ver cisternas em residências recém-construídas. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As alternativas para obtenção de água para os animais na caatinga


As fotos

Nesta fotografia podemos observar algumas alternativas utilizadas pelos agricultores para retirada de água de poços profundos na caatinga. As fotografias foram obtidas no Sertão da Bahia e Pernambuco.






Os fatos

A região semiárida do Nordeste brasileiro tem como característica principal a presença de um embasamento cristalino. Esse tipo de embasamento cobre mais de 70 % da região. A característica desse embasamento são solos rasos com baixa capacidade de infiltração da água das chuvas. Com as irregularidades climáticas que ocorrem na região, a pouca quantidade de água que infiltra no solo torna-se salgadas e muitas vezes impróprias para o consumo. Embora possamos encontrar alguns bolsões de água de boa qualidade em solos de aluvião. As águas aprisionadas nos cristalinos normalmente servem para o consumo animal e quando tratadas em dessalinizadores podem ser consumida. Todavia, alcançar essa água só por meio de poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas.  Essas alternativas não são baratas e poucos agricultores do Sertão dispõem de bombas para retirada de água de poços na caatinga. Na atual seca que assola toda a região semiárida do Nordeste, aqueles agricultores que tem acesso a um poço, tem a garantia de água para seus animais, enquanto que, outros têm que vender parte do rebanho para comprar água para os animais. O preço médio de um poço na caatinga é de aproximadamente R$ 6.500,00. Esse valor torna essa alternativa um sonho distante daqueles agricultores que tem na agricultura de subsistência sua principal fonte de renda. Precisamos urgentemente do “Programa 1 milhão de poços”.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O cultivo do mandacaru sem espinhos na caatinga da Bahia


As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor que cultiva o mandacaru sem espinhos e suas áreas de plantio. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Sítio Tomás no município de Canudos, Bahia.







Os fatos

Com a seca que assola o Sertão do Nordeste, muitos agricultores buscam no mandacaru a sobrevivência dos animais. Embora o mandacaru seja uma das cactáceas mais resistente a seca, sua utilizadas em grandes quantidades pelos agricultores pode levar esta espécie a extinção. Tradicionalmente os agricultores cortam o mandacaru e queimam seus espinhos antes de oferta-lo para os animais. Contudo, muitos agricultores estão realizando o corte em grande escala e utilizando máquinas forrageiras para trituração. Essa alternativa favorece o consumo pelos animais. Em algumas comunidades até já foi desenvolvido máquinas para retirada dos espinhos. Todavia, pouco ou quase nada de plantio do mandacaru é observado na região. Em algumas comunidades do Sertão da Bahia está sendo cultivada uma nova variedade de mandacaru cuja característica é a ausência de espinhos. Essa variedade possibilita uma melhor utilização desta espécie pelos agricultores. Na comunidade de Sítio Tomás no município de Canudos, Bahia, o agricultor senhor Afonso está produzindo o mandacaru sem espinhos. Essa atividade tem sido uma alternativa para obtenção de renda com a venda de mudas e para alimentação dos animais da família.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Seca, fome e morte dos animais na caatinga

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar caprinos consumindo mandacaru, um agricultor cortando e transportando mandacaru e alguns animais mortos.  As fotografias foram obtidas nos  municípios de Jaguarari, BA e Petrolina, PE

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Os fatos

Anos de irregularidades climáticas na região de caatinga da Bahia não é uma anormalidade. De modo geral, temos anos de chuvas normais e anos de chuvas muito abaixo da média. Essas ocorrências têm castigado severamente os pequenos agricultores, principalmente aqueles que têm na agricultura de subsistência sua base de renda. A vida dos pequenos agricultores no período de seca é marcada pela busca de água para consumo da família e de seus animais e, principalmente de alimentos para os animais. Na falta de chuvas para formação de pastagens as alternativas disponíveis são as plantas da caatinga, principalmente o mandacaru, o xiquexique, a macambira, entre outras. Muitos agricultores só conseguem salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas da caatinga, principalmente pelo uso do mandacaru. Nos anos de seca severa como 2012 que choveu somente 45,6 mm de janeiro a agosto, a utilização das cactáceas torna-se a única alternativa para os animais. Essa prática por um período longo como está ocorrendo até o momento, tem levado a uma diminuição acentuada de algumas cactáceas, principalmente do mandacaru. Hoje muitos agricultores já buscam essa planta em áreas localizadas a mais de 50 km de suas comunidades. Todavia, como a oferta dessas plantas é pequena, muitos animais já morreram. Nestes momentos de dificuldades, pode-se perceber a falta de orientação e apoio para os agricultores da verdadeira capacidade de suporte de suas áreas de caatinga e de um planejamento do rebanho, tais como, vender parte dos animais ainda no período de chuvas e controlar melhor o uso da caatinga com a formação de piquetes onde os animais podem aproveitar racionalmente as plantas da caatinga, e principalmente, a adoção de algumas técnicas como o raleamento da caatinga e a formação de bancos de proteína com gliricídia, leucena, gandu, etc., e o plantio de mandacaru para o enfrentamento de futuras secas.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A floração da jurema preta na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos observar plantas de jurema com flores e abelhas nativas nas flores da jurema preta.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

A jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.) é uma planta de grande ocorrência na caatinga nordestina. É uma planta pioneira, isto é, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto com ciclo de vida variando de 6 a 17 anos. Na caatinga densa, a jurema não cresce muito e apresenta baixa densidade. Nas áreas de caatinga desmatadas para o cultivo de lavouras ou pastagens e abandonadas pelos agricultores, a jurema é a primeira que se destaca. Essa planta tem a capacidade de desenvolver-se em áreas onde os solos foram degradados e erodidos. A jurema-preta tem capacidade de crescer e contribuir para regeneração de áreas severamente degradadas da caatinga criando condições para o desenvolvimento de outras plantas. A queda das folhas cobre o solo com uma camada que se decompõe formando húmus.  Assim, o solo apresenta condições para o surgimento de outras plantas. Esta espécie também é muito importante para a alimentação das abelhas durante muitos meses de seca na caatinga com sua intensa floração logo após as primeiras chuvas. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, a paisagem de cor cinza escura que caracteriza a caatinga seca, dar lugar ao espetáculo de cores e formas com o surgimento da floração da jurema. Essas flores são fontes de alimentos para muitos tipos de abelhas nativas e pássaros da caatinga. A floração observada nas fotos resultou de uma chuva de 2,5 mm que ocorreu no dia 24 de agosto de 2012 na caatinga de Petrolina, PE. 

domingo, 2 de setembro de 2012

A floração do embiruçu na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma bela planta de embiruçu com ninhos de pássaros e uma com o tronco cortado. As fotografias foram obtidas na área de caatinga de Petrolina, PE.





Os fatos

Entre as plantas decíduas da caatinga uma que se destaca é o embiruçu (Pseudodombax simplicifolium). O embiruçu é uma árvore com porte significativo com altura entre 6 a 12 metros. Uma das principais características desta espécie é a rugosidade de sua casca.  O embiruçu pode ser encontrado do Piauí ao Norte de Minas Gerais. Em todas essas regiões os agricultores retiram a casca da planta para fins medicinais. Essa prática tem levado a extinção de árvores centenárias em toda a região de ocorrência. A floração do embiruçu  ocorre entre os meses de agosto a setembro com a frutificação de outubro a dezembro. As flores do embiruçu são predominantemente brancas.  Quando da floração a planta não dispõe de folhas. A polinização das flores é realizada, especialmente pelos morcegos. Quando da queda da inflorescência do embiruçu, as animais da caatinga, principalmente o veado catingueiro vão até as plantas e são presas fáceis para os caçadores. Segundo Sobrinho (http://uefs.academia.edu, 2006), há relatos de que a paina rufescentes das sementes do embiruçu apresenta propriedades anti-hídrica (refração à umidade, resistência à imersão) e anti-condutora de calor, que as torna economicamente interessantes para a indústria já que são apropriadas para o enchimento de almofadas, colchões, travesseiros, agasalhos, estofados e, sobretudo, confecção de coletes salva-vidas, devido à sua resistência à ação da água do mar. Além disso, apresenta a propriedade de abafar sons, podendo ser utilizada, sob a forma de feltro leve, para revestir paredes onde se pretenda evitar a transmissão de sons para outros ambientes.