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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Água para todos no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma casa sem cisterna na
Comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina . Uma casa com cisterna de plástico na Comunidade de Chapada da Serra Branca no município de Paulistana, PI e uma cisterna de produção no município de Petrolina, PE. 





O fato

Como parte do Plano Brasil Sem Miséria, cujo objetivo é elevar a renda e as condições de bem-estar da população que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa, o Programa Água para Todos, foi concebido pelo Governo Federal a partir da necessidade de se universalizar o acesso e uso de água para populações carentes, residentes em comunidades rurais não atendidas por este serviço público essencial, atendidas por sistemas de abastecimento deficitários ou, ainda, que recebam abastecimento difuso. O programa que tem como objetivo garantir o amplo acesso à água para as populações rurais dispersas e em situação de extrema pobreza, seja para o consumo próprio ou para a produção de alimentos e a criação de animais, possibilitando a geração de excedentes comercializáveis para a ampliação da renda familiar dos produtores rurais, apresenta como uma das metas, a construção de 750 mil cisternas até 2014 das quais, 300 mil são cisternas de consumo e 20 mil cisternas de produção, isto é, cisternas cuja água armazenada será utilizada na produção de alimentos ou na desedentação dos animais. Para alcançar essas metas, foi dada prioridade a implantação de cisternas de plástico. Embora haja controversas sobre a viabilidade dessas cisternas na região semiárida, a facilidade de sua instalação favorece o cumprimento das metas do programa. Assim, hoje um novo panorama se ver no interior do Sertão com a distribuição e implantação das cisternas de plástico em muitas comunidades.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A fenologia do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma planta de imbuzeiro ainda com muita folha, uma em dormência vegetativa e uma com flores. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é planta nativa da região semiárida do Nordeste brasileiro de grande importância para o bioma da caatinga. Mesmo em anos de graves irregularidades climáticas como 2012 que choveu somente 135,6 mm até o momento, o imbuzeiro mantém certa regularidade em sua fenologia. Hoje, 20 de junho de 2012, já podemos encontrar plantas de imbuzeiro em dormência vegetativa e algumas com início da floração. Em pesquisas para acompanhar a evolução do ciclo reprodutivo do imbuzeiro, compreendido entre a emissão do primórdio do botão floral e a maturação do fruto, foram obtidos resultados bastante significativos. O estudo foi realizado na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE. Observou-se que o período conhecido como dormência vegetativa quando a plantas perde todas as folhas perdura por aproximadamente, 35 dias. No entanto há muita variação. Existem plantas que iniciam a floração antes do início da queda das folhas maduras. Outras demoram até 35 dias para emitir o primeiro botão floral.  Após a abertura dos botões florais, a fecundação dos primeiros frutos ocorre em 5 a 7 dias. O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos foi de 125,56 dias, aproximadamente. Embora os efeitos das mudanças climáticas já estejam ocorrendo conforme alguns estudiosos, na fenologia do imbuzeiro esses efeitos ainda não foram percebidos.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Aspectos da degradação e recuperação dos solos da caatinga



As fotos

Nestas fotografias  podemos observar uma área de caatinga com capim buffel na seca, uma área de caatinga com serapilheira e uma planta de favela com folhas maduras. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

Atualmente as maiores áreas da caatinga que apresentam riscos de degradação são aquelas onde a vegetação nativa foi retirada para formação de pastagens. Como essas áreas permanecem o maior tempo descobertas, visto que, com a seca as pastagens ao serem consumidas pelos animais deixam os solos susceptíveis à erosão hídrica e eólica, favorecendo a remoção dos nutrientes. Nestas áreas os animais não encontram mais alimentos e a procura constante provoca maior degradação dos solos, afetando sua capacidade de retenção de água o que aumentam a degradação. Por outro lado, nas áreas de caatinga a presença de vegetação contribui significativamente para proteção dos solos com a formação da serapilheira e com a alimentação dos animais que consomem muitas das folhas maduras que caem ao chão. Assim, a serapilheira composta pelas folhas, flores, frutos e sementes das plantas depositadas na superfície da caatinga é muito importante para o equilíbrio desse ecossistema. Como vemos na fotografia, na área de pastagem não há nenhum vestígio de material para recomposição do solo com nutrientes e com matéria orgânica. Enquanto que na área de caatinga, a presença da serapilheira pode contribui significativamente na restauração da fertilidade do solo e consequentemente na redução dos processos de degradação.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Abundância e falta de água no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar as barragens de Cumprinda e Mandim com água do canal Pontal e a barragem de Cruz de Salinas sem água. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.







O fato

A seca que assola o Sertão do Nordeste neste ano é uma das mais severas dos últimos 30 anos. Nunca tivemos uma irregularidade de chuvas como a que está ocorrendo. Já tivemos anos de seca, mas as chuvas mesmo em volumes menores ocorreram dentro do período esperado. Este ano, os meses que normalmente chove fevereiro, março e abril, foram praticamente secos. Essa irregularidade está causando severos danos para grande parte da região semiárida do Nordeste. No município de Petrolina, PE, temos uma parte da área rural severamente atacada pela seca e outra com abundância de água. Isso ocorre devido ao fato de que alguns riachos temporários do Sertão de Petrolina vêm recebendo água do Rio São Francisco pelo canal de irrigação do Pontal. No entorno desses riachos, o ano todo existe água para os animais e plantio de algumas lavouras. De acordo com a  CODEVASF desde o início deste ano já foram colocados mais de 4 milhões de m3 de água nas barragens de Mandim, Amargosa, Cumprida e Poço do Canto. Essa água tem contribuído significativamente para a manutenção das famílias no meio rural, principalmente na sustentação dos animais, todavia, outras barragens que atendem a um grande número de agricultores continuam sem água. Porque não dividimos um pouco dessa água com o resto das barragens do município! Assim, quando se fala em seca no interior de Petrolina, devem-se reconsiderar essas comunidades que estão com abundância de água e aquelas com total escassez.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Nova tecnologia no armazenamento de água no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma cisterna de plástico em uma residência antes de ser implantada  e uma cisterna de placas recém-construída no Sertão. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.





O fato

As cisternas de placas eram a principal alternativa tecnológica para armazenamento da água de chuva captada nos telhados das residências no interior do Sertão nordestino até pouco tempo. Com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água. Essas cisternas atendem as  necessidade de consumo das famílias de cinco a sete pessoas no período de seca que ocorre no Nordeste. Até o momento já foram construídas 495.607 cisternas financiadas pelo MDS. Essas cisternas foram construídas pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) que é uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para a convivência com o semiárido da ASA. Todavia, a meta de construir no menor tempo possível 1 milhão de cisternas não foi alcançada. Contudo, como os avanços tecnológicos não têm barreiras, as cisternas de placas serão substituídas gradualmente pelas cisternas de plásticos. A facilidade na implantação das cisternas de plástico é uma vantagem em relação às cisternas de placas, visto que, são necessários somente 3 dias para que a família tenha uma cisterna instalada com água. Antes, além dos problemas burocráticos do P1MC para instalação das cisternas, a construção era demorada, principalmente para a escavação do buraco. Hoje, a operação é simples e rapidamente todo o sistema é implantado deixando as famílias muito felizes.  O cenário atual do Sertão são as cisternas de plástico ao lado das residências esperando serem implantadas. Serão mais de 700 mil programadas para implantação em todo o semiárido do Nordeste.

sábado, 9 de junho de 2012

Água salobra nos solos da caatinga





As fotos

Nestas fotografias podemos ver alguns poços artesianos jogando água no solo da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.



O fato

Na maior parte da região semiárida do Nordeste brasileiro, as maiores reservas de águas subterrâneas são salinas. Essas águas geralmente são marginalizadas pelos altos teores de sais. Segundo a  norma (Resolução CONAMA 357/2005) que apresenta as classes de água traz as seguintes definições: Águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰; Águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 ‰ e inferior a 30 ‰; Águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 ‰. A salinidade se refere à quantidade de sal e aos componentes químicos presentes na água, assim água salina é aquela que contem uma maior quantidade desses sais, como, em geral, a água do mar. A água dos rios geralmente é doce, e a água de lagoas que tem conexão com o mar, são, em geral, salobras. Todavia, essas águas em muitos casos chegam a ser o único recurso que os agricultores de algumas comunidades dispõem para dessedentação de seus animais na seca.  Por outro lado, não há qualquer controle no uso dessas águas e grandes volumes são jogados nos solos da caatinga por períodos longos, visto que, quando chegam às chuvas e os animais encontram outras fontes de água, os poços com cata-ventos continuam jogando água no solo. Isso poderá levar muitas áreas da caatinga a ter uma elevação considerável na condutividade elétrica do solo e tornam-se inviáveis para o cultivo. Neste sentido, há necessidade de ações por parte dos órgãos do meio ambiente no acompanhamento e controle do uso dessas águas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Água para os animais na caatinga nordestina



As fotos

Nesta fotografia podemos observar um cata-vento retirando água de um poço e animais em busca de água numa lagoa quase seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Em anos de chuvas regulares no Sertão do Nordeste, a água que fica acumulada nos barreiros, lagoas, açudes e riachos suprem as necessidades dos animais. Todavia, a cada ano os rebanhos são maiores e os agricultores nunca fazem um planejamento da quantidade de água necessário para seu rebanho durante todo o ano. Eles sempre acreditam que vai chover regularmente e que não haverá problemas de água para os animais. Como este ano a seca veio sem aviso, à falta de água para o consumo animal é uma das principais dificuldades que os agricultores estão enfrentando. Nas fontes tradicionais como açudes, barreiros, lagoas e riachos, praticamente toda água já secou. Muitos agricultores estão perdendo animais por falta de água para beber. Outros já venderão parte do rebanho para comprar água de carro-pipa ao preço de R$ 100,00 a 150,00 por carrada de 8 mil litros, aproximadamente. Em algumas comunidades onde existe um poço profundo com cata-vento, só resta a água salobra. Esta é uma das realidades do Sertão nordestino em anos de seca. Como essa realidade poderia ser alterada! Se os órgãos de fomento como os bancos oficiais e programas de ajuda aos agricultores em períodos de seca tivessem em suas propostas a construção de poços profundos  para cada agricultor que tomasse um empréstimo ou recebesse ajuda do governo, parte dessa crise seria aliviada. Embora o custo de implantação de um poço profundo alcance valores na ordem de R$ 5.000,00 a 6.000,00 para profundidades de até 50 metros, os resultados para uma família ou comunidades seriam bastante significativos, visto que, com água, parte dos animais sobreviveria ao período de seca. Outra alternativa seria a implantação de cata-ventos públicos em lugares estratégicos das comunidades, facilitando uma melhor distribuição da água.