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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os efeitos da salinidade nos solos da caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos observar os efeitos dos processos de salinidades em lagoas da caatinga. As fotografias foram obtidas em lagoas de drenagem do entorno do Projeto de irrigação Senador Nilo Coelho no município de Petrolina, PE.






Os fatos


Em algumas áreas irrigadas da região semiárida do Nordeste, o fenômeno da salinização dos solos vem se agravando a cada ano. Isto em função, principalmente da  fertirrigação,  conduzida  maciçamente nos projetos de irrigação. Essa tecnologia  é  um dos principais meios responsável pelas altas concentrações de sais em áreas irrigadas da região. As fertirrigações utilizadas cada vez mais em busca da maior produtividade das culturas exploradas nos perímetros irrigados da região semiárida contêm elevados teores de sais solúveis que gradativamente vão alterando o cenário dos Sertões. O problema é que esses sais são levados pelos sistemas de drenagem dos projetos e descartados em rios, riachos e lagoas, onde provocam o surgimento dos processos  de  salinidade  no  perfil  do  solo da caatinga. Na região semiárida onde as chuvas a cada dia são mais irregulares e não possibilita a lavagem dos sais acumulados no solo, o efeito desse fenômeno já começa a ser percebido. Nas áreas onde as águas das drenagens são lançadas os  efeitos  negativos  da  salinidade  já podem ser observados com a redução do crescimento e rendimento das plantas. No período de estiagem no Sertão, as altas temperaturas do solo aceleram a evaporação da água das lagoas e rios temporários que secam e param de correr deixando em seus leitos as marcas da salinidade.

domingo, 11 de novembro de 2012

O corte da imburana-de-cambão na caatinga

As fotos

Nestas fotografias podemos observar agricultores cortando uma imburana para retirada de mel de abelha e morrões feito de imburanas. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.







Os fatos

Uma das plantas da caatinga de grande destaque é a imburana-de-cambão (Commiphora leptophloeos). Essa planta tem como característica marcante uma madeira mole e leve que é utilizada intensamente pelos agricultores na produção de estacas, cochos para alimentação dos animais e diversos utensílios no artesanato. A floração e frutificação da imburana que ocorre de setembro a dezembro é uma fonte de alimento muito importante para pássaros e abelhas da caatinga. Em função das características da madeira da imburana, normalmente as plantas apresentam orifícios em seus troncos que facilitam o alojamento de abelhas e animais. Todavia, muitos agricultores realizam o corte dessas plantas para retirada do mel das abelhas, principalmente da Apis mellifera  (Italiana) e destroem as plantas. Outros agricultores  realizam o corte da imburana para formação de estacas e morrões para confecção de cercas nas propriedades. Em muitas comunidades a imburana é utilizada com fins terapêuticos onde a casca e as sementes são usadas para tratamento de muitas enfermidades. Embora a imburana seja protegida por lei, essa planta tem sido severamente ameaçada de extinção em toda região semiárida do Nordeste. 



As primeiras chuvas de verão no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar a ocorrência de uma chuva na caatinga e açudes sem água e com as primeiras águas das chuvas de novembro de 2012. As fotografias foram obtidas nas comunidades de Barreiro e Sítio Pereiro no Distrito de Pau Ferro no município de Petrolina, PE.







Os fatos

Se levarmos em conta os dias sem chuvas no Sertão de Pernambuco este ano, já temos mais de 299 dias em que não foi registrada nenhuma precipitação.  Nos 17 dias que choveu, foram registrados 145,5 mm, sendo que no mês de janeiro não houve nenhuma precipitação. Em fevereiro ocorreram 5 chuvas com um total de 84,4 mm. Em março só choveu dois dias no total de 19,2 mm. Em abril não foi registrada nenhuma chuva na região. No mês de maio foi registrada uma chuva de 26 mm. Em junho foram 3,9 mm em três chuvas. No mês de julho foram registrados 1,3 mm em duas chuvas. Em agosto choveu um total de 2,3 mm em duas chuvas. No mês de setembro choveu somente 0,2 mm. Por outro lado, nos 31 dias de outubro nenhuma chuva foi registrada na região. No mês de novembro choveu 8,2 mm no dia 5. Todavia, a seca que vem ocorrendo na região semiárida do Nordeste desde o início do ano começou a perder força com as primeiras ocorrências de chuvas isoladas no Sertão no início de novembro. As chuvas que cairão entre os dias 1 e 5 de novembro apresentaram uma distribuição bastante irregular. Embora em algumas comunidades essas chuvas foram suficientes para mudar o cenário de seca como é o caso das comunidades de Barreiro e Sítio Pereiro no Distrito de Pau Ferro no município de Petrolina, onde as precipitações dos dias 5 a 7 de novembro passaram dos 50 mm. Nessas comunidades muita água foi acumulada nos barreiros, estradas e nas baixadas. A vegetação da caatinga nas comunidades já começou a se desenvolver e ser consumida pelos animais. A água acumulada é suficiente para atender as necessidades dos animais nos próximos 60 dias. Muitos agricultores já estão preparando as roças para o plantio acreditando que no mês de dezembro pode chover na região. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A beleza das flores do sete-cascas na caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar a floração do sete-cascas na caatinga após as primeiras chuvas de verão. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

A caatinga possui uma das mais belas composições de plantas do planeta. São inúmeras espécies de plantas que só ocorrem nesta região. Podendo ser considerada uma das regiões do mundo de maior riqueza biológica, face às adversidades da região.  Quando termina o período de chuvas na caatinga e a vegetação começa a perde suas folhas pela falta de água no solo, o cenário da seca é eminente. Todavia, basta ocorrer uma chuvinha qualquer que a paisagem muda de aspecto. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete-cascas (Tabebuia spongiosa). A espécie sete-cascas, pertencente à família Leguminosae Mimosoideae, podendo atingir de 6 a 10 m de altura na caatinga. É uma espécie secundária com crescimento rápido. A madeira é macia e pouco durável. Sua principal utilização é o paisagístico e arborização urbana. Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu. O sete-cascas ou “Ipê cascudo” é considerado por muitos estudiosos como a mais bela planta da caatinga. Embora existam outras variedades de ipês de flores amarelas, o sete-cascas só é encontrada nas caatingas sertanejas. Normalmente essa espécie floresce nos meses de outubro a dezembro, quando da ocorrência das trovoadas (as primeiras chuvas no Sertão). 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O leite de cabra no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos ver um rebanho de caprinos em um aprisco, na caatinga e a ordenha de uma cabra na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

No Sertão do Nordeste a criação de caprinos é uma das principais atividades dos pequenos agricultores. De modo geral, cada família tem um pequeno rebanho para garantir sua renda durante todo o ano. Além da venda para consumo da carne, os agricultores vende a pele dos caprinos e utilizam o leite para consumo e produção de queijos. A região semiárida do Nordeste detém 94% do rebanho de 13 milhões de cabeças de caprinos do Brasil. Sendo do estado da Bahia o maior rebanho. Embora esse rebanho já apresente um percentual significativo de animais com melhoramento genético, a maior parte dos rebanhos é constituída por animais SRD (Sem Raça Definida) onde se percebe a predominância de sistemas de criação caracterizados por baixos  índices zootécnicos. O destino da maior parte do rebanho nordestino é o abate para consumo da carne, contudo, em algumas comunidades a produção de leite é uma atividade geradora de renda, principalmente com a produção de queijos artesanais. Uma das vantagens comparativas do leite de cabra da caatinga é a vegetação consumida pelos animais.  Assim, mesmo no momento de seca que ocorre na região semiárida do Nordeste, algumas famílias ainda conseguem obter leite de cabra.

As chuvas estão voltando ao Sertão de Pernambuco



As fotos

Nestas fotografias podemos observar pequenas poças de água nas estradas e plantas da caatinga com flores após as primeiras chuvas de verão de 2012. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.






Os fatos

A seca que vem ocorrendo na região Nordeste desde o início do ano começou a perder força com as primeiras ocorrências de chuvas isoladas no Sertão no início de novembro. As chuvas que cairão entre os dias 1 e 5 de novembro apresentaram uma distribuição bastante irregular com volumes de 8,2 mm no município  de Petrolina a 38,7 mm no município de Salgueiro. Embora essas chuvas não sejam suficientes para superação das dificuldades que a população nordestina passa no momento, alguma água foi captada em estradas, açudes e barreiros, além de permitir o surgimento de uma pequena pastagem na caatinga para amenizar a fome dos animais. O mais importante é que novamente a esperança dos sertanejos foi acesa pelas chuvas. As chuvas que ocorreram até o momento no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE foram no total de 145,5 mm.  No mês de janeiro não houve nenhuma precipitação. Em fevereiro ocorreram 5 chuvas com um total de 84,4 mm. Em março só choveu dois dias no total de 19,2 mm. Em abril não foi registrada nenhuma chuva na região. No mês de maio foi registrada uma chuva de 26 mm. Em junho foram 3,9 mm em três chuvas. No mês de julho foram registrados 1,3 mm em duas chuvas. Em agosto choveu um total de 2,3 mm em duas chuvas. No mês de setembro choveu somente 0,2 mm. Por outro lado, nos 31 dias de outubro nenhuma chuva foi registrada na região. No mês de novembro choveu 8,2 mm no dia 5. Como se pode observar, essa irregularidade na distribuição e no volume precipitado pode tornar o ano de 2012,  um dos mais graves em termos de seca no Sertão do Nordeste. Mais a caatinga tem suas surpresas como podemos ver nas fotografias, uma pequena chuva é capaz de transformar o cenário de seca em momentos de alegria e beleza com as plantas e os animais da caatinga.