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terça-feira, 22 de abril de 2014

As cobras do bem e do mal na caatinga nordestina

 As fotos

Nestas fotografias podemos observar algumas serpentes da caatinga. A cascavel considerada uma das mais perigosas e a salamanta que faz parte das serpentes não peçonhentas da caatinga. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.









Entre as serpentes da caatinga, nenhuma é mais temida do que a cascavel (Crotalus durrissus terrifucus). Essa serpente tem uma fama terrível entre os moradores da caatinga, sendo conhecida como a cobra da morte, pois nada escapa a sua picada. A cascavel mata animais e pessoas que não conseguem chegar até cidade para tomar o soro antiofídico. A cascavel tem uma característica marcante que é o barulho do seu chocalho na cauda. Se os animais e as pessoas conseguirem ouvir o barulho a tempo podem evitar sua picada. Normalmente ela aciona esse mecanismo quando sente a presença de algo que causa ameaça para ela. Há informações que quanto mais jovens, mais perigosa é a cobra cascavel.
Por outro lado, a salamanta (Epicrates cenchria assisi) também conhecida como cobra de veado ou jiboia é uma bela espécie que povoa a caatinga e não é tão temida pela população. A salamanta é uma das serpentes mais encontradas nas caatingas do Nordeste. Algumas podem alcançar até 5 metros de comprimento. Sua alimentação é composta de pequenos mamíferos, aves e repteis. Embora seu habitat preferido seja a  floresta úmida, a savana, os mangais, a salamanta é encontrada nas áreas  mais secas da caatinga. Este animal não causa risco para os agricultores, contudo pode atacar as criações de galinhas e os caprinos recém nascidos. Quando pega uma presa como um filhote de caprino ou ovino, a salamanta se enrola nela e aperta o animal, até que ele cessa todos os movimentos e engole o animal inteiro.



segunda-feira, 21 de abril de 2014

A beleza da fauna da caatinga

Embora a caatinga da região semiárida do Nordeste venha sofrendo danos pela degradação provocada pela ação humana e pelas secas agravadas com as mudanças climáticas, ainda é possível vislumbra a beleza de sua fauna. São inúmeros animais que proporcionam espetáculos de beleza como, o caititu, o veado catingueiro, a raposa, o guará, a seriema, o sagui, entre outros.  


O veado catingueiro

A visão de um veado catingueiro (Mazama gouazoupira) é deslumbrante. Raramente este animal é visto na caatinga. A caça indiscriminada desta espécie, esta colocando este animal na lista de espécies em extinção no semiárido. O veado alimenta-se principalmente de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga. O fruto do imbuzeiro é muito consumido por esses animais. Um detalhe muito interessante é que o macho sempre anda só. Normalmente, a fêmea anda com um filhote. Sua pelagem é marrom-acinzentada com o ventre mais claro. Uma característica dos veados é uma pinta branca acima dos olhos.


O sagui

Entre os animais da caatinga, um dos mais populares é o sagui (Callithrix penicillata). Este pequeno primata vive em toda região do semiárido, principalmente nas áreas de caatinga densa. São animais dóceis que se aproximam muito das áreas habitadas em busca de alimentos. Essa espécie é arborícola, insetívora e frugívora. Comem frutas, flores, folhas, insetos e pequenos animais, além das gomas que exsudam de algumas plantas da caatinga. No Sertão o sagui tem diversos nomes: sagui, saguim, sauim, soim, sonhim, etc. Muitos agricultores capturam os filhotes de sagui e criam como animais de estimação em suas casas. Uma das principais características do sagui é transportar os filhotes nas costas. Os saguis da caatinga tem uma grande importância na dispersão de sementes de muitas plantas da caatinga, visto que se alimentam de frutos sem danificar a semente.


A  raposa

A raposa (Dusicyon thous) é um pequeno mamífero da caatinga que se alimenta basicamente de pequenos animais, frutos e insetos. No Nordeste brasileiro, a seca que assola a região semiárida no período de agosto a janeiro, não afeta só a população rural, más também os animais silvestres. Entre estes animais, encontramos as raposas, que buscam alimentos fugindo da seca, principalmente nas rodovias onde são atropeladas a noite na busca de alimentos. No período de seca, facilmente vemos as raposas nas estradas e veredas. Outro momento para se ver as raposas é quando ocorre chuvas diurnas nos meses de outubro a novembro. Após as chuvas, as raposas saem de suas tocas em busca de alimentos. O melhor local para observação noturna das raposas é embaixo da copa dos imbuzeiros na época da safra.


O caititu

Os caititus ou catetos (Tayassu tajacu) são porcos-do-mato que vivem nas áreas de caatinga nativa do Nordeste em grupos de 6 a 12 indivíduos. Em uma área de caatinga do município de Petrolina já foi observado um grupo com 22 caititus. Algumas vezes foi observada uma fêmea com dois filhotes. Na caatinga os caititus andam em trilhas e alimentam-se nas bordaduras. O caititu alimenta-se de frutos e das raízes das plantas da caatinga, principalmente do caroá e da maniçoba e da faveleira. Em um estudo sobre a alimentação destes animais, foi observado que no período chuvoso, o caititu da preferência aos frutos da época e a medida que a seca vai começando, os animais passam a consumir as raízes da maniçoba, da favela e do caroá. Embora estes animais sejam caçados em toda região para consumo da carne e venda da pele, ainda é possível encontrar áreas de caatinga nativa com bandos de caititus.


A seriema

A seriema (Cariama cristata) ou siriema é da família Cariamidae da ordem Gruiformes. São aves de médio porte, de hábitos terrestres, que preferem correr a voar. Na caatinga seu vôo é raridade, esta ave só voa quando esta sob ameaça. As seriemas alimentam-se, preferencialmente de insetos e pequenas cobras e lagartos da caatinga. O grupo de seriemas é formado por casais e algumas vezes por um filhote. Seu ninho, geralmente é feito no alto das árvores. Na caatinga, sempre encontramos ninhos de seriemas nos pontos mais altos dos imbuzeiro. Geralmente a seriema põem até dois ovos, porém muitas vezes nasce apenas um filhote.


O guaxinim

Dos animais encontrados na caatinga, um dos mais difíceis de ser observado é o guaxinim (Procyon cancrivous). Também conhecido como guará, mao-pelada, etc., esse animal pertencente a família dos pequenos mamíferos da caatinga. É uma animal carnívoro que tem como fonte de alimentação, frutos da caatinga, rãs e pequenos peixes nas lagoas, riachos e açudes do Sertão. Outra fonte de alimento do guaxinim são os insetos da caatinga.