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terça-feira, 26 de março de 2013

As chuvas renovam a esperança dos sertanejos



As fotos

Nestas fotografias podemos observar poças de água de chuva na estrada, um bovino bebendo água em uma poça, um açude com água de chuvas e agricultores preparando a terra e plantando. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Carretão no município de Petrolina, PE.







Os fatos

No interior do município de Petrolina, PE, as chuvas de São José tardaram mais não faltaram. Em algumas comunidades ocorreram bastantes chuvas no dia 21 de março com volume superando os 90 mm. Essas chuvas vieram contribuir para amenizar a situação de calamidade que afeta toda região Nordeste. Onde as chuvas caíram, houve um significativo escoamento de água que foi retida em pequenos açudes, barragens barreiros e nos riachos. Em algumas localidades a vegetação já apresenta uma nova folhagem que serve de alimento para os animais. A quantidade de água acumulada em alguns açudes e barreiros já é suficiente para manutenção dos animais até o final do ano se não houver mais chuvas. Para os agricultores, a esperança foi renovada e muitos já prepararam novas áreas de plantio e estão mais uma vez plantando, especialmente o milho e o feijão na esperança de colher alguma coisa. Em algumas comunidades o que sobrou do plantio das chuvas de janeiro ainda pode produzir um pouco com essas chuvas de março. Mais para os pequenos agricultores que perderam a maior parte do gado, as chuvas pode contribuir para que aqueles animais que ainda estavam vivos consigam superar mais uma longa etapa de seca.  Contudo, a seca embora tenha causado perdas irreparáveis, não  diminuiu a esperança dos nordestinos de dias melhores, pois, mesmo sem a certeza da continuidade das chuvas, eles já estão outra vez plantando.

terça-feira, 19 de março de 2013

Dia de São José sem chuvas no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar um barreiro seco, um agricultor entre a plantação de palma morta, um rebanho de caprinos que sobreviveu até agora e bovinos agonizantes com a seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

No Nordeste brasileiro o dia 19 de março é dedicado a São José. Segundo muitos agricultores, neste dia normalmente ocorrem chuvas que proporcionam o plantio de milho que é colhido no dia de São João, quando os agricultores produzem gostosas pamonhas e canjicas que são consumidas ao lado da fogueira de São João ao som de muita música nordestina. Contudo, 19 de março de 2013 não será comemorado pelos agricultores do Sertão, pois a seca ainda causa muito problemas para toda região. Para muitos agricultores do Sertão de Pernambuco, fevereiro foi um mês desolador, pois as lavouras plantadas com as chuvas de janeiro não suportaram a falta de chuvas e as altas temperaturas que assolaram a região. Na Estação Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE, até agora choveu um total de 92,5 mm, sendo: 76,2 mm no dia 17 de janeiro; 2,3 mm no dia 21; 10,3 mm no dia 22 e 3,7 mm no dia 27 deste mês. De lá para cá não houve mais nenhuma chuva na região.  Normalmente o período de chuvas do Sertão é fevereiro e março, se não tivermos precipitações até o final deste mês, a região do Sertão nordestino terá consequências graves, visto que, muito pouco ou quase nada restou nas propriedades rurais para os pequenos agricultores enfrentarem mais um ano de seca, principalmente para os criadores de gado que já perderam a maior parte de seus rebanhos. Para os criadores de caprinos, a esperança é conseguir vender os animais que suportaram a seca, antes que todos morram pela falta de alimentos e água.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Fevereiro sem chuvas no Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma agricultora segurando um pequeno pé de feijão que sobrou na roça, uma área de plantio com milho murcho por falta de água, caprinos em busca de alimentos no pasto seco e um barreiro sem água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE, após o mês de fevereiro sem chuvas.







Os fatos

Hoje, 28 de fevereiro de 2013 é um dia triste na história do Sertão de Pernambuco, visto que, esse foi o único mês de fevereiro que não choveu nos últimos 30 anos em algumas áreas do Sertão. Para muitos agricultores este mês foi desolador, pois as lavouras plantadas com as chuvas de janeiro não suportaram a falta de chuvas e as altas temperaturas que assolaram a região neste mês. Em alguns municípios do Sertão embora tenha ocorrido chuvas como em Araripina com 57 mm, Exu com 69,6 mm e Santa Cruz da Baixa Verde com 42 mm, segundo dados da APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima), a seca continua com consequências graves, principalmente para os criadores de bovinos, cujo rebanho tem registrado as maiores perdas até o momento.  No Sertão de Pernambuco os meses de fevereiro e março são considerados os mais chuvosos. Em 2011 e 2012 tivemos a ocorrência de 87,2 e 84,7 mm, respectivamente. Já em 2004 tivemos um total de 255,6 mm no mês de fevereiro, seguido por 2007 com 245 mm e 2009 com um total de 257,1 mm no mês de fevereiro. O ano de menor ocorrência de chuvas em fevereiro no Sertão foi de 3,1 mm em 1984. Estamos com um quadro que pode ser considerado de “seca verde”, isto é, parte da caatinga esta verde onde choveu no mês de janeiro e outra ainda enfrenta as consequências da seca de 2012. Por outro lado, na área verde, não há água para o consumo dos animais e para o cultivo das principais lavouras da região como o milho e o feijão. Amanhã uma nova esperança surge nos sertões do Nordeste, o mês de março. Este mês normalmente é chuvoso, contudo, as previsões não são boas. Resta aos sertanejos apelar para que São José traga muita chuva no seu dia.  

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A venda de imbu no Sertão da Bahia em 2013


As fotos

Nestas fotografias podemos observar a venda de imbu no Sertão da Bahia na safra de 2013. As fotografias foram obtidas nas comunidades de Caldeirão da Serra no município de Curaçá e Flamengo no município de Jaguarari, Bahia.







Os fatos

O extrativismo do fruto do imbuzeiro é uma das principais fontes de renda de muitos agricultores do Sertão baiano.  A principal forma de comercialização do fruto do imbuzeiro na região ainda é a venda para atravessadores que representam grandes comerciantes de Salvador, Recife e outras capitais do Nordeste ou as margens das rodovias que cruzam o sertão. Nesta forma de comercialização os atravessadores fazem um contrato verbal com os agricultores na comunidade para compra de toda a safra de imbu. O preço do saco de imbu que normalmente é comercializado por R$ 12,00. Este ano, em função da seca, o saco do imbu está sendo comercializado por R$ 30,00 ou R$ 33,00 para venda aos atravessadores. Para aqueles agricultores que trazem os frutos para as feiras livres ou para margem das rodovias, o preço é maior, pois estes vendem um litro por R$ 2,00, o que pode proporcionar uma renda de até R$100,00 por saco. A produção de frutos do imbuzeiro este ano pode ser menor que a safra 2010 e 2011 que foram de 9.804 e 9.327 toneladas, respectivamente, segundo dados do IBGE (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, v. 26, 2011). Todavia, essa atividade garante uma renda extra para os pequenos agricultores que não tiveram praticamente nenhum lucro de lavouras em suas roças com a seca de 2012.

O processamento do imbu no Sertão da Bahia em 2013



As fotos

Nestas fotografias, podemos ver agricultoras de comunidades do Sertão da Bahia processando doce, geleia e suco de imbu. As fotos foram obtidas na safra de 2013, nos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos, Bahia.








Os fatos

Embora a seca que atingiu a região semiárida do Nordeste tenha castigado severamente os pequenos agricultores, a safra do imbuzeiro já trouxe animo para muitos que fazem o extrativismo desta fruta. Nos municípios de Uauá, Canudos, Curaçá e outros do Sertão baiano, as fabriquetas de derivados do imbuzeiro estão a todo vapor. Em função da seca e ainda predomina em algumas regiões do Sertão, a safra está sendo menor que a do ano de 2012, porém, não faltam frutos para que os pequenos agricultores processem vários produtos derivados do fruto do imbuzeiro, tais como: doces, geleias, suco, compotas, etc. Das 16 minifábricas que fazem parte da COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos Uauá e Curaçá), poucas ainda não iniciaram o processamento. Essa atividade engloba 144 cooperados e mais de 300 famílias do Sertão da Bahia, gerando renda e ocupação de mão-de-obra no meio rural nordestino. Atualmente mais de 10 produtos são processados nessas pequenas unidades de produção com destaque para o doce em massa, a geleia e a compota de imbu. Alguns desses produtos já alcançaram o mercado externo e estão em expansão em vários estados do Brasil. Porém, o maior mercado consumidor dos produtos derivados do imbuzeiro é o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que distribui os produtos na rede de escolas da região. Para os agricultores que fazem parte das unidades de processamento, a renda obtida com o imbu é uma garantia de sobrevivência no Sertão, mesmo em anos de seca severa.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A safra do imbuzeiro no Sertão do Nordeste em 2013



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar agricultores da comunidade de Riacho do Sobrado no município de Casa Nova, BA, vendendo frutos do imbuzeiro na feira livre de Areia Branca em Petrolina, PE.







Os fatos

Embora a região semiárida do Nordeste tenha sofrido bastante com a seca que afetou toda a agricultura e pecuária em 2012, a safra do imbuzeiro está em pleno andamento em algumas regiões do Sertão. Neste momento, em muitas comunidades do Sertão, a colheita e venda do imbu é uma das principais fontes de renda dos agricultores. Este ano, na região do Sertão da Bahia e Pernambuco, a safra teve início na última quinzena de janeiro, isto, principalmente pela falta de chuvas nos meses de novembro e dezembro. As chuvas desses meses servem para que os frutos cresçam e já estejam maduros no final do ano. A seca de 2012 afetou severamente a produção do imbuzeiro, pois, na época das flores que vai de agosto a setembro, não existia outras plantas em floração na caatinga em função da seca e um inseto chamado “cascudo”, juntamente com as altas temperaturas provocaram grandes danos aos botões florais do imbu com reduções significativas na produção deste ano. Todavia, mesmo com a seca, mais uma vez ficou provado que o imbuzeiro tem capacidade de sobrevivência no Sertão e pode contribuir substancialmente com a renda dos agricultores da região.  O negócio com o imbu na região semiárida do Nordeste, que vai da colheita, comercialização, processamento de doces e polpas, chegam a rende mais de R$ 6 milhões ao ano para economia regional. O extrativismo do fruto do imbuzeiro é praticado nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e na parte semiárida de Minas Gerais, sendo o Estado da Bahia o maior produtor com uma média 10.000 toneladas colhidas por ano. As irregularidades climáticas que afetaram a região Nordeste em 2012 impossibilitaram a produção de muitas culturas e a morte de muitos animais, causando perdas irrecuperáveis para os agricultores. Embora a safra deste ano seja menor, o preço que os agricultores  vem obtendo é maior que em anos de safra regular, isto é, normalmente o litro de imbu é comercializado a R$ 0,50 e neste ano é de R$ 2,00 o que pode proporcionar uma boa renda para os agricultores que realizam seu extrativismo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Chuva, seca e esperança no Sertão de Pernambuco


As fotos


Nestas fotografias podemos observar áreas da caatinga preparadas para o plantio e agricultores plantando. As fotografias foram obtidas no Sertão de Pernambuco e do Piauí.










Os fatos


Em alguns municípios do Sertão Pernambucano, o início de janeiro foi muito promissor quanto à ocorrência de chuvas depois de um longo ano de seca severa. As chuvas encheram açudes, barreiros, barragens e cisternas. Novamente o verde da caatinga trouxe muita alegria para os agricultores, principalmente para aqueles que já tinham perdido quase todo seu rebanho de bovinos por falta de comida e água. Outros iniciaram o preparo das terras e começaram o plantio de milho e feijão na esperança de que as chuvas continuem. No município de Moreilândia choveu até o dia 31 de janeiro 274 mm, seguido pelo município de Araripina com um total de 226 mm. No município de Ouricuri e Exu a precipitação foi de 199 e 186 mm, respectivamente. Nos demais municípios houve chuvas significativas que diante da calamidade que vinham enfrentando, hoje o cenário é de muita esperança. Em função dessas chuvas, os governos de alguns estados do Nordeste iniciaram a distribuição de sementes para que os agricultores não perdessem as primeiras chuvas, pois, o plantio cedo pode garantir boa colheita. Todavia, nas duas últimas semanas, a falta de chuvas e as altas temperaturas novamente voltam a desanimar os agricultores, pois, o que germinou, não está suportando o sol forte. Por outro lado, para os animais a vegetação verde e a água acumulada nos barreiros e açudes garante sua sobrevivência por mais um período. Resta aos agricultores a fé de que nos próximos dias as chuvas definitivamente voltarão à região trazendo novamente a alegria para os sertanejos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

As chuvas voltaram ao Sertão de Pernambuco em 2013


As fotos

Nesta fotografia podemos observar o momento de uma chuva, barreiros com água captada da chuva e plantas de sete-cascas floridas no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

Na noite de 17 de janeiro de 2013, após 365 dias sem chuvas significativas no Sertão de Pernambuco, finalmente os sertanejos acordaram no dia 18 de janeiro com partes de suas cisternas e barreiros com bastante água. Para a maioria dos municípios do Sertão as chuvas desse dia foram significativas. No município de Araripina choveu 114,6 mm. No município de Exu a precipitação total foi de 101 mm, seguido pelos municípios de Moreilândia com 80 mm, Santa Filomena com 75,8 mm e Belém do São Francisco com 66,5 mm, segundo dados da  Agência Pernambucana de Águas (http://www.apac.pe.gov.br/meteorologia). Nos demais municípios do Sertão Pernambucano e do Sertão do São Francisco, as precipitações foram significativas, diante da situação de calamidade que os mesmos enfrentavam. No Campo Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE, a precipitação foi de 80 mm.  Esse volume veio quebrar o quadro de seca severa, visto que, nesta área choveu somente 145,5 mm em todo o ano de 2012. Em 35 anos de observações, 2012 foi um dos piores anos de irregularidade de chuvas no Sertão do Nordeste. Este final de semana será de expectativa se haverá mais chuvas, todavia, muitos agricultores já iniciaram o plantio na esperança de conseguir alguma produção se ocorrer outras chuvas na região. O mais importante neste momento é que essas chuvas trouxeram um grande alívio para muitos agricultores que já tinham perdido parte dos rebanhos por falta de alimentos e sede. Agora há uma certeza de que nos próximos dias haverá pastagem para os animais e a água acumulada nos barreiros irá matar a sede dos mesmos. Contudo, o que mais alegra os sertanejos é que os especialistas em clima que só davam notícias ruins afirmando que 2013 será semelhante a 2012, eraram novamente e 2013 teve um bom início para o Sertão. 

sábado, 5 de janeiro de 2013

As cisternas de polietileno no Sertão do Nordeste



 As fotos

Nestas fotografias podemos ver algumas cisternas de plástico e o transporte das mesmas no Sertão do Nordeste. As fotografias foram obtidas em Comunidades de Pernambuco, Bahia, Piauí.






Os fatos

Embora o ano de 2012 tenha sido marcado por uma seca severa que afetou toda região semiárida do Nordeste, duas ações governamentais tiveram destaque neste ano. A primeira foi o alcance da meta de  implantação de meio milhão cisternas de placas em todo o semiárido coordenada pelo Programa Cisternas, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a segunda: o início da produção e distribuição das cisternas de plástico pelo  Ministério da Integração Nacional, com objetivo de instalar 300 mil cisternas de polietileno e 450 mil de placas de cimento até 2014. Até o final de 2012 já haviam sido instaladas 17,8 mil cisternas de polietileno no Semiárido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Embora algumas organizações sociais tenham feito severas críticas ao programa das cisternas de plástico, apenas 134 apresentaram deformações ou irregularidades de fabricação. Entre os argumentos dos críticos o mais forte é que  o governo federal vai investir R$ 1,5 bilhão na instalação de 300 mil cisternas de plástico, enquanto que esse valor gasto pelo governo corresponde a mais que o dobro do que a ASA ( Articulação no Semiárido ) gastou para construir 500 mil cisternas de placas no Semiárido até o momento. A discussão básica é que cada cisterna de plástico custa aos cofres públicos R$ 5 mil e a cisterna de placa custa R$ 2.080,00. Por outro lado, as controversas sobre a eficiência e resistência das cisternas de plástico na região semiárida do Nordeste não se sobrepõe a capacidade e o alcance que o Programa Água Para Todos do Brasil Sem miséria vem desenvolvendo. Segundo o Relatório do Tribunal de Contas da União, os problemas apresentados pelas cisternas de placas, tais como, vazamentos, contaminação da água e mau funcionamento das bombas, tem comprometido o êxito deste programa. Contudo, o grande avanço alcançado pelo Programa Água Para Todos é o acesso à água para o consumo pelas famílias que até então não tinham sido atendidas pelo P1MC nesses últimos 10 anos. Com a agilidade que o programa vem atuando, as 750 mil famílias rurais sem acesso a água de consumo será atendida até 2013. Uma das características marcante é que as famílias não ficam mais a mercê das políticas locais manipuladas pelas lideranças que escolhia quem e quando receberia uma cisterna. Hoje já é possível ver cisternas em residências recém-construídas. A pergunta que nos preocupa é se teremos carros-pipas para abastecer todas essas cisternas, visto que, a distribuição de água pelos carros-pipas em 2012 não foi suficiente para atender as necessidades dos agricultores nas mais diversas áreas dos sertões nordestinos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Água e alimentos para os animais na seca



As fotos

Nestas fotografias podemos observar o consumo de plantas nativas da caatinga pelos animais no período de seca. As fotografias foram obtidas em áreas de caatinga de Pernambuco e da Bahia.












Os fatos

Tivemos em 2012 um dos piores anos para agricultura e pecuária dependente de chuvas nos sertões do Nordeste. As irregularidades das chuvas provocou a perda das culturas tradicionais como o milho, o feijão, a mandioca, entre outras e a morte de um grande número de animais, principalmente de bovinos. As chuvas não foram suficientes para formação de pastagens e para acumulação de água nos açudes e barreiros para os animais. Água para o consumo das famílias, embora com dificuldades, foi fornecida pelos governos Federal, estaduais e  municipais com a operação carro-pipa. Más, água para a produção de alimentos e consumo dos animais foi o grande dilema desta seca. Muitos agricultores venderam parte dos rebanhos para comprar água e alimentos para os animais restantes, porém, muitos outros perderam praticamente todo seu rebanho. Que ensinamento podemos tirar dessa seca! Nos últimos 30 anos, muitas alternativas para convivência com a seca foram desenvolvidas e/ou adaptadas por órgãos federais e estaduais para que os agricultores que habitam as regiões de maior incidência de seca pudessem superar as dificuldades da falta de chuvas. Algumas dessas alternativas como o capim buffel não foram suficientes para superar a seca, mais provocaram grande desmatamentos da caatinga com a formação de áreas de pastagens. Por outro lado, pouco ou quase nada foi realizado no sentido de conscientizar os agricultores que as plantas nativas da caatinga poderiam contribuir substancialmente para superação das dificuldades para alimentação dos animais na seca. Más, o que se viu neste ano foram cenas já bastante conhecidas dos agricultores, isto é, a utilização maciça das plantas da caatinga como única alternativa, em muitos casos, para salvar os animais. Essas plantas são o mandacaru, o xiquexique, o facheiro, a macambira, o caroá, entre outras. Mesmo com a falta de chuvas, essas plantas salvaram a vida de muitos animais na caatinga e a trajetória de muitas famílias do Sertão. Todavia, para aqueles agricultores que tiveram nas plantas da caatinga a salvação dos animais, talvez eles repensem e comecem a cultivar essas plantas para que em futuras secas suas dificuldades sejam amenizadas.