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domingo, 12 de março de 2017

A cisterna calçadão e a seca no semiárido nordestino

As fotos 

Nestas fotografias podemos observar os aspectos atuais de algumas cisternas calçadão no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE. 


















Os fatos 

A água é, provavelmente, o único recurso natural que tem a ver com todos os aspectos da civilização humana, desde o desenvolvimento agrícola e industrial aos valores culturais e religiosos arraigados na sociedade. É um recurso natural essencial, seja como componente bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores sociais e culturais e até como fator de produção de vários bens de consumo final e intermediário. Neste contexto, está foi inserido o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC),que teve como meta construir um milhão de cisternas para coletar água da chuva com objetivo de atender as necessidades de água de beber das famílias. Atualmente, o P1MC contabiliza aproximadamente mais de um milhão de cisternas construídas, beneficiando diretamente as famílias que tem a garantia de água para consumo. Com o surgimento do programa uma terra e duas águas (P1 + 2) novas ações foram sendo desenvolvidas na região semiárida do Nordeste. O marco referencial do P1+2 é o “Programa 1-2-1” desenvolvido na China a partir dos anos 1990. Por meio do P1+2, a China alcançou a soberania alimentar, passando de uma agricultura anual de grãos para uma agricultura de hortaliças e frutas, de alto valor comercial, potencializou a criação de pequenos animais - especialmente ovinos - além de assegurar água para o meio ambiente. Com este programa (P1+2), milhares de famílias, estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido. Associadas ao processo de formação, as tecnologias sociais criam melhores condições para que agricultores e agricultoras fortaleçam seus sistemas de produção, gerando segurança alimentar e nutricional.  A inclusão de frutas na alimentação incrementa a qualidade nutricional das dietas familiares visto que elas oferecem quantidades significativas de micronutrientes. A proposta da cisterna, além de garantir variedade na produção de frutas para suprir as deficiências nutricionais das famílias, contribui para melhoria na qualidade de vida, na prevenção de doenças e até mesmo na mudança dos hábitos alimentares dos agricultores da região semiárida do Nordeste. No Sertão de Pernambuco foram implantadas mais de 22 mil cisternas calçadão. Todavia, com as secas que vem ocorrendo, sucessivamente na região semiárida do Nordeste, essas alternativas parecem não terem sido exitosas em muitas comunidades. Contudo, acredita-se que a falta de orientação de como a água captada nas cisternas deveria ser utilizada, pode ser uma das causas desses insucessos, visto que, há experiências com bons resultados.


A seca e os alimentos para os animais da caatinga

As fotos 

Nestas fotografias podemos observar plantas de imbuzeiros com frutos caídos ao chão sendo consumidos pelos animais da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE. 
















Os fatos


A seca que vem castigando o Sertão de Pernambuco nos últimos anos tem causado danos severos para fauna e flora da região, principalmente para os animais silvestres que tem dificuldade para encontra água e alimentos na caatinga seca.  De março de 2016 até março de 2017, choveu apenas 145,1 mm na região. A partir de março de 2016 as chuvas foram as seguintes: março – 33,5 mm, abril – 3,7 mm, maio – 15,6 mm, junho – 0, julho – 3,8 mm, agosto – 0, setembro – 0, outubro – 25,0 mm, novembro – 7,2 mm e dezembro com 9,5 mm, totalizando 106,3 mm no período. Este ano a distribuição foi a seguinte: janeiro – 0, fevereiro – 35,5 mm e março até hoje -3,3 mm. Assim, se levarmos em conta as chuvas de março de 2016 até março de 2017, temos um total de 145,1 mm. Este volume é semelhante ao ocorrido no ano de 2012 quando foram registrados somente 147,0 mm na região. Diante desse cenário, algumas plantas da caatinga destacam-se na produção de frutos, mesmo diante de uma irregularidade pluviométrica gravíssima, como o imbuzeiro. Embora sua produção também tenha sido afetada pela seca recorrente, elas ainda conseguem produzir bastantes frutos que vão alimentar muitos animais da fauna e flora da caatinga.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A busca de frutos do imbuzeiro para consumo pelos animais da caatinga



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar plantas de imbuzeiro com frutos caídos ao chão e animais da caatinga em busca de frutos do imbuzeiro para consumo. Pode-se ver também plantas de favela e imburana e parte da caatinga onde a vegetação ainda está muito seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE. 


































Os fatos

Embora tenham ocorrido algumas chuvas em pontos isolados do Sertão de Pernambuco, na área de caatinga do município de Petrolina, do começo de janeiro até o momento, choveu apenas 35,4 mm. A caatinga ainda está muito seca. Todavia, algumas plantas nativas da caatinga como o imbuzeiro, a faveleira e a imburana, estão em época de produção. Os frutos dessas plantas são os principais alimentos de muitos animais da caatinga. Na época de queda do imbu maduro, muitos animais da caatinga aparecem embaixo dos imbuzeiros para consumir seus frutos. Nas áreas de caatinga preservadas os principais consumidores do fruto do imbuzeiro são os caititus, os veados, os jacus e o tatu-peba. Nas áreas de caatinga degradada, os caprinos são os maiores consumidores de frutos do imbuzeiro. Contudo, é nessa época que muitos caçadores aproveitam para matar os veados e caititus que vão aos imbuzeiros em busca de frutos.