sábado, 17 de abril de 2010

O cultivo de milho no sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos ver um agricultor cultivando milho. A fotografia foi obtida no dia 15 de abril de 2010 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

No sertão de Pernambuco, o início de 2010 não foi muito bom para a agricultura de subsistência. Na maior parte da região, não choveu durante o mês de janeiro, o que impossibilitou o plantio de qualquer lavoura pelos agricultores. Na comunidade de Barreiro, em fevereiro choveu nos dias 6 (4,2 mm), 7 (4,1 mm) e no dia 26 (45,3 mm), totalizando 53,6 mm. Os agricultores que plantaram com essas chuvas estão animados e esperam uma boa colheita, principalmente para o milho. No mês de março, choveu 2,5 mm no dia 1, 70,6 mm no dia 6, 11 mm no dia 7, 13,7 mm no dia 20, 21,3 mm no dia 22 e 2,1 mm no dia 23 de março, num total de 121,2 mm. Essas chuvas favoreceram o crescimento do milho e do feijão. Em abril as chuvas que ocorreram nos primeiros 15 dias foram bastante significativas, sendo 7,5 mm no dia 2, 10,3 mm no dia 4, 57,3 mm no dia 8, 42,9 mm no dia 9 e 14 mm no dia 15 de abril. Até este momento, foi registrado um total de 306,8 mm na comunidade. Contudo, se não ocorrer chuvas no mês de maio, a safra do milho poderá ser comprometida, visto que esta cultura é bastante exigente em água no período de floração e formação das espigas.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

As chuvas de março e abril no sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos ver a água escorrendo pelo extravasor ou ladrão de uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 15 de abril de 2010 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

O começo do ano de 2010 não foi muito promissor para os agricultores do sertão nordestino. Em dezembro de 2009 foram registradas três ocorrências de chuvas na região, sendo 20,8 mm no dia 2, 34,7 mm no dia 26 e 6,6 mm no dia 30 de dezembro. Com estas chuvas,  acreditava-se que o verão ia ser normal, isto é, haveria muita chuva nos meses de janeiro, fevereiro e março. Na comunidade de Barreiros em janeiro não foi registrada nenhuma ocorrência de chuva. Em fevereiro choveu nos dias 6 (4,2 mm), 7 (4,1 mm) e no dia 26 (45,3 mm), totalizando 53,6 mm. Os agricultores que plantaram com as chuvas de dezembro de 2009, perderam sua lavoura com a seca de janeiro e o forte calor de fevereiro. Ainda havia esperança de que no mês de março as chuvas fossem normais, contudo neste mês ocorreram somente 6 precipitações, sendo 2,5 mm no dia 1, 70,6 mm no dia 6, 11 mm no dia 7, 13,7 mm no dia 20, 21,3 mm no dia 22 e 2,1 mm no dia 23 de março, num total de 121,2 mm. Tomando-se como base as chuvas dos anos anteriores, março de 2010 não foi bom para chuva. Os agricultores que plantaram, novamente no final de fevereiro, ficaram muito contentes com as chuvas de março, embora, em termos de volume, tenha sido muito pequeno. Em abril as chuvas que ocorreram nos primeiros 15 dias foram bastante significativas, sendo 7,5 mm no dia 2, 10,3 mm no dia 4, 57,3 mm no dia 8, 42,9 mm no dia 9 e 14 mm no dia 15 de abril. Até este momento, foi registrado um total de 306,8 mm na comunidade. Essas chuvas contribuíram para o acúmulo de um volume significativo de água nas cisternas da comunidade como podemos ver na residência do senhor Alírio Macêdo, a cisterna transbordando. Se faltar água para a lavoura, pelo menos haverá água para o consumo da família.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O filhote do quero-quero


A foto

Nesta fotografia podemos observar um pequeno filhote de quero-quero. A fotografia foi obtida em 27 de março de 2006 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O quero-quero ou tetéu (Vanellus chilensis) é uma ave da ordem dos Ciconiiformes (anteriormente Charadriiformes), pertencendo à família dos Charadriidae. É uma pequena ave que se caracteriza, principalmente pelo colorido geral cinza-claro na cabeça, peito e na cauda. Uma característica do quero-quero é a defesa do ninho. De modo geral o quero-quero aparece na caatinga no período das chuvas. Faz seu ninho no meio do campo sem qualquer proteção. A fêmea normalmente fica sobre os dois ovos e o macho em volta. Quando qualquer animal ou pessoa se aproxima, estes fazem uma verdadeira guerra para defender o ninho. Uma coisa intrigante é que o quero-quero fica totalmente exposto ao sol sobre o ninho. Os ovos são postos durante a primavera em um ninho feito no solo. Como os ovos têm a casca pintada com manchas escuras, muitas vezes são pisados por pessoa ou outros animais. O macho é agressivo e ataca qualquer coisa que se aproxima do ninho. Na foto podemos ver um pequeno filhote de quero-quero.

domingo, 11 de abril de 2010

As sementes do imbuzeiro danificadas pelo rato silvestre



A foto

Nesta fotografia podemos observar sementes de imbu danificadas pelo rato silvestre.  A fotografia foi obtida em 27 de agosto de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Dentre as sementes da caatinga, a do imbuzeiro é uma das que apresenta o endocarpo mais duro. As sementes de imbu dispõem em seu endocarpo de um embrião que é responsável pela sua multiplicação, contudo este embrião é um dos alimentos preferidos pelos ratos silvestres da caatinga. Normalmente os ratos levam as sementes até o buraco do tronco e após a trituração da casca, consomem o embrião que é uma pequena amêndoa. Alguns ratos chegam a consumir o embrião de até 16 sementes por dia. Considerando que este consumo ocorre durante toda a entressafra, os danos são consideráveis para propagação desta espécie. Uma das formas de evitar este problema é fechar os buracos dos troncos do imbuzeiro.  

O consumo de sementes do imbuzeiro pelo rato silvestre na caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rato no tronco de um imbuzeiro.  A fotografia foi obtida em 29 de outubro de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O rato silvestre (Oligoryzomys nigripes) é um pequeno roedor com uma distribuição bastante regular na caatinga. A sua dieta consiste principalmente de frutos e sementes, mas também se pode alimentar de diversos restos de culturas, principalmente de milho e feijão. Na caatinga há um grande número de ratos silvestres. Normalmente as plantas de imbuzeiro antigas, apresentam buracos no tronco o que facilita a morada destes animais. No período da safra do imbuzeiro, os ratos levam as sementes até os buracos das plantas e consomem o embrião das sementes.  A ação destes animais pode ser responsável, em partes pela baixa ocorrência de plantas novas de imbuzeiro na caatinga. Este fato ocorre porque, na falta de outros alimentos, os ratos passam todo o ano comendo as sementes do imbu.

A beleza da alma de gato na caatinga do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma alma de gato. A fotografia foi obtida em 11 de maio de 2004 na caatinga da comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A alma de gato (Piaya cayana) é uma das belas aves da caatinga. Esta espécie é encontrada desde o México até a Argentina. No Brasil, pode ser encontrada em todas as regiões, habitando, principalmente as matas e borda de matas. A visualização desta ave é difícil porque ela sempre esta entre a folhagem. Na região Nordeste seu grito lembra um miado de gato. As aves desta espécie, normalmente utilizam o mesmo ninho colocando diversos ovos. Na caatinga os ninhos geralmente contém de 2 a 3 ovos, de cor verde azulada. Há uma diferença entre o nascimento dos filhotes e um sempre cresce mais rápido do que o outro. E o filhote maior joga o menor fora do ninho. No interior do sertão, alguns agricultores acreditam que a alma-de-gato possui um canto que atrai problemas, por isso, quando ela é encontrada, sempre é abatida. A alma de gato é insetívora, alimentado-se, principalmente de lagartas.

sábado, 3 de abril de 2010

Os caprinos e a caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rebanho de caprinos na caatinga seca.  A fotografia foi obtida em 15 de outubro de 2003 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato


A região semiárida do Nordeste é constituída por várias sub-regiões, onde predominam uma grande diversificação de clima, vegetação, solo, água e de aspectos socioeconômicos. Todavia, quando há longos períodos de estiagem, toda região sofre com as calamidades da seca. Nessas regiões algumas espécies como a juerminha (Desmanthus virgatus, L. Willd), a faveira (Parkia platycephala Benth), o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart), o imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda), o mororó (Bauhinia cheilantha, Bong. Steud.), o feijão bravo (Capparis flexuosa L.), a maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & K. Hoffm.), o pau-ferro (Caesalpina férrea Mart.), a favela (Cnidoscolus phyllacanthus Pax & H. Hoffm.) entre outras, são de grande importância para o pastoreio dos animais, principalmente para os caprinos na época de estiagem que ocorre na região. Os caprinos são à base de sustentação econômica da maioria dos pequenos agricultores da caatinga. Por outro lado, muitos agricultores têm um rebanho grande de animais em relação à área de sua propriedade. Este fato tem gerado muitos problemas, principalmente, porque em algumas comunidades os animais são criados soltos na caatinga. De modo geral, os animais passam o dia na caatinga e voltam para o aprisco no final da tarde para beber água e consumir alguma ração ou sal mineral.  Contudo, no mês de agosto e setembro quando tem início o período de seca, a situação dos agricultores é muito difícil para alimentar seus animais, como podemos ver na fotografia, os animais indo para caatinga que está praticamente seca. O rebanho de caprinos da região semiárida esta estimado em mais de 8,3 milhões de cabeças. Este rebanho vive em sistemas de pastejo extensivo, onde a caatinga é o principal sustentáculo para os rebanhos.

A alimentação do caititu na caatinga

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A foto

Nesta fotografia pode observar um caititu em cativeiro.  A fotografia foi obtida em 8 de maio de 2003 na comunidade de Nova Descoberta no município de Petrolina, PE.

O fato

O caititu (Tayassu tajacu) que é encontrado na caatinga do Nordeste é uma das três espécies de pecaris existentes no Brasil. São semelhantes aos porcos domésticos, por isso são também chamados de porcos do mato. A principal diferença dos porcos verdadeiros são seus caninos pequenos. Quando estão ameaçados, batem os dentes como mecanismo de defesa fazendo um grande barulho. O caititu das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. Em um trabalho de pesquisa que estamos realizado, são identificadas as fontes de alimentos de um bando de caititus em uma área de caatinga nativa da Embrapa Semiárido. O trabalho consiste no levantamento das plantas que apresentam partes consumidas pelos caititus em diferentes períodos do ano. Os resultados preliminares demonstraram que no período de janeiro a abril quando ocorrem chuvas na região, a base da dieta dos caititus são os frutos do imbuzeiro caídos ao chão e as raízes da maniçoba. No período de maio a agosto, as raízes da faveleira e do caroá são as mais consumidas pelos caititus. De agosto a dezembro, a raiz do caroá é a principal fonte de alimentação dos caititus. Em cada período de avaliação são coletadas fezes dos animais para análise dos restos das partes das plantas consumidas.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O teíu da caatinga nordestina




A foto

Nesta fotografia pode observar um teíu.  A fotografia foi obtida em 5 de maio de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.


O fato

O teiú (Tupinambis merianae) é um dos maiores lagartos da caatinga nordestina. No período da safra do imbuzeiro, o teiú é visto consumindo frutos caídos ao chão. Este lagarto também se alimenta dos insetos e larvas dos frutos maduros do imbuzeiro.  No sertão, os caçadores ficam nas galhas dos imbuzeiros esperando os teiús para matá-los, pois sua carne é muito apreciada.  Normalmente o teiú é visto nas horas mais quentes do dia, por ser um animal de sangue frio.