segunda-feira, 30 de abril de 2012

Não choveu nada no Sertão no mês de abril de 2012



As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns barreiro com e sem água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

As chuvas que ocorreram até o momento no Sertão de Pernambuco, não têm contribuindo para amenizar a seca severa que afeta toda região. Do dia primeiro de janeiro de 2012 até hoje, 30 de abril, choveu somente 105,1 mm na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido. No mês de janeiro não foi registrada nenhuma precipitação. Essa ocorrência não é exceção, visto que no mês de janeiro de 2006 também não choveu nada na região. Contudo, a média histórica de uma série de 1982 a 2011 para o mês de janeiro é de 92,4 mm. No mês de fevereiro choveu um total de 84,5 mm. Esse volume é superior à média histórica para o mês de fevereiro que é de 83,9 mm. No mês de março o total de chuvas na região foi de 20,6 mm, muito abaixo da média para esse mês que é de 129,4 mm. Contudo, no mês de abril de 2012 não foi registrada nenhuma precipitação na Estação Experimental da Caatinga. A média histórica para esse mês é de 68,6 mm. Embora já tenha sido registrado mês de abril sem chuvas como foi em abril de 1999, a situação da região semiárida de Pernambuco é uma das mais difíceis dos últimos anos. Como as médias históricas dos meses de maio, junho, julho, agosto e setembro não são significativas, agora só resta aos agricultores do Sertão esperar as trovoadas de outubro de 2012.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A situação do milho no Sertão com a falta de chuvas


As fotos

Nestas fotografias podemos observar o estádio de desenvolvimento da cultura do milho na caatinga com a falta de chuvas. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




Os fatos

O ano de 2012 está sendo um dos piores em termos de chuvas no Sertão do Nordeste. No município de Petrolina no mês de janeiro não foi registrada nenhuma precipitação. Em fevereiro choveu um total de 84,5 mm, sendo 0,3 mm no dia 1 de fevereiro, 14,2 mm no dia 10; 5 mm no dia 11 e 8,5 mm no dia 12. A maior precipitação foi registrada no dia 19 de fevereiro com 56,5 mm. No mês de março foram registrados 20,6 mm, sendo 1,5 no dia 7 e 19,1 mm no dia 19 de março. Até o dia 26 de abril não foi registrada nenhuma precipitação em muitas áreas do Sertão de Pernambuco. Muitos agricultores que fizeram o plantio de milho e feijão com as chuvas de fevereiro estão vendo suas plantações se perderem com a forte insolação que tem ocorrido em toda região até este momento de abril. Este ano não haverá milho para ser assado nas fogueiras de São João no Sertão do Nordeste, como se pode ver na fotografia  o milho murcho e morrendo pela falta de chuvas.

O que resta de água nos açudes do Sertão


As fotos


Nestas fotografias, podemos observar o que resta de água em alguns açudes do Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos


No Nordeste semiárido existem mais de 70 mil açudes. Nesse total estão os grandes e pequenos açudes que chegam a armazenam mais de 30 bilhões de m³ de água. Um volume bastante grande, contudo não tem sido suficiente para amenizar as secas que constantemente afetam a região. Como esse valor é a capacidade estimada dos açudes, a água que realmente está armazenada não representa 50% desse total, visto que, as irregularidades das chuvas não contribuem para encher os açudes em sua capacidade máxima. Assim, vendo simplesmente os números, pode-se achar que há muita água no interior do Nordeste, todavia a realidade é de grandes açudes que nunca encheram ou passam o ano sem água. Por outro lado, há grandes açudes que tem pouca utilização e na verdade suas águas praticamente evaporam mais do que a quantidade utilizada. Na fotografia podemos ver o açude do Distrito de Cruz de Salinas com um pouco de água, a qual serve somente para o consumo animal. Como este açude estão muitos outros da região semiárida do Nordeste este ano. Considerando que até o momento as chuvas alcançaram um total de 105 mm, esses açudes não vão encher e as populações de seus entornos terão sérias dificuldades até a chegada das chuvas na região.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A primeira cisterna de plástico de Petrolina


As fotos

Nestas fotografias podemos ver cenas da fábrica de cisternas de plástico e a primeira cisterna de plástico implantada no Sertão do São Francisco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.









O fato

A implantação das cisternas de plástico em diversas comunidades do Nordeste tem sido uma ação muito pontual do Governo Federal no sentido de atender os anseios das famílias rurais que vem sofrendo ano a fio com as irregularidades das chuvas no Sertão. A facilidade na implantação é uma vantagem em relação às cisternas de placas, visto que, são necessários somente 3 dias para que a família tenha uma cisterna instalada. Antes, além dos problemas burocráticos do P1MC para instalação das cisternas, a construção era demorada, principalmente para a escavação do buraco. Hoje, a operação é simples e rapidamente todo o sistema é implantado deixando as famílias muito felizes.    A família beneficiada na comunidade foi a da agricultora dona Joelma Maria de Oliveira que já não tinha esperança de receber uma cisterna de placas pelo programa P1MC. Com essa cisterna as 5 pessoas da família não terão mais problemas com a falta de água para sua necessidades básicas.

Os jumentos da caatinga nordestina


A foto

Nesta fotografia, podemos observar um jumento e um filhote na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 19 de abril de 2012 na caatinga da comunidade de Atalho no município de Petrolina, PE.







O fato

Nada é mais tradicional no Sertão nordestino do que o jumento. Este animal que popularmente é chamado de jegue já foi a principal montaria para o transporte de pessoas e cargas no interior das caatingas. Onde não dava para ir no Jeep, o jumento chegava sem qualquer problema. No transporte de mantimentos, água, pessoas, etc. Toda família no interior do Sertão tinha seu jumentinho para realizar suas atividades diárias, principalmente, a busca de água para beber. Essas qualidades do jumento foram devidamente reconhecidas pelo Padre Antônio Vieira em seus sermões lá no interior do Ceará na capela de Várzea Alegre. Foi ele que em 1964 exaltou o jumento no livro “O jumento, nosso irmão” em 1964. Com essa campanha veio a música de Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga  intitulada “É verdade, meu senhor / Essa estória do sertão / Padre Vieira falou / Que o jumento é nosso irmão”. Todavia, como tudo passa, os tempos de glória do jumento passou, hoje com as facilidades de transportes, motos, caminhões chegando em todos os rincões do Sertão, os jumentos estão abandonados nas caatingas e as margens das rodovias causando graves acidentes.