Neste blog, estamos apresentando alguns fatos e fotos da caatinga, relacionados com as plantas nativas de importância para os agricultores e o meio ambiente, água, seca e os animais do semiárido.
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Nesta fotografia podemos observar uma residência que foi abandonada na caatinga com uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 7 de maio de 2003 na comunidade de Volta do Riacho no distrito de Cruz de Salinas, município de Petrolina, PE.
O fato
A construção de cisternas nas comunidades da região semiárida do Nordeste tem contribuindo de forma significativa para resolver em partes o problema da falta de água na região, porém há necessidade de um questionamento na hora de se decidir se aquela determinada família necessita realmente de uma cisterna. Em várias comunidades, muitas famílias deixam suas residências por motivos diversos e vai morar nas cidades, ficando as casas abandonadas com as cisternas. Por outro lado, ainda há muitas casas na caatinga sem cisternas, por isso que deveria ser questionada a permanência da família no campo antes da construção, pois, construir uma cisterna na casa de uma família que esta esperando uma oportunidade para morar na cidade é um desperdício de recursos e priva outros agricultores da utilização da cisterna.
Nesta foto, podemos observar um rebanho de caprinos na caatinga seca. A fotografia foi obtida no dia 20 de setembro de 2001 na caatinga da comunidade de Budim no município de Petrolina, PE.
O fato
A vida dos pequenos agricultores na caatinga não é muita fácil nos períodos de seca, principalmente para os criadores de caprinos e ovinos. Nos anos de seca, a vegetação da caatinga não é suficiente para sustentação dos animais. Embora alguns agricultores tenham feito o desmatamento de parte de suas propriedades para o plantio de capim buffel, no período da seca, está pastagem não suporta o pastejo dos animais, quando é a única alternativa. No ano de 2001, a situação foi grave para os criadores de caprinos e ovinos. Muitos agricultores só conseguiram salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas da caatinga, principalmente pelo uso do mandacaru. Na fotografia podemos ver que o rebanho do agricultor não é pequeno, fato que dificulta a criação na seca onde as exigências por água e alimentos são maiores. Falta orientação para os agricultores da verdadeira capacidade de suporte de suas áreas e um planejamento do rebanho, tais como, vender parte dos animais ainda no período de chuvas e controlar melhor o uso da caatinga com a formação de piquetes onde os animais podem aproveitar racionalmente as plantas da caatinga, principalmente com a adoção de algumas técnicas como o raleamento da caatinga e a formação de bancos de proteína com gliricídia, leucena, gandu, etc.
Nesta fotografia podemos observar a captação de água de estrada para uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 31 de janeiro de 2008 na Estação Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.
O fato
A tecnologia de captação de água de estradas e caminhos foi adaptada pela Embrapa Semiárido para região Nordeste no início dos anos 80, contudo, esta alternativa não foi muito utilizada pelos agricultores da região, visto que, foi pouco difundida pelos órgãos de extensão rural da época. Por outro lado, o aproveitamento das águas de estradas e caminhos torna possível o aproveitamento de um grande volume de água de chuva que se perde anualmente por escoamento superficial. Uma das alternativas para utilização desta água é seu armazenamento em cisternas, visando o consumo de animais ou a produção de frutas e hortaliças. Na fotografia podemos ver o barramento da estrada para captação. A técnica consiste do barramento da estrada e a formação de um filtro de pedra e areia para que a água entre na cisterna com uma menor quantidade de solo e impurezas. Uma vez ao ano, o solo depositado na cisterna é retirado. Com esta alternativa, um volume considerável de água pode ser armazenado e o criador não vai enfrentar dificuldade para matar a sede de seus animais na seca.
Nesta fotografia podemos observar um rebanho de bovinos as margens de um barreiro. A fotografia foi obtida no dia 25 de maio de 2000 no município de Mundo Novo, BA.
O fato
Nos anos de seca no Nordeste semiárido, a maior dificuldade dos criadores é o fornecimento de água para os animais. Existem muitas alternativas para a captação e o armazenamento de água das chuvas, contudo, o tradicional barreiro ainda é a mais utilizada. O problema é que em muitos casos os barreiros são construídos em locais inadequados, isto é, ou não tem área de captação ou o solo favorece a infiltração de um grande volume de água. Embora existam perdas consideráveis com a evaporação, a maior perada de água nos barreiros ainda é a infiltração. Em anos de pouca chuva, o volume armazenado nos barreiros não é suficiente para manter os animais durante os meses de seca, o que gera muita dificuldade para os criadores. Como podemos ver na fotografia, os animais bebem água e ficam as margens do barreiro, pois a vegetação do entorno já foi parcialmente degradada e praticamente não há mais pastagem para os mesmos.
Nesta fotografia, podemos observar o volume de água de um riacho temporário da caatinga no momento de uma cheia. A fotografia foi obtida no dia 11 de abril de 2009 no município de Petrolina, PE.
O fato
Se analisarmos a série histórica da ocorrência de chuvas na caatinga do município de Petrolina, PE de 1982 a 2010, podemos observar que as chuvas não apresentam grandes anormalidades em termos de volume, embora tenha ocorrido uma precipitação de 1.071,2 mm em 1985, o maior volume registrado na série, temos o ano de 1993 com 144,7 mm, sendo o ano de menor precipitação. Contudo, se levarmos em consideração todo o período, a média é de 531,4 mm o que pode ser considerando muito bom em termos de região semiárida. Por outro lado, ano a ano as secas se repetem na região, isto, em grande parte não pela falta de chuvas, más basicamente pela falta de estrutura para armazenarmos toda á água das chuvas que cai na região. Embora existam mais de 70 mil açudes no Nordeste semiárido que armazenam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água, ainda perdemos muito água de chuvas nas enchentes dos rios e riachos temporários da caatinga.
Nesta foto, podemos observar um caprino consumindo partes do facheiro na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 19 de dezembro de 2001 na caatinga do município de Petrolina, PE no período de seca.
O fato
No ano de 2001 foram registrados 340,9 mm na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE. Embora esse total seja um volume considerado regular para as condições do semiárido nordestino, o grande problema é a distribuição da chuva no tempo e no espaço. Neste ano, choveu 210,6 mm só no mês de março o que corresponde a 61,77% do total das chuvas do ano. O restante foi distribuído nos demais meses. Com essa distribuição, a produção de milho, feijão, etc. foi severamente afetada. Outro problema grave foi à formação de pastagem para os animais na caatinga. As chuvas não foram suficientes para formar pasto para os animais no período de seca que se agravou de julho a novembro de 2001. Essa situação foi mais grave para os criadores de caprinos e ovinos que tem como base de sustentação de seus rebanhos a vegetação da caatinga. Muitos agricultores só conseguiram salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas, entre elas, o mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus F. RITTER), o xiquexique (Pilosocereus gounellei K. Schum) e a coroa-de-frande (Melocactus bahiensis Britton & Rose). Todavia, a ocorrência de secas severas como esta pode contribuir para utilização excessiva destas plantas o que poderá levá-las a extinção num futuro próximo.
Nesta fotografia podemos observar um cancão no ninho. A fotografia foi obtida em uma área de caatinga nativa da Estação Experimental da EmbrapaSemiárido em Petrolina, PE.
O fato
O cancão é uma ave da ordem Ciconiiformes, família Falconidae, pertencente ao género Daptrius. Na caatinga do Nordeste, o cancão é o principal observador, nada passa despercebido deste pássaro na caatinga. Quando alguma coisa estranha ocorre, este pássaro é o primeiro que da o sinal e chama atenção dos demais animais. É onívoro. O cancão alimenta-se de quase tudo que encontra na caatinga, más da preferência a ovos de outros pássaros e larvas de insetos encontradas em ocos e em baixo das folhas que caem ao chão. Na caatinga, este pássaro é o principal consumidor dos frutos das cactáceas, tais como, mandacaru, xiquexique e facheiro. O cancão também conhecida como a Gralha da caatinga, pela semelhança com a gralha que dispersa sementes de pinheiros no sul do Brasil. O cancão normalmente vive em bandos de 3 a 5 pássaros. Para fazer o ninho, o cancão recolhe pequenos gravetos no chão da caatinga e levar para uma árvore alta onde faz o ninho. Normalmente, põe três ovos que geram filhotes aproximadamente aos 20 a 28 dias. Quando os filhotes nascem, há uma intensa disputa por alimento e sempre sobrevivem apenas dois.
Nesta fotografia, podemos ver um calango próximo a frutos do imbuzeiro, caídos ao chão. A fotografia foi obtida no dia 14 de maio de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.
O fato
Entre os pequenos répteis da caatinga, o calango (Cnemidophorus ocllifer) é um dos que se destaca por ser encontrado com mais facilidade. Este animal é de ampla distribuição geográfica, sendo encontrados na Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. No Brasil é encontrado, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. É um animal de preferência por áreas abertas e bastante ensolaradas, com vegetação rala, como ocorre na caatinga. Sua dieta é basicamente composta de artrópodes, como pequenos grilos, gafanhotos, cupins, formigas, aranhas e larvas de insetos. Na caatinga, o calango é um grande consumidor de larvas de insetos dos frutos do imbuzeiro caídos ao chão.
Nesta fotografia podemos observar um carro-pipa distribuíndo água para consumo. A fotografia foi obtida no dia 29 de maio de 2005 no povoado de Algodões no município de Custódia, PE.
O fato
Nos sertões do Nordeste brasileiro, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência dos agricultores e animais. A vulnerabilidade a que está exposta esta região é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem, em média, a cada cinco anos. As secas mais recentes foram responsáveis pela redução de 9% no produto da agropecuária regional e de 4,5% no PIB, com uma população atingida na ordem de 12 milhões de habitantes, dos quais, 2 milhões foram inscritos nas frentes de emergências de trabalho. Todavia, a busca de soluções para essas calamidades remota ao século 19, quando em 1845 o Imperador D. Pedro II deu início às primeiras iniciativas locais de combate às secas implementadas pelo Estado. Com a criação em 1909 da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada depois no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), teve início um programa de combate às secas, cujo objetivo principal foi a acumulação de águas por meio da açudagem e das obras de infra-estrutura com duração de 1909 a 1945. Vários programas vieram complementar as ações da IOCS e do DNOCS, tais como, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a SUDENE, o Projeto Sertanejo, entre outros. Contudo, os problemas da seca continuaram a trazer graves calamidades à população do Nordeste semi-árido. Embora, nos últimos anos, nesta região tenham ocorrido transformações sem precedentes - intensiva urbanização, desenvolvimento da infra-estrutura e expansão da irrigação no Vale do São Francisco, no oeste da Bahia e no Rio Grande do Norte - os sertanejos estão ainda mais vulneráveis, frente aos efeitos das secas, pois vivem num ambiente ecologicamente empobrecido, incapaz de oferecer recursos alternativos à escassez de água e alimentos, à margem das ilhas de modernidade do semi-árido. Recentemente, foi criado o Programa de Mobilização Social para Construção de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), com a participação das comunidades na busca de soluções para a falta de água no sertão. Segundo dados da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), até o final de 2009 foram construídas mais de 286.518 cisternas na região semiárida do Nordeste. Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros-pipas. Contudo, o carro-pipa também é uma alternativa para muitos povoados, vilas e pequenas cidades do sertão. Na fotografia, podemos ver um carro-pipa distribuindo água no povoado de Algodões no município de Custódia, PE.
Nesta fotografia, pode-se observar o transporte de água em ancoretas. A fotografia foi obtida no dia 20 de julho de 2010 na Comunidade de Fazenda Humaitá no município de Paulistana, PI.
O fato
Segundo dados da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), até o final de 2009 foram construídas mais de 286.518 cisternas na região semiárida do Nordeste. Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros pipa. Nessas comunidades os agricultores ainda precisam percorre longas distâncias até os locais onde encontram água disponível. Contudo essa atividade fica mais difícil em anos de irregularidades como está ocorrendo em 2010. No interior do município de Paulistana, na comunidade da Fazenda Humaitá, as chuvas que caíram até o mês de junho alcançaram somente 327 mm. Esse volume não é pequeno, se comparado com as médias da região, todavia a irregularidade na distribuição causou perdas significativas para os cultivos dos pequenos agricultores, principalmente para aqueles que plantaram milho, feijão e abóbora, como também, pouca ou nenhuma água foi acumulada nos reservatórios para o consumo dos animais. Na fotografia podemos ver o transporte de água em reservatórios confeccionados pelos agricultores com borracha de pneu e madeira, chamados de ancoretas. Este tipo de recipiente apresenta uma vantagem comparativa com as bombonas de plástico por ser mais duráveis e melhor para o transporte no lombo dos animais. Todavia, em função do preço e da facilidade de se comprar uma bombona de plástico, este tipo de reservatório, praticamente não é mais encontrado no sertão.
Nesta fotografia podemos ver uma planta de umburuçu com partes do tronco cortado para retirada de mel. A fotografia foi obtida no dia 24 de outubro de 2002 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.
O fato
A retirada do mel de abelha dos troncos das plantas pelos agricultores da caatinga é uma das atividades mais tradicionais da região. Embora em algumas comunidades a criação de abelhas já é praticada como uma atividade geradora de renda, o corte das plantas da caatinga ainda hoje ocorre de forma indiscriminada. Um problema é que os agricultores que colhem o mel, não estão muito preocupados com os danos causados as plantas. Eles cortam e queima toda e qualquer planta que tem uma colméia. Na foto podemos ver uma planta de umburuçu (Pseudobombax sp.) com seu tronco cortado.
Nesta fotografia podemos ver uma planta de imbuzeiro com uma planta de erva-de-passarinho em seus galhos. A fotografia foi obtida no dia 28 de agosto de 2003 na Comunidade de Conceição no Alto do Angico no município de Petrolina, PE.
O fato
A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. F.) é uma planta considerada como erva daninha e parasitária que ataca uma grande diversidade de plantas nos mais diferentes ecossistemas. É uma planta do gênero Phoradendron, pertencente á família Rubiacea. Essas plantas apresentam uma característica principal que é que suga os nutrientes das plantas hospedeiras e pode causar até a morte das plantas, embora para que isso ocorra leva muito tempo. Planta daninha do, a erva de passarinho é um vegetal parasita que possui inúmeras espécies. Por outro lado, a erva-de-passarinho contribui de forma substancial na alimentação dos pássaros que consomem seus frutos e fazem a sua dispersão. Os pássaros ingerem as sementes que são eliminadas mais tarde, junto com as fezes sobre a copa de outras plantas. Na caatinga do Nordeste, muitos agricultores retiram pantas de erva-de-passarinho para alimentar os caprinos na época de seca.
Nesta fotografia podemos observar uma bomba para retirada de água de poço profundo. A fotografia foi obtida em 22 de julho de 2010 na comunidade de Mulungu no município de Jaguarari, BA.
O fato
Nos sertões do Nordeste existem muitos poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas. O problema é que na maior parte destes poços a água é salobra. Embora esta água possa ser em alguns casos consumida pelos animais, na maioria das vezes é imprópria para o consumo humano. Contudo, em anos de secas severas, só resta à água salobra obtida pelos velhos cata-ventos. Esta é uma das realidades do sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiram ainda superar, visto que, pouco ou quase nada é investido para o acumulo de água nas propriedades. Como podemos ver com o programa 1 milhão de cisternas. Só com dinheiro público. A bomba da foto é uma alternativa para facilitar a retirada da água em poços da região, o lamentável é que em alguns casos como o citado, a água do poço é muito salobra e nem os animais estão aproveitando. Perdeu-se o dinheiro gasto na perfuração do poço e na aquisição da bomba.
Nesta fotografia podemos observar um agricultor em meio as hortaliças cultivadas com água de barreiro. A fotografia foi obtida em 20 de julho de 2010 na comunidade de Boa Vista no município de Paulistana, PI.
O fato
No Nordeste do Brasil há uma grande quantidade de pequenos reservatórios do tipo barreiro. Em anos de chuvas regulares, a quantidade de água armazenada pode ser utilizada de diversas formas, principalmente para garantia de consumo dos animais. Contudo, parte desta água pode ser utilizada para produção de pastagem para os animais ou para produção de fruteiras e hortaliças. Na fotografia podemos ver um agricultor da comunidade de Boa Vista no município de Paulistana, PI, que possui dois barreiros em sua propriedade e um destes é utilizado para produção de hortaliças. Com a água do barreiro este agricultor tem produzido cenoura, alface, coentro, tomate, cebolinha, pimentão, etc. Parte desta produção é comercializada com os vizinhos, garantindo uma renda para a família.
Nesta foto podemos observar a floração intensa de um ipê roxo na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 22 de julho de 2010 na caatinga do município de Jaguarari, BA
O fato
O ipê roxo (Tabebuia impetiginosa Mart) é uma das plantas com as flores mais belas da caatinga. Pode alcançar altura de 8 a 12 m na caatinga. Sua ocorrência é muito variada, podendo ser encontrado nas caatingas da Paraíba, Piauí, Ceará e Bahia. O ipê é uma planta de grande beleza para o uso ornamental, em função de sua intensa floração. Na caatinga logo após o final do período chuvoso, o ipê perde as folhas e inicia a brotação que termina com uma intensa floração nos meses de junho e julho com os frutos amadurecem nos meses de setembro a outubro.
Nesta fotografia podemos ver uma planta de imburana de cheiro (Amburana cearensis (Allemao) A. C. Smith) com intensa frutificação. A fotografia foi obtida no dia 22 de julho de 2010 na Comunidade de Conceição no município de Jaguarari, BA.
O fato
A imburana de cheiro (Amburana claudii (Fr. All.) A. C. Smith) é uma planta que ocorre nas caatingas nordestina de grande importância na medicina caseira. Conhecida, também como: ambaúrana, amburana, amburana de cheiro, cerejeira rajada, cumaré, cumaru, cumaru de cheiro, cumaru do ceará, cumbaru das caatingas, entre outros, é uma árvore de crescimento: pioneira com ocorrência em floresta estacional semidecídual , floresta ombrófila densa , cerrado , caatinga e de ampla distribuição Geográfica. Sua dispersão é anemocoria. A floração ocorre nos meses de abril, maio e junho, com a frutificação nos meses de junho a setembro. Seu fruto é do tipo sâmara de estrutura seca e cor preta, coriácea e contém apenas uma semente. No período da frutificação a planta fica desprovida de folhas. Os frutos, quando maduros caem no chão e são consumidos pelos animais silvestres e caprinos.
Nesta foto, podemos observar a semente do imbuzeiro e algumas fases do ataque de insetos ao embrião. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 26 de setembro de 2003.
O fato
Realizamos um trabalho com o objetivo de identificar o inseto que estava atacando as sementes de plantas nativas de imbuzeiro, localizadas na Estação Experimental da Caatinga, EMBRAPA Semiárido em Petrolina - PE. O trabalho foi realizado no período de novembro de 2002 a junho de 2003. Foram selecionadas ao acaso, 17 plantas em fase de produção, coletando-se, em fevereiro, 392 frutos maduros por planta, dos quais as sementes foram retiradas e armazenadas em temperatura ambiente. No final da safra, que ocorreu no mês de abril, foram também coletadas aleatoriamente, 392 sementes por planta, provenientes de frutos caídos naturalmente no chão. Foram avaliadas a porcentagem de sementes danificadas pelos insetos e a presença/ausência de larvas e/ou adultos na semente. Constatou-se que as sementes provenientes dos frutos colhidos na planta e armazenados, não foram danificadas pelo inseto, não havendo, portanto problemas na germinação. Contudo, 93% das sementes oriundas dos frutos caídos no chão, apresentaram-se danificadas pelo inseto, tendo sua germinação comprometida. Nestas sementes foram encontradas, em média, 82 com larvas e 15 com adultos por planta. A espécie identificada como a causadora dos danos as sementes do imbuzeiro foi a Amblycerus dispar (Sharp, 1885) (Kingsolver & Ribeiro-Costa, 1997). Este inseto pode ser uma das causas da baixa germinação das sementes do imbuzeiro em seu ambiente natural, prejudicando a dispersão desta espécie.
Nesta foto, podemos observar uma porção de sementes no oco de um tronco de imbuzeiro. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 15 de julho de 2002.
O fato
De modo geral, os imbuzeiros adultos apresentam partes do caule danificado que formam ocos. Nestes ocos geralmente são encontrados pequenos animais da caatinga, principalmente, ratos. Os ratos levam uma grande quantidade de sementes para dentro dos ocos e consomem seus embriões, danificando as sementes. As sementes de imbu dispõem em seu endocarpo de um embrião que é responsável pela sua multiplicação, contudo este embrião é um dos alimentos preferidos pelos ratos silvestres da caatinga. Normalmente os ratos levam as sementes até o buraco do tronco e após a trituração da casca, consomem o embrião que é uma pequena amêndoa. Alguns ratos chegam a consumir o embrião de até 16 a 22 sementes por dia. Considerando que este consumo ocorre durante toda a entressafra, os danos são consideráveis para propagação desta espécie. Uma das formas de evitar este problema é fechar os buracos dos troncos do imbuzeiro.