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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A sombra das árvores na caatinga do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos ver um rebanho de caprinos e ovinos na sombra de uma baraúna (Schinopsis brasiliensis) na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 25 de setembro de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Um dos grandes problemas que os criadores de animais da caatinga enfrentam é a isolação. No Nordeste brasileiro no período de seca que varia entre 6 a 9 meses, a pouca ou nenhuma cobertura de nuvens provoca uma exposição muito forte das plantas e animais aos raios solares. Este fenômeno é um agravante para todo o ecossistema da região, principalmente para os animais domésticos como os caprinos, ovinos e bovinos. Um fato interessante é que nas áreas de pastoril onde as grandes árvores foram cortadas para formação de pastagem não há como os animais se protegerem do sol. Esta exposição afeta severamente o desenvolvimento dos animais, visto que, estes já estão debilitados pela deficiência de alimentos. De modo geral, são aproximadamente mais de 3000 horas anuais de insolação. Este elevado índice de insolação contribui para que as temperaturas sejam sempre altas, com médias térmicas anuais elevadas na região do Sertão. Uma forma de proteger os animais é a formação de sombras com grandes árvores. Entre estas árvores destaca-se a Baraúna (Schinopsis brasiliensis). Mais esta planta tem sido indicada como causadora da morte dos cabritos pela ingestão das vagens que causam problemas intestinais levando os animais a morte. Assim, os agricultores hoje não mais estão preservando estas plantas. 

sábado, 1 de janeiro de 2011

O carvão vegetal no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar um agricultor acompanhando a queima de lenha em um forno ou caieira para produção de carvão vegetal. A fotografia foi obtida em 20 de setembro de 2002 no município de Petrolina, PE.

O fato

Há muitas controvérsias quanto à degradação da vegetação natural da caatinga. Contudo, a utilização da lenha para produção de carvão vegetal é uma das alternativas de renda para muitos pequenos agricultores. Esses agricultores que produzem pequena quantidade de carvão para consumo próprio e para venda em suas comunidades, realmente não são os grandes vilões do Sertão. Um detalhe que precisa ser esclarecido é que, de modo normal, os agricultores utilizam parte da madeira seca para produção do carvão. Em função das dificuldades inerentes a produção, este produto é para o consumo das famílias e, uma pequena parte é vendida. O saco de carvão é vendido por até 5 reais, valor muito baixo, se for considerado o trabalho para sua obtenção. Segundo os agricultores, eles só fazem carvão para venda quando a situação está muito difícil. Com certeza, não são esses agricultores responsáveis pela devastação demonstrada recentemente nos estudos que demonstraram um aumento no total de caatinga desmatada de 43,38% para 45,39% nos últimos seis anos. A taxa anual média de desmatamento nos seis anos foi de 2.763 quilômetros quadrados. Levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) divulgado recentemente apontou que, entre 2002 e 2008, a caatinga teve 16.576 quilômetros quadrados desmatados, o que equivale a mais da metade da área do Estado de Alagoas.  Por outro lado, em algumas áreas do Sertão de Pernambuco, principalmente na divisa dos municípios de Serra Talhada e Custódia, esta atividade está contribuindo para a devastação da caatinga, visto que, o carvão é produzido em grande escala e vendido para indústrias na capital Recife. Dessa região sai semanalmente 8 a 10 caminhões com 12 toneladas cada um de carvão. Não são esses produtores de carvão os verdadeiros pequenos agricultores, pois eles estão a serviço dos grandes atravessadores que levam o carvão para as indústrias. Porque não se faz uma ação diretamente nas indústrias, assim, não haveria como vender o carvão e parte da nossa caatinga seria preservado.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O menino e a baladeira na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um menino com uma baladeira na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 17 de dezembro de 2010 no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, há muitas tradições que atravessam gerações. A baladeira ou estilingue é uma destas. Este objeto é composto por uma pequena forquilha de madeira obtida de algumas plantas da caatinga e uma tira de borracha de câmera de ar de pneus ou um elástico que ao ser esticado produz impulso suficiente para atirar uma pequena pedra a uma grande distancia. De modo geral, as crianças do interior do Nordeste ainda utilizam a baladeira para brincadeiras de criança e matar pequenos pássaros da caatinga. Contudo, este objeto é tão simples que não apresenta qualquer ameaça aos pássaros da caatinga.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A falta de água nos açudes do Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um açude com pouca água no Sertão de Pernambuco. A fotografia foi obtida no dia 17 de dezembro de 2010 no município de Lagoa Grande, PE.

O fato

Embora existam mais de 70 mil açudes no Nordeste semiárido que armazenam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água, a população da zona rural ainda sofre bastante com a falta de água. Os 30 bilhões de m³ de água parece muito, contudo esse valor representa a capacidade máxima de armazenamento desses 70 mil açudes, não a verdadeira realidade, pois, alguns desses açudes nunca acumularam sua capacidade máxima e na maior parte do ano, não tem água para atender as necessidades das populações e animais da região. Assim, vendo simplesmente os números, pode-se achar que há muita água no interior do Nordeste, todavia a realidade é de grandes açudes que nunca encheram ou passam o ano sem água. Por outro lado, há grandes açudes que tem pouca utilização e na verdade suas águas praticamente evaporam mais do que a quantidade utilizada. Na fotografia podemos ver um açude na comunidade de Sítio  Satisfeito no município de Lagoa Grande, PE. Nesta região choveu este ano até o dia 17 de dezembro de 2010 um total de 520,1 mm sendo: 35 mm no mês de fevereiro; 105,1 mm no mês de março e 125,5 mm no mês de abril. Nos meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro não foi registrada nenhuma precipitação. Em outubro choveu 43,5 mm e nos primeiros 15 dias de dezembro choveu 211 mm. Porém, as chuvas de dezembro pouco ou quase nada alteram na situação dos meses anteriores que castigou os agricultores com a seca.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As chuvas de dezembro no sertão de Pernambuco





A foto

Nesta fotografia, podemos observar a ocorrência de uma chuva na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 14 de dezembro de 2010 no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, os meses de outubro, novembro e dezembro, normalmente são considerados os mais quentes e secos, isto é, com pouca ou nenhuma chuva. Contudo, se analisarmos a série histórica da ocorrência de chuvas na caatinga do município de  Petrolina, PE de 1982 a 2010 podemos observar que o mês de dezembro apresenta uma média de 56,7 mm com o maior volume registrado no ano de 1989 com um volume de 369,3 mm. Essas chuvas causaram muitos problemas para região, visto que, não era esperada tanta chuva para esse mês. Com esse total, o ano de 1989 fechou com 864,7 mm. Mais recentemente, tivemos 103,4 mm no mês de dezembro de 2009 que fechou com 878,6 mm, portanto, um pouco maior que o ano de 1989. Este ano, na comunidade de Pereiro, Distrito de Pau Ferro no município de Petrolina, PE foram registrados até o dia 30 de novembro, somente 351,5 mm. Contudo, nos primeiros 12 dias do mês de dezembro já foi registrado 157,8 mm. Esse total é superior a média do mês de março que é considerado o de maior ocorrência de chuvas na região e o segundo dezembro mais chuvoso em 29 anos. Entretanto, essas chuvas vieram trazer um grande alívio para toda região semiárida do Nordeste, visto que já estava faltando alimentos e água para os animais. Com relação à água para o consumo das pessoas,  essa necessidade vem sendo atendida pelos carros-pipas.