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domingo, 9 de janeiro de 2011

A colheita de frutos do imbuzeiro no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos ver agricultores colhendo frutos do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 2 de fevereiro de 2010 na caatinga da comunidade de Lage Alta no município de Jaguarari, BA.

O fato

A colheita do imbuzeiro na região do Sertão da Bahia ocorre em um período médio de 60 a 96 dias. Nesse período os agricultores colhem os frutos in natura e vende para atravessadores que revendem nas capitais e grandes centros urbanos do interior do Nordeste. Há uma grande variabilidade na ocorrência da safra entre as diversas regiões do semiárido nordestino. Essa variação ocorre em função das diferenças geoambientais que predominam nas mais de 170 unidades de passagens do Nordeste. Um estudo realizado em 2007 com diversas plantas localizadas no semiárido da Bahia e Pernambuco demonstrou que a safra do imbuzeiro nesta região teve início na última semana do mês de janeiro (23-01-2007) e terminou no dia 4 de abril deste mesmo ano. A primeira colheita foi realizada no dia 23 de janeiro com 2.332 frutos maduros colhidos embaixo da planta. A segunda colheita ocorreu no dia 28 de janeiro com 3.663 frutos. Nos primeiros 20 dias de colheita foram realizadas 8 colheitas e obtidos 80,23 % da produção total de 22.052 frutos colhidos nenhuma planta. O restante da safra, equivalente a 19,77 % foi colhido até o dia 04 de abril de 2007 quando foram colhidos os últimos 3 frutos maduros caídos ao chão. No total foram realizadas 21 colheitas. A produção foi de 236,4 kg. Assim, os frutos colhidos pelos agricultores nos primeiros 20 dias no estádio de maturação “inchado” ou “de vez”, representam o período de maior movimentação na colheita do imbu. Após esse período a colheita fica bastante reduzida e os frutos obtidos são comercializados per um preço maior.

sábado, 8 de janeiro de 2011

A seca e os bovinos na caatinga do Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia, podemos observar alguns bovinos na caatinga seca. A fotografia foi obtida no dia 4 de setembro de 2010 na caatinga da comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

A seca é uma regularidade na vida dos pequenos agricultores do Sertão de Pernambuco. Todo ano os agricultores já sabem que terão dificuldades para alimentar seus animais no período de seca que normalmente, ocorre de agosto a janeiro. Em alguns anos, ocorrem chuvas em outubro e dezembro que aliviam de forma significativa a fome dos animais e a falta de água. Contudo, quando as chuvas são irregulares, isto é, chove pouco mais de 250 a 350 mm no ano, na caatinga não é muita fácil para os agricultores que vivem nesta região. A situação fica mais difícil para aqueles agricultores que possuem bovinos, visto que, estes animais necessitam de um volume maior de alimentos para sobreviver no período de seca e, conseguir alimentos na caatinga seca não é tarefa fácil. Por outro lado, para aqueles agricultores que criam somente caprinos e ovinos, fica mais fácil conseguir alimentos para suplementar os animais no período de seca. Uma das alternativas mais utilizadas pelos agricultores para salvar partes dos rebanhos é a utilização das cactáceas da caatinga, principalmente o mandacaru, o xiquexique e a macambira. Na fotografia podemos ver alguns bovinos em busca de alimentos, pois na caatinga já não é mais possível sobreviver na seca.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O imbuzeiro na medicina caseira no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos ver uma agricultora e sua neta retirando galhos de uma planta de imbuzeiro para chá. A fotografia foi obtida no dia 17 de julho de 2002 na Comunidade de Sítio Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

Tradicionalmente, muitas plantas da caatinga são utilizadas pelos agricultores como medicinais. Em cada região do Sertão nordestino, sempre há uma receita que nos momentos difíceis ajudam os agricultores a amenizar as enfermidades. Embora poucas plantas tenham sua eficiência comprovada pela medicina tradicional, os chás e outros preparos têm sido usados intensivamente pelos agricultores. São diversas recomendações de plantas que curam diarréias, febre, reumatismo, dor de cabeça, gripe, tosse, contusões, etc. Quem ainda não tomou um pouco de mastruz com leite para curar alguma enfermidade, principalmente, as contusões e fraturas. Quem ainda não tomou um lambedor de manjericão com mel de abelha para facilitar a expectoração. Nada mais saudável do que um chá de capim santo e cidreira. São tantas recomendações que muitas vezes somos surpreendidos pela eficiência dessas receitas. Quem ainda não tomou um chá de erva doce, alecrim e cravo da índia para acabar com a labirintite. Na fotografia podemos ver uma agricultora e sua neta retirando galhos de uma planta de imbuzeiro para produção de chá. Segundo os agricultores a casca do imbuzeiro é utilizada como desinfetante, cicatrizante e anti-inflamatório. O broto é utilizado na forma de chá para problemas intestinais. O chá da folha madura é excelente para gripes, resfriados e bronquites.

A casa de taipa no Sertão do Nordeste





A foto

Nesta fotografia podemos ver a construção de uma casa de taipa. A fotografia foi obtida no dia 1 de agosto de 2006 na Comunidade de Serra da Santa no município de Petrolina, PE.

O fato

O sonho de toda família é uma casa para morar. Independente da classe social, a construção de uma casa é uma tarefa difícil, principalmente quando a família não dispõe de recursos financeiros suficientes para aquisição do material e mão-de-obra.  Para as famílias dos pequenos agricultores do Sertão, uma alternativa é a construção de uma casa de taipa. A facilidade deste tipo de construção permite que o agricultor possa trabalhar em seus afazeres e na casa quando houver tempo. Na construção da casa de taipa o agricultor constrói uma casa com as próprias mãos. O processo consiste primeiramente da formação da estrutura da casa com madeiras obtidas na caatinga, posteriormente é colocada a telha e em seguida vem a colocação do barro. O barro é molhado para facilitar sua adesão às treliças de madeira e arremessado com força. Um fato importante é que não há pressa para o término da construção, dia a dia o agricultor vai fazendo uma parte da casa. A grande certeza é que na inauguração haverá uma festa. Aqui não há nenhuma engenharia de construção, contudo, há a esperança de dias melhores e um local para viver. No final com certeza haverá uma grande festa com sanfona para todos os vizinhos. Por outro lado, neste tipo de moradia, há possibilidade de ocorrência do besouro Barbeiro, causador da doença de Chagas, v isto que, as festas da madeira e do barro facilitam a proliferação deste inseto. O bom é que todo  agricultor tivesse uma casa de alvenaria, todavia essa realidade ainda esta muito longe.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A sombra das árvores na caatinga do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos ver um rebanho de caprinos e ovinos na sombra de uma baraúna (Schinopsis brasiliensis) na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 25 de setembro de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Um dos grandes problemas que os criadores de animais da caatinga enfrentam é a isolação. No Nordeste brasileiro no período de seca que varia entre 6 a 9 meses, a pouca ou nenhuma cobertura de nuvens provoca uma exposição muito forte das plantas e animais aos raios solares. Este fenômeno é um agravante para todo o ecossistema da região, principalmente para os animais domésticos como os caprinos, ovinos e bovinos. Um fato interessante é que nas áreas de pastoril onde as grandes árvores foram cortadas para formação de pastagem não há como os animais se protegerem do sol. Esta exposição afeta severamente o desenvolvimento dos animais, visto que, estes já estão debilitados pela deficiência de alimentos. De modo geral, são aproximadamente mais de 3000 horas anuais de insolação. Este elevado índice de insolação contribui para que as temperaturas sejam sempre altas, com médias térmicas anuais elevadas na região do Sertão. Uma forma de proteger os animais é a formação de sombras com grandes árvores. Entre estas árvores destaca-se a Baraúna (Schinopsis brasiliensis). Mais esta planta tem sido indicada como causadora da morte dos cabritos pela ingestão das vagens que causam problemas intestinais levando os animais a morte. Assim, os agricultores hoje não mais estão preservando estas plantas.