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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O doce de imbu no Sertão da Bahia




A foto

Nesta foto podemos observar agricultores processando o doce em massa obtido com o fruto do imbuzeiro.  A foto foi obtida no dia 16 de fevereiro de 2004 na Comunidade de Fazenda Brandão no município de Curaçá, BA.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a produção de doce em massa das mais variadas frutas é uma tradição. Os doces mais tradicionais são os de goiaba, de jaca, de banana, de caju, etc. Mais recentemente, o doce do fruto do imbuzeiro tem se destacado nas comunidades rurais do Sertão Nordestino, principalmente nos municípios de Canudos, Uauá, Curaçá na Bahia e Dormentes em Petrolina, PE. Há uma grande variedade de doces produzidos nas comunidades, contudo, o doce mais gostoso parece que é o do imbu maduro ou muito maduro.  De modo geral os agricultores utilizam os frutos considerados “de vez” ou inchados, isto é, frutos em estádio de maturação inicial, colhidos diretamente nas plantas. Após a lavagem dos frutos em água corrente e sanitização por 30 minutos em água clorada, os frutos são levados ao fogo em uma vasilha com água até ferver. Quando inicia a fervura, os frutos são retirados do fogo e escorridos. Após a retirada da água, os frutos são despolpados para retirada das sementes e misturados com açúcar. Para fazer esse tipo de doce, necessitamos de 1 kg de polpa de imbu e 500 g de açúcar. Mistura-se o açúcar a polpa e leva ao fogo brando por 20 a 25 minutos, até o ponto de corte. Quando atingir este ponto, deve-se retirar a mistura do fogo e nas embalagens. A vida de prateleira desse tipo de doce é de 30 dias aproximadamente em temperatura ambiente, quando conservado em geladeira pode ser consumido por até 180 dias.

Os caprinos no Sertão do Nordeste



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rebanho de caprinos em um aprisco.  A fotografia foi obtida no dia 6 de abril de 2008 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A criação de caprinos e ovinos é à base de sustentação de muitas famílias de agricultores no Sertão do Nordeste.  Dados recentes indicam que o rebanho de caprinos da região semiárida esta estimado em mais de 8,5 milhões de cabeças e não para de aumentar. Há municípios tradicionais na comercialização de caprinos e ovinos como Casa Nova e Uauá na Bahia, Afrânio e Dormentes em PE. A comercialização da carne de caprinos e ovinos é hoje uma das cadeias mais lucrativas da região de Petrolina, PE e Juazeiro, BA. Por outro lado, esse número de animais tem causado impactos significativos na cobertura vegetal da região pelo consumo constante de algumas espécies como a jureminha (Desmanthus virgatus, L. Willd), a faveira (Parkia platycephala Benth), o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart), o imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda), o mororó (Bauhinia cheilantha, Bong. Steud.), o feijão bravo (Capparis flexuosa L.), a maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & K. Hoffm.), o pau-ferro (Caesalpina férrea Mart.), a favela (Cnidoscolus phyllacanthus Pax & H. Hoffm.) entre outras. A presença constante dos animais na caatinga e a irregularidade das chuvas têm levado a uma redução severa no crescimento destas plantas com conseqüências para todo o bioma da caatinga.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O consumo de frutos do imbuzeiro pelos caprinos na caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar alguns caprinos consumindo frutos do imbuzeiro.  A fotografia foi obtida no dia 29 de março de 2008 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE. 

O fato

O imbuzeiro é uma fruteira nativa de grande importância para alimentação dos animais domésticos e silvestres da região semiárida do Nordeste. Uma parte significativa da produção do imbuzeiro é aproveitada pelos agricultores para comercialização dos frutos in natura e para o processamento de diversos produtos. Todavia, a maior parte da produção de frutos é consumida, principalmente pelos caprinos, ovinos, bovinos e animais silvestre. No período da safra de imbu, as folhas e os frutos é a base alimentar dos caprinos. Em média, um caprino consome 10.126 frutos por safra, equivalentes a 131 kg de frutos. O consumo diário é de 260 frutos por dia. Considerando que o rebanho de caprinos da região semiárida esta estimado em mais de 8 milhões de cabeças, a quantidade de frutos consumidos é muito grande. Todavia, pouco agricultor tem consciência da importância desta planta para os animais.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A bomba Rosário no Sertão de Pernambuco




A foto


Nesta fotografia podemos observar um agricultor utilizando uma bomba rosário para colocar água em um reservatório.  A fotografia foi obtida no dia 10 de abril de 2008 na Comunidade de Caveira no município de Afrânio, PE.

O fato

No Sertão do Nordeste existem muitas alternativas utilizadas pelos agricultores para o bombeamento de água para os reservatórios. São diversos tipos de bombas que podem ser compradas ou confeccionadas pelos agricultores. Quando o reservatório é elevado, são utilizadas algumas bombas que podem colocar água em determinadas alturas com pouca perda. Entre estes tipos de bombas, destaca-se a bomba rosário pela sua facilidade de confecção. Neste tipo de bomba é utilizado um aro de bicicleta, corda e anéis de borracha. Por outro lado, há uma perda significativa de água neste sistema de bombeamento, tornando este tipo de bomba pouco eficiente. Embora muito utilizada em seu País de origem, Índia, a bomba rosário ainda é pouca utilizada no Sertão do Nordeste.

Água de chuva acumulada nos caldeirões e caxios no sertão




A foto


Nesta fotografia  podemos observar um caxio em um lajedo com água de chuva.  A fotografia foi obtida no dia 9 de agosto de 2004 na Comunidade de Ladeira Grande no município de Casa Nova, BA.

O fato

No Sertão do Nordeste existem muitas formações de pedras que acumulam bastante água de chuva em suas depressões. Esses reservatórios naturais são chamados pelos agricultores de cisternas, barreiros, cacimbas, caxios ou caldeirões. Alguns desses reservatórios são profundos e acumulam um volume de água muito grande. Dependendo de sua localização, os agricultores aproveitam a água armazenada nesses reservatórios para consumo da família ou dos animais. Nos caldeirões não há perda de água por infiltração, apenas por evaporação. Embora essa água possa ser utilizada para o consumo humano, ela deve ser coada, fervida, filtrada ou clorada. Um fator importante é a cobertura do caxio para evitar a entrada de animais. Um detalhe dessas fontes de água é que elas contêm poucos sedimentos em suspensão e são escuras e frias.

domingo, 9 de janeiro de 2011

A colheita de frutos do imbuzeiro no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos ver agricultores colhendo frutos do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 2 de fevereiro de 2010 na caatinga da comunidade de Lage Alta no município de Jaguarari, BA.

O fato

A colheita do imbuzeiro na região do Sertão da Bahia ocorre em um período médio de 60 a 96 dias. Nesse período os agricultores colhem os frutos in natura e vende para atravessadores que revendem nas capitais e grandes centros urbanos do interior do Nordeste. Há uma grande variabilidade na ocorrência da safra entre as diversas regiões do semiárido nordestino. Essa variação ocorre em função das diferenças geoambientais que predominam nas mais de 170 unidades de passagens do Nordeste. Um estudo realizado em 2007 com diversas plantas localizadas no semiárido da Bahia e Pernambuco demonstrou que a safra do imbuzeiro nesta região teve início na última semana do mês de janeiro (23-01-2007) e terminou no dia 4 de abril deste mesmo ano. A primeira colheita foi realizada no dia 23 de janeiro com 2.332 frutos maduros colhidos embaixo da planta. A segunda colheita ocorreu no dia 28 de janeiro com 3.663 frutos. Nos primeiros 20 dias de colheita foram realizadas 8 colheitas e obtidos 80,23 % da produção total de 22.052 frutos colhidos nenhuma planta. O restante da safra, equivalente a 19,77 % foi colhido até o dia 04 de abril de 2007 quando foram colhidos os últimos 3 frutos maduros caídos ao chão. No total foram realizadas 21 colheitas. A produção foi de 236,4 kg. Assim, os frutos colhidos pelos agricultores nos primeiros 20 dias no estádio de maturação “inchado” ou “de vez”, representam o período de maior movimentação na colheita do imbu. Após esse período a colheita fica bastante reduzida e os frutos obtidos são comercializados per um preço maior.