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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As águas poluídas em áreas de caatinga no Nordeste



O fato

Nesta fotografia podemos ver a água escura de um riacho da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 22 de janeiro de 2004 no município de Petrolina, PE.

O fato

A água por natureza não pode ter cor, cheiro ou sabor, contudo quando ocorre às enxurradas em córregos, ribeirões e rios da caatinga, normalmente a água apresenta uma coloração barrenta. Essa coloração ocorre em função das partículas do solo em suspensão, principalmente logo após as chuvas torrenciais que levam terra para assorear os rios e riachos. Assim, logo que ocorrem chuvas, pode-se ver essa água barrenta que também é chamada pelos agricultores de água nova. Por outro lado, alguns pequenos riachos da caatinga que cortam as áreas de irrigação no município de Petrolina, PE não apresentam mais essa característica, pois quando essa água encontra as lagoas formadas pela drenagem das áreas irrigadas toma a coloração escura, turva, esverdeada. Essa tonalidade pode ser em função do uso excessivo de matéria orgânica, fertilizantes e defensivos agrícolas nas áreas de irrigação.

O escoamento de água de chuva na caatinga





A foto

Nesta fotografia podemos ver o escoamento de água de chuva em uma estrada da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 29 de outubro de 2010 na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE.


O fato

Embora, se tenha a certeza de que a seca no Sertão do Semiárido brasileiro é severa, esta região é considerada como um dos semiáridos mais úmidos do planeta, uma vez que é delimitada pela isoieta de 800 mm, em média, podendo ocorrer anos de precipitação acima de 1000 mm o que significa um volume de água considerável para uma região onde há deficiência e irregularidade na distribuição de chuvas que provocam secas periódicas. Nos 600.000 km² de terrenos cristalinos do Nordeste semiárido, as médias pluviométricas variam entre 400 e 800 mm anuais, enquanto que as taxas de evaporação em "tanques Classe A" variam entre 1000 e 3000 mm/ano. Assim, o fator determinante da falta de água no Nordeste não é a ocorrência de pouca chuva, más a grande evaporação que assola a região. O escoamento superficial tem origem, fundamentalmente, nas precipitações. Ao chegar ao solo, parte da água se infiltra, parte é retirada pelas depressões do terreno e parte se escoa pela superfície. Inicialmente a água se infiltra; tão logo a intensidade da chuva exceda a capacidade de infiltração do terreno, a água é coletada pelas pequenas depressões. Quando o nível à montante se eleva e superpõe o obstáculo (ou o destrói), o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive, formando sucessivamente as enxurradas que chegam aos córregos, ribeirões, rios e reservatórios de acumulação e finalmente ao oceano.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As nascentes de água no Sertão do Nordeste


A foto

Nesta fotografia podemos observar uma cacimba ou poço com água de mina.  A fotografia foi obtida no dia 25 de setembro de 2003 na Comunidade de Cacimba de Baltazar no município de Petrolina, PE.

O fato

No Sertão do Nordeste existe uma quantidade enorme de nascentes de água. Uma  tradicional é a mina. A mina é uma escavação na terra para obtenção de água. Normalmente as minas estão localizadas próximas as encostas ou paredões onde surgem as nascentes. Os agricultores quando encontram essas pequenas nascentes iniciam uma escavação para formação de uma cacimba ou poço. Há minas de todos os tamanhos e com diferentes tipos de água. Em muitas minas a água apresenta uma qualidade muito ruim que não serve nem para os animais. De modo geral, as águas das minas são uma alternativa para suprimento de água de consumo no período de seca. Embora essa água possa ser utilizada para o consumo humano, ela deve ser coada, fervida, filtrada ou clorada. Um fator importante é a proteção da mina com cerca para evitar a entrada de animais. Nessa comunidade, essa mina existe a mais de 100 anos. Sua água não é boa para o consumo humano, más é utilizada para os animais e produção de hortaliças. O que chama a atenção é que mesmo nos anos de seca severa, a velha mina não falta água.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A produção de doce da batata do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto
Nesta fotografia podemos observar um agricultor produzindo doce do xilopódio do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no dia 19 de junho de 2002 na comunidade de Izacolândia no município de Petrolina, PE.
O fato
Na região semiárida do Nordeste os pequenos agricultores em algumas comunidades retiram os xilopódios das plantas de imbuzeiro para produção de doce em massa. O chamado doce da batata de imbu. Essa atividade, embora tradicional em todo o Nordeste, pode esta causando danos irreparáveis à população de imbuzeiros na região. Todavia, não há estudos que comprovem esse fato, visto que, a uma formação constante de xilopódios nas plantas. Os xilopódios são órgãos de reserva do sistema radicular que armazenam água e substâncias nutritivas que são utilizados pelas plantas nos períodos de estiagem. Para produção do doce os agricultores retiram os xilopódios cortam em pedaços pequenos e removem a parte sem umidade. Após essa separação o xilopódio é passado em um ralo ou peneira para trituração. Posteriormente, toda massa é espremida para retirada do excesso de água. No preparo do doce são utilizados 1 kg de massa de xilopódio adicionado a 1 kg de açúcar. Misturou-se o açúcar à massa, antes de levá-lo ao fogo, mexendo-se sempre, até a mesma atingir o ponto de uma massa mais consistente que permitiu o corte. Esse doce é muito apreciado, principalmente quando é adicionado polpa de goiaba ou maracujá que dá a coloração vermelha ou amarela. Naturalmente o doce do xilopódio é branco.

sábado, 15 de janeiro de 2011

As túberas ou xilopódios do imbuzeiro




A foto

Nesta fotografia, podemos observar as características de um xilopódio do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no município de Petrolina, PE, no dia 16 de julho de 2003.

O fato

O sistema radicular do imbuzeiro é constituído por raízes longas, espraiadas e superficiais concentradas na região de projeção da copa da planta e atingem uma profundidade de 1 a 1,5 m. Nas raízes são encontradas intumescências redondas de consistência esponjosa, denominadas túberas ou xilopódios. Os  xilopódios são ricos em água e sais minerais o que garantem a sobrevivência das plantas durante os períodos de estiagem que ocorrem na região. Os xilopódios são utilizados por pequenos agricultores para alimentação dos animais na seca e para produção de doce caseiro, principalmente no Estado de Pernambuco e sertões da Bahia, aonde vem se atribuindo a extinção dessa espécie à retirada dos xilopódios pelos agricultores. Por outro lado, Mattos (1990) afirma que a retirada de parte dos xilopódios do imbuzeiro, anualmente, pode  facilitar o crescimento de novos xilopódios e garantir assim, a sobrevivência da planta. O xilopódio é rico em cálcio, magnésio, fósforo, potássio e água. Essa reserva nutritiva do imbuzeiro tem sido uma das alternativas para muitos agricultores em períodos de longas estiagens na região semi-árida do Nordeste. Um trabalho realizado com 36 plantas nativas encontradas na área de caatinga das comunidades de Sítio Papagaio (Juazeiro, BA), Fazenda Saco (Jaguarari, BA) e Alto do Angico (Petrolina, PE), no período de agosto de 2000 a novembro 2002 para avaliar a ocorrência de xilopódios em plantas de imbuzeiro, demonstrou que na comunidade de Sítio Papagaio, foram coletados, em média,  978,42 xilopódios por planta com peso médio de 1731,2 kg. Na comunidade de Fazenda Saco, foram coletados, em média,  1011,58 xilopódios por planta com peso médio de 1820,13 kg. Na comunidade de Alto do Angico, foram coletados, em média,  731,58 xilopódios por planta com peso médio de 1370,09 kg. A ocorrência de xilopódio por planta nas comunidades foi, em média, de 907,19 com um peso médio de 1352,12 kg por planta.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A produção de geléia de imbu no Sertão do Piauí



A foto


Nesta foto, podemos observar a produção de geléia de imbu. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa do Canto no município de Paulistana, PI, no dia 08 de dezembro de 2009.

O fato

A produção de geléia de imbu é uma atividade bastante lucrativa que tem gerado renda para muitas famílias do semiárido nordestino. Só nos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá na Bahia, são 13 fabriquetas de derivados do fruto do imbuzeiro onde a geléia é um dos produtos principais. Temos ainda fabriquetas no Piauí, Pernambuco e Alagoas. A preferência pela produção da geléia é que seu processamento é muito simples e esse produto tem boa aceitação pelos consumidores. Para produção da geléia de imbu os frutos podem ser colhidos em qualquer estádio de maturação. Após a lavagem dos frutos em água corrente e sanitização por 30 minutos em água clorada, os frutos são levados ao fogo em uma vasilha com água até ferver. Quando inicia a fervura, os frutos são retirados do fogo e escorridos. Após a retirada da água em que os frutos foram cozidos, esta deve ser passada em uma peneira para retirar possíveis sementes e partes da casca e outras partes inadequadas para geléia. As medidas para geléia são: 2 litros da água do cozimento dos frutos, adicionada a 1 kg de açúcar. Mistura-se a água ao açúcar e leva-se ao fogo, mexendo sempre até que a mistura alcance o ponto de fio de mel ou uma calda grossa. Quando a mistura atingir este ponto que é de 35 a 45 minutos, dependendo do fogão, retira-se a mistura do fogo e coloca-se 6 gramas de ácido cítrico ou o sulco de um limão para que a geléia adquira a consistência gelatinosa. Posteriormente, coloca-se nos recipientes já tampados em uma vasilha com água para que a mesma esfria o mais rápido possível. Essa água quando quente deve ser trocada. A vida de prateleira da geléia é de 60 dias aproximadamente em temperatura ambiente, quando conservado em geladeira pode ser consumido por até 180 dias.