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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O desperdício de água de chuva no Sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia, podemos observar o desperdício de água de chuva na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 23 de janeiro de 2004 na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE.
O fato

Muito se fala da seca e da falta de água para o consumo humano no semiárido do Nordeste brasileiro, contudo, para alguns agricultores, parece que isso não é um dos principais problemas da região. Se faltar água, o carro-pipa coloca ou será realizado algum tipo de protesto. A construção de cisternas iniciada em julho de 2003 com o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Árido: um Milhão de Cisternas Rurais - P1MC trouxe a garantia para os agricultores de que água não faltaria, as cisternas seriam abastecidas pelos carros-pipa enviados pelo governo federal. O objetivo do P1MC é beneficiar cerca de 5 milhões de pessoas em toda região semiárida, com água potável para beber e cozinha, através das cisternas de placas.  Más muito pouco foi realizado em termos de conscientização dos agricultores de que deveria ser aproveitada toda água das chuvas.  Cada cisterna com capacidade de armazenar 16 mil litros de água, captada através de calhas instaladas nos telhados, poderiam armazenar um volume considerável de água de boa qualidade. Com a cisterna, cada família poderia ter mais tranqüilidade nos períodos de seca. Más a realidade é outra, as cisternas tem sido utilizadas em sua maioria para reservatório de água de carro-pipa. Muitos agricultores não têm qualquer preocupação com os telhados e calhas para aproveitar a água de chuva como podemos ver na fotografia. Água de chuva sendo desperdiçada e o agricultor, simplesmente olhando da janela.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As águas poluídas em áreas de caatinga no Nordeste



O fato

Nesta fotografia podemos ver a água escura de um riacho da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 22 de janeiro de 2004 no município de Petrolina, PE.

O fato

A água por natureza não pode ter cor, cheiro ou sabor, contudo quando ocorre às enxurradas em córregos, ribeirões e rios da caatinga, normalmente a água apresenta uma coloração barrenta. Essa coloração ocorre em função das partículas do solo em suspensão, principalmente logo após as chuvas torrenciais que levam terra para assorear os rios e riachos. Assim, logo que ocorrem chuvas, pode-se ver essa água barrenta que também é chamada pelos agricultores de água nova. Por outro lado, alguns pequenos riachos da caatinga que cortam as áreas de irrigação no município de Petrolina, PE não apresentam mais essa característica, pois quando essa água encontra as lagoas formadas pela drenagem das áreas irrigadas toma a coloração escura, turva, esverdeada. Essa tonalidade pode ser em função do uso excessivo de matéria orgânica, fertilizantes e defensivos agrícolas nas áreas de irrigação.

O escoamento de água de chuva na caatinga





A foto

Nesta fotografia podemos ver o escoamento de água de chuva em uma estrada da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 29 de outubro de 2010 na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE.


O fato

Embora, se tenha a certeza de que a seca no Sertão do Semiárido brasileiro é severa, esta região é considerada como um dos semiáridos mais úmidos do planeta, uma vez que é delimitada pela isoieta de 800 mm, em média, podendo ocorrer anos de precipitação acima de 1000 mm o que significa um volume de água considerável para uma região onde há deficiência e irregularidade na distribuição de chuvas que provocam secas periódicas. Nos 600.000 km² de terrenos cristalinos do Nordeste semiárido, as médias pluviométricas variam entre 400 e 800 mm anuais, enquanto que as taxas de evaporação em "tanques Classe A" variam entre 1000 e 3000 mm/ano. Assim, o fator determinante da falta de água no Nordeste não é a ocorrência de pouca chuva, más a grande evaporação que assola a região. O escoamento superficial tem origem, fundamentalmente, nas precipitações. Ao chegar ao solo, parte da água se infiltra, parte é retirada pelas depressões do terreno e parte se escoa pela superfície. Inicialmente a água se infiltra; tão logo a intensidade da chuva exceda a capacidade de infiltração do terreno, a água é coletada pelas pequenas depressões. Quando o nível à montante se eleva e superpõe o obstáculo (ou o destrói), o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive, formando sucessivamente as enxurradas que chegam aos córregos, ribeirões, rios e reservatórios de acumulação e finalmente ao oceano.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As nascentes de água no Sertão do Nordeste


A foto

Nesta fotografia podemos observar uma cacimba ou poço com água de mina.  A fotografia foi obtida no dia 25 de setembro de 2003 na Comunidade de Cacimba de Baltazar no município de Petrolina, PE.

O fato

No Sertão do Nordeste existe uma quantidade enorme de nascentes de água. Uma  tradicional é a mina. A mina é uma escavação na terra para obtenção de água. Normalmente as minas estão localizadas próximas as encostas ou paredões onde surgem as nascentes. Os agricultores quando encontram essas pequenas nascentes iniciam uma escavação para formação de uma cacimba ou poço. Há minas de todos os tamanhos e com diferentes tipos de água. Em muitas minas a água apresenta uma qualidade muito ruim que não serve nem para os animais. De modo geral, as águas das minas são uma alternativa para suprimento de água de consumo no período de seca. Embora essa água possa ser utilizada para o consumo humano, ela deve ser coada, fervida, filtrada ou clorada. Um fator importante é a proteção da mina com cerca para evitar a entrada de animais. Nessa comunidade, essa mina existe a mais de 100 anos. Sua água não é boa para o consumo humano, más é utilizada para os animais e produção de hortaliças. O que chama a atenção é que mesmo nos anos de seca severa, a velha mina não falta água.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A produção de doce da batata do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto
Nesta fotografia podemos observar um agricultor produzindo doce do xilopódio do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no dia 19 de junho de 2002 na comunidade de Izacolândia no município de Petrolina, PE.
O fato
Na região semiárida do Nordeste os pequenos agricultores em algumas comunidades retiram os xilopódios das plantas de imbuzeiro para produção de doce em massa. O chamado doce da batata de imbu. Essa atividade, embora tradicional em todo o Nordeste, pode esta causando danos irreparáveis à população de imbuzeiros na região. Todavia, não há estudos que comprovem esse fato, visto que, a uma formação constante de xilopódios nas plantas. Os xilopódios são órgãos de reserva do sistema radicular que armazenam água e substâncias nutritivas que são utilizados pelas plantas nos períodos de estiagem. Para produção do doce os agricultores retiram os xilopódios cortam em pedaços pequenos e removem a parte sem umidade. Após essa separação o xilopódio é passado em um ralo ou peneira para trituração. Posteriormente, toda massa é espremida para retirada do excesso de água. No preparo do doce são utilizados 1 kg de massa de xilopódio adicionado a 1 kg de açúcar. Misturou-se o açúcar à massa, antes de levá-lo ao fogo, mexendo-se sempre, até a mesma atingir o ponto de uma massa mais consistente que permitiu o corte. Esse doce é muito apreciado, principalmente quando é adicionado polpa de goiaba ou maracujá que dá a coloração vermelha ou amarela. Naturalmente o doce do xilopódio é branco.