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sexta-feira, 1 de abril de 2011

O radinho de pilha na caatinga




A  foto

Nesta fotografia podemos observar um agricultor capinando uma roça de feijão. A fotografia foi obtida no dia 30 de março de 2011 na Comunidade de Sítio Pereiro no Distrito de Pau Ferro no município de Petrolina, PE.


O fato

Os pequenos agricultores da região semiárida do Nordeste tem um grande apreço pelo velho radinho de pilha. Ele é um companheiro inseparável nos rincões do Sertão. Enquanto nos centros urbanos os meios de comunicação têm apresentado um grande avanço com diferentes alternativas tecnológicas para comunicação, no interior da caatinga, os agricultores ainda mantêm o hábito de carregar um pequeno rádio de pilha para onde vão. Esses pequenos rádios são os principais meios pelos quais se tem notícia da região e do mundo. Lá o agricultor escuta as informações do seu município, um alô dos amigos, suas músicas preferidas e os famosos recados que são transmitidos durante os programas. Na fotografia podemos observar o rádio de pilha pendurado na camisa do agricultor. Assim, ele trabalha, informa-se e diverti-se com seu radinho.

A erva de São João na caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar a beleza das flores da Erva de São João na caatinga.  A foto foi obtida no dia 20 de março de 2011 na Comunidade de Budin no município de Petrolina, PE.

O fato

O Hypericum perforatum ou Erva de São João é um pequeno arbusto de ocorrência abundante na caatinga. Seu porte é ereto e pode alcançar até 2 metros de altura. Este arbusto apresenta folhas opostas, sésseis, dotadas de glândulas translúcidas. Nas plantas de Erva de São João há uma grande concentração de flores de coloração amarela. Essas flores são visitadas por muitas espécies de abelhas que retiram seu pólen e néctar para produção de mel. Quando as flores caem são consumidas pelos animais da caatinga como os veados e os caprinos. A Erva de São João é utilizado também no tratamento da depressão leve a moderada e em outros distúrbios psiquiátricos, em humanos, como uma alternativa comprovadamente eficaz aos antidepressivos sintéticos, e também com excelente tolerabilidade.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O corte de cabelo na sombra da algaroba na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos observar um agricultor realizando um corte do cabelo.  A foto foi obtida no dia 16 de março de 2011 na Comunidade de Marizi no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a população que vive no interior da caatinga, tem suas alternativas para determinadas necessidades realizadas das formas mais inusitadas.  A exemplo do corte de cabelo. Em algumas comunidades às vezes existem barbeiros que atendem de casa em casa ou em pequenos salões. Contudo, nunca se pode comparar esses barbeiros com os das cidades. Nos salões das cidades, geralmente a primeira coisa que os cabeleireiros fazem  é definir o melhor corte de cabelo para cada cliente. São inúmeras recomendações e sugestões antes de corta o cabelo. Em algumas partes do mundo como na Índia, há toda uma tradição religiosa para o corte do cabelo. Muitos fiéis fazem a promessa de não cortar mais os cabelos até que recebam uma graça pedida. Quando a recebem, porém, raspam a cabeça em público, nos arredores do santuário no meio da rua ou embaixo de uma arvore.  Por causa disso, foi preciso criar espaços especiais para esses fins em alguns povoados indiano. Tudo isso tem um valor muito significativo para os indianos, sobretudo para as mulheres que têm um cuidado todo especial com seus cabelos: a decisão de cortar os cabelos representa, portanto, um sacrifício e um gesto de amor à santidade. Aqui no Sertão nada disso acontece, corta o cabelo é uma necessidade que é realizada de acordo com as condições de cada um e a sorte de encontrar um barbeiro. Na fotografia podemos ver um agricultor com habilidade para realizar o corte de cabelo no momento que efetua essa atividade na sombra de uma frondosa algaroba, enquanto outro agricultor espera a vez de corta o cabelo. Neste momento não há aquelas considerações que poderíamos ouvir nos salões e para esses agricultores, a saída até a cidade ou vila mais próxima, poderia elevar o custo do corte do cabelo. Assim, é melhor aproveitar o primeiro conhecido que sabe dar um trato na cabeleira.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A sanitização de frutos do imbuzeiro para processamento





A foto

Nesta fotografia podemos observar agricultores realizando a sanitização de frutos do imbuzeiro para processamento.  A foto foi obtida no dia 17 de fevereiro de 2011 na Comunidade de Icozeiro no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a produção de doce de imbu tem sido uma alternativa de renda  para muitos agricultores. O fruto é colhido no estádio de maturação “de vez” ou maduro. Tradicionalmente os frutos são vendidos para consumo in natura, contudo, uma parcela significativa da produção de imbu tem sido transformada em diversos produtos, tais como, doces, sucos, geléias, compotas, etc. Embora essa atividade tenha se destacado mais recentemente nas comunidades dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá na Bahia, algumas associações de agricultores de outros estados  começam a trabalhar com o fruto do imbuzeiro, principalmente com o processamento. Hoje já temos pequenas fábricas de doce de imbu em comunidades do Piauí, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. No município de Petrolina, PE, algumas associações de agricultores nas comunidades de Atalho, Carretão e por último a comunidade de Icozeiro, já estão agregando valor ao fruto do imbuzeiro. Na fotografia podemos ver a lavagem dos frutos em água e a sanitização em água clorada. Esse procedimento é muito importante, visto que,  vai afetar a qualidade e durabilidade dos produtos obtidos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Teiú consumindo frutos de jambolão.




A foto

Nesta fotografia pode-se observar um teiú consumindo frutos de jambolão.  A fotografia foi obtida por Marcone Lopes dos Santos no dia 19 de fevereiro de 2011 no município de Petrolina, PE.


O fato

O Teiú (Tupinambis merianae) é um dos maiores lagartos da caatinga nordestina. No período da safra do imbuzeiro, o teiú é visto consumindo frutos caídos ao chão. Este lagarto também se alimenta dos insetos e larvas dos frutos maduros do imbuzeiro.  No sertão, os caçadores ficam nas galhas dos imbuzeiros esperando os teiús para matá-los, pois sua carne é muito apreciada.  Normalmente o teiú é visto nas horas mais quentes do dia, por ser um animal de sangue frio. O habitat natural do Teiú são as áreas abertas de caatinga e  do cerrado, onde esses animais têm mais acesso aos raios solares. Este exemplar foi fotografado às 13 horas embaixo de uma coleção de plantas de jambolão na sede da Embrapa Semiárido, consumindo frutos caídos ao chão. Embora o jambolão (Syzygium jambolanum L.) não seja uma planta da caatinga, seus frutos têm sido consumidos por muitos animais deste bioma.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A produção de frutos do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma grande quantidade de frutos do imbuzeiro maduros caídos ao chão embaixo da planta. A fotografia foi obtida em 31 de janeiro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

A produção de frutos de uma planta de imbuzeiro é muito variável. Embora já existam diversos trabalhos de pesquisa sobre este tema, não há ainda uma quantidade bem definida, pois a variabilidade genética do imbuzeiro é muito alta, visto que sua fecundação é 78% cruzada, o que significa uma grande variabilidade nos parâmetros de desenvolvimento das plantas. Assim, podemos dizer que na natureza não há duas plantas de imbuzeiro de ocorrência natural que apresente as mesmas características, principalmente em termos de produção. Um estudo realizado com diversas plantas localizadas no semiárido da Bahia, Piauí e Pernambuco demonstrou que a produção média é de  22.052 frutos colhidos nenhuma planta/safra. Essa produção pode varia de 187,56 a 647,34 kg, dependendo do tamanho médio dos frutos.