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sábado, 18 de junho de 2011

Danos causados por insetos as sementes do imbuzeiro




A foto

Nesta fotografia, podemos observar sementes de imbuzeiro danificadas por insetos na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 5 de setembro de 2006 na área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é uma fruteira nativa do Nordeste, cujos frutos servem de alimento para as populações rurais, animais domésticos e silvestres.  Contudo, tem-se observado à ausência de plantas jovens em seu ambiente natural, cuja causa tem sido atribuída em sua maioria à dificuldade que as sementes do imbuzeiro apresentam para germinar, ao desmatamento desordenado e aos danos causados as plântulas que emergem pelos insetos, animais silvestres e, principalmente, pela irregularidade das chuvas na região. Esses fatores, entre outros, têm contribuído para a baixa densidade do imbuzeiro nas caatingas nordestinas. O imbuzeiro é uma das plantas da caatinga com frutos zoocóricos. Estas plantas apresentam uma série de características, como a presença de uma porção comestível envolvendo a semente e cores atrativas, que estimulam e facilita o seu consumo por animais e, conseqüentemente, a dispersão de suas sementes. A coloração atrativa dos frutos do imbuzeiro pode ser considerada como uma adaptação para o favorecimento da dispersão.  Diversos estudos sobre a densidade populacional do imbuzeiro relataram que são poucas plantas por hectare e que as plantas já apresentam idade avançada.  No entanto, através de observações realizadas nas áreas de ocorrência do imbuzeiro em diversos municípios da região semiárida, constatou-se que na maioria dos caroços de imbu encontrados no solo em baixo das plantas, a semente não germinou porque foram atacadas por insetos que destruíram seus embriões e quando germinaram não resistiram ao período de estiagem que ocorre na região.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A beleza das folhas maduras do marmeleiro




A foto

Nesta fotografia, podemos observar a beleza das folhas do marmeleiro. A fotografia foi obtida na área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE em 18 de junho de 2011.

O fato

Uma das características das plantas da caatinga é a senescência e a abscisão foliar. Assim, a maioria das espécies lenhosas da caatinga nordestina perde as folhas, a partir do início da estação seca. Esse mecanismo garante a sobrevivência dessas espécies até o início das chuvas. Entre essas plantas encontra-se, o marmeleiro (Croton sonderianus Muell. Arg.) que é dos  arbustos que se destaca no início das chuvas e da seca. No final do período chuvoso no Sertão, o marmeleiro destaca-se pela coloração amarelada de suas folhas. Isto porque antes de caírem, as folhas se tornam amareladas, prenunciando a estação seca na caatinga. Mesmos nos verânicos, as folhas do marmeleiro são as primeiras a murcharem. Embora apresente um baixo valor forrageiro, o marmeleiro é consumido por bovinos, caprinos e ovinos.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O efeito de diferentes substratos no crescimento das cactáceas




A foto

Nesta fotografia podemos observar o crescimento das cactáceas em diferentes substratos. A fotografia foi obtida no dia 14 de fevereiro de 2005 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

A capacidade de sobrevivência das cactáceas às irregularidades climáticas que ocorrem na região semiárida do Nordeste, traz uma vantagem para os pequenos agricultores que utilizam essas plantas na alimentação dos animais. Todavia poucos estudos têm sido realizados com essas plantas, principalmente, em relação ao seu desenvolvimento.  Com esse objetivo foram testados diferentes substratos, para verificar os que proporcionam melhores condições para o desenvolvimento do mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus Ritter), o xiquexique (Pilosocereus gounellei (A. Webwr ex K. Schum.) Bly. Ex Rowl.) e a coroa-de-frade (Melocactus bahiensis Britton & Rose). O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com cinco substratos (areia, solo, areia + solo, areia + esterco de bovino e solo + esterco de bovino, sendo as combinações em proporções de 50% de cada material) e quatro repetições. O trabalho foi realizado de setembro de 2004 a dezembro de 2005, em temperatura ambiente, na Embrapa Semiárido, em Petrolina, PE. Foram realizadas as avaliações aos 360 dias após o plantio. Quanto a altura das plantas, o mandacaru alcançou 111,25 e 110,5 cm, respectivamente nos tratamentos 2 e 4. Já o facheiro apresentou maior crescimento em altura no tratamento 2 com 38,5 cm, em média. Essa mesma tendência ocorreu com o crescimento em altura para o xiquexique e a coroa-de-frade que alcançaram 30,75 e 8,5 cm, respectivamente no tratamento 2. Em relação ao desenvolvimento do sistema radicular das cactáceas, verificou-se que no tratamento 1 (areia) todas as cactáceas apresentaram os maiores valores em termos de comprimento. Este fato pode ter ocorrido em função da ausência de nutrientes neste substrato, forçando as raízes a um maior comprimento em busca de fertilidade. As raízes do mandacaru e do facheiro alcançaram 38,75 e 46,75 cm, respectivamente. No tratamento 2 (Areia + esterco) as raízes do facheiro mediram, em média, 15,37 cm, sendo o menor valor para esta planta. O xiquexique apresentou raízes com uma variação de 60,25 cm no tratamento 1 e de 26,75 cm no tratamento 2. Essa mesma tendência ocorreu com a coroa-de-frade que apresentou raízes de 53,25 cm no tratamento 1 e de 27,25 cm no tratamento 2. Com esses resultados, podemos inferir que a presença de nutrientes no tratamento 2, levou ao menor desenvolvimento das raízes das cactáceas.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A perda de água de chuva pelo escoamento superficial




A foto

Nesta fotografia podemos observar as perdas de água no sistema de captação de água de chuva, denominado de Guimarães Duque. A fotografia foi obtida no dia 10 de abril de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato


Na região semiárida do Nordeste o escoamento superficial é um dos fatores que mais preocupa os estudiosos da água, visto que, este fenômeno é responsável pela perda da maior parte da água de chuva na região. Assim, diversos estudos tem sido no sentido de reduzir o máximo possível dessas perdas aumentado a oferta de água para consumo e a produção das lavouras. Entre as alternativas existentes para o aproveitamento da água de chuva o método conhecido como “Guimarães Duque”, embora seja um dos que retém muita água no solo, ainda produz escoamento superficial significativo. Na confecção deste sistema é utilizado um arado com dois discos para formação dos camalhões e sulcos em curva de nível.  Na ocorrência de chuvas de baixa precipitação, os camalhões produzem um escoamento maior,  conseqüentemente retendo mais água nos sulcos, contudo, em chuvas de grande volume, muita água é perdida por escoamento, como podemos ver na foto obtida no dia 10 de abril de 2011 após uma chuva de 61 mm que produziu um escoamento total de 2.292,27 litros de água na área de 10 metros de comprimento por 5 m, de  largura, totalizando 50 m. Considerando que o volume precipitado foi de 3.050 litros e o escoamento de 2.292,27 litros, apenas 757,73 litros infiltraram.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A produção de frutos em plantas de imbuzeiro no semiárido




A foto

Nesta fotografia podemos ver a colheita de imbu. A fotografia foi obtida no dia 9 de fevereiro de 2009 no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste brasileiro a agricultura convive com uma série de adversidades, tendo na escassez dos recursos hídricos, sua principal restrição. Por outro lado, fator de natureza, física, biológica e socioeconômica tem contribuído para que a produção agrícola não atinja os objetivos desejados. Todavia, algumas plantas nativas da região semiárida, de modo especial, o imbuzeiro ou umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) adaptando-se as intempéries climáticas que assolam a região e apresenta  boa produção,  possibilitando  o extrativismo do seu fruto pelos pequenos agricultores, constituindo-se como fonte complementar de sua renda e muitas vezes, como a única fonte de renda para algumas famílias rurais. Muitos trabalhos têm sido realizados com o objetivo de quantificar a produção do imbuzeiro, entre eles, os trabalhos de Guimarães Duque e Paulo Guerra nos anos 60. Com o objetivo de determinar a produção de frutos em 66 plantas nativas de imbuzeiro, foi realizado no período de Janeiro a março de 2009 o levantamento da produção em três comunidades de pequenos agricultores da região semiárida dos Estados da Bahia, Pernambuco e Piauí. O estudo foi realizado nos municípios de Jaguarari (BA), Petrolina (PE) e Paulistana PI). Na comunidade de Lage Alta (Jaguarari, BA), as 22 plantas selecionadas, apresentaram  uma produção média de 19.297 frutos com uma amplitude de variação de 9.715 a 33.327 frutos. O peso médio dos frutos foi de 16,78 g. A produção média na safra foi de 320,08 kg por planta. Na comunidade de Alto do Angico (Petrolina, PE), as 22 plantas selecionadas, apresentaram  uma produção média de 17.831 frutos com uma amplitude de variação de 11.458 a 22.751 frutos. O peso médio dos frutos foi de 21,36 g. A produção média na safra de 2009 foi de 374,42 kg por planta. Na comunidade de Aroeiras (Paulistana, PI), as 22 plantas selecionadas, apresentaram uma produção média de 15.131 frutos com uma amplitude de variação de 10.098 a 27.321 frutos. O peso médio dos frutos foi de 12,57 g. A produção média na safra foi de 193,25 kg por planta. Esses resultados demonstraram que há uma grande variabilidade nos parâmetros avaliados, principalmente na produção de frutos por planta entre as comunidades. A maior produção foi obtida em plantas da comunidade de Lage Alta no município de Jaguarari, BA. Contudo, esta maior produção pode esta relacionada com a maior ocorrência de chuvas nesta localidade.