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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Chuvas de dezembro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos ver nuvens de chuva na região de caatinga do município de Petrolina, PE. A fotografia foi obtida em 14 de dezembro de 2011.

O fato

Nos últimos anos tem sido observado que as chuvas na região semiárida do Nordeste, embora continuem com irregularidade no tempo e no espaço, apresentam uma elevação do volume total. Este ano as chuvas já passaram de 500 mm. A média de anos com chuvas acima de 500 mm já esta sendo uma normalidade. Em janeiro de 2011 foram registradas cinco ocorrências de chuvas na região com um total de 66,2 mm, sendo as mais significativas no dia 21 com 14 mm e no dia 24 com 46,3 mm. Esse total é menor que a média de 29 anos que é de 93,3 mm para o mês de janeiro. Todavia, essas chuvas não salvarão as plantações de milho e feijão de dezembro de 2010, visto que, as plantas não resistiram às altas temperaturas. Em fevereiro ocorreram seis chuvas, sendo as mais importantes no dia 25 com 27,9 mm e no dia 28 com 44,0 mm. Neste mês choveu um total de 87,2 mm. A média de chuvas para fevereiro de 1982 a 2010 é de 83,8 mm. Contudo, no período de 1 a 24 de fevereiro, o sol foi muito forte e eliminou as pequenas plantas de milho e feijão que ainda resistiam. Muitos agricultores eliminaram o que restava do plantio de dezembro e realizam um novo plantio com a esperança de chuvas para março e abril.  Em março foi registrado um total de 77,5 mm, sendo 31,3 mm no dia 5 e 30 mm no dia 28. A média de março é de 131,2 mm. Assim, as chuvas ficaram muito abaixo da média para região. No mês de abril, choveu 153,4 mm na região. Essas chuvas possibilitaram o crescimento e uma boa produção para o milho e feijão dos agricultores que plantaram no mês de fevereiro. Até o dia 30 de abril de 2011, já havia ocorrido um total de 384,3 mm. Embora essa chuva não tenha proporcionado um acúmulo de água nos açudes e barreiros, foi suficiente para encher todas as cisternas até o mês de abril. Nos meses de maio  choveu 74,7 mm, em  junho 2,8 mm e julho0,7 mm. No mês de agosto, foi registrada uma precipitação de 20,8 mm. Essa chuva foi muito importante, visto que a caatinga já estava iniciando sua fase seca. Em setembro não foi registrada nenhuma chuva. Em outubro ocorreu uma precipitação de 12,5 mm, porém as elevadas temperaturas que ocorreram neste mês provocaram a evaporação rápida dessa água. No mês de novembro ocorreu uma precipitação de 56,7 mm. Essa chuva possibilitou o plantio de milho, feijão e abóbora, contudo, em novembro o calor foi elevadíssimo e nada resistiu, visto que novas chuvas só vieram a ocorrer em 13 de dezembro. Com essas chuvas a região já registrou um total de 596,9 mm, o que pode ser considerado um bom índice. Muitos agricultores já iniciaram o plantio novamente, porém, se não houver novas chuvas ainda este mês e principalmente em janeiro, mais uma vez a safra será perdida.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Os anéis de crescimento do imbuzeiro



A foto


        Nesta fotografia podemos observar a formação dos anéis de crescimento em plantas de imbuzeiro. A fotografia foi obtida na Embrapa Semiárido, Petrolina, PE em 28 de junho de 2007.

O fato

       Uma das formas de conhecer a idade das plantas é pelo estudo dos anéis de crescimento, principalmente, nas plantas que são cultivadas para este fim. Esses anéis são mais característicos em determinadas espécies arbóreas, as quais apresentam ciclos anuais de crescimento e dormência mais regulares que ficam registrados no seu lenho. Essa linha de estudo é parte da dendrologia. Os estudos mais recentes, principalmente nas florestas ameaçadas de extinção, têm contribuído para que os pesquisadores obtenham mais conhecimentos do crescimento de várias espécies. Todavia, os anéis de crescimentos são mais definidos nas plantas de regiões temperadas e áridas, onde as variações climáticas são mais marcantes. Embora os estudos dos anéis de crescimento das plantas da caatinga ainda sejam poucos, alguns trabalhos têm procurado compreende o desenvolvimento dessas estruturas na região semiárida. Na fotografia podemos ver os aspectos da formação dos anéis de crescimento em plantas de imbuzeiro na caatinga.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O lixo está invadindo nossa caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos ver sacos plásticos e outros materiais de um lixão invadindo a caatinga. A fotografia foi obtida no dia 24 de novembro de 2011 no município de Juazeiro, BA.

O fato

A produção de lixo não é exclusiva das grandes cidades. Temos hoje uma epidemia de lixões em todos os rincões do Brasil. Esses lixões têm causado danos irreparáveis aos mais diversos ecossistemas do País. No Nordeste brasileiro o primeiro sinal de que estamos chegando a uma cidade, povoado, vila, distrito ou comunidade é um lixão. As características de cada lixão são relativas às condições de seus habitantes, contudo uma coisa é comum, os sacos plásticos predominam em todos. Os lixões começam do tamanho das comunidades e avança com seu crescimento. Pouco ou quase nada tem sido feito para impedir essa ameaça aos nossos ecossistemas, principalmente na caatinga. Na fotografia podemos ver a grande quantidade de sacos e outros recipientes de plásticos que tem sido levado pelo vento do lixão de Juazeiro, BA, para a caatinga do entorno. Nada tem sido feito para mudar essa realidade, mesmo sabendo-se que o rio São Francisco passa a poucos km dessa área e com certeza, logo, logo esses sacos estarão no rio. Não podemos esquecer que o lixo é um problema mundial, todavia, temos que pensar em soluções para nosso caso. Na caatinga, como as residências são afastadas umas das outras, não é possível ver essa concentração do lixo, contudo, uma olhada mais aguçada no quintal de qualquer casa na caatinga, dá para se ver o que os moradores estão fazendo com seu lixo.

Um milhão de cisternas no Sertão!



A foto

Nesta fotografia podemos ver a cisterna número 1 do Programa P1MC. A fotografia foi obtida no dia 24 de novembro de 2011 na Comunidade de Lagoa Grande no município de Sobradinho, BA.

O fato

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação do Semiárido (ASA) inaugurou a primeira cisterna no dia 23 de novembro de 2000 com o ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho na Comunidade de Lagoa Grande, na residência do senhor Manoel Freire dos Santos e da senhora Josefa da Rocha Freire. Essa iniciativa teve um impacto muito grande no seio de toda a região semiárida do Nordeste, que até então tinha como único meio de obtenção de água para o consumo os carros-pipas. Com o início da construção de um milhão de cisternas na região, muito se falou que foram quebradas as amarras dos agricultores aos senhores da água, os políticos regionais que faziam dos carros-pipas, garantia de um voto certo. Ora, não devemos esquecer aqueles que nos ajudam quando estamos necessitando, principalmente, em condições tão difíceis como a falta de água para o consumo em secas severas que assolam a região. Contudo, se essa ajuda vem de políticos com promessas eleitoreiras, alguma coisa fica a desejar, visto que, vindo do poder público não é ajuda, más uma obrigação de assistir seus cidadãos em horas de necessidades. Muitos agricultores não tinham como compra água de carros-pipas na seca, pois, se não choveu para produção de lavouras, como obter dinheiro pra comprar água! De 2000 até agora, fora muitos anos, quantas cisterna foram construídas! Como estão essas cisternas! Já passaram muitos prefeitos, deputados, senadores e até presidentes e a água para o consumo no Sertão como está! Hoje temos a política de distribuição de água de carros-pipas dos governos Estaduais e Federal. Hoje, a cada 15 dias o carro-pipa leva aproximadamente 8 mil litros para cada cisterna no Sertão. Se lembrarmos de anos passados, parece muita água, contudo, como as famílias sabem que o carro-pipa sempre vem, essa água está sendo pouca. Agora, que políticas foram implementadas nesses anos pelos governos para que os agricultores adotassem práticas e tecnologias que aproveitassem a água das chuvas e realizassem o seu uso de forma racional! Somos a região semiárida do mundo onde mais chove, e porque não aproveitamos toda essa água da chuva! Se cada uma dessas cisternas armazenassem toda a água das chuvas, quantos carros-pipas teríamos de água!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Já temos frutos do imbuzeiro maduro no Sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos observar alguns frutos do imbuzeiro maduros. A fotografia foi obtida no dia 22 de novembro de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE

O fato

O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é planta nativa da região semiárida do Nordeste brasileiro de grande importância para a complementação da renda dos pequenos agricultores. Entretanto, seu ciclo reprodutivo ainda é pouco estudado, o que dificulta um planejamento da produção para melhor aproveitamento da safra. Algumas pesquisas realizadas em plantas nativas do município de Petrolina, PE, indicaram a presença de plantas com produção precoce, isto é, essas plantas apresentam frutos maduros bem antes que as demais. Nos trabalhos de pesquisa foi acompanhada a evolução do ciclo reprodutivo de mais de 100 plantas nativas de imbuzeiro, compreendido entre a emissão do primórdio do botão floral e a maturação do fruto, obtivemos resultados bastante significativos. O estudo foi realizado na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido. Em cada planta foram escolhidos, ao acaso, em diferentes partes da copa, 392 ramos e etiquetados para anotações das ocorrências fenológicas. Nos dados obtidos foram determinados médias, desvios-padrão e coeficiente de variação. O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos foi de 125,56 dias. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região do sertão de Pernambuco ocorre no período mais crítico e na ausência de precipitações. Como os resultados das pesquisas indicaram que o período entre a frutificação e a maturação dos frutos é de 125 dias, acredita-se que na primeira quinzena de novembro já deveria existir imbu maduro na região. Essa hipótese foi confirmada tem sido confirmada a cada ano com a colheita dos frutos, como se pode ver na fotografia.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O desperdício de água de poço na caatinga nordestina





A foto

Nesta fotografia podemos observar a água de um poço profundo na caatinga sendo desperdiçada. A fotografia foi obtida por Marcone Lopes dos Santos no dia 6 de outubro de 2011 no município de Remanso, BA.

O fato

Uma das opções para obtenção de água pelos agricultores do Sertão do Nordeste no período de seca são os poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas. O problema é que na maior parte destes poços a água é salobra. Embora esta água possa ser em alguns casos consumida pelos animais, na maioria das vezes é imprópria para o consumo humano. Contudo, em anos de secas severas, só resta à água salobra obtida pelos velhos cata-ventos. Um dos problemas que temos observado com os poços nesta região é que muita água de elevada salinidade está sendo jogada na caatinga sem qualquer tratamento ou cuidado. Isso ocorre, principalmente por problemas nos reservatórios ou nos registros dos mesmos. Como podemos ver na fotografia, há água no solo em volta do reservatório e não há indícios de vegetação em volta do poço, isso já pode ser conseqüência da salinidade.

O consumo da jurema pelos caprinos na caatinga



A foto

Nesta fotografia  podemos observar um caprino consumindo as folhas verdes da jurema preta.  A fotografia foi obtida no dia 4 de outubro de 2011 no município de Remanso, Bahia por Marcone Lopes dos Santos.

O fato

A jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.) é uma das  plantas da caatinga que responde muito rápido as primeiras chuvas no Sertão. Essa capacidade de emitir as folhas antes que as demais plantas da caatinga fazem desta planta uma das preferidas pelos animais neste período seco do ano. A jurema é uma planta pioneira, isto é, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto com ciclo de vida muito variado. Embora não seja encontrada em abundância na caatinga densa, a jurema cresce muito e apresenta alta densidade nas áreas de caatinga desmatadas e abandonadas pelos agricultores. Essa planta tem a capacidade de desenvolver-se em áreas onde os solos foram degradados e erodidos. Por emitir rapidamente sua intensa floração logo após as chuvas, esta espécie também é muito importante para a alimentação das abelhas durante os meses de seca na caatinga. Segundo os agricultores, quando a caatinga está seca e chove, os animais dão preferência pela folha da jurema, contudo, surge uma enfermidade nos mesmos que afeta sua visão, levando alguns animais à morte.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O pica-pau-verde-barrado da caatinga



A foto

         Nesta fotografia, podemos observar um belo pica-pau-verde-barrado em uma imburana na caatinga. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE no dia 10 de novembro de 2011.

O fato

        Logo após as primeiras chuvas no Sertão, muitas plantas iniciam a floração e frutificação. Esses frutos são alimentos para os pássaros que enfrentam dificuldades com a seca. Entre essas plantas, a imburana de cambão ou umburana (Commiphora leptophloeos) que tem o período de floração de setembro a dezembro é uma fonte de alimentos para os pássaros. Os frutos da imburana são consumidos por diversos pássaros da caatinga. Na fotografia podemos ver um belo pica-pau-verde-barrado  (Chrysoptilhs melanochloros) que estava consumindo frutos da imburana. Embora o pica-pau tenha hábito alimentar com preferência por larvas de insetos, sobretudo de besouros, na época de frutificação das plantas da caatinga, essa ave consome diversos tipos de frutos.


O verde do jericó na caatinga seca




A foto

        Nesta fotografia podemos observar o verde do jericó no solo da caatinga após uma chuva. A fotografia foi obtida no dia 6 de novembro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

         No período de seca a caatinga fica com uma coloração tipo cinza e branca. Essa característica das plantas levou os indígenas a denominarem a vegetação de caatinga (mata branca). Todavia, basta que ocorra qualquer chuva que a vegetação muda bruscamente de aparência, pois, as plantas florescem, emitem folhas e um colorido especial surge do cenário de seca para uma vegetação exuberante em cores. A primeira planta da caatinga a responder a ocorrência de uma chuva no período de seca é o jericó (Selaginella convoluta Sprig). Essa planta é da família  Pteridophyta. Essa espécie típica das caatingas nordestinas passa a maior parte do ano, totalmente secas, perecendo que estão mortas, todavia,  a qualquer sinal de chuva o jericó reaparece verde entre as demais plantas da caatinga. Embora as pteridófitas tenham preferência por regiões com umidade elevada e bom sombreamento, o que não é o caso da caatinga, essa espécie tem sido encontrada regularmente em muitas áreas da caatinga.