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terça-feira, 3 de julho de 2012

O transporte de água pelos agricultores no Sertão do Nordeste



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar o transporte de água no Sertão.  As fotografias foram obtidas nos municípios dePetrolina, PE e Paulistana, PI.







Os fatos

A seca sempre ocorre em maior ou menor intensidade na região semiárida do Nordeste. Embora parte da água de beber venha de carro-pipa, muitos agricultores ainda percorrem longas distâncias para conseguir água para consumo e para os animais.  As formas de transporte de água são de vários tipos. Na verdade os agricultores buscam água dentro de suas condições, isto é, em jumentos, burros, carroças, caminhonetes, caminhões, etc. O meio de transporte não é importante para os agricultores. Importante é obter água para atender suas necessidades. O meio de transporte mais tradicional é a carroça de burro com o velho tambor de ferro ou com as bombonas plásticas. Na fotografia obtida na Fazenda Humaitá, podemos ver o transporte de água em reservatórios confeccionados pelos agricultores com borracha de pneu e madeira, chamados de ancoretas. Este tipo de recipiente apresenta uma vantagem comparativa com as bombonas e os tambores por ser mais duráveis e melhor para o transporte no lombo dos animais. Um fato que pode causar preocupação no uso dos tambores e bombonas é para possibilidade de contaminação da água com algum resíduo dos produtos embalados nestes recipientes, que normalmente são produtos químicos.

domingo, 1 de julho de 2012

As cisternas de plástico no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver algumas fotos de cisternas de plástico. As fotografias foram obtidas nos município de Uauá, BA, Orocó  e Petrolina, PE.






O fato

Nunca na história recente do Sertão nordestino cenas de uma grande quantidade de cisternas em um mesmo local já haviam sido vista. São as cisternas de plástico. Hoje em diferentes municípios do Nordeste, podemos encontrar centenas de cisternas de plástico agrupadas em quadras, pátios, etc. esperando para serem distribuídas para todos os agricultores e moradores de vilas, povoados e cidades que não dispõem destes reservatórios. São as cisternas de polietileno que estão sendo distribuídas pelo “Programa Água para todos” para todas as famílias do Sertão do Nordeste que não tinha uma cisterna. Este programa apresenta uma característica muito interessante, as cisternas são para as famílias de agricultores ou não que não tinham esta alternativa para armazenar água. Não interessa a ideologia, política, religiosa ou qualquer outra crença do agricultor, se ele não possui cisterna, vai receber uma. Essa forma de ação do programa vem mudando o cenário do Sertão, pois, antes as cisternas de placas muitas vezes eram construídas onde os dirigentes das associações  determinavam. Quando havia diferenças políticas, muitas famílias de agricultores ficavam sem cisternas. Assim, era fácil encontra muitas famílias do Sertão cujo maior sonho era uma cisterna. Esse novo programa vem quebrar parte destes entraves que impossibilitaram a implantação de um milhão de cisternas no Sertão. Com as cisternas de plásticos e a ação do governo federal, logo será difícil encontrar uma residência no Sertão que não disponha de uma cisterna para armazenar água.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Água para todos no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma casa sem cisterna na
Comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina . Uma casa com cisterna de plástico na Comunidade de Chapada da Serra Branca no município de Paulistana, PI e uma cisterna de produção no município de Petrolina, PE. 





O fato

Como parte do Plano Brasil Sem Miséria, cujo objetivo é elevar a renda e as condições de bem-estar da população que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa, o Programa Água para Todos, foi concebido pelo Governo Federal a partir da necessidade de se universalizar o acesso e uso de água para populações carentes, residentes em comunidades rurais não atendidas por este serviço público essencial, atendidas por sistemas de abastecimento deficitários ou, ainda, que recebam abastecimento difuso. O programa que tem como objetivo garantir o amplo acesso à água para as populações rurais dispersas e em situação de extrema pobreza, seja para o consumo próprio ou para a produção de alimentos e a criação de animais, possibilitando a geração de excedentes comercializáveis para a ampliação da renda familiar dos produtores rurais, apresenta como uma das metas, a construção de 750 mil cisternas até 2014 das quais, 300 mil são cisternas de consumo e 20 mil cisternas de produção, isto é, cisternas cuja água armazenada será utilizada na produção de alimentos ou na desedentação dos animais. Para alcançar essas metas, foi dada prioridade a implantação de cisternas de plástico. Embora haja controversas sobre a viabilidade dessas cisternas na região semiárida, a facilidade de sua instalação favorece o cumprimento das metas do programa. Assim, hoje um novo panorama se ver no interior do Sertão com a distribuição e implantação das cisternas de plástico em muitas comunidades.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A fenologia do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma planta de imbuzeiro ainda com muita folha, uma em dormência vegetativa e uma com flores. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é planta nativa da região semiárida do Nordeste brasileiro de grande importância para o bioma da caatinga. Mesmo em anos de graves irregularidades climáticas como 2012 que choveu somente 135,6 mm até o momento, o imbuzeiro mantém certa regularidade em sua fenologia. Hoje, 20 de junho de 2012, já podemos encontrar plantas de imbuzeiro em dormência vegetativa e algumas com início da floração. Em pesquisas para acompanhar a evolução do ciclo reprodutivo do imbuzeiro, compreendido entre a emissão do primórdio do botão floral e a maturação do fruto, foram obtidos resultados bastante significativos. O estudo foi realizado na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE. Observou-se que o período conhecido como dormência vegetativa quando a plantas perde todas as folhas perdura por aproximadamente, 35 dias. No entanto há muita variação. Existem plantas que iniciam a floração antes do início da queda das folhas maduras. Outras demoram até 35 dias para emitir o primeiro botão floral.  Após a abertura dos botões florais, a fecundação dos primeiros frutos ocorre em 5 a 7 dias. O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos foi de 125,56 dias, aproximadamente. Embora os efeitos das mudanças climáticas já estejam ocorrendo conforme alguns estudiosos, na fenologia do imbuzeiro esses efeitos ainda não foram percebidos.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Aspectos da degradação e recuperação dos solos da caatinga



As fotos

Nestas fotografias  podemos observar uma área de caatinga com capim buffel na seca, uma área de caatinga com serapilheira e uma planta de favela com folhas maduras. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

Atualmente as maiores áreas da caatinga que apresentam riscos de degradação são aquelas onde a vegetação nativa foi retirada para formação de pastagens. Como essas áreas permanecem o maior tempo descobertas, visto que, com a seca as pastagens ao serem consumidas pelos animais deixam os solos susceptíveis à erosão hídrica e eólica, favorecendo a remoção dos nutrientes. Nestas áreas os animais não encontram mais alimentos e a procura constante provoca maior degradação dos solos, afetando sua capacidade de retenção de água o que aumentam a degradação. Por outro lado, nas áreas de caatinga a presença de vegetação contribui significativamente para proteção dos solos com a formação da serapilheira e com a alimentação dos animais que consomem muitas das folhas maduras que caem ao chão. Assim, a serapilheira composta pelas folhas, flores, frutos e sementes das plantas depositadas na superfície da caatinga é muito importante para o equilíbrio desse ecossistema. Como vemos na fotografia, na área de pastagem não há nenhum vestígio de material para recomposição do solo com nutrientes e com matéria orgânica. Enquanto que na área de caatinga, a presença da serapilheira pode contribui significativamente na restauração da fertilidade do solo e consequentemente na redução dos processos de degradação.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Abundância e falta de água no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar as barragens de Cumprinda e Mandim com água do canal Pontal e a barragem de Cruz de Salinas sem água. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.







O fato

A seca que assola o Sertão do Nordeste neste ano é uma das mais severas dos últimos 30 anos. Nunca tivemos uma irregularidade de chuvas como a que está ocorrendo. Já tivemos anos de seca, mas as chuvas mesmo em volumes menores ocorreram dentro do período esperado. Este ano, os meses que normalmente chove fevereiro, março e abril, foram praticamente secos. Essa irregularidade está causando severos danos para grande parte da região semiárida do Nordeste. No município de Petrolina, PE, temos uma parte da área rural severamente atacada pela seca e outra com abundância de água. Isso ocorre devido ao fato de que alguns riachos temporários do Sertão de Petrolina vêm recebendo água do Rio São Francisco pelo canal de irrigação do Pontal. No entorno desses riachos, o ano todo existe água para os animais e plantio de algumas lavouras. De acordo com a  CODEVASF desde o início deste ano já foram colocados mais de 4 milhões de m3 de água nas barragens de Mandim, Amargosa, Cumprida e Poço do Canto. Essa água tem contribuído significativamente para a manutenção das famílias no meio rural, principalmente na sustentação dos animais, todavia, outras barragens que atendem a um grande número de agricultores continuam sem água. Porque não dividimos um pouco dessa água com o resto das barragens do município! Assim, quando se fala em seca no interior de Petrolina, devem-se reconsiderar essas comunidades que estão com abundância de água e aquelas com total escassez.