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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Água de carro-pipa em vilas e povoados do sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar um carro-pipa distribuíndo água para consumo. A fotografia foi obtida no dia 29 de maio de 2005 no povoado de Algodões no município de Custódia, PE.

O fato

Nos sertões do Nordeste brasileiro, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência dos agricultores e animais. A vulnerabilidade a que está exposta esta região é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem, em média, a cada cinco anos. As secas mais recentes foram responsáveis pela redução de 9% no produto da agropecuária regional e de 4,5% no PIB, com uma população atingida na ordem de 12 milhões de habitantes, dos quais, 2 milhões foram inscritos nas frentes de emergências de trabalho. Todavia, a busca de soluções para essas calamidades remota ao século 19, quando em 1845 o Imperador D. Pedro II deu início às primeiras iniciativas locais de combate às secas implementadas pelo Estado. Com a criação em 1909 da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada depois no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), teve início um programa de combate às secas, cujo objetivo principal foi a acumulação de águas por meio da açudagem e das obras de infra-estrutura com duração de 1909 a 1945. Vários programas vieram complementar as ações da IOCS e do DNOCS, tais como, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a SUDENE, o Projeto Sertanejo, entre outros. Contudo, os problemas da seca continuaram a trazer graves calamidades à população do Nordeste semi-árido. Embora, nos últimos anos, nesta região tenham ocorrido transformações sem precedentes - intensiva urbanização, desenvolvimento da infra-estrutura e expansão da irrigação no Vale do São Francisco, no oeste da Bahia e no Rio Grande do Norte - os sertanejos estão ainda mais vulneráveis, frente aos efeitos das secas, pois vivem num ambiente ecologicamente empobrecido, incapaz de oferecer recursos alternativos à escassez de água e alimentos, à margem das ilhas de modernidade do semi-árido. Recentemente, foi criado o Programa de Mobilização Social para Construção de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), com a participação das comunidades na busca de soluções para a falta de água no sertão. Segundo dados da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), até o final de 2009 foram construídas mais de 286.518 cisternas na região semiárida do Nordeste. Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros-pipas. Contudo, o carro-pipa também é uma alternativa para muitos povoados, vilas e pequenas cidades do sertão. Na fotografia, podemos ver um carro-pipa distribuindo água no povoado de Algodões no município de Custódia, PE.

O transporte de água em ancoreta no sertão do Piauí



A foto

Nesta fotografia, pode-se observar o transporte de água em ancoretas.  A fotografia foi obtida no dia 20 de julho de 2010 na Comunidade de Fazenda Humaitá no município de Paulistana, PI.

O fato

Segundo dados da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), até o final de 2009 foram construídas mais de 286.518 cisternas na região semiárida do Nordeste. Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros pipa. Nessas comunidades os agricultores ainda precisam percorre longas distâncias até os locais onde encontram água disponível. Contudo essa atividade fica mais difícil em anos de irregularidades como está ocorrendo em 2010. No interior do município de Paulistana, na comunidade da Fazenda Humaitá, as chuvas que caíram até o mês de junho alcançaram somente 327 mm. Esse volume não é pequeno, se comparado com as médias da região, todavia a irregularidade na distribuição causou perdas significativas para os cultivos dos pequenos agricultores, principalmente para aqueles que plantaram milho, feijão e abóbora, como também, pouca ou nenhuma água foi acumulada nos reservatórios para o consumo dos animais. Na fotografia podemos ver o transporte de água em reservatórios confeccionados pelos agricultores com borracha de pneu e madeira, chamados de ancoretas. Este tipo de recipiente apresenta uma vantagem comparativa com as bombonas de plástico por ser mais duráveis e melhor para o transporte no lombo dos animais. Todavia, em função do preço e da facilidade de se comprar uma bombona de plástico, este tipo de reservatório, praticamente não é mais encontrado no sertão.

sábado, 24 de julho de 2010

O corte de plantas da caatinga para retirada de mel de abelhas




A foto

Nesta fotografia podemos ver uma planta de umburuçu com partes do tronco cortado para retirada de mel. A fotografia foi obtida no dia 24 de outubro de 2002 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A retirada do mel de abelha dos troncos das plantas pelos agricultores da caatinga é uma das atividades mais tradicionais da região. Embora em algumas comunidades a criação de abelhas já é praticada como uma atividade geradora de renda, o corte das plantas da caatinga ainda hoje ocorre de forma indiscriminada.  Um problema é que os agricultores que colhem o mel, não estão muito preocupados com os danos causados as plantas. Eles cortam e queima toda e qualquer planta que tem uma colméia. Na foto podemos ver uma planta de umburuçu (Pseudobombax sp.) com seu tronco cortado.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. F.) na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos ver uma planta de imbuzeiro com uma planta de erva-de-passarinho em seus galhos. A fotografia foi obtida no dia 28 de agosto de 2003 na Comunidade de Conceição no Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. F.) é uma planta considerada como erva daninha e parasitária que ataca uma grande diversidade de plantas nos mais diferentes ecossistemas. É uma planta do gênero Phoradendron, pertencente á família Rubiacea. Essas plantas apresentam uma característica principal que é que suga os nutrientes das plantas hospedeiras e pode causar até a morte das plantas, embora para que isso ocorra leva muito tempo. Planta daninha do, a erva de passarinho é um vegetal parasita que possui inúmeras espécies. Por outro lado, a erva-de-passarinho contribui de forma substancial na alimentação dos pássaros que consomem seus frutos e fazem a sua dispersão. Os pássaros ingerem as sementes que são eliminadas mais tarde, junto com as fezes sobre a copa de outras plantas. Na caatinga do Nordeste, muitos agricultores retiram pantas de  erva-de-passarinho para alimentar os caprinos na época de seca.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bomba para retirada de água de poço na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma bomba para retirada de água de poço profundo. A fotografia foi obtida em 22 de julho de 2010 na comunidade de Mulungu no município de Jaguarari, BA.

O fato

Nos sertões do Nordeste existem muitos poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas. O problema é que na maior parte destes poços a água é salobra. Embora esta água possa ser em alguns casos consumida pelos animais, na maioria das vezes é imprópria para o consumo humano. Contudo, em anos de secas severas, só resta à água salobra obtida pelos velhos cata-ventos. Esta é uma das realidades do sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiram  ainda superar, visto que, pouco ou quase nada é investido para o acumulo de água nas propriedades. Como podemos ver com o programa 1 milhão de cisternas. Só com dinheiro público. A bomba da foto é uma alternativa para facilitar a retirada da água em poços da região, o lamentável é que em alguns casos como o citado, a água do poço é muito salobra e nem os animais estão aproveitando. Perdeu-se o dinheiro gasto na perfuração do poço e na aquisição da bomba.

A utilização de água de barreiro para produção de hortaliças no sertão do Piauí



A foto

Nesta fotografia podemos observar um agricultor  em meio as hortaliças cultivadas com água de barreiro. A fotografia foi obtida em 20 de julho de 2010 na comunidade de Boa Vista no município de Paulistana, PI.

O fato

No Nordeste do Brasil há uma grande quantidade de pequenos reservatórios do tipo barreiro. Em anos de chuvas regulares, a quantidade de água armazenada pode ser utilizada de diversas formas, principalmente para garantia de consumo dos animais. Contudo, parte desta água pode ser utilizada para produção de pastagem para os animais ou para produção de fruteiras e hortaliças. Na fotografia podemos ver um agricultor da comunidade de Boa Vista no município de Paulistana, PI, que possui dois barreiros em sua propriedade e um destes é utilizado para produção de hortaliças. Com a água do barreiro este agricultor tem produzido cenoura, alface, coentro, tomate, cebolinha, pimentão, etc. Parte desta produção é comercializada com os vizinhos, garantindo uma renda para a família.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A bela floração do ipê roxo na caatinga.




A foto


Nesta foto podemos observar a floração intensa de um ipê roxo na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 22 de julho de 2010 na caatinga do município de Jaguarari, BA

O fato

O ipê roxo (Tabebuia impetiginosa Mart) é uma das plantas com as flores mais belas da caatinga. Pode alcançar a
ltura de 8 a 12 m na caatinga. Sua ocorrência é muito variada, podendo ser encontrado nas caatingas da Paraíba, Piauí, Ceará e Bahia. O ipê é uma planta de grande beleza para o uso ornamental, em função de sua intensa floração. Na caatinga logo após o final do período chuvoso, o ipê perde as folhas e inicia a brotação que termina com uma intensa floração nos meses de junho e julho com os frutos amadurecem nos meses de setembro a outubro.

A frutificação da imburana de cheiro




A foto

Nesta fotografia podemos ver uma planta de imburana de cheiro (Amburana cearensis (Allemao) A. C. Smith) com intensa frutificação. A fotografia foi obtida no dia 22 de julho de 2010 na Comunidade de Conceição no município de Jaguarari, BA.

O fato

A  imburana de cheiro (Amburana claudii (Fr. All.) A. C. Smith) é uma planta que ocorre nas caatingas nordestina de grande importância na medicina caseira. Conhecida, também como: ambaúrana, amburana, amburana de cheiro, cerejeira rajada, cumaré, cumaru, cumaru de cheiro, cumaru do ceará, cumbaru das caatingas, entre outros, é uma árvore de crescimento: pioneira com ocorrência em floresta estacional semidecídual , floresta ombrófila densa , cerrado , caatinga e de ampla distribuição Geográfica. Sua dispersão é anemocoria. A  floração ocorre nos meses de abril, maio e junho, com a frutificação nos meses de junho a setembro. Seu fruto é do tipo sâmara de estrutura seca e cor preta, coriácea e contém apenas uma semente. No período da frutificação a planta fica desprovida de folhas. Os frutos, quando maduros caem no chão e são consumidos pelos animais silvestres e caprinos.

Os danos dos insetos as sementes do imbuzeiro



A foto

Nesta foto, podemos observar a semente do imbuzeiro e algumas fases do ataque de insetos ao embrião. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 26 de setembro de 2003.

O fato

Realizamos um trabalho com o objetivo de identificar o inseto que estava atacando as sementes de plantas nativas de imbuzeiro, localizadas na Estação Experimental da Caatinga, EMBRAPA Semiárido em Petrolina - PE. O trabalho foi realizado no período de novembro de 2002 a junho de 2003. Foram selecionadas ao acaso, 17 plantas em fase de produção, coletando-se, em fevereiro, 392 frutos maduros por planta, dos quais as sementes foram retiradas e armazenadas em temperatura ambiente. No final da safra, que ocorreu no mês de abril, foram também coletadas aleatoriamente, 392 sementes por planta, provenientes de frutos caídos naturalmente no chão. Foram avaliadas a porcentagem de sementes danificadas pelos insetos e a presença/ausência de larvas e/ou adultos na semente.  Constatou-se que as sementes provenientes dos frutos colhidos na planta e armazenados, não foram danificadas pelo inseto, não havendo, portanto problemas na germinação. Contudo, 93% das sementes oriundas dos frutos caídos no chão, apresentaram-se danificadas pelo inseto, tendo sua germinação comprometida. Nestas sementes foram encontradas, em média, 82 com larvas e 15 com adultos por planta. A espécie identificada como a causadora dos danos as sementes do imbuzeiro foi a Amblycerus  dispar (Sharp, 1885) (Kingsolver & Ribeiro-Costa, 1997). Este inseto pode ser uma das causas da baixa germinação das sementes do imbuzeiro em seu ambiente natural, prejudicando a dispersão desta espécie.

As sementes no oco do imbuzeiro







A foto

Nesta foto, podemos observar uma porção de sementes no oco de um tronco de imbuzeiro. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 15 de julho de 2002.



O fato

De modo geral, os imbuzeiros adultos apresentam partes do caule danificado que formam ocos. Nestes ocos geralmente são encontrados pequenos animais da caatinga, principalmente, ratos. Os ratos levam uma grande quantidade de sementes para dentro dos ocos e consomem seus embriões, danificando as sementes. As sementes de imbu dispõem em seu endocarpo de um embrião que é responsável pela sua multiplicação, contudo este embrião é um dos alimentos preferidos pelos ratos silvestres da caatinga. Normalmente os ratos levam as sementes até o buraco do tronco e após a trituração da casca, consomem o embrião que é uma pequena amêndoa. Alguns ratos chegam a consumir o embrião de até 16  a 22 sementes por dia. Considerando que este consumo ocorre durante toda a entressafra, os danos são consideráveis para propagação desta espécie. Uma das formas de evitar este problema é fechar os buracos dos troncos do imbuzeiro.  

A dispersão de sementes de imbuzeiro na caatinga



A foto

Nesta foto, podemos observar frutos e sementes de imbu no chão da caatinga. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 24 de fevereiro de 20043.

O fato

O imbuzeiro é uma planta que apresenta um ciclo de dispersão de sementes muito restrito no ambiente da caatinga, visto que, em função do tamanho das sementes, estão são dispersas, principalmente por animais. Assim, na ausência deste, suas sementes, praticamente permanecem embaixo das plantas. Em um estudo realizado em uma área de caatinga nativa, foi encontrada uma média de 985 sementes/m2, abaixo da copa da planta-mãe, das quais 56,85 % correspondiam a sementes de safras anteriores e 43,15% a sementes da safra de 2002. Das sementes das safras anteriores, 89,29% estavam danificadas. Da safra atual, 78,82% das sementes tinham algum dano que dificultavam sua germinação. Em uma área de caatinga degradada, observou-se, em média, 28 sementes/m2, sendo 78,57% de safras anteriores e 21,43% da safra atual. Os dispersores das sementes observados na catinga nativa foram o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), a cotia, o morcego, o caititu (Tayassu tajacu), a raposa (Dusicyon thous) e o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) e na caatinga degradada o caprino (Capra hircus). Com relação à regeneração natural de plântulas, está só foi observada na área de caatinga nativa, sendo registrada a emergência de 12 plântulas, em média, na área da copa e 6 no segundo círculo. Quanto à presença de plantas jovens, esta também só foi registrada em área de caatinga nativa, onde se encontrou 3 plantas, abaixo da copa da planta-mãe. Neste trabalho foram encontradas sementes de imbuzeiro sendo levadas pelas águas dos riachos no período de chuva.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

As etapas de produção da rapadura



A foto

Nesta fotografia podemos ver as diferentes etapas de processamento da rapadura. A fotografia foi obtida no dia 21 de julho de 2010 na Comunidade de Barra da Melancia no Distrito de Arizona no município de Afrânio, PE.

O fato

O processamento da rapadura, embora simples, requer muita atenção para algumas etapas do processo. O caldo da cana é colocado inicialmente em um primeiro tacho para apurar. Após alguns minutos a calda é colocada em um segundo tacho. No terceiro tacho o caldo da cana esta no ponto do mel. Nesta etapa parte do mel é retirado para comercialização. No quarto tacho o caldo esta quase pronto. Contudo, ainda é necessário mais um pouco de cozimento até ir para o quinto tacho, aonde finalmente vai para a gamela para ser batida antes de ser colocadas nas formas.

A colocação da rapadura nas formas



A foto

Nesta fotografia podemos ver a colocação da rapadura nas formas. A fotografia foi obtida no dia 21 de julho de 2010 na Comunidade de Barra da Melancia no Distrito de Arizona no município de Afrânio, PE.

O fato

A produção de rapadura é uma das atividades geradoras de renda em muitas comunidades da região semiárida do Nordeste. Embora o processo seja simples e tradicional, requer muita atenção para algumas etapas do processo. No final do processo na calda é colocada em uma gamela para ser batida antes de ser colocadas nas formas. As formas de rapaduras são muito diversificadas quanto ao tamanho e espessura. Na fotografia pode-se observar a colocação da rapadura nas formas. Observa-se também que para colocação da rapadura nas formas é utilizada uma concha confeccionada de uma cabaça.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A moagem da cana no sertão para produção de rapadura




A foto

Nesta fotografia podemos ver a moagem da cana para produção de rapadura. A fotografia foi obtida no dia 21 de julho de 2010 na Comunidade de Barra da Melancia no Distrito de Arizona no município de Afrânio, PE.

O fato

Em muitas comunidades do sertão de Pernambuco, o período de julho a agosto é a época da moagem da cana para produção de rapadura. De modo geral a cana é plantada nos baixios. Essas áreas são uma  espécie de enseada que os riachos formam nos terrenos marginais e onde, por ocasião das vazantes, a água se empoça na depressão, circundada por cumes de montes, onde existem depósitos de águas subterrâneas. Em anos de chuvas normais, a cana se desenvolve bem, contudo, quando as chuvas são irregulares, a cana não da boa rapadura.

A floração da aroeira (Myracroduon urundeuva Fr All) na caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos ver uma planta de aroeira (Myracroduon urundeuva Fr All) no momento de intensa floração. A fotografia foi obtida no dia 20 de julho de 2010 na Comunidade de Boa Vista no Distrito de Serra Vermelha no município de Paulistana, PI.

O fato

No período de seca na caatinga, os agricultores que possuem colméias têm muita dificuldade para manter suas abelhas, em vista da falta de flores para alimentação das mesmas neste período. São poucas plantas que apresentam flores nos meses de seca e alguns agricultores tem que alimentar as abelhas com outras alternativas alimentares. Contudo no período de julho a setembro, em algumas partes da caatinga há uma intensa floração das aroeiras (Myracroduon urundeuva Fr All). Essa floração é seguida pelo juazeiro e imbuzeiro que fornecem muitas flores para as abelhas, principalmente para a Apis mellifera. Embora essa atividade seja em algumas comunidades uma das principais fontes de renda dos agricultores, estes fazem a derrubada de muitas plantas de importância vital para as abelhas na formação de pastagens e áreas de cultivo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A jibóia da caatinga



A foto

Nesta foto, podemos observar uma jibóia na caatinga. A foto foi obtida no município de Petrolina, PE, em dia 8 de abril de 2009.

O fato


A jibóia (Boa constrictor) é uma das serpentes mais encontradas nas caatingas do Nordeste. Algumas podem alcançar até 5 metros de comprimento. Sua alimentação é composta de pequenos mamíferos, aves e repteis. Embora seu habitat preferido seja a  floresta húmida, a savana, os mangais, a jibóia é encontrada nas áreas  mais secas da caatinga. Este animal não causa risco para os agricultores, contudo pode atacar as criações de galinhas e os caprinos recém nascidos. Quando pega uma presa como um filhote de caprino ou ovino, a jibóia se enrola nela e aperta o animal, até que ele cessa todos os movimentos e engole o animal inteiro.

domingo, 4 de julho de 2010

Efeito da falta de alimentos para os caprinos na caatinga




A foto

Nesta foto, podemos observar um caprino consumindo partes de uma planta de mandacaru. A foto foi obtida na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE no dia 7 de novembro de 2007.

O fato

O mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.) é uma das plantas mais utilizadas pelos agricultores nordestinos na época da seca para alimentação dos. Os agricultores também utilizam o facheiro (Pilosocereus pachycladus F. RITTER), o xiquexique (Pilosocereus gounellei K. Schum) e a coroa-de-frande (Melocactus bahiensis Britton & Rose). Estas plantas são alternativas para salvar os animais da fome causada pela falta de alimentos na caatinga na época de seca. O mandacaru é cortado e seus espinhos queimados para facilitar seu consumo pelos animais. No período de seca que a maioria dos agricultores utiliza o mandacaru que dispõem em suas propriedades. Contudo, a utilização massiva desta cactácea em períodos de secas sucessivas, tem reduzido significativamente a densidades do mandacaru na caatinga. Na fotografia podemos ver um caprino consumindo partes da casca de uma planta de mandacaru que já teve sua parte aérea cortada pelo agricultor. Este fato demonstra que a falta de alimentos é grande no período de seca, contudo pode levar esta planta a morte, pois sem a casca, não há circulação das seivas e a tendência da planta é murchar e morrer.

A posição ereta do caprino para consumir brotos de favela



A foto


Nesta foto, podemos observar um caprino na posição erguido, levantado ou ereto para alcançar brotos da favela no período de seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Xiquexique no município de Curaçá, BA, em 29 de setembro de 2005.

O fato


A favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma forrageira nativa das caatingas do Nordeste, cujas folhas, brotos e frutos são consumidos pelos animais, principalmente os caprinos. Os animais consomem as folhas maduras quando estas caem no chão no final do período de chuvas. Na seca, alimentam-se dos brotos e casca da favela. Suas sementes são consumidas por animais silvestres e pelos caprinos que regurgitam as cascas nos apriscos. Os agricultores informaram que no período de maio a julho quando as folhas maduras da faveleira caem os animais dão preferência a este tipo de alimentos. Para alcançar brotos e folhas nas partes altas das plantas os caprinos fazem verdadeiras acrobacias como podemos ver na fotografia, um caprino na posição ereta sobre as patas traseiras.