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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A falta de valorização da água de chuva no Sertão do Nordeste




As fotos

Nestas fotografias podemos observar algumas cisternas que não recebem água de chuvas. A s fotografias foram obtidas no município de Petrolina.







Os fatos

A falta de água para o consumo humano no Sertão do Nordeste é uma realidade constante. A cada ano os meses de seca severa trazem problemas para muitas famílias rurais que tem restrições de água para o consumo. Todavia, o volume de chuvas na região semiárida tem apresentado uma pequena elevação da média histórica nos últimos 25 anos. Atualmente, a média histórica é de, aproximadamente 565 mm. Esse volume embora pequeno se comparado com regiões mais chuvosas é bastante significativo quando comparamos com outras regiões áridas e semiáridas do mundo onde o volume de chuvas é menor. Assim, somos a região semiárida do mundo onde ocorrem os maiores volumes de chuvas. Embora os habitantes do semiárido já tenham sofrido muito com as secas periódicas, hoje existe a operação pipa, que embora apresente muitas irregularidades, tem fornecido água para a maior parte da população das áreas seca. Contudo, falta uma política regional de valorização da água de chuva, pois muitos agricultores ainda acreditam que a água dos carros-pipas é melhor que a das chuvas e assim, em muitas comunidades ainda é possível encontrar residências sem calhas para captação da água das chuvas, como cisternas que só recebem água de carro-pipa. Na fotografia podemos ver que a falta de uma parte da tubulação, provoca o desperdício de toda chuvas que cai no telhado desta casa. Esse cano está quebrado a mais de 3 anos e o agricultor nada fez para consertá-lo, pois em sua cisterna só entra água de carro-pipa.

domingo, 8 de janeiro de 2012

As cisternas tradicionais do Nordeste brasileiro




As fotos

Nestas fotografias podemos observar cisternas tradicionais no Nordeste. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.








Os fatos

Atualmente há uma infinidade de cisternas que vem sendo utilizadas no Sertão do Nordeste. Há diversos tipos e formas, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Temos cisternas de argamassa de tijolo e cimento, de plástico, de tela de alambrado, de fibra, de placas, de lona, etc. Contudo, independente da forma e do tipo da cisterna, o que realmente interessa é o armazenamento de água com segurança. Há relatos de cisternas na história há mais de 3 mil anos em diferentes regiões do mundo, principalmente na região da antiga Palestina, Mesopotâmia e na Caldéia. São encontrados registros de cisternas na antiga Roma e os exércitos romanos sempre construíam cisternas nas regiões que dominavam. No Nordeste brasileiro, as primeiras cisternas foram construídas pelos colonizadores e eram construídas preferencialmente de argamassa de cimento com tijolos batidos na forma quadrangular. Hoje, ainda é possível encontrar muitas cisternas deste tipo no interior do Sertão e nas residências de pequenas cidades do interior onde a falta de água é uma constante.

Cisterna calçadão de plástico no Sertão do Nordeste




As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma cisterna de plástico com área de captação em um calçadão. As fotografias foram obtidas no município de  Petrolina, PE.





Os fatos

A utilização de cisternas de plástico para o armazenamento de água de chuva na região semiárida do Nordeste, vem sendo realizada desde o início dos anos 80, quando do advento do Projeto Sertanejo conduzido pela então SUDENE.  Foram testadas diversas formas de cisternas diferentes tipos de plásticos. Essas cisternas não tiveram sucesso devido ao fato de que o custo de cada cisterna era muito alto para as condições da região semiárida, por isso sua utilização ficou restrita as ações de pesquisa e de atuação do projeto em execução. Todavia, essas cisternas sempre apresentaram vantagens em relação as que eram utilizadas na região, visto que, não apresentavam qualquer indício de vazamentos e eram mais eficientes quanto à redução de contaminação da água armazenada.  Assim, a decisão do Governo Federal de implantação de 750 mil cisternas de plástica em comunidades do semiárido nordestino nos próximos anos pode contribuir para melhoria da qualidade da água de consumo dos agricultores do Nordeste. Neste sentido, a utilização de recipientes de plástico para a captação e armazenamento de água de chuva na região semiárida do Nordeste possibilitará que os agricultores não percam água por vazamentos e consumam água livre de contaminação.

domingo, 1 de janeiro de 2012

As cisternas de plástico no Sertão do Nordeste



As fotos

Nestas fotografias podemos observar as primeiras cisterna de plástico no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de  Petrolina, PE.









Os fatos

A decisão do Governo Federal de implantação de 750 mil cisternas de plástica em comunidades do semiárido nordestino nos próximos anos gerou uma grande polêmica no seio das organizações não governamentais que participam do Programa P1MC, onde as cisternas de placas pré-moldadas estavam sendo instaladas. As alegações são das mais variadas, principalmente no sentido de que esta ação deixaria muitas famílias que foram treinadas para o trabalho de construção das cisternas de placas, e que as cisternas plásticas não suportariam as adversidades da região. A utilização de recipientes de plástico para a captação e armazenamento de água de chuva na região semiárida do Nordeste já vem sendo utilizados há muito tempo, visto que, os baldes e bombonas plásticas são mais baratos e acessíveis a população rural. Contudo, esses recipientes muitas vezes não são apropriados para o armazenamento de água para consumo. Porém, quanto às cisternas de plástico, os agricultores agora podem consumir água livre de contaminação, o que não ocorre com as cisternas de placas que, em sua maioria apresentam problemas de contaminação e vazamentos. Outro fator positivo é a durabilidade das cisternas que pode chegar até 35 anos, o que não ocorre com as cisternas de placas que sempre apresentam alguma avaria com o passar do tempo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O mel das abelhas nativas da caatinga




A foto


Nesta fotografia podemos ver um agricultor ao lado de uma imburana onde há um ninho de abelha nativa da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 10 de outubro de 2011 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato


A caatinga é um bioma com uma grande diversidade de plantas que tem sua polinização realizada por abelhas nativas desta região. Entre estas plantas temos: o imbuzeiro (Spondias tuberosa ARRUDA), a aroeira (Myracrodruon urundeuva), a baraúna (Schinopsis brasiliensis), a jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.), a catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), etc. As folhas, flores e frutos destas plantas são alimentos para o grande número de abelhas nativas, principalmente na época de seca, quando suas florações são as únicas fontes de alimentos para as abelhas nativas e exóticas da região. Entre essas abelhas nativas as que se destacam são;  a arapuá ou irapuá (Trigona spinipes),  a manduri ou rajada (Melipona asilvai), a abelha branca (Frieseomelita deoderleini), e as abelhas africanizadas como a italiana (Apis mellifera). Essas abelhas apresentam uma produção de mel com características distintas, principalmente em relação ao uso. De modo geral, o mel das abelhas nativas tem como indicação o uso medicinal, já as africanizadas têm seu mel destinado ao consumo geral, principalmente para adição a outros alimentos. Todavia, a retirada de mel de abelha nos troncos das plantas da caatinga tem causado danos para muitas plantas deste bioma. Este mel de modo geral é comercializado as margens das rodovias da região. Embora seja uma atividade que causa danos ao meio ambiente, em algumas comunidades do Sertão a venda de mel é uma das principais fontes de renda para os pequenos agricultores. O  problema é que normalmente as abelhas fazem seus ninhos nos ocos das plantas como o imbuzeiro, imburana, baraúnas, e para retirada do mel os agricultores cortam e colocam fogo no caule das plantas que muitas vezes morrem posteriormente. Em alguns casos, os agricultores usam algumas substâncias tóxicas para eliminar as abelhas e o resíduo vai ao mel podendo causar danos a saúde dos consumidores. Contudo, essa atividade tem apresentado mudanças, visto que, já são muitos agricultores que tem se dedicado a criação de abelhas nativas e africanizadas e assim, a produção de mel tem se tornado uma atividade rentável para as famílias do Sertão nordestino.