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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O veado catingueiro na caatinga do Sertão

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar cenas do veado-catingueiro em uma área de caatinga do Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.












Os fatos

Muito se tem reclamado das secas no Sertão do Nordeste, principalmente pela mortandade dos animais domésticos, principalmente de bovinos, ovinos e caprinos. Por outro lado, temos uma fauna rica em espécies que sobrevivem a essas calamidades quase que sem sofrer quaisquer danos. Uma dessas espécies é o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira).  Sua maior ameaça é a caça indiscriminada. No Sertão de Pernambuco, encontra o veado-catingueiro é uma raridade, visto que, os habitantes da região realizam sua caça sistematicamente. Há grupos de caçadores organizados que promovem caçadas nas áreas de proteção, onde a ocorrência dessa espécie é mais frequente. O veado-catingueiro é uma espécie de pequeno porte de ocorrência em todo o território nacional, contudo em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, essa espécie vem a cada dia sendo pouco observada.  Essa espécie ocorre em diferentes tipos de vegetação, como florestas, savanas, matas e áreas de cerrado e caatinga. Nas caatingas do Nordeste o veado-catingueiro prefere as áreas de formação de pastagens, onde se alimenta de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga, principalmente dos frutos, além do consumo das cactáceas no período de seca. Uma dessas cactáceas é o rabo de raposa, que é encontrada regularmente na caatinga. O veado-catingueiro alimentou-se, basicamente de mandacaru, xiquexique e outros pequenos cactos da caatinga como o rabo de raposa, o caroá, etc. Não há registro de que as secas tenham afetado esses animais, visto que, eles só consomem água se encontra disponível, caso contrário, obtém a água que precisa das plantas da caatinga. Enquanto nossos criadores de caprinos e ovinos do Sertão vêm a cada dia alterando a genética de seus rebanhos com raças importadas, pouco adaptadas a nossas condições, o veado-catingueiro continua firme e forte na conivência com a seca. Infelizmente não temos estudos onde as características de rusticidade desses animais possam ser repassadas para os nossos rebanhos capacitando-os as adversidades climáticas da região. Nada ou quase nada mudou da colonização até agora, isto é, os colonizadores pouco tiveram interesse pela fauna do Sertão, mais priorizaram a introdução de espécies exóticas, como o caprino. Hoje, o que temos é a continuidade dessas politica com a introdução constante de novas raças de caprinos e ovinos para os Sertões do Nordeste. Assim, uma pergunta fica sem resposta, se o veado consegue sobreviver às secas sucessivas do Nordeste, porque nossos criadores tem que esperar a mão protetora do Estado para salvar seus rebanhos no período de seca?


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

As chuvas de dezembro no Sertão de Pernambuco



As fotos 

Nestas fotografias podemos observar água das chuvas de dezembro em um barreiro e chuvas no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE. 
















Os fatos 

No Sertão de Pernambuco, a seca começa a perde força com a ocorrência de algumas chuvas em diversas áreas do sertão. De janeiro até hoje, tivemos 42 dias onde ocorreram precipitações e 312 dias sem qualquer ocorrência de chuvas. No total, choveu até agora 414,8 mm, sendo 262,2 mm só no mês de janeiro. No mês de fevereiro choveu 46,3 mm. No mês de março, 33,5 mm e 3,7 mm no mês de abril. Maio choveu 15,6 mm e junho 8,0 mm. As chuvas do mês de julho totalizaram 3,8 mm. Nos meses de agosto e setembro não foi registrada nenhuma precipitação. Neste início de outubro, tivemos as primeiras chuvas no Sertão com uma precipitação de 25,0 mm. Há relatos que em algumas comunidades as chuvas chegaram a um volume de 80 mm, encheram os barreiros e pequenos açudes. Nessas áreas a caatinga já iniciou sua recuperação com uma nova folhagem das plantas e uma grande diversidade de flores. No mês de novembro ocorreram dois eventos de chuvas, sendo 5,7 mm no dia 13 e 3,8 mm no dia 15, totalizando 9,5 mm. No mês de dezembro até o momento foram registrados dois eventos de chuvas com 1,5 mm no dia 15 e 7,9 mm no dia 16. Segundo dados da APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima) na Mesorregião do Sertão de Pernambucano, as chuvas foram bem distribuídas e significativas com alguns municípios superando os 90 mm. Em Belém do São Francisco choveu 115,0 mm, Araripina choveu 16,0 mm, Cabrobó choveu 53,0 mm, Calumbi choveu 24,0 mm, Exú choveu 20,0 mm, Lagoa Grande choveu 54,0 mm, Mirandiba choveu 32,0 mm, Ouricuri choveu 15,5 mm e Serrita choveu 92,0 mm. Essas chuvas favorecem a renovação da vegetação e tem importância grande para o bioma caatinga, principalmente para alimentação de pássaros, abelhas e outros animais da caatinga que enfrentavam uma restrição severa de falta de alimentos no período de seca, como também para os agricultores que já não tinham água e alimentos para seus rebanhos.Nas fotos podemos ver uma cisterna calçadão  e um barreiro que receberam um bom volume de água no município de Petrolina, PE.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A reprodução do gavião preto na caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar um gavião preto da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.








Os fatos

O gavião preto (Buteogallus u. urubitinga: Accipitridae) é uma grande ave rapina que ocorre na Caatinga do Nordeste. Sua plumagem se destaca pela predominância da cor preta com listas brancas e bico amarelo. Seus pés também são de coloração amarela. Há poucas informações sobre a biologia dessa espécie na Caatinga. Há relatos de que essa espécie é predominante das áreas alagadas com abundância em fauna aquática, o que não é forte na caatinga onde sua principal característica é mais de 240 dias sem chuvas. Contudo, nos períodos de chuvas, formam-se algumas áreas alagadas que acolhem essas aves. O local onde foi encontrado o ninho encontra-se a mais de 20 km de qualquer fonte de água. O gavião escolheu uma baraúna alta e isolada no meio da caatinga. Ele já reproduziu neste mesmo ninho por três anos consecutivos. Este ano em função das altas temperaturas, o ninho foi abandonado pelo gavião. Foram encontrados dois ovos no ninho. Após o abandono do ninho pelo gavião, os ovos foram depredados pelo cancão.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O teiú da caatinga tomando banho



As fotos

Nestas fotografias podemos observar um teiú tomando banho.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.



























Os fatos

O Teiú (Tupinambis merianae) é um dos maiores lagartos da caatinga nordestina. No período da safra do imbuzeiro, o teiú é visto consumindo frutos caídos ao chão. Este lagarto também se alimenta dos insetos e larvas dos frutos maduros do imbuzeiro.  No sertão, os caçadores ficam nas galhas dos imbuzeiros esperando os teiús para matá-los, pois sua carne é muito apreciada.  Normalmente o teiú é visto nas horas mais quentes do dia, por ser um animal de sangue frio. O habitat natural do Teiú são as áreas abertas de caatinga e  do cerrado, onde esses animais têm mais acesso aos raios solares. Com as altas temperaturas que vem ocorrendo atualmente na região semiárida do Nordeste, o teiú, quando encontra uma fonte de água, aproveita para refrescar.