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sexta-feira, 26 de maio de 2017

A seca e os animais silvestres da caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns animais silvestres da caatinga bebendo água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.















Os fatos

A seca que assola o Sertão do Nordeste brasileiro neste ano tem causado danos severos para a fauna a flora da região, todavia, as plantas e os animais ainda conseguem superar as dificuldades e manter seus ciclos de reprodução. Os animais silvestres são os que mais sofrem com a falta de chuvas. Estes realizam intensas buscas por água para beber. O perigo neste período são os caçadores que espreitam os animais silvestres nas bebidas. Muitos animais procuram água nas áreas com animais domésticos e são abatidos pelos agricultores. Com a intensidade da seca, o animal que se destaca é o gato do mato, este ataca os filhotes de caprinos e ovinos causando danos ao rebanho. Todavia, a resposta dos criadores é rápida e eles são abatidos. Outros morrem nas rodovias e estradas vicinais da região. Assim, a seca pode ser considerada um fator de grande importância na sobrevivência dos animais silvestres da caatinga.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

As chuvas no Sertão de Pernambuco em 2017



As fotos 

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da seca e animais na caatinga no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE. 
















Os fatos

O ano de 2017 pode ser um dos piores para agricultura de subsistência no Sertão de Pernambuco, se comparado com uma série histórica de 1982 até hoje. No mês de janeiro deste ano não foi registrada nenhuma precipitação. Isso só tinha ocorrido nos anos de 2006 e 2012 quando janeiro foi totalmente seco. A média para o mês de janeiro neste período é de 90,3 mm, sendo que em 2004, tivemos uma precipitação de 431,0 mm no mês de janeiro. Em 1992, mesmo a região em época de seca, a precipitação foi de 344,2 mm. Em 2002, as chuvas de janeiro foram no total de 304,9 mm e de 262,2 mm em janeiro de 2016. No mês de fevereiro deste ano, tivemos um total de 35,5 mm. A média para fevereiro nessa série histórica é de 77,6 mm. Em 2004 choveu um total de 255,6 mm no mês de fevereiro. Já em 2007 e 2009, choveu um total de 245,0 e 257,1 mm, respectivamente. A menor precipitação para o mês de fevereiro foi registrada em 1984 com um total de 3,1 mm. Por outro lado, em fevereiro de 2013 não foi registrada nenhuma precipitação na região. Neste ano as chuvas de março no Sertão de Pernambuco foram de 18,0 mm. Esse total é um dos piores índices, levando-se em consideração que o mês de março é o mais chuvoso da região. Na série histórica a média para março é de 115,4 mm. A maior precipitação registrada para esse mês foi de 317,9 mm em 1984 e 256,8 mm em 1988. Nos anos de 1995 e 1997, foram registrados 230,0 mm no mês de março. Em abril deste ano, tivemos um total de 11,5 mm, valor muito abaixo da média que é de 64,9 mm. A maior precipitação para esse mês foi registrada em abril de 1989 com um total de 154,6 mm, seguido de abril de 2011 com 153,4 mm.  Até hoje, 25 de maio de 2017, foram registrados 28,8 mm no mês de maio. Embora essa precipitação está muito próxima da média que é de 23,5 mm, tivemos no ano de 2003 um total de 106,7 mm no mês de maio. No total, são 93,8 mm de janeiro a maio de 2017. Diante deste cenário, as esperanças dos agricultores do sertão parecem não muito positivas, pois os piores dias ainda virão principalmente nos meses de outubro, novembro e dezembro, quando a seca e o calor assolam a região.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A reprodução do cancão na caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da reprodução do cancão na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.













Os fatos

O cancão com suas cores pretas e brancas é uma das mais belas aves da caatinga. Seu canto é forte e marcante. É um pássaro muito curioso e quando percebe qualquer coisa estranha começa a cantar, para chamar a atenção dos outros animais. Normalmente o cancão anda em bando de 3 pássaros. Parece que o grupo é o que nasce em cada ninhada. Para fazer o ninho, o cancão recolhe pequenos gravetos no chão da caatinga e levar para uma árvore onde faz o ninho, de preferência, jurema, umburana e imbuzeiro. O ninho frequentemente é abandonado. Normalmente são encontrados 3 a 4 ninhos onde eles não realizaram a postura porque alguma coisa assustou os pássaros. O período de postura ocorre geralmente de janeiro a março, contudo em anos de seca, a reprodução pode estende-se até o mês de abril e maio Normalmente, põe três ovos que geram filhotes aproximadamente aos 20 a 28 dias. Quando os filhotes nascem, há uma intensa disputa por alimento e muitas vezes sobrevivem apenas dois, embora os filhotes sejam alimentados por todos os membros do grupo. O filhote nasce com uma membrana sobre os olhos que cai nos primeiros 5 a 7 dias. Como o ninho é muito pequeno e raso, muitas vezes não acolhe devidamente os filhotes quando crescem. Um fato muito curioso é que o cancão retira ou consome todos os excrementos dos filhotes. Não são encontrados restos de fezes ou de alimentos na proximidade do ninho do cancão. Talvez essa prática seja para não despertar os predadores. O cancão alimenta-se de quase tudo que encontra na caatinga, más da preferência a ovos de outros pássaros e larvas de insetos encontradas em ocos e em baixo das folhas que caem ao chão. Na caatinga, este pássaro é o principal consumidor dos frutos das cactáceas, tais como, mandacaru, xiquexique, facheiro e do imbuzeiro e da umburana. No imbuzeiro o cancão consome muitas sementes.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Crescimento do imbuzeiro aos 19 anos



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma planta de imbuzeiro aos 19 anos de crescimento. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE em abril de 2017.







Os fatos
Na região semiárida do Nordeste brasileiro a agricultura convive com uma série de adversidades, tendo na escassez dos recursos hídricos, sua principal restrição. Por outro lado, fatores de natureza, física, biológica e socioeconômica tem contribuído para que a produção agrícola não atinja os objetivos desejados. Todavia, algumas plantas nativas da caatinga, de modo especial, o imbuzeiro ou umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda.) tem adaptando-se as intempéries climáticas que assolam a região e apresentado boa produção, possibilitando  o extrativismo do seu fruto pelos pequenos agricultores. Na época da safra do imbuzeiro, os agricultores promovem a colheita dos frutos e os vendem para consumo “in natura” ou em forma de doces e geleias. Embora essa planta tenha grande importância para região, poucos estudos têm sido realizados procurando conhecer melhor os aspectos do seu crescimento. Com o objetivo de conhecer melhor o crescimento de plantas de imbuzeiro nas condições naturais da caatinga, vem sendo realizado um estudo nos últimos 19 anos. Os resultados obtidos aos 19 anos de crescimento de uma planta de imbuzeiro são os seguintes:  altura média da planta de 3,0 m; diâmetro basal do caule ao nível do solo foi de 20,43 cm e circunferência do caule ao nível do solo foi de 46,0 cm. A altura média da copa foi de 2,93 m. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 11,21 e 8,89 m, respectivamente. As raízes horizontais e verticais mediram, em média, 12,34 e 2,34 m, respectivamente.  O maior diâmetro das raízes foi de 12,38 cm. As plantas apresentaram, em média, 29 raízes principais. O peso médio das folhas verde foi de 38,49 kg. Os galhos pesaram, em média, 182,34 kg, com volume de 161,3 cm3. O peso verde das raízes foi de 44,93 kg e  volume de 34,5 cm3. Foram encontrados, 1.711 xilopódios por planta. O peso médio dos xilopódios por planta foi de 441,21 kg. O maior xilopódio apresentava um comprimento de 49,17 cm e diâmetro de 26,89 cm. O xilopódio mais pesado foi de 5,76 kg e o de menor peso foi de 1,16 g. Com 19 anos de crescimento foram colhidos, em média, 3.294 frutos por planta. O peso médio dos frutos  de foi de 17,46 g e o peso  total de  38,12 kg.