Busca no Blog

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Os diferentes tipos de doce de imbu

A foto

Nesta foto podemos observar quatro tipos de doce obtidos com o fruto do imbuzeiro em diferentes estádios de maturação. A foto foi obtida com doces processados de frutos colhidos na caatinga de Petrolina, PE, na safra de 2006.
O fato

Do fruto do imbuzeiro podem ser obtidos diversos produtos, principalmente, doces em massa, geléias, suco, licor, compota, mouse, imbuzada, entre outros. O principal derivado do fruto do imbuzeiro é o doce em massa. Este produto é obtido da polpa dos frutos, adicionada a certa quantidade de açúcar. A quantidade de água na polpa e a porcentagem de açúcar vão determinar a qualidade do doce. Outro fator de muita importância é o estádio de maturação dos frutos. De modo geral, os frutos do tipo 1 (frutos no estádio de maturação entre o verde e o maduro) são os mais utilizados pelos agricultores que processam o doce em massa de imbu. O fruto do tipo 2 (fruto após a queda ao solo que pode ser “d’vez” ou inchado), fruto do tipo 3 (fruto maduro) e o fruto do tipo 4 (fruto após a maturação plena). Os frutos alcançam a maturação plena, após 2 a 3 dias após a queda ao solo. Este estádio também pode ser obtido após a colheita e o armazenamento dos frutos por 2 a 3 dias. Em trabalhos de análise sensorial por meio de diversos teste de degustação com uma escala hedônica de 9 pontos, o doce processado com os frutos do tipo 4, obtiveram o atributo “gostei muitíssimo) por 88% dos provadores.

sábado, 14 de abril de 2007

A defesa do imbuzeiro para propagação de suas sementes



A foto


Nesta foto podemos observar uma semente de imbuzeiro com um espinho. A foto foi obtida de uma planta localizada na caatinga da comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE, na safra de 2005.


O fato
O fruto do imbuzeiro é um dos mais consumido pelos animais da caatinga, com destaque para o caititu, o veado catingueiro, a cotia, o tatu-peba, a raposa, o guará, entre outros. Todavia, os caprinos e ovinos são os maiores consumidores dos frutos do imbuzeiro e, consequentemente, os maiores dispersores das sementes do imbuzeiro. A dispersão pelos caprinos e ovinos pode ser considerada não positiva, pois os animais retiram os frutos da caatinga e regurgitam as sementes nos apriscos e chiqueiros, onde as sementes são transportadas junto com o esterco para áreas de cultivo como adubação orgânica e as possíveis plântulas que nascem são eliminadas. Em pesquisas realizadas na Comunidade do Alto do Angico no município de Petrolina, PE, foi observado que existia uma planta de imbuzeiro, cujos frutos eram muito pouco consumidos pelos caprinos e ovinos, como sabíamos que os animais consumiam bastantes frutos de outras plantas de imbuzeiro, procuramos identificar as razões da rejeição dos frutos desta planta. Para tanto, realizamos observações no período de três anos de um grupo de 123 caprinos que consumiam os frutos de outras plantas circunvizinhas e observamos que os animais, dificilmente, procuravam os frutos da planta selecionada. Estudamos o fruto e a semente e observamos que na semente havia algumas protuberâncias na forma de espinhos que poderiam ser o motivo do não consumo destes frutos pelos animais. Para confirmarmos as observações, realizamos experimentos com alguns animais que tinham frutos de diversas plantas para consumir e os mesmos após consumirem alguns frutos com as protuberâncias, evitavam os comedores com estes frutos. Com esses resultados, concluímos que estas protuberâncias era um sistema de defesa que aquela planta de imbuzeiro desenvolveu para evitar que suas sementes fossem consumidas e/ou destruídas por animais.

O gorgulho da semente do imbu


A foto


Nesta foto podemos observar algumas sementes do imbuzeiro perfuradas pelo gorgulho (Amblycerus) e um inseto adulto após a emergência da semente. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE na safra de 2005.

O fato

A baixa ocorrência de plantas novas de imbuzeiro na caatinga pode ser atribuída a diversos fatores, principalmente ao desmatamento e o consumo de plântulas pelos animais. Contudo, as sementes das Spondias, de modo geral são danificadas por um pequeno coleóptero que causa sérios danos as sementes. No caso da semente do imbuzeiro, o inseto adulto colocar seus ovos nos frutos ainda pequenos e após o nascimento das larvas, esta emigram para a semente onde completam seu ciclo destruindo o embrião das sementes. Quando o inseto está completamente desenvolvido, este perfura as paredes das sementes e voa. Em pesquisas realizadas com as sementes de diversas plantas de imbuzeiro localizadas no Campo Experimental da Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE, foi constatado que mais de 80% das sementes que ficam no solo embaixo das plantas, estão danificadas pelos insetos e não germinam. Para evitar estes danos, temos que coletar os frutos tão logo eles caem maduros e retirar a polpa, com isso, a larva não penetra na semente.

Produção de frutos por plantas de imbuzeiro aos 6 meses


A foto

Nesta foto, podemos observar uma muda de imbuzeiro aos seis meses de idade com um pequeno fruto. A foto foi obtida na casa de vegetação da Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE no ano de 2004.

O fato

O imbuzeiro é uma planta que sobrevive por mais de 100 anos. Assim, o início da produção de frutos apresenta uma grande variabilidade. Normalmente, as plantas iniciam sua produção aos 6 anos com um a três frutos, porém, em algumas plantas o início da produção ocorre aos 10 ou 13 anos. Em pesquisas desenvolvidas nos últimos 10 anos na Embrapa Semi-Árido, foram obtidos resultados muitos significativos em relação ao início da produção de frutos pelas mudas de imbuzeiro. Observamos que há uma variabilidade genética muito forte entre as plantas nativas quanto o início da produção. Esta variabilidade, também é influenciada pelas condições climáticas da região, principalmente pelo solo e o volume de precipitação no período inicial de desenvolvimento das mudas. Em uma pesquisa com 140 plantas de imbuzeiro, foi semeado em 10 anos, um total de 120.000 sementes que produziram mudas com alto grau de variabilidade genética. Das 120 plantas, duas apresentaram mudas que iniciaram a produção aos 5 e 6 meses. As plantas provenientes destas mudas encontram-se em observação e já produziram frutos em três anos consecutivos.

domingo, 8 de abril de 2007

O nome correto do imbuzeiro: imbu ou umbu?


A foto

Nesta foto podemos observar uma planta de imbuzeiro na caatinga. Pelas suas características é muito fácil de ser identificada. Existe regiões onde a planta é chamada de umbuzeiro e outras em que a maioria das pessoas conhecem como imbuzeiro. A foto foi obtida na caatinga da comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE, em 2005.


O fato




Segundo o nosso grande Aurélio Buarque de Holanda Ferreira em seu dicionário da língua portuguesa, o nome correto do imbuzeiro é “imbuzeiro”. Ele a definiu assim: arvoreta muito copada da família das anacardiáceas (Spondias tuberosa), própria da caatinga, de folhas penadas, flores minutas, e cujas raízes têm grandes tubérculos reservadores de água, sendo os frutos (imbu) bagas comestíveis, bastante apreciadas. O nome umbu é uma variação de imbuzeiro. Portanto, a palavra correta é imbuzeiro, embora se pronunciando umbu, não vai dificultar sua identificação.

A composição nutricional do xilopódio do imbuzeiro


A foto

Nesta foto podemos observar os detalhes da parte interna do xilopódio do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em agosto de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE. Foram coletados diversos xilopódios de plantas adultas para observações.

O fato

Na analise bromatológica e mineral do xilopódio do imbuzeiro foi encontrado os seguintes elementos: matéria seca (%) 89,83; cinza (%) 11,27; proteína bruta (%) 4,11; fibra bruta (%) 11,44; Extrato etéreo (%) 1,37; tanino (%) 0,05; enxofre (%) 0,11; fósforo (%) 0,05; cálcio (%) 2,38 e magnésio (%) 0,47. Podemos observar na imagem que a parte central do xilopódio apresenta a formação de círculos concêntricos. Esta área é formada por uma camada de células esponjosas cuja solução nutritiva já foi absorvida pela planta. Após a retirada de toda reserva nutritiva do xilopódio pela planta, o xilopódio seca e em seu lugar inicia-se a formação de novos xilopódios dando continuidade ao ciclo de formação e reserva de nutrientes.


Crescimento do xilopódio do imbuzeiro


A foto

Nesta foto podemos observar diferentes tamanhos do xilopódio do imbuzeiro. A foto foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE, em agosto de 2002. Para obtenção da fotografia, foram coletadas plantas jovens do imbuzeiro e retirado os xilopódios de plantas adultas.

O fato

A formação do xilopódios em plantas de imbuzeiro é muito variável. Algumas plantas iniciam a formação das túberas aos 5 dias após a germinação, outras iniciam entre o 8 e 13 dia. O crescimento xilopódio é lento nos primeiros 12 meses. Da esquerda para direita, temos a primeira planta aos 365 dias após o plantio com um xilopódio principal e outro secundário desenvolvendo-se. Normalmente, o xilopódio principal torna-se a raiz maior da planta e forma novas raízes secundárias, onde se desenvolve novos xilopódios. A segunda planta estava com 120 dias de crescimento e a terceira planta com 90 dias. A quarta planta foi coletada aos 30 dias após a germinação com um pequeno xilopódio. O xilopódio na parte de cima da fotografia foi retirado de uma planta adulta e pesou 27,56 kg, sendo o maior xilopódio colhido até agora, após mais de 20 anos de pesquisas com o imbuzeiro.


sábado, 7 de abril de 2007

Planta de imbuzeiro com 5 anos de crescimento


A foto

Nesta foto podemos observar uma planta de imbuzeiro aos 5 anos de crescimento. A foto foi obtida em maio de 2003 na caatinga da Embrapa Semi-Árdio em um experimento de avaliação do crescimento do imbuzeiro.


O fato


Esta planta de imbuzeiro faz parte de um grupo de 10 plantas coletadas aos 5 anos de crescimento. As observações realizadas demonstraram que, em média, as características das plantas são: Altura da planta: 1,10 m; Diâmetro do caule ao nível do solo: 4,64 cm; Circunferência ao nível do solo: 15,76 cm; Maior diâmetro da copa: 2,12 m; Menor diâmetro da copa: 50,87 cm; Altura da copa: 80,75 cm; Altura do fuste: 23,76 cm; Peso dos galhos e folhas: 7,175 kg; Peso das folhas: 1,365 kg; Maior comprimento lateral da raiz: 1,85 m; Maior comprimento vertical da raiz: 1,16 m; Número de xilopódios: 22; Peso total dos xilopódios: 3,486 kg; Peso médio dos xilopódios: 158,49 g.

O tronco do imbuzeiro


A foto
Nesta foto podemos observar uma planta de imbuzeiro com um tronco muito grande. A foto foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE no ano de 2004.
O fato

Esta planta de imbuzeiro é uma das maiores que já encontramos na caatinga. Sua altura é de 8,7 m com um diâmetro do caule ao nível do solo de 1,39 m. O diâmetro de sua copa é de 22 m². Considerando-se que em algumas pesquisas nós obtivemos plantas de imbuzeiro aos 365 dias após o plantio com um diâmetro do caule ao nível do solo de 0,912 cm, para alcançar este tamanho são necessários muitos anos de crescimento. Uma amostra do caule desta planta revelou a existência de 347 anéis de crescimento. Todavia, acreditamos que sua idade pode ser maior. Seu caule é muito desenvolvido para uma planta da caatinga cujo crescimento esta condicionado a escassez de chuvas que ocorre na região semi-árida.

Uma planta de imbuzeiro com 21 anos

A foto
Nesta foto podemos observar uma planta de imbuzeiro com 21 anos de idade. Esta planta foi fotografada na caatinga da Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE em janeiro de 2003.

O fato
Esta planta foi obtida de sementes plantadas em janeiro de 1982 no BAG (Banco Ativo de Germoplasma) da Embrapa Semi-Árido na caatinga do município de Petrolina, PE. As sementes foram semeadas para avaliação do percentual de germinação. As plantas que sobraram dos experimentos foram deixadas para crescer e avaliar seu desenvolvimento. No período de observação, foram coletadas diversas plantas cada ano. Os primeiros frutos foram obtidos de plantas aos 4 anos de crescimento com uma média de 1 fruto por planta. Aos 10 anos, foram colhidos até 23 frutos, em média por planta e aos 21 anos foram colhidos, em média, 3.427 frutos por planta.