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quarta-feira, 16 de maio de 2007

Desenvolvimento do mamãozinho-de-veado

A foto

Nesta foto, podemos observa o comportamento do mamãozinho-de-veado cultivado em diferentes substratos. A fotografia foi obtida em setembro de 2006.

O fato

O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensis O. kuntze) é um arbusto que ocorre em toda região semi-árida do Nordeste. Contudo, seu desenvolvimento apresenta variação em função das condições de solo e água de cada unidade de paisagem. Em um estudo de pesquisa onde utilizamos seis substratos para testar o desenvolvimento do mamãozinho-de-veado, obtivemos resultados significativos para os substratos com maior fertilidade. Os substratos foram os seguintes: 1 (areia lavada na proporção 100%); 2 (solo da caatinga na proporção de 100%); 3 (areia + solo da caatinga na proporção de 50% cada); 4 (areia + esterco de caprinos na proporção de 50% cada); 5 (solo + esterco de caprinos na proporção de 50% cada); 6 (areia + solo + esterco de caprinos na proporção de 33,33% cada).

O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensis O. Kuntze)


A foto

Nesta foto, podemos observar uma planta de mamãozinho-de-veado com um grande xilopódio. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em agosto de 2005.

O fato


O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensisO. kuntze) é um arbusto que ocorre na região semi-árida do Nordeste, cujos frutos são consumidos pelos animais silvestres e domésticos. O xilopódio ou túbera do mamãozinho é utilizado para a alimentação dos animais na seca e, também na fabricação de doce caseiro pelos agricultores. O nome mamãozinho-de-veado foi colocado pelo fato de que na caatinga, quando maduros, seus frutos são consumidos, principalmente pelo veado caatingueiro. Em um estudo realizado na comunidade de Fazenda Saco (Jaguarari, BA), foram colhidas 10 plantas com altura média de 3,75m. Para o comprimento e diâmetro do xilopódio, a mádia foi de 69,5 55,7 cm, respectivamente. O peso médio dos xilopódios foi de 87,33 kg, com xilopódio pesando até 289,5 kg. Na comunidade de Barracão (Jaguarari) a altura média das 15 plantas colhidas foi de 4,425m, com média de 60,11 e 30,29 cm para o comprimento e diâmetro do xilopódio, respectivamente. O peso médio dos xilopódio nessa comunidade foi de 87 kg, com xilopódios pesando até 249,5 kg.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

As cisternas com área de captação no solo

A foto

Nesta foto podemos observar duas agricultoras coletando água em uma cisterna com área de captação no solo. A fotografia foi obtida na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE em novembro de 2004.

O fato

As cisternas com área de captação no solo são alternativas para solução do problema de limitação dos telhados da maioria das residências do semi-árido nordestino. Neste sistema, o tamanho da área de captação será em função do volume do taque de armazenamento da cisterna. Normalmente, a área de captação é construída com areia, seixo rolado e lona plástica, podendo também ser uma área cimentada. A área de captação é cercada para evitar entrada de animais, cujas fezes podem contaminar a água. Todavia, há um filtro de carvão e areia para retirar partes das impurezas da água. Entretanto, a água deste tipo de cisterna dever ser filtrada e tratada com cloro antes do consumo pelas pessoas.


A água dos caldeirões



A foto

Nesta foto podemos observar um agricultor coletando água em um caldeirão. A fotografia foi obtida na comunidade de Ladeira de Cima no município de Casa Nova, BA em setembro de 2003.

O fato

Os caldeirões são depressões existentes em aglomerados de rochas que ocorrem com muita freqüência na região semi-árida do Nordeste. Normalmente, o caldeirão é um buraco em pedras que pode ser pequeno ou muito grande. Em alguns pode ser encontrado até 10 m³ de água. A vantagem dos caldeirões é que a água não possui muito sedimento, pois a mesma é coletada nas áreas adjacentes das pedras. Esta água é armazenada e sua perda só ocorre por evaporação. Para diminuir a evaporação os agricultores cobrem a entrada do caldeirão com madeira. De modo geral, os caldeirões não secam. Em algumas comunidades os caldeirões são utilizados para armazenamento de água dos carros-pipa e todos os habitantes têm acesso à água.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O que vale mais, a casa ou a cisterna?



A foto

Nesta foto, podemos observar uma pequena casa na caatinga com uma cisterna. Esta fotografia foi obtida na comunidade de Fazenda Baltazar, município de Petrolina, PE em agosto de 2003.

O fato

A pequena casa deste agricultor foi construída com muito esforço e carinho. Embora tão pequena diante da cisterna que foi construída ao lado, seu valor é incalculável. Gastaram-se mais recursos na construção da cisterna do que na casa. A cisterna foi construída com dinheiro do governo estadual, embora nunca consiga encher, pois o tamanho da área de captação do telhado desta casa não é suficiente para captar os 16 m³ de água. Más talvez um dia este agricultor consiga recursos para ampliar sua pequena casa e realizar um sonho, encher sua cisterna.

A casa dos sonhos na caatinga II


A foto

Nesta foto, podemos observar uma casa na caatinga em um estágio mais avançado. Esta fotografia foi obtida na comunidade de Fazenda Brandão, município de Curaçá, BA em julho de 2004.

O fato

Podemos ver que esta casa é bem mais completa que aquela mostrada na figura da casa dos sonhos I, ela já é de alvenaria, rebocada e para completar o sonho, tem uma cisterna. Contudo ainda falta energia, mesmo assim, o agricultor ver televisão utilizando uma bateria de veículo. Esta casa é uma etapa bem avançado do agricultor da caatinga, pois este utilizou partes dos recursos obtido na roça para melhorar suas condições de moradia.


A casa dos sonhos na caatinga I




A foto

Nesta foto, podemos observar uma pequena casa na caatinga. Esta fotografia foi obtida na comunidade de Volta da Carolina no distrito de Uruais, município de Petrolina, PE em maio de 2005.

O fato

Na caatinga os pequenos agricultores constroem suas casas com os recursos disponíveis em cada época. Tradicionalmente, eles utilizam barro para o reboco e varas para sustentação. Essa é a famosa casa de Taipa, aquela onde a maior parte do material foi obtido no local da construção. Esta casa foi construída para um filho do casal que estava para casar com uma moça da comunidade. Quando os agricultores conseguem mais recursos, eles reformam as casas com tijolo e argamassa, dando aparência de uma casa de centro urbano. Pode-se observar que foi colocado um ponto para energia elétrica, contudo esta este sonho é mais difícil de ser realizado.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Na colheita do fruto do imbuzeiro

A foto

Nesta foto, podemos observar uma senhora colhendo frutos do imbuzeiro. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa do Imbu no município de Jaguarari, BA em janeiro de 2004.

O fato

No período de janeiro a março quando ocorre a safra do imbuzeiro no Nordeste semi-árido, a maioria dos pequenos agricultores dedica parte de seu tempo a esta atividade. Os agricultores vão para o campo no início da manhã e colhem frutos até o meio dia, quando levam para margens das estradas e vende para os compradores de imbu. Podemos ver nesta fotografia que esta senhora levou uma criança pequena para colheita. Com certeza, ela não tinha com quem deixar sua filha e a levou para a caatinga. Quando as crianças são maiores, normalmente elas ajudam os pais na colheita do fruto do imbuzeiro. Todavia, esta atividade só é realizada no período que as crianças não tem aulas

Que tipo de água estamos bebendo?


A foto

Nesta foto, podemos observar dois carros-pipa coletando água em uma barragem. A fotografia foi obtida no distrito de Salinas, município de Petrolina, PE em agosto de 2006.

O fato

No período de seca que assola o Nordeste semi-árido, a maioria dos pequenos agricultores utiliza água para o consumo e seus afazeres provenientes de carros-pipa. Todavia, a origem desta água é incerta. Os carros-pipa coletam água na fonte mais próxima e levam para os agricultores. De modo geral, a água é coletada em açudes, barragens, barreiros e poços. Nestas fontes, praticamente não existe nenhum controle de qualidade da água. A água dos barreiros, barragens e açudes também é utilizada para o consumo direto dos animais, lavagem de roupas, irrigação, etc, que contribuem para sua contaminação e podem transmitir diversas doenças veiculadas pela água para os agricultores.

O transporte de água para beber no sertão do Nordeste


A foto

Nesta foto, podemos observar um agricultor transportando água para consumo humano em um tambor reutilizável. A fotografia foi obtida na comunidade de Sítio Budim no município de Petrolina, PE em agosto de 2003.

O fato

No Nordeste semi-árido, a maioria dos pequenos agricultores utiliza tambores e bombonas de plástico para o transporte e armazenamento de água para o consumo. Esta prática ocorre, principalmente em função da praticidade destes recipientes de da falta de recursos pelos agricultores para aquisição de depósitos adequados para o transporte e armazenamento de água. A preocupação é que na maioria das vezes estes recipientes foram utilizados para o armazenamento e transporte de produtos que deixam resíduos de difícil remoção e podem contamina a água. Como poderia ser resolvido um problema deste tipo! Com a fabricação de recipientes específicos para o transporte e o armazenamento de água para consumo. Todavia, a preços compatíveis com a realidade do homem da caatinga. Se eles compram estes recipientes reutilizáveis, eles também poderiam comprar recipientes novos próprios para água.