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sábado, 19 de maio de 2007

As águas das chuvas no sertão II.


A foto

Nesta foto podemos observar uma lagoa totalmente seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE em outubro de 2005.

O fato

Embora no ano anterior esta lagoa tenha alcançado seu limite máximo com as chuvas de janeiro e fevereiro de 2004, pouca ou nenhuma água restou no ano seguinte. Agora só resta a água salobra obtida pelo velho cata-vento. Esta é uma das realidades do sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiram adaptar-se, visto que, pouco ou quase nada é investido pelos agricultores para o acumulo de água nas propriedades. É evidente que o poder aquisitivo dos agricultores que dependem da agricultura de sequeiro e da criação de animais na caatinga não possibilita um excedente de recursos para obras de captação e retenção de água das chuvas, porém, pode-se fazer um pouco. Não podemos continuar esperando que os políticos venham construir nossas cisternas e nossos barreiros, como sempre.

As águas das chuvas no sertão I



A foto

Nesta foto podemos observar uma lagoa na com muita água no período de chuvas. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE em fevereiro de 2004.

O fato

No período de janeiro e fevereiro de 2004, as chuvas que caíram no sertão nordestino foram surpreendentemente muito acima do normal. Ficou água acumulada em todo o local que favorecesse a retenção do escoamento da água das chuvas. A média da precipitação da comunidade de Lagoa dos Cavalos nos últimos 5 anos foi de 365,8 mm . Contudo, choveu mais de 750 mm nos meses de janeiro e fevereiro de 2004. Este volume foi suficiente para que neste ano não faltasse água para o consumo humano e animal nas comunidades. Todavia, como as chuvas se concentraram em um período muito curto, não foi bom para agricultura, pois depois de fevereiro não houve mais precipitação significativa e nada resistiu à seca.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Os riachos temporários do semi-árido II



A foto

Nesta foto podemos observar um riacho temporário da região semi-árida do Nordeste no período de seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato

Quanta água passou neste riacho no mês de fevereiro deste ano. Agora, a imagem é desoladora, um riacho seco sem esperanças. A água que escoa em um período muito curto, pode ser armazenada em um açude, barreiro ou barragem e no decorre do ano, quando a caatinga estivesse enfrentando a seca, ser utilizada para o consumo humano e dos animais, como também para o cultivo de pequenas hortas nas comunidades da região. Contudo, esta imagem será novamente de esplendor e alegria para os habitantes da comunidade, quando novas chuvas ocorrerem e este riacho voltar a ter vida.

Os riachos temporários do semi-árido I



A foto

Nesta foto podemos observar um riacho temporário da região semi-árida do Nordeste no período de enchente. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em fevereiro de 2004.

O fato

A água que escoa nos riachos e rios temporários do Nordeste no período de chuvas faz uma grande falta para o consumo humano e dos animais nas comunidades da região na época da seca. Na época das chuvas no semi-árido, o volume de água nos riachos e rios temporários é surpreendente. Embora, uma pequena parte fique retida nos açudes e barreiros, muita água escoa para os rios permanentes e destes para o oceano. É um belo espetáculo ver um pequeno rio ou riacho com suas águas correndo na caatinga no período chuvoso.

A cisterna dos sonhos I


A foto

Nesta foto podemos observar uma cisterna sendo utilizada para armazenar água de chuva para duas casas. A fotografia foi obtida na comunidade de Maniçoba no município de Juazeiro, BA em maio de 2007.

O fato

A falta de água para o consumo humano nas comunidades rurais da região semi-árida do Nordeste é um dilema que parece não ter solução. Todavia, nos últimos anos, a construção de cisternas tem contribuído de forma significativa para redução deste problema. Por outro lado, em alguns casos, a cisterna traz mais problemas do que solução como vemos nesta foto. Porque não uma cisterna para cada família? Como será o controle do consumo? Se as famílias não possuem o mesmo número de pessoas, como fica a distribuição da água? Porém, acreditamos que a construção de cisternas para o atendimento de diferentes famílias pode ter sido um critério político para não desagradar ninguém.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

A venda de imbu nas ruas


A foto

Nesta foto, podemos observar a venda de frutos do imbuzeiro nas ruas dos centros urbanos. A fotografia foi obtida no centro comercial de Petrolina, PE em fevereiro de 2005.


O fato

A comercialização do fruto do imbuzeiro nos grandes centros urbanos da região semi-árida do Nordeste é um dos principais negócios dos pequenos agricultores e comerciantes ambulantes. Os agricultores transportam os frutos de suas comunidades até as cidades mais próximas e conseguem vender os frutos por um preço de 5 a 8 vezes o valor obtido quando os frutos são vendidos para os atravessadores nas comunidades. Na safra de 2007, o saco de imbu com 60 kg foi vendido por R$ 15,00 nas comunidades de Juazeiro, BA e os agricultores que venderam nas ruas de Juazeiro e Petrolina, PE, obtiveram até R$ 60,00 por saco. Para os vendedores ambulantes, eles compraram o saco de imbu por R$ 25,00 e venderam por 50 a 60 reais.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Desenvolvimento do mamãozinho-de-veado

A foto

Nesta foto, podemos observa o comportamento do mamãozinho-de-veado cultivado em diferentes substratos. A fotografia foi obtida em setembro de 2006.

O fato

O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensis O. kuntze) é um arbusto que ocorre em toda região semi-árida do Nordeste. Contudo, seu desenvolvimento apresenta variação em função das condições de solo e água de cada unidade de paisagem. Em um estudo de pesquisa onde utilizamos seis substratos para testar o desenvolvimento do mamãozinho-de-veado, obtivemos resultados significativos para os substratos com maior fertilidade. Os substratos foram os seguintes: 1 (areia lavada na proporção 100%); 2 (solo da caatinga na proporção de 100%); 3 (areia + solo da caatinga na proporção de 50% cada); 4 (areia + esterco de caprinos na proporção de 50% cada); 5 (solo + esterco de caprinos na proporção de 50% cada); 6 (areia + solo + esterco de caprinos na proporção de 33,33% cada).

O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensis O. Kuntze)


A foto

Nesta foto, podemos observar uma planta de mamãozinho-de-veado com um grande xilopódio. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em agosto de 2005.

O fato


O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensisO. kuntze) é um arbusto que ocorre na região semi-árida do Nordeste, cujos frutos são consumidos pelos animais silvestres e domésticos. O xilopódio ou túbera do mamãozinho é utilizado para a alimentação dos animais na seca e, também na fabricação de doce caseiro pelos agricultores. O nome mamãozinho-de-veado foi colocado pelo fato de que na caatinga, quando maduros, seus frutos são consumidos, principalmente pelo veado caatingueiro. Em um estudo realizado na comunidade de Fazenda Saco (Jaguarari, BA), foram colhidas 10 plantas com altura média de 3,75m. Para o comprimento e diâmetro do xilopódio, a mádia foi de 69,5 55,7 cm, respectivamente. O peso médio dos xilopódios foi de 87,33 kg, com xilopódio pesando até 289,5 kg. Na comunidade de Barracão (Jaguarari) a altura média das 15 plantas colhidas foi de 4,425m, com média de 60,11 e 30,29 cm para o comprimento e diâmetro do xilopódio, respectivamente. O peso médio dos xilopódio nessa comunidade foi de 87 kg, com xilopódios pesando até 249,5 kg.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

As cisternas com área de captação no solo

A foto

Nesta foto podemos observar duas agricultoras coletando água em uma cisterna com área de captação no solo. A fotografia foi obtida na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE em novembro de 2004.

O fato

As cisternas com área de captação no solo são alternativas para solução do problema de limitação dos telhados da maioria das residências do semi-árido nordestino. Neste sistema, o tamanho da área de captação será em função do volume do taque de armazenamento da cisterna. Normalmente, a área de captação é construída com areia, seixo rolado e lona plástica, podendo também ser uma área cimentada. A área de captação é cercada para evitar entrada de animais, cujas fezes podem contaminar a água. Todavia, há um filtro de carvão e areia para retirar partes das impurezas da água. Entretanto, a água deste tipo de cisterna dever ser filtrada e tratada com cloro antes do consumo pelas pessoas.


A água dos caldeirões



A foto

Nesta foto podemos observar um agricultor coletando água em um caldeirão. A fotografia foi obtida na comunidade de Ladeira de Cima no município de Casa Nova, BA em setembro de 2003.

O fato

Os caldeirões são depressões existentes em aglomerados de rochas que ocorrem com muita freqüência na região semi-árida do Nordeste. Normalmente, o caldeirão é um buraco em pedras que pode ser pequeno ou muito grande. Em alguns pode ser encontrado até 10 m³ de água. A vantagem dos caldeirões é que a água não possui muito sedimento, pois a mesma é coletada nas áreas adjacentes das pedras. Esta água é armazenada e sua perda só ocorre por evaporação. Para diminuir a evaporação os agricultores cobrem a entrada do caldeirão com madeira. De modo geral, os caldeirões não secam. Em algumas comunidades os caldeirões são utilizados para armazenamento de água dos carros-pipa e todos os habitantes têm acesso à água.