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domingo, 8 de agosto de 2010

O consumo de água de barreiro pelos animais



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rebanho de bovinos as margens de um barreiro. A fotografia foi obtida no dia 25 de maio de 2000 no município de Mundo Novo, BA.

O fato

Nos anos de seca no Nordeste semiárido, a maior dificuldade dos criadores é o fornecimento de água para os animais. Existem muitas alternativas para a captação e o armazenamento de água das chuvas, contudo, o tradicional barreiro ainda é a mais utilizada. O problema é que em muitos casos os barreiros são construídos em locais inadequados, isto é, ou não tem área de captação ou o solo favorece a infiltração de um grande volume de água. Embora existam perdas consideráveis com a evaporação, a maior perada de água nos barreiros ainda é a infiltração. Em anos de pouca chuva, o volume armazenado nos barreiros não é suficiente para manter os animais durante os meses de seca, o que gera muita dificuldade para os criadores. Como podemos ver na fotografia, os animais bebem água e ficam as margens do barreiro, pois a vegetação do entorno já foi parcialmente degradada e praticamente não há mais pastagem para os mesmos.

sábado, 7 de agosto de 2010

A perda de água de chuva na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar o volume de água de um riacho temporário da caatinga no momento de uma cheia. A fotografia foi obtida no dia 11 de abril de 2009 no município de Petrolina, PE.

O fato

Se analisarmos a série histórica da ocorrência de chuvas na caatinga do município de  Petrolina, PE de 1982 a 2010, podemos observar que as chuvas não apresentam grandes anormalidades em termos de volume, embora tenha ocorrido uma precipitação de 1.071,2 mm em 1985, o maior volume registrado na série, temos o ano de 1993 com 144,7 mm, sendo o ano de menor precipitação. Contudo, se levarmos em consideração todo o período, a média é de 531,4 mm o que pode ser considerando muito bom em termos de região semiárida. Por outro lado, ano a ano as secas se repetem na região, isto, em grande parte não pela falta de chuvas, más basicamente pela falta de estrutura para armazenarmos toda á água das chuvas que cai na região. Embora existam mais de 70 mil açudes no Nordeste semiárido que armazenam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água, ainda perdemos muito água de chuvas nas enchentes dos rios e riachos temporários da caatinga.

A importância da vegetação da caatinga na alimentação dos animais na seca




A foto

Nesta foto, podemos observar um caprino consumindo partes do facheiro na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 19 de dezembro de 2001 na caatinga do município de Petrolina, PE no período de seca.

O fato

No ano de 2001 foram registrados 340,9 mm na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE. Embora esse total seja um volume considerado regular para as condições do semiárido nordestino, o grande problema é a distribuição da chuva no tempo e no espaço. Neste ano, choveu 210,6 mm só no mês de março o que corresponde a 61,77% do total das chuvas do ano. O restante foi distribuído nos demais meses. Com essa distribuição, a produção de milho, feijão, etc. foi severamente afetada. Outro problema grave foi à formação de pastagem para os animais na caatinga. As chuvas não foram suficientes para formar pasto para os animais no período de seca que se agravou de julho a novembro de 2001. Essa situação foi mais grave para os criadores de caprinos e ovinos que tem como base de sustentação de seus rebanhos a vegetação da caatinga. Muitos agricultores só conseguiram salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas, entre elas, o mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus F. RITTER), o xiquexique (Pilosocereus gounellei K. Schum) e a coroa-de-frande (Melocactus bahiensis Britton & Rose). Todavia, a ocorrência de secas severas como esta pode contribuir para utilização excessiva destas plantas o que poderá levá-las a extinção num futuro próximo.

domingo, 1 de agosto de 2010

O ninho do cancão na caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos observar um cancão no ninho. A fotografia foi obtida em uma área de caatinga nativa da Estação Experimental da Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

O cancão é uma ave da ordem Ciconiiformes, família Falconidae, pertencente ao género Daptrius. Na caatinga do Nordeste, o cancão é o principal observador, nada passa despercebido deste pássaro na caatinga. Quando alguma coisa estranha ocorre, este pássaro é o primeiro que da o sinal e chama atenção dos demais animais. É onívoro. O cancão alimenta-se de quase tudo que encontra na caatinga, más da preferência a ovos de outros pássaros e larvas de insetos encontradas em ocos e em baixo das folhas que caem ao chão. Na caatinga, este pássaro é o principal consumidor dos frutos das cactáceas, tais como, mandacaru, xiquexique e facheiro. O cancão também conhecida como a Gralha da caatinga, pela semelhança com a gralha que dispersa sementes de pinheiros no sul do Brasil. O cancão normalmente vive em bandos de 3 a 5 pássaros. Para fazer o ninho, o cancão recolhe pequenos gravetos no chão da caatinga e levar para uma árvore alta onde faz o ninho. Normalmente, põe três ovos que geram filhotes aproximadamente aos 20 a 28 dias. Quando os filhotes nascem, há uma intensa disputa por alimento e sempre sobrevivem apenas dois.

O calango da caatinga nordestina



A foto

Nesta fotografia, podemos ver um calango próximo a frutos do imbuzeiro, caídos ao chão. A fotografia foi obtida no dia 14 de maio de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Entre os pequenos répteis da caatinga, o calango (Cnemidophorus ocllifer) é um dos que se destaca por ser encontrado com mais facilidade. Este animal é de ampla distribuição geográfica, sendo encontrados na Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. No Brasil é encontrado, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. É um animal de preferência por áreas abertas e bastante ensolaradas, com vegetação rala, como ocorre na caatinga. Sua dieta é basicamente composta de artrópodes, como pequenos grilos, gafanhotos, cupins, formigas, aranhas e larvas de insetos. Na caatinga, o calango é um grande consumidor de larvas de insetos dos frutos do imbuzeiro caídos ao chão.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Água de carro-pipa em vilas e povoados do sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar um carro-pipa distribuíndo água para consumo. A fotografia foi obtida no dia 29 de maio de 2005 no povoado de Algodões no município de Custódia, PE.

O fato

Nos sertões do Nordeste brasileiro, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência dos agricultores e animais. A vulnerabilidade a que está exposta esta região é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem, em média, a cada cinco anos. As secas mais recentes foram responsáveis pela redução de 9% no produto da agropecuária regional e de 4,5% no PIB, com uma população atingida na ordem de 12 milhões de habitantes, dos quais, 2 milhões foram inscritos nas frentes de emergências de trabalho. Todavia, a busca de soluções para essas calamidades remota ao século 19, quando em 1845 o Imperador D. Pedro II deu início às primeiras iniciativas locais de combate às secas implementadas pelo Estado. Com a criação em 1909 da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada depois no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), teve início um programa de combate às secas, cujo objetivo principal foi a acumulação de águas por meio da açudagem e das obras de infra-estrutura com duração de 1909 a 1945. Vários programas vieram complementar as ações da IOCS e do DNOCS, tais como, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a SUDENE, o Projeto Sertanejo, entre outros. Contudo, os problemas da seca continuaram a trazer graves calamidades à população do Nordeste semi-árido. Embora, nos últimos anos, nesta região tenham ocorrido transformações sem precedentes - intensiva urbanização, desenvolvimento da infra-estrutura e expansão da irrigação no Vale do São Francisco, no oeste da Bahia e no Rio Grande do Norte - os sertanejos estão ainda mais vulneráveis, frente aos efeitos das secas, pois vivem num ambiente ecologicamente empobrecido, incapaz de oferecer recursos alternativos à escassez de água e alimentos, à margem das ilhas de modernidade do semi-árido. Recentemente, foi criado o Programa de Mobilização Social para Construção de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), com a participação das comunidades na busca de soluções para a falta de água no sertão. Segundo dados da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), até o final de 2009 foram construídas mais de 286.518 cisternas na região semiárida do Nordeste. Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros-pipas. Contudo, o carro-pipa também é uma alternativa para muitos povoados, vilas e pequenas cidades do sertão. Na fotografia, podemos ver um carro-pipa distribuindo água no povoado de Algodões no município de Custódia, PE.

O transporte de água em ancoreta no sertão do Piauí



A foto

Nesta fotografia, pode-se observar o transporte de água em ancoretas.  A fotografia foi obtida no dia 20 de julho de 2010 na Comunidade de Fazenda Humaitá no município de Paulistana, PI.

O fato

Segundo dados da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), até o final de 2009 foram construídas mais de 286.518 cisternas na região semiárida do Nordeste. Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros pipa. Nessas comunidades os agricultores ainda precisam percorre longas distâncias até os locais onde encontram água disponível. Contudo essa atividade fica mais difícil em anos de irregularidades como está ocorrendo em 2010. No interior do município de Paulistana, na comunidade da Fazenda Humaitá, as chuvas que caíram até o mês de junho alcançaram somente 327 mm. Esse volume não é pequeno, se comparado com as médias da região, todavia a irregularidade na distribuição causou perdas significativas para os cultivos dos pequenos agricultores, principalmente para aqueles que plantaram milho, feijão e abóbora, como também, pouca ou nenhuma água foi acumulada nos reservatórios para o consumo dos animais. Na fotografia podemos ver o transporte de água em reservatórios confeccionados pelos agricultores com borracha de pneu e madeira, chamados de ancoretas. Este tipo de recipiente apresenta uma vantagem comparativa com as bombonas de plástico por ser mais duráveis e melhor para o transporte no lombo dos animais. Todavia, em função do preço e da facilidade de se comprar uma bombona de plástico, este tipo de reservatório, praticamente não é mais encontrado no sertão.

sábado, 24 de julho de 2010

O corte de plantas da caatinga para retirada de mel de abelhas




A foto

Nesta fotografia podemos ver uma planta de umburuçu com partes do tronco cortado para retirada de mel. A fotografia foi obtida no dia 24 de outubro de 2002 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A retirada do mel de abelha dos troncos das plantas pelos agricultores da caatinga é uma das atividades mais tradicionais da região. Embora em algumas comunidades a criação de abelhas já é praticada como uma atividade geradora de renda, o corte das plantas da caatinga ainda hoje ocorre de forma indiscriminada.  Um problema é que os agricultores que colhem o mel, não estão muito preocupados com os danos causados as plantas. Eles cortam e queima toda e qualquer planta que tem uma colméia. Na foto podemos ver uma planta de umburuçu (Pseudobombax sp.) com seu tronco cortado.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. F.) na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos ver uma planta de imbuzeiro com uma planta de erva-de-passarinho em seus galhos. A fotografia foi obtida no dia 28 de agosto de 2003 na Comunidade de Conceição no Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. F.) é uma planta considerada como erva daninha e parasitária que ataca uma grande diversidade de plantas nos mais diferentes ecossistemas. É uma planta do gênero Phoradendron, pertencente á família Rubiacea. Essas plantas apresentam uma característica principal que é que suga os nutrientes das plantas hospedeiras e pode causar até a morte das plantas, embora para que isso ocorra leva muito tempo. Planta daninha do, a erva de passarinho é um vegetal parasita que possui inúmeras espécies. Por outro lado, a erva-de-passarinho contribui de forma substancial na alimentação dos pássaros que consomem seus frutos e fazem a sua dispersão. Os pássaros ingerem as sementes que são eliminadas mais tarde, junto com as fezes sobre a copa de outras plantas. Na caatinga do Nordeste, muitos agricultores retiram pantas de  erva-de-passarinho para alimentar os caprinos na época de seca.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bomba para retirada de água de poço na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma bomba para retirada de água de poço profundo. A fotografia foi obtida em 22 de julho de 2010 na comunidade de Mulungu no município de Jaguarari, BA.

O fato

Nos sertões do Nordeste existem muitos poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas. O problema é que na maior parte destes poços a água é salobra. Embora esta água possa ser em alguns casos consumida pelos animais, na maioria das vezes é imprópria para o consumo humano. Contudo, em anos de secas severas, só resta à água salobra obtida pelos velhos cata-ventos. Esta é uma das realidades do sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiram  ainda superar, visto que, pouco ou quase nada é investido para o acumulo de água nas propriedades. Como podemos ver com o programa 1 milhão de cisternas. Só com dinheiro público. A bomba da foto é uma alternativa para facilitar a retirada da água em poços da região, o lamentável é que em alguns casos como o citado, a água do poço é muito salobra e nem os animais estão aproveitando. Perdeu-se o dinheiro gasto na perfuração do poço e na aquisição da bomba.