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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A degradação natural das áreas de caatinga nas serras do Nordeste



A foto


Nesta fotografia  podemos observar uma área de serra com a vegetação de caatinga degradada.em função da erosão do solo.  A fotografia foi obtida no dia 11 de agosto de 2010 no município de Betânia do Piauí,  PI.

O fato

Estudos recentes demonstraram que o total de caatinga desmatada saltou de 43,38% para 45,39% num período de seis anos. A taxa anual média de desmatamento nos seis anos foi de 2.763 quilômetros quadrados. Levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) divulgado recentemente apontou que, entre 2002 e 2008, a caatinga teve 16.576 quilômetros quadrados desmatados, o que equivale a mais da metade da área do Estado de Alagoas. Por outro lado, alguns estudos têm demonstrado que a fragilidade dos solos das áreas de caatinga do Nordeste favorece a degradação. Os solos descobertos, principalmente nas áreas de serra da caatinga são muito susceptíveis à erosão hídrica e eólica, favorecendo a remoção dos nutrientes das áreas degradadas o que vai dificultar o crescimento do extrato vegetal. As áreas de maior vulnerabilidade, geralmente são de solos rasos, sem capacidade de retenção de água e com limitações físicas e químicas, que aumentam a degradação. Assim, o solo é um fator principal na degradação dessas áreas. Neste sentido, atribuir a degradação unicamente a ação do homem parece não ser a opção mais adequada. Portanto, um trabalho de conscientização das populações destas áreas de que estes solos em áreas de serra apresentam alta fragilidade para degradação, talvez possa produzir mais resultados do que as punições aos agricultores que cultivam nestas áreas. Na fotografia podemos ver uma área de serra com parte do solo erodido e a vegetação em fase de degradação no município de Betânia do Piauí. Normalmente, o desmatamento tem como objetivo principal a formação de pastagem para os animais nas áreas mais planas como vemos na parte de baixo da fotografia.

Água de cisterna para consumo dos animais na caatinga


A foto


Nesta fotografia podemos observar uma cisterna construída para coletar água do telhado de um aprisco para consumo dos animais.  A fotografia foi obtida no dia 28 de janeiro de 2010 na Comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE.

O fato

Tradicionalmente a cisterna rural foi desenvolvida com a concepção de armazenar a água da chuva captada no telhado das residências rurais para o consumo da família. Recentemente teve o início o Programa P1 + 2, onde uma parte da água armazenada pode suprir a necessidade de consumo da família e a outra pode ser utilizada para produção de alimentos ou consumo dos animais. Para isso, é necessário que a família tenha uma cisterna exclusiva para o consumo familiar e outra para o consumo dos animais. A idéia é aproveitar os telhados dos apriscos onde se perde um grande volume de água de chuva. Assim, o agricultor poderá ofertar água para os animais na época mais crítica da seca. De modo geral, os animais consomem água dos barreiros e açudes, contudo em anos de irregularidade climática, esses reservatórios armazenam pouca água, além da perda por infiltração e evaporação. Com a cisterna essas perdas são atenuadas. Na comunidade de Lagoa dos Cavalos os animais normalmente consomem água da lagoa que fica no centro da comunidade, contudo, em anos de seca severa, a lagoa seca totalmente e os animais ficam limitados a um bebedouro que é alimentado por um catavento que retira água de um poço. Com a cisterna para os animais o agricultor fica mais tranqüilo, visto que, o volume da cisterna que é de 16 mil litros é suficiente para manter seu rebanho nos meses de seca. Este ano a lagoa da comunidade secou no mês de agosto e o catavento passou alguns dias sem funcionar dificultando a oferta de água para os animais. Assim, para o agricultor que construiu a cisterna a oferta de a água para os animais foi garantida.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A lavagem de roupas no sertão do Nordeste.




A foto

Nesta foto, podemos observar uma agricultora na lavagem de roupas na caatinga. A fotografia foi obtida no  município de Paulistana, PI em 20 de julho de 2010.

O fato

No sertão do Nordeste as agricultoras têm como tradição a lavagem das roupas da família as margens dos açudes, riachos e barreiros. Uma característica desta atividade é a construção de uma estrutura de madeira e a colocação de pedras sobre a mesma para facilitar o trabalho na proximidade da fonte de água. Como o gasto de água com a lavagem de roupas é alto em termos de volume, os agricultores escolhem um dia da semana e reúnem-se nestes locais para a lavagem de roupas. Normalmente, são várias mulheres e um homem, cuja função é o transporte da água até os lavatórios. As mulheres saem de casa no início da manhã e só voltam no final da tarde quando a roupa já esta seca. Na foto podemos observar uma agricultora lavando roupas em um local próximo a um açude no município de Paulistana, PI.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A beleza da floração da catingueira na caatinga de Pernambuco


A foto

Nesta foto, podemos observar a beleza da floração da catingueira. A fotografia foi obtida na área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE em 09 de novembro de 2010.

O fato

A catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) é uma espécie arbórea, endêmica da caatinga nordestina de ocorrência, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba Alagoas e Bahia. O uso desta planta pelos agricultores é caracterizado pela extração da lenha para produção de carvão vegetal e para construção, principalmente de apriscos. Essa atividade tem contribuído para redução da densidade populacional desta espécie. A catingueira também é utilizada na medicina caseira para tratar casos de descontrole intestinal e processos inflamatórios. Embora a folha da catingueira apresente um aroma desagradável, quando esmagadas, essa planta tem suas folhas e brotos consumidos pelos animais logo no início das chuvas no sertão. A catingueira é uma das primeiras plantas a emitir brotação após as primeiras chuvas, sendo assim, uma fonte de alimentos para os caprinos e bovinos da caatinga no período de seca.

sábado, 30 de outubro de 2010

Plantio de milho e feijão no Piauí em outubro de 2010




A foto

Nesta fotografia podemos observar agricultores plantando milho e feijão no município de Acauã no Piauí, após uma chuva. A fotografia foi obtida no dia 28 de outubro de 2010.

O fato


A seca na região semiárida do Nordeste, tem seu início no final do mês de agosto e estende-se até o mês de janeiro. Neste período, o mês de outubro destaca-se pela ocorrência de elevadas temperaturas que causam transtornos para as pessoas e animais da região. Em uma série de 46 anos de observação que teve início em 1965 na cidade de Petrolina, PE, até 2010, deste total, não houve chuvas no mês de outubro em 20 anos. Neste período, tivemos 115,8 mm no mês de outubro de 1970 e 122,0 mm no mês de outubro de 2009. A ocorrência de chuvas no mês de outubro na caatinga contribui positivamente para o alívio da seca. Essas chuvas, embora muitas vezes de baixa intensidade, provocam uma transformação na paisagem da caatinga. O verde toma o lugar do cinza e muita água fica empoçada para o consumo dos animais. Em algumas localidades onde os volumes são maiores, os agricultores iniciam o plantio das culturas tradicionais, como milho, feijão, etc. Na fotografia, podemos observar agricultores plantando milho e feijão no município de Acauã no Piauí, após as chuvas na região.

sábado, 23 de outubro de 2010

A bela flor do mulungu na caatinga




A foto

Nesta foto, podemos observar a beleza da flor do mulungu. A fotografia foi obtida na área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE em 21 de outubro de 2010.

O fato


O mulungu (Erythrina mulungu) e (Erythrina verna) é uma das belas árvores que ocorre nas baixadas e vales da caatinga. Suas flores têm a predominância da cor laranja e vermelha e são muita visitadas por insetos e pássaros, principalmente pelo currupião que é uma das mais belas aves da caatinga. O mulungu é bastante utilizado na medicina caseira para estabilizar o sistema nervoso central, como antioxidante, como tonificante e para auxiliar na redução da tensão arterial. Por ser uma árvore de madeira leve é muito utilizado também para produção de cochos ou gamelas pelos agricultores do sertão. Em alguns municípios da zona da mata pernambucana, a madeira do mulungu é utilizada pelos mamolengueiros na confecção de bonecos. Essa atividade embora importante na vida dos agricultores possa levar esta planta à extinção.