Busca no Blog

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O cultivo de mandioca no Sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos ver um agricultor no meio de sua roça de mandioca. A fotografia foi obtida no dia 25 de maio de 2011 na Comunidade de Sítio Pereiro no Distrito de Pau Ferro, município de Petrolina, PE.

O fato

Na comunidade do Sítio Pereiro, no mês de janeiro choveu 34,5 mm.  A média histórica para o mês de janeiro é de 93,3 mm, assim as chuvas ficaram muito abaixo da média. No mês de fevereiro ocorreu um total de 70,6 mm, um pouco abaixo da média de 83,6 mm para esse mês. Contudo, no mês de março, choveu 168,5 mm, superior a média histórica que é de 131,2 mm. As precipitações nesta comunidade até o final de março totalizavam 277,7 mm. Esse volume de chuvas contribuiu para uma boa safra de feijão.  Já o milho não apresentou bom desenvolvimento.  No mês de abril choveu 165,2 mm. Essas chuvas não foram vista com bons olhos pelos agricultores que estavam colhendo feijão, pois provocaram muita perda das vagens maduras e secas. Porém, alguns agricultores imediatamente eliminaram o feijão que já estava sendo colhido e plantaram mandioca para aproveitar a boa umidade do solo. Como podemos ver na fotografia, a mandioca que foi plantada na segunda quinzena de abril, poderá garantir uma boa farinhada no começo do ano de 2012.

Água de chuva ou do carro-pipa!




A foto

Nesta fotografia podemos ver um carro-pipa abastecendo uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 25 de maio de 2011 na Comunidade de Barreiro, Distrito de Pau Ferro no município de Petrolina, PE.

O fato

Embora o ano de 2011 não tenha sido muito promissor para a agricultura de subsistência no Sertão de Pernambuco, visto que, houve uma grande irregularidade no volume das chuvas, além dos veranicos que ocorreram,  as lavouras não apresentaram boa produção e pouca água foi captada nos açudes e barreiros. Nesta comunidade em janeiro de 2011 foram registradas cinco ocorrências de chuvas com um total de 38,8 mm. Em fevereiro ocorreram quatro chuvas com um total de 94,1 mm. Já no mês de março, choveu 167,7 mm. Essas chuvas foram muito importante para as culturas de feijão, milho e mandioca. No mês de abril, choveu apenas 61,5 mm na comunidade. Essas chuvas embora em baixo volume provocaram perdas na cultura do feijão com o apodrecimento das vagens em ponto de colheita. Até o dia 25 de maio, choveu um total de 411,2 mm. Na fotografia, podemos ver um carro-pipa abastecendo uma cisterna e no detalhe, a falta de tubulação da calha ou bica para a cisterna. Considerando que a área total desta residência é de 121,5 m2 com telhas de cerâmica, esse volume de chuvas teria proporcionado o acumulo de 49.960 litros de água. Como o coeficiente de escoamento dos telhados de cerâmica é de aproximadamente 65%, isto é, do total de água que cai nas telhas, somente 65% escoa para a cisterna, 32.474 litros teriam sido armazenados. Porém, como agora existe a garantia de água dos carros-pipas, poucos agricultores ainda utilizam água de chuva.

sábado, 21 de maio de 2011

O ataque das joaninhas a cochonilha no mandacaru


A foto

Nesta foto, podemos observar joaninhas atacando cochonilhas-de-escamas em cactos. A fotografia foi obtida no dia 27 de junho de 2007 na caatinga de Petrolina, PE.

O fato

A Cochonilhas-de-escama (Diaspis echinocacti) – é um pequeno inseto conhecido como piolho ou cochonilha da palma que infesta as raquetes com suas colônias protegidas por escamas de coloração marrom clara ou areia, modificando completamente o aspecto da palma. Esse inseto ataca dos os tipos de cactos, principalmente o mandacaru, causando a morte de muitas plantas na caatinga. Essa praga tem sido intensamente combatida pelos agricultores na palma forrageira, principalmente pelo uso de óleo mineral, contudo sua infestação ainda é uma calamidade na região. Embora a preocupação atual seja em preservar as plantações de palma para alimentação dos animais no Sertão, a cochonilha-de-escama está destruindo outras cactáceas, a exemplo do mandacaru. Entre os  métodos utilizados para combater a cochonilha, o controle biológico, onde são usados os inimigos naturais como predadores, no caso as joaninhas, e alguns parasitóides como as vespinhas, não tem apresentado resultados significativos, visto que a infestação da cochonilha é bem mais intensa que a ação dos parasitas. Na fotografia podemos ver algumas joaninhas atacando as cochonilhas, contudo, a quantidade de cochonilhas é muito elevada para as joaninhas. As joaninhas são insetos predadores da família Coccinellidae da ordem Coleoptera.

O consumo de brotos da favela pelos caprinos




A foto

Nesta foto, podemos observar um caprino consumindo brotos e casca da favela. A fotografia foi obtida na comunidade de Xiquexique no município de Curaçá, BA, em 29 de setembro de 2005.

O fato

Entre as plantas da caatinga, a favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma das forrageira que se destaca na alimentação dos animais nativos e domésticos, como os caprinos. Essa planta ocorre do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe até a Bahia. Embora suas folhas sejam urticantes, quando novas e maduras ao chão são bastante consumidas pelos animais. Informações sobre a composição bromatológica, digestibilidade e valor nutritivo da faveleira, são escassas, contudo alguns autores têm encontrado os seguintes valores de composição química: 24,8% de matéria seca, 17,3% de proteína bruta, 2,5% de extrato etéreo, 28,5% de fibra detergente neutro, 23,6% de fibra detergente ácido e 5,1% de lignina. A faveleira pertencente à família das Euforbiáceas, é uma árvore tipicamente xerófita, de pequeno porte, atingindo até 4,0 m de altura, irregularmente esgalhada, lactescente e armada de espinhos sendo uma das primeiras a perder as folhas no final do período chuvoso, permanecendo a maior parte do ano sem folhas; em geral, a freqüência desta espécie, é baixa, contudo, pode formar concentrações em pontos determinados quando as condições locais são adequadas; floresce durante um longo período do ano produzindo de maneira contínua, pequena quantidade de sementes; suas folhas são longas, grossas, lanceoladas, recortadas, com pequenos acúleos no limbo e espinhos urticantes nas nervuras. As flores são diclinas, alvas e em pequenos cachos axilares e terminais. Os frutos são cápsulas arredondadas, deiscentes, de 1,5 a 2,0 cm de diâmetro, recobertos de pelos urticantes. A espécie se propaga facilmente por via sexuada e assexuada. O florescimento e a frutificação ocorrem entre os meses de janeiro e março. Na fotografia podemos ver um caprino consumindo os brotos da faveleira.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O consumo de folhas e frutos do imbuzeiro pelos caprinos na caatinga




A foto


Nesta fotografia podemos observar alguns caprinos consumindo frutos do imbuzeiro.  A fotografia foi obtida no dia 28 de março de 2008 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE. 


O fato


A safra do imbuzeiro correspondente ao período de dezembro de 2010 a abril de 2011 já está terminando. Na maioria dos Estados do Nordeste, já não há mais colheita de imbu neste mês. As estimativas para produção de frutos do imbuzeiro em 2011 é de 9.657 toneladas. Isto corresponde aos frutos colhidos pelos agricultores e comercializados ou processados. Contudo, uma parcela correspondente a 40 e 50 % dos frutos cai das plantas e são consumidos pelos animais silvestres e domésticos como os caprinos. Onde há caprinos na caatinga, todos os frutos maduros que caem ao chão são consumidos pelos animais. Quando não há caprinos, os frutos são consumidos pelos animais silvestres como a ema, os veados, os caititus, etc. Em média, um caprino consome 10.126 frutos por safra, equivalentes a 131 kg de frutos. O consumo diário é de 260 frutos por dia que corresponde, aproximadamente a 2,17 kg de frutos. Em termos de folhas os caprinos consomem, em média, 16,57 kg de folhas verde no período da safra e 32,54 kg de folhas secas e maduras caídas ao chão. Considerando que o rebanho de caprinos da região semiárida esta estimado em mais de 8 milhões de cabeças, a quantidade de frutos consumidos é muito grande. Todavia, pouco agricultor tem consciência da importância desta planta para os animais. Sempre encontramos agricultores querendo plantar capim ou palma para os animais, nunca encontramos agricultores pensando em plantar imbu para alimentar os animais.