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sábado, 13 de agosto de 2011

As garças-brancas-pequenas e os carrapatos dos bovinos na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos ver um grupo de garças-brancas-pequenas seguindo bezerros da raça sindi. A fotografia foi obtida no dia 8 de agosto de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido.

O fato

As graças-brancas-pequenas na época de suas revoadas, são um espetáculo a parte nas paisagens do Sertão. Essas aves alimentam-se principalmente de pequenos peixes em lagos e lagoas eutrofizados, contudo quando não há mais peixes, as garças consomem tudo que encontram pela frente na lama. Esta ave pode consumir também pequenos roedores, anfíbios, répteis e insetos. As garças-brancas fazem certo controle das populações de peixes nos lagos e lagoas das caatingas do Sertão, principalmente no período de seca quando a estiagem prolongada provoca a evaporação das águas desses reservatórios. Esses pássaros também são vistos seguindo animais, principalmente os bovinos em busca de carrapatos. Na fotografia, podemos ver que as garças seguem um grupo de bezerros da raça sindi em uma pastagem de capim buffel na caatinga. Por outro lado, quando as pequenas lagoas ficam com pouca água, as garças capturam todos os peixes, que possivelmente sobreviveriam no próximo período de chuvas. Esse convívio pode ser uma forma natural de controle dos carrapatos no rebanho, porém, os criadores deveriam manter uma pequena lagoa em sua propriedade e sempre colocar um pouco de alevinos para manter as garças por perto.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As abelhas da caatinga na flor da baraúna


A foto

Nesta fotografia podemos ver uma abelha nativa na flor da baraúna (Schinopsis brasiliensis) na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 10 de agosto de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

A baraúna (Schinopsis brasiliensis) é uma árvore das caatingas nordestina de grande importância para fauna e flora da região. A baraúna inicia sua floração no mês de julho até meados de setembro. Neste período a caatinga esta entrando na fase de seca que se agrava no final do ano. É nesse período que a oferta de alimentos para as abelhas nativas é mais escassa na caatinga. Neste sentido, a floração da baraúna surge como uma alternativa no fornecimento de néctar e pólen para uma grande diversidade de abelhas como as abelhas africanizadas como a italiana (Apis mellifera), a irapuá (Trigona spinipes), a abelha branca (Frieseomelita deoderleini), entre outras. Embora a visitação de abelhas melíferas seja bastante intensa as flores da baraúna, essas podem não contribuir na polinização em função do seu tamanho em relação à flor. As baraúnas da caatinga têm importância pelo fornecimento de alimentos para as abelhas e como uma das melhores sombras da caatinga para os animais.

domingo, 7 de agosto de 2011

O gavião-pega-pinto ou gavião-caboclo (Buteogallus meridionalis) da caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar um gavião-pega-pinto ou gavião cabloco consumindo uma caça. A fotografia foi obtida no dia 24 de maio de 2011 na Comunidade de Atalho no município de Petrolina, PE.

O fato

Entre as aves de rapina que existem no Nordeste, uma das mais belas é o gavião-pega-pinto ou gavião-caboclo (Buteogallus meridionalis). Esta ave tem porte médio com seus adultos alcançando até 60 cm de comprimento. Quando adultos sua plumagem é caracterizada pela tonalidade ferrugem com asas de tonalidades avermelhadas e penas escuras.  Este gavião é conhecido por vários nomes em diferentes regiões do Nordeste, tais como; gavião casaca-de-couro, gavião-fumaça, gavião-telha, entre outros. É um animal de hábito solitário com domínio exclusivo de seu território. O nome pega pinto foi obtido em função de que essa ave fica a espreita nos terreiros das residências rurais, esperando que as galinhas com pintos afastem-se dos filhotes para que eles ataquem. Quando eles descobrem os ninhos das galinhas, consomem alguns ovos. Embora o gavião caboclo alimente-se principalmente de pequenos vertebrados da caatinga como ratos, preás, pequenos lagartos, pequenas cobras, pássaros pequenos e filhotes de outras aves, há relatos do ataque deste gavião aos filhotes recém-nascidos de caprinos. Em uma comunidade de Petrolina, PE, os agricultores relataram que o gavião-pega-pinto estava pegando frangotes de galinhas, contudo, em função do peso das galinhas, o gavião não conseguia levantar vôo alto e os agricultores muitas vezes recapturaram os animais. A área de caça do gavião caboclo são os campos abertos. Na caatinga fechada esta ave não consegue captura suas presas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Um canal de irrigação na caatinga de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar parte do canal de irrigação do Projeto Pontal na caatinga do município de Petrolina, PE. A fotografia foi obtida no dia 22 de março de 2011.

O fato

A riqueza proporcionada pela irrigação na região semiárida do Nordeste é inquestionável. As margens do Rio São Francisco, são inúmeros projetos de irrigação que transformaram as terras secas em verdadeiros oásis. A produção desses projetos caracteriza-se, principalmente pela diversidade de hortaliças e frutas, principalmente as uvas sem sementes que são exportadas para muitos países. Embora a irrigação tenha sido um marco no desenvolvimento do Nordeste semiárido, as grandes estruturas dos canais de irrigação têm causado transformação na paisagem da caatinga por onde passam. Essas transformações, embora muitas vezes positivas como a perenização de pequenos rios e riachos com a água dos canais, em termos de bioma, podem trazer conseqüências negativas, visto que, a presença constante de água em determinadas áreas da caatinga, com certeza irá alterar o equilíbrio da fauna e flora da região atingida pelas águas que sobram nos canais, principalmente pela quebra da sazonalidade das águas nos pequenos rios e riachos da caatinga, visto que, o período de chuvas e secas é um marco regulador de muitas espécies de plantas e animais da caatinga.  

A floração do sete cascas (Tabebuia spongiosa) na caatinga




A foto

Nesta foto podemos observar a floração do sete cascas na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 5 de agosto de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato
A caatinga possui uma das mais belas composições de plantas do planeta. São inúmeras espécies de plantas que só ocorrem nesta região. Podendo ser considerada uma das regiões do mundo de maior riqueza biológica, face as adversidades da região.  Quando termina o período de chuvas na caatinga e a vegetação começa a perde suas folhas pela falta de água no solo, o cenário da seca é eminente. Todavia, basta ocorrer uma chuvinha qualquer que a paisagem muda de aspecto. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete cascas (Tabebuia spongiosa). Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu. O sete cascas ou “Ipê cascudo” é considerado por muitos estudiosos como a mais bela planta da caatinga. Embora existam outras variedades de ipês de flores amarelas, o sete casca só é encontrado nas caatingas sertanejas. Normalmente essa espécie florece nos meses de outubro a dezembro, quando da ocorrência das trovoadas (as primeiras chuvas no Sertão), porém este ano, tivemos uma grande surpresa ao ver o sete casca com muitas flores após uma chuva de 10 mm que ocorreu no dia 31 de julho no Sertão de Pernambuco.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A jandaia na flor do mulungu na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos ver algumas jandaias consumindo botões florais do mulungu. A fotografia foi obtida em 07 de julho de 2011 na comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

A jandaia ou o periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum) é uma das aves mais bonitas dos sertões nordestino. Em algumas regiões do Nordeste a jandaia também é conhecida como  gangarra. Sua beleza está nas cores verde, amarela e marrom. Embora se alimente de frutas silvestres como o fruto do mandacaru, do facheiro, do xiquexique, do imbuzeiro e de muitos outros frutos da caatinga, as jandaias são temidas pelos agricultores que plantam sorgo em suas propriedades, pois elas consomem todos os grãos causando prejuízo para os agricultores. As jandaias também se alimentam de botões florais de muitas plantas da caatinga. Na época da frutificação do imbuzeiro as jandaias consomem os frutos na fase inicial de crescimento provocando perdas consideráveis da safra. Na fotografia podemos ver as jandaias consumindo os botões florais do mulungu (Erythrina mulungu).