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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A borboleta na flor do imbuzeiro





A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma bela borboleta na floração do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no município de Petrolina, PE, em 28 de novembro de 2002.

O fato

No período de seca no Sertão do Nordeste, a natureza nos proporciona um espetáculo belíssimo com a floração do imbuzeiro. São inúmeras plantas que se destacam de longe na paisagem pela brancura de sua floração no meio de uma vegetação seca e sem folhas. É assim que a paisagem do Sertão fica com a floração do imbuzeiro. São milhões de flores que tem uma importância muito grande para a fauna o flora da região. Suas flores são fonte de alimentos para uma enorme quantidade de insetos da caatinga, com destaque para as abelhas, vespas, borboletas, etc. O imbuzeiro perde as folhas logo depois do inverno, e assim evita a transpiração. O período sem folhas é de aproximadamente 35 dias, esse estágio é conhecido como estado de dormência vegetativa, todavia a planta retira dos xilopódios cheios de reservas nutritivas o que necessita para sua reprodução. Normalmente ocorrem algumas chuvas nos meses de agosto e setembro, o que os agricultores chamam de chuvas da floração do imbuzeiro e  modificam a temperatura e a umidade relativa do ar, acelerando o metabolismo da planta com o aparecimento das primeiras flores e folhas. É nesse momento que ocorre a visitação dos insetos a floração do imbuzeiro. A abertura da flor do imbuzeiro acontece normalmente durante a madrugada, da hora zero as quatro, sendo o pico de abertura às duas horas da madrugada, permanecendo abertas durante as primeiras horas da manhã quando são visitadas pelos insetos. Na fotografia podemos ver uma borboleta estaladeira (Hamadryas feronia Lennaeus). Essa espécie é muito conhecida pelo fato de sempre pousar de cabeça para baixo.

sábado, 17 de setembro de 2011

A floração do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma planta de imbuzeiro com bastante flores. A fotografia foi obtida no dia 16 de setembro de 2010 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE

O fato

O imbuzeiro é uma das plantas da caatinga, que floresce e produz frutos na seca. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco ocorre no período mais crítico e na ausência de precipitações. A floração do imbuzeiro normalmente ocorre nos meses de  julho a setembro, período em que a região semiárida enfrenta o início da seca que vai até o final de janeiro. Todavia, neste período, o imbuzeiro floresce, frutifica e produz seus frutos.  O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos é de aproximadamente 125 dias. Na fotografia podemos ver uma planta com sua floração bastante desenvolvida já no mês de setembro de 2010. Desta forma, a safra do imbuzeiro é uma garantia para os agricultores, mesmo que ocorra pouca chuva na região.

O extrativismo do fruto do imbuzeiro no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia, podemos observar agricultores na colheita do fruto do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no distrito de Barrinha no município de Jaguarari, BA, em 3 de fevereiro de 2010.

O fato

Das inúmeras atividades desenvolvidas pelos agricultores familiares na região semiárida do Nordeste brasileiro, o extrativismo vegetal é uma das mais importantes.  Entre as plantas que proporcionam esta atividade temos: o babaçu, a piaçava, a  carnaúba, o licuri, o buriti, o pequi, o pinhão, a mangaba, o cajueiro, o angico, o  imbuzeiro, etc. Outra atividade extrativista significativa é a extração de madeira da caatinga para produção do carvão vegetal. Todas essas atividades são fontes complementares de renda para os agricultores, principalmente nos meses de seca que ocorrem na região. O extrativismo do fruto do imbuzeiro na região semiárida do Nordeste, que vai da colheita, comercialização, processamento de doces e polpas, movimenta valores de, aproximadamente R$ 6 milhões por no ano para economia regional. O imbuzeiro tem grande importância socioeconômica para as populações rurais da região semiárida do Nordeste, no fornecimento de frutos saborosos, nutritivos e túberas, radiculares doce e ricas em água. O extrativismo do fruto do imbuzeiro é praticado nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e na parte semiárida de Minas Gerais, sendo o Estado da Bahia onde ocorre a maior produção de imbu.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Água para consumo dos animais na caatinga





A foto

Nesta fotografia podemos observar alguns animais consumindo água de um barreiro. A fotografia foi obtida no dia 26 de novembro de 2003 na Comunidade de Pilar no município de Jaguarari, BA.

O fato

No Sertão do Nordeste a oferta de água para os animais no período de seca é uma das maiores dificuldades dos agricultores, principalmente daqueles que possuem animais de grande porte como os bovinos. Na época da seca que vai de agosto a dezembro, o aumento da temperatura ambiente na região provoca um maior consumo de água pelos animais. Como na época da seca a vegetação da caatinga está completamente sem água, para que os animais consumam uma 1g de matéria seca de alimento, ele necessita de até 4 g de água para metaboliza este alimento, o que requer um volume muito grande de água armazenado nas propriedades para atender as necessidades dos animais. Por outro lado, na época das chuvas a elevação da umidade do ar reduz consideravelmente o consumo de água pelos animais. Assim, os agricultores precisam ter condições de armazenar muita água em barreiros, cisternas, tanques, etc., para que no período da seca seus animais não passem necessidade de água para consumo. Contudo, o que vemos na maioria das propriedades é uma preocupação excessiva com a formação de pastagens e muito pouco com a água.

domingo, 11 de setembro de 2011

A beleza da floração da canafístula nas margens das rodovias do Sertão



A foto

Nesta fotografia, podemos observar a caatinga na época das chuvas com as plantas verdes e a beleza da floração. A fotografia foi obtida na BR que liga o município de Petrolina a Afrânio, PE em 26 de fevereiro de 2009.

O fato

No período de chuvas no Sertão de Pernambuco, as margens das rodovias que cruzam esta região apresentam uma beleza singular para os que ali passam, visto que as plantas da caatinga estão no período de maior beleza com suas folhas verdes e muitas espécies em fase de floração. O destaque neste período é para a floração da canafístula nas margens das rodovias. A canafístula é uma planta da caatinga considerada decídua em função da perda de parte das folhas em algumas estações do ano, com um dos mais belos florescimentos da caatinga. Em função da sua beleza, a canafístula pode ser utilizada para o paisagismo. Entre as plantas oportunistas, a canafístula é uma das mais utilizadas para recuperação de áreas de caatinga degradadas. A canafístula (Senna spectabilis var. excelsa (Sharad) H.S.Irwine & Barnely) é encontrada em todos os estados da região semiárida do Nordeste. A madeira da canafístula, apresentar  retratibilidade baixa, aparência agradável e resistência mecânica média a alta, é indicada para a fabricação de móveis, folhas faqueadas decorativas, para lambris, painéis, carrocerias, implementos agrícolas, peças torneadas, etc.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A degradação da vegetação e solos da caatinga



A foto

Nesta fotografia podemos observar uma área de caatinga degradada.  A fotografia foi obtida no dia 11 de agosto de 2010 no município de Betânia do Piauí, PI.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, há uma intensificação das áreas de caatinga onde grande parte dos solos apresenta-se erodidos em função do desmatamento da vegetação nativa da caatinga para formação de pastagens. Estudos recentes demonstraram que o total de caatinga desmatada saltou de 43,38% para 45,39% num período de seis anos. A taxa anual média de desmatamento nos seis anos foi de 2.763 quilômetros quadrados. Levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) divulgados recentemente apontou que, entre 2002 e 2008, a caatinga teve 16.576 quilômetros quadrados desmatados, o que equivale a mais da metade da área do Estado de Alagoas. Por outro lado, alguns estudos têm demonstrado que a fragilidade dos solos das áreas de caatinga do Nordeste favorece a degradação. Os solos descobertos, principalmente nas áreas de serra da caatinga são muito susceptíveis à erosão hídrica e eólica, favorecendo a remoção dos nutrientes das áreas degradadas o que vai dificultar o crescimento do extrato vegetal. As áreas de maior vulnerabilidade, geralmente são de solos rasos, sem capacidade de retenção de água e com limitações físicas e químicas, que aumentam a degradação. Assim, o solo é um fator principal na degradação dessas áreas. Neste sentido, atribuir a degradação unicamente a ação do homem parece não ser a opção mais adequada. Portanto, um trabalho de conscientização das populações destas áreas de que estes solos em áreas de serra apresentam alta fragilidade para degradação, talvez possa produzir mais resultados do que as punições aos agricultores que cultivam nestas áreas. Temos que mostrar para os agricultores do Sertão nordestino que o desmatamento da vegetação nativa da caatinga para formação de pastagens, principalmente de capim buffel, deve ser acompanhada de práticas agrícolas que possam garantir a preservação dos solos, pois, desprotegidos da vegetação natural, nosso solo em sua maioria, não suportam os efeitos das chuvas que provocam a erosão e sua degradação. Há muitas alternativas, entre elas os trabalhos de raleamento da caatinga que tem possibilitado a criação e manutenção dos animais na caatinga com os mínimos efeitos de degradação. Na fotografia podemos ver uma área de caatinga onde o agricultor desmatou para plantio de capim buffel com parte do solo erodido no município de Betânia do Piauí.

domingo, 4 de setembro de 2011

Irrigação de salvação com água de chuva acumulada em barreiros




A foto

Nesta fotografia podemos observar agricultores irrigando uma plantação de feijão com água de chuva acumulada em um barreiro de irrigação de salvação. A fotografia foi obtida no dia 29 de março de 2003 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semi-árida do Nordeste as chuvas muitas vezes ocorrem em períodos muitos curtos e faltam quando as culturas mais necessitam de umidade no solo. O barreiro de irrigação de salvação é uma alternativa que pode ser utilizada pelos agricultores para armazenar a água da chuva e utilizá-la nos meses de estiagem que ocorrem na região ou para obtenção de um segundo cultivo em anos de muita chuva. Essa alternativa pode contribuir para que os agricultores obtenham sucesso em seus cultivos, visto que, em alguns anos, os agricultores plantam nas primeiras chuvas e quando as culturas estão nas fases de floração e formação de espigas ou vagens, as chuvas não caem e há uma perda total dos cultivos. Na comunidade de Alto do Angico em 2003 choveu um total de 432,8 mm, sendo: 58,4 mm no mês de janeiro; 49,4 mm no mês de fevereiro; 69,4 mm no mês de março; 102,3 mm no mês de abril; 106,7 mm no mês de maio; 10,5 mm no mês de junho; 18,4 mm no mês de novembro e 17,7 mm no mês de dezembro. Nos meses de junho, agosto, setembro e outubro não houve qualquer precipitação na comunidade. Como os agricultores fizeram o plantio com as chuvas que caíram no final de 2002, tiveram que realizar algumas irrigações de salvação no mês de março com água acumulada no barreiro para garantir a produção do feijão de corda.   

As alternativas dos agricultores para captação de água de chuva na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma cisterna com área de captação em uma lona de plástico. A fotografia foi obtida na comunidade de Barreiros no dia 09 de fevereiro de 2004 no município de Petrolina, PE.

O fato

Embora o ano de 2011 até o mês de agosto não tenha sido muito promissor para a agricultura de subsistência no Sertão de Pernambuco, visto que, houve uma grande irregularidade no volume das chuvas, ocorreu um total de 472,8 mm no município de Petrolina, PE, sendo 66,2 mm no mês de janeiro; 87,2 mm no mês de fevereiro; 77,5 mm no mês março; 153,4 mm no mês de abril; 74,7 mm no mês de maio; 2,8 mm no mês de junho; 0,5 mm no mês de julho e 10,5 mm no mês de agosto. Essas chuvas se bem aproveitadas pelos agricultores poderiam proporcionar a captação e o armazenamento de até 57.445 litros de água, considerando a área total de uma residência com um telhado de cerâmica de 121,5 m2. Como o coeficiente de escoamento dos telhados de cerâmica é de aproximadamente 65%, isto é, do total de água que cai nas telhas, somente 65% escoa para a cisterna, 37.339 litros teriam sido armazenados nas cisternas. Como de modo geral, as residências possuem apenas uma cisterna, parte dessa água se perderia. Porém, como agora existe a garantia de água dos carros-pipas, que a cada mês abastece as cisternas, poucos agricultores estão preocupados em captar e armazenar toda a água das chuvas. Será que se construindo mais uma cisterna nas residências os agricultores não poderiam aproveitar melhor essa água. O volume de recursos que tem sido gasto com carro-pipa não daria para construção de mais uma cisterna nas residências ou de uma cisterna maior. Na fotografia podemos ver um agricultor que colocou uma lona plástica acima da cisterna para captar o máximo de água das chuvas. Esse sistema é chamado de catadores de água, visto que pode ser desmontado e transportado para outro local.