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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Água para os animais na caatinga nordestina



As fotos

Nesta fotografia podemos observar um cata-vento retirando água de um poço e animais em busca de água numa lagoa quase seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Em anos de chuvas regulares no Sertão do Nordeste, a água que fica acumulada nos barreiros, lagoas, açudes e riachos suprem as necessidades dos animais. Todavia, a cada ano os rebanhos são maiores e os agricultores nunca fazem um planejamento da quantidade de água necessário para seu rebanho durante todo o ano. Eles sempre acreditam que vai chover regularmente e que não haverá problemas de água para os animais. Como este ano a seca veio sem aviso, à falta de água para o consumo animal é uma das principais dificuldades que os agricultores estão enfrentando. Nas fontes tradicionais como açudes, barreiros, lagoas e riachos, praticamente toda água já secou. Muitos agricultores estão perdendo animais por falta de água para beber. Outros já venderão parte do rebanho para comprar água de carro-pipa ao preço de R$ 100,00 a 150,00 por carrada de 8 mil litros, aproximadamente. Em algumas comunidades onde existe um poço profundo com cata-vento, só resta a água salobra. Esta é uma das realidades do Sertão nordestino em anos de seca. Como essa realidade poderia ser alterada! Se os órgãos de fomento como os bancos oficiais e programas de ajuda aos agricultores em períodos de seca tivessem em suas propostas a construção de poços profundos  para cada agricultor que tomasse um empréstimo ou recebesse ajuda do governo, parte dessa crise seria aliviada. Embora o custo de implantação de um poço profundo alcance valores na ordem de R$ 5.000,00 a 6.000,00 para profundidades de até 50 metros, os resultados para uma família ou comunidades seriam bastante significativos, visto que, com água, parte dos animais sobreviveria ao período de seca. Outra alternativa seria a implantação de cata-ventos públicos em lugares estratégicos das comunidades, facilitando uma melhor distribuição da água.

domingo, 3 de junho de 2012

Alimentação do caititu na caatinga



A foto

Nestas fotografias podemos observar alguns caititus em busca de alimentos na caatinga.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




O fato

O caititu (Tayassu tajacu) das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. Embora este animal ainda sofra forte pressão pela caça predatória, ainda é possível se encontrar caititus nas caatingas nativas do Nordeste. Para  identificação das fontes de alimentos desses animais em áreas de caatinga nativa do Sertão de Pernambuco, estamos monitorando alguns bandos de caititus na área de caatinga nativa da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE. O trabalho consiste no levantamento das plantas que apresentam partes consumidas pelos caititus em diferentes períodos do ano. Os resultados preliminares demonstraram que no período de janeiro a abril quando ocorrem chuvas na região, a base da dieta dos caititus são os frutos das plantas da caatinga caídos ao chão e as raízes da maniçoba. No período de maio a agosto, as raízes da maniçoba, faveleira e do caroá são as mais consumidas pelos caititus. De agosto a dezembro, a raiz do caroá é a principal fonte de alimentação dos caititus. Na fotografia, podemos ver os aspectos das raízes da maniçoba após a ação dos caititus.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Açudes e barreiros da caatinga



As fotos

Nestas fotografias, podemos ver um barreiro e um açude na caatinga. As fotografias foram obtidas no no município de Petrolina, PE.






O fato


Os inúmeros barreiros e pequenos açudes existentes na região semiárida do Nordeste são muitos importantes para o armazenamento de água de chuva. Nesses reservatórios um volume considerável de água é armazenado e contribui para o alivio das secas que afetam a região. Todo agricultor que possui um pequeno açude ou barreiro em sua propriedade consegue superar as dificuldades da seca com mais alívio. Em anos de chuvas regulares, a quantidade de água armazenada nos barreiros ou açudes pode ser utilizada de diversas formas, principalmente para garantia de consumo dos animais. Todavia, muitos desses açudes e barreiros são construídos de forma irregulares e não conseguem armazenar a água da chuva em sua totalidade. De modo geral os açudes ou barreiros são construídos por máquinas cedidas por órgãos municipais e estaduais. Contudo, quando se faz uma observação mais rigorosa, pode-se observar que há muitas irregularidades na construção, principalmente na escavação. Esses barreiros ou açudes geralmente são construídos por escavação e por falhar dos operadores das máquinas sua profundidade não permite acumular bons volumes de água.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Aspectos da vegetação na caatinga em época de seca



A foto

Nestas fotografias podemos observar a floração do sete cascas após uma chuva na caatinga e uma planta de imbuzeiro sem folhas. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

A seca que está ocorrendo na região semiárida do Nordeste neste ano de 2012 tem causado graves problemas para a população da zona rural, principalmente para os pequenos agricultores que tem seu sustento na criação de animais como os caprinos, ovinos e bovinos. Em algumas áreas do Sertão, choveu até hoje 31 de maio de 2012 somente 130 mm. Esse volume é tão pouco que não representa a média das chuvas para região no mês de fevereiro. Todavia, as plantas da caatinga, mesmo enfrentado uma das piores irregularidades de chuvas nos últimos 30 anos, ainda conseguem apresentar belos espetáculos com suas diferentes fases fenológicas que vai da senescência foliar a floração fora de época. O caso marcante é o imbuzeiro. Em função da seca, muitas plantas já estão sem folhas. Essa fase de dormência vegetativa pode perdurar por até 45 dias, quando surgem as primeiras flores da nova safra. Assim, quem sabe se o imbuzeiro não está preparando-se para chuvas nos meses de setembro e outubro. Outra planta que apresenta um comportamento irregular é o sete cascas (Tabebuia spongiosa). A floração do sete cascas normalmente ocorre quando caem as primeiras chuvas no período de seca que vai de agosto a dezembro. Logo após as primeiras trovoadas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete cascas. Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. O curioso neste momento é que o sete cascas já havia florado no verão de 2011, más com as irregularidades das chuvas até o momento, essas plantas emitiram nova floração com uma chuva de 28 mm que ocorreu no dia 25 de maio. Assim, ainda temos muito que aprender com a natureza do Sertão nordestino e o comportamento das plantas e dos animais diante dos eventos severos como a seca são fontes de sabedoria.

domingo, 27 de maio de 2012

A questão da água nas cisternas de produção



A foto

Nesta fotografia podemos observar um carro-pipa colocando água em uma cisterna de produção. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

As cisternas de produção que foram construídas até o momento na região semiárida do Nordeste, tem como função principal, captar e armazenar água das chuvas para utilização em irrigações suplementares na produção de alimentos que possam contribuir para melhoria da qualidade de vida das famílias da região seca do Nordeste. Essas cisternas fazem parte do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) é uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido da ASA. Segundo a ASA o objetivo do programa é fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no Semiárido brasileiro e promover a soberania, a segurança alimentar e nutricional e a geração de emprego e renda às famílias agricultoras, através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para produção de alimentos. O 1 significa terra para produção. O 2 corresponde a dois tipos de água – a potável, para consumo humano, e água para produção de alimentos. As famílias atendidas pelo P1+2 são selecionadas a partir de critérios onde se prioriza as famílias com acesso à água para consumo humano, a exemplo das cisternas do P1MC, as mulheres chefes de família, as famílias com crianças de 0 a 6 anos de idade com crianças e adolescentes frequentando a escola e adultos com idade igual ou superior a 65 anos, como também portadores de necessidades especiais. Atualmente as cisternas de produção em várias comunidades vêm sendo abastecidas com água de carro-pipa o que contrária seu objetivo maior que é captar e armazenar água das chuvas. Levando em consideração que este ano os carros-pipa mal atendem as cisternas de consumo, muita água para consumo poderá ser desviada para as cisternas de produção.