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A agricultura familiar da região semi-árida do Nordeste brasileiro tem sua sustentabilidade na exploração de culturas de subsistência como milho, feijão e mandioca e a criação de caprinos e ovinos. Por outro lado, há outras fontes de renda e de absorção de mão-de-obra, bastante significativas, como o extrativismo vegetal, de modo especial, o fruto do imbuzeiro. O negócio com o umbu na região semi-árida do Nordeste, que vai da colheita, comercialização, processamento de doces e polpas, chegam a rende cerca de US$ 6 milhões ao ano para economia regional. O imbuzeiro tem grande importância socioeconômica para as populações rurais da região semi-árida do Nordeste, no fornecimento de frutos saborosos, nutritivos e túberas, radicular doce e rica em água. O extrativismo do fruto do imbuzeiro é praticado nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e na parte semi-árida de Minas Gerais, sendo o Estado da Bahia o maior produtor com uma média 10.000 toneladas colhidas por ano. O objetivo de trabalho foi estudar a participação do extrativismo do fruto do imbuzeiro na absorção de mão-de-obra e geração de renda dos pequenos agricultores de 5 comunidades localizadas na região semi-árida do estado da Bahia. O trabalho foi realizado em 5 comunidades de pequenos agricultores localizada na região semi-árida do estado da Bahia, cuja tradição é o extrativismo vegetal do fruto do imbuzeiro. A investigação ocorreu em duas etapas. A primeira ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2001, quando foram realizadas visitas as comunidades para o levantamento das famílias que tinham pessoas envolvidas no extrativismo do fruto do imbuzeiro. A segunda etapa do trabalho aconteceu durante a safra do imbuzeiro nos meses de janeiro a março de 2002, quando foi realizado um acompanhamento junto aos agricultores de cada comunidade que participaram da colheita do imbu. Nas comunidades onde foi realizado o acompanhamento da safra do imbuzeiro em 2002, observou-se que esta atividade teve uma contribuição significativa na absorção de mão-de-obra e na geração de renda para os pequenos agricultores. Um total de 293 agricultores participaram da colheita em 2002 nas 5 comunidades, com uma média de 58 agricultores envolvidos nesta atividade por comunidade. Na comunidade de Fazendinha, 58 agricultores colheram imbu em 2002 num período médio de 69 dias de colheita. Essa atividade proporcionou uma renda média de R$ 396,03 para cada agricultor, seguidos pelos agricultores da comunidade de Favela, cuja renda média foi de R$ 350,14 equivalentes a 1,95 salários mínimos vigentes na época. No entanto, a comunidade onde o maior número de agricultores participaram da colheita do fruto do imbuzeiro na safra de 2002 foi a de Barracão com 87 pessoas. Os recursos provenientes do extrativismo do fruto do imbuzeiro têm uma participação bastante significativa na composição da renda familiar dos pequenos agricultores das comunidades analisadas, principalmente, como renda disponível no período de entressafra.
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