sábado, 9 de julho de 2011

O caprino adaptado as condições de adversidades do Sertão nordestino




A foto

Nesta fotografia, podemos observar caprinos consumindo o facheiro. A fotografia foi obtida no dia 19 de dezembro de 2001 na área de caatinga da Comunidade de Alto do Angico em Petrolina, PE.

O fato

Da colonização até os dias atuais, o rebanho de caprinos não para de crescer no Nordeste brasileiro. Atualmente são mais de 8,5 milhões de cabeças. Esses animais são à base de sustentação de muitas famílias de agricultores no Sertão do Nordeste. Todavia a manutenção desses animais nos períodos de seca é uma luta imensurável para os agricultores. Muitas das raças introduzidas no começo da colonização desenvolveram características adaptativas às adversidades climáticas e de vegetação do bioma caatinga. Embora o tempo de vida dos caprinos seja relativamente curto em termos de seleção natural, algumas raças apresentaram sinais de adaptação à região e seu plantel tem aumentado. Por outro lado, muitas raças exóticas têm sido introduzidas recentemente na região e por meio do cruzamento indiscriminado com as raças já consideradas nativas pode levar ao surgimento de animais com pouca capacidade de adaptação as condições dos sertões nordestinos.  Nosso bode nativo está adaptado a vegetação composta, principalmente por espécies como a jureminha (Desmanthus virgatus, L. Willd), a faveira (Parkia platycephala Benth), o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart), o imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda), o mororó (Bauhinia cheilantha, Bong. Steud.), o feijão bravo (Capparis flexuosa L.), a maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & K. Hoffm.), o pau-ferro (Caesalpina férrea Mart.), a favela (Cnidoscolus phyllacanthus Pax & H. Hoffm.), o mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus Ritter), o xiquexique (Pilosocereus gounellei (A. Webwr ex K. Schum.) Bly. Ex Rowl.),  entre outras. Todavia, só as raças de caprinos consideradas nativas tem condições de sobreviver na região, visto as dificuldades da oferta de alimentos no período de seca de mais de 6 meses. Na fotografia podemos ver caprinos de raças nativas consumindo partes do facheiro no mês de dezembro de 2001. Neste ano, choveu 340,9 mm na Comunidade de Alto do Angico, sendo: 4,2 mm em janeiro; 29,8 mm em fevereiro; 210,6 mm em março; 16,2 mm em abril; 2,8 mm em maio; 38,9 mm em junho; 1,8 mm em julho e 6,2 mm no mês de agosto. Nos meses de setembro e outubro não ocorreu precipitação na região. Já em novembro e dezembro, ocorreram 2,2 e 28,2 mm, respectivamente. Assim, do mês de abril a dezembro de 2001, as chuvas não foram significativas para formação de pastagens para os animais.

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