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domingo, 13 de maio de 2012

Água de adutoras no interior do Sertão nordestino



A foto

Nesta fotografia podemos observar um reservatório com capacidade para 20 mil litros em uma comunidade da caatinga. A fotografia foi obtida no município de Uauá, BA.



Os fatos

Nos sertões do Nordeste brasileiro, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência dos agricultores e animais. A vulnerabilidade a que está exposta esta região é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem, em média, a cada cinco anos. A seca que está ocorrendo este ano provocará uma redução significativa na produção da agropecuária regional com consequências para toda região. Seca no Nordeste não é raridade, más uma normalidade. Todavia, a busca de soluções para essas calamidades remotam ao século 19, quando em 1845 o Imperador D. Pedro II deu início às primeiras iniciativas locais de combate às secas implementadas pelo Estado. Com a criação em 1909 da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada depois no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), teve início um programa de combate às secas, cujo objetivo principal foi à acumulação de águas por meio da açudagem e das obras de infraestrutura com duração de 1909 a 1945. Vários programas vieram complementar as ações da IOCS e do DNOCS, tais como, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a SUDENE, o Projeto Sertanejo, entre outros. Contudo, a cada seca as soluções até então aplicadas não contribuem para uma solução duradora. Os sertanejos neste ano de 2012 estão ainda mais vulneráveis, frente aos efeitos da seca, pois vivem num ambiente ecologicamente empobrecido, incapaz de oferecer recursos alternativos à escassez de água e alimentos, à margem das ilhas de modernidade do semiárido, a exemplo dos grandes perímetros irrigados. A água para o consumo humano vem sendo relativamente fornecida pelo Programa dos carros-pipa que precariamente tentam abastecer mais de 450 mil cisternas que já foram construídas pelo Programa de Mobilização Social para Construção de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros-pipa. A região semiárida do Nordeste poderia ter outro cenário se ações definitivas fossem tomadas pelos governos da região como a construção de adutoras levando água do Rio São Francisco e de grandes açudes até as comunidades necessitadas. Contudo, muitas adutoras que foram construídas em períodos recentes no interior do Sertão, estão em sua maior parte abandonadas. Essas adutoras poderiam levar água para milhares de agricultores, porém, manter os carros-pipa parece ser uma decisão mais inteligente para os tomadores de decisão dos governos Federal, Estaduais e Municipais.

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