terça-feira, 4 de setembro de 2012

Seca, fome e morte dos animais na caatinga

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar caprinos consumindo mandacaru, um agricultor cortando e transportando mandacaru e alguns animais mortos.  As fotografias foram obtidas nos  municípios de Jaguarari, BA e Petrolina, PE

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Os fatos

Anos de irregularidades climáticas na região de caatinga da Bahia não é uma anormalidade. De modo geral, temos anos de chuvas normais e anos de chuvas muito abaixo da média. Essas ocorrências têm castigado severamente os pequenos agricultores, principalmente aqueles que têm na agricultura de subsistência sua base de renda. A vida dos pequenos agricultores no período de seca é marcada pela busca de água para consumo da família e de seus animais e, principalmente de alimentos para os animais. Na falta de chuvas para formação de pastagens as alternativas disponíveis são as plantas da caatinga, principalmente o mandacaru, o xiquexique, a macambira, entre outras. Muitos agricultores só conseguem salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas da caatinga, principalmente pelo uso do mandacaru. Nos anos de seca severa como 2012 que choveu somente 45,6 mm de janeiro a agosto, a utilização das cactáceas torna-se a única alternativa para os animais. Essa prática por um período longo como está ocorrendo até o momento, tem levado a uma diminuição acentuada de algumas cactáceas, principalmente do mandacaru. Hoje muitos agricultores já buscam essa planta em áreas localizadas a mais de 50 km de suas comunidades. Todavia, como a oferta dessas plantas é pequena, muitos animais já morreram. Nestes momentos de dificuldades, pode-se perceber a falta de orientação e apoio para os agricultores da verdadeira capacidade de suporte de suas áreas de caatinga e de um planejamento do rebanho, tais como, vender parte dos animais ainda no período de chuvas e controlar melhor o uso da caatinga com a formação de piquetes onde os animais podem aproveitar racionalmente as plantas da caatinga, e principalmente, a adoção de algumas técnicas como o raleamento da caatinga e a formação de bancos de proteína com gliricídia, leucena, gandu, etc., e o plantio de mandacaru para o enfrentamento de futuras secas.


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