As fotos
Nestas fotografias podemos
observar o consumo de plantas nativas da caatinga pelos animais no período de
seca. As fotografias foram obtidas em áreas de caatinga de Pernambuco e da Bahia.
Os fatos
Tivemos em 2012 um dos piores
anos para agricultura e pecuária dependente de chuvas nos sertões do Nordeste. As
irregularidades das chuvas provocou a perda das culturas tradicionais como o
milho, o feijão, a mandioca, entre outras e a morte de um grande número de
animais, principalmente de bovinos. As chuvas não foram suficientes para
formação de pastagens e para acumulação de água nos açudes e barreiros para os
animais. Água para o consumo das famílias, embora com dificuldades, foi
fornecida pelos governos Federal, estaduais e municipais com a operação carro-pipa. Más,
água para a produção de alimentos e consumo dos animais foi o grande dilema
desta seca. Muitos agricultores venderam parte dos rebanhos para comprar água e
alimentos para os animais restantes, porém, muitos outros perderam praticamente
todo seu rebanho. Que ensinamento podemos tirar dessa seca! Nos últimos 30
anos, muitas alternativas para convivência com a seca foram desenvolvidas e/ou
adaptadas por órgãos federais e estaduais para que os agricultores que habitam
as regiões de maior incidência de seca pudessem superar as dificuldades da
falta de chuvas. Algumas dessas alternativas como o capim buffel não foram
suficientes para superar a seca, mais provocaram grande desmatamentos da
caatinga com a formação de áreas de pastagens. Por outro lado, pouco ou quase nada
foi realizado no sentido de conscientizar os agricultores que as plantas
nativas da caatinga poderiam contribuir substancialmente para superação das
dificuldades para alimentação dos animais na seca. Más, o que se viu neste ano
foram cenas já bastante conhecidas dos agricultores, isto é, a utilização maciça
das plantas da caatinga como única alternativa, em muitos casos, para salvar os
animais. Essas plantas são o mandacaru, o xiquexique, o facheiro, a macambira,
o caroá, entre outras. Mesmo com a falta de chuvas, essas plantas salvaram a
vida de muitos animais na caatinga e a trajetória de muitas famílias do Sertão.
Todavia, para aqueles agricultores que tiveram nas plantas da caatinga a
salvação dos animais, talvez eles repensem e comecem a cultivar essas plantas
para que em futuras secas suas dificuldades sejam amenizadas.
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