A foto
Nesta fotografia podemos observar um belo exemplar de um veado-catingueiro em uma área de caatinga. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE.
Os fatos
Muito se tem reclamado das secas
no Sertão do Nordeste, principalmente pela mortandade dos animais domésticos,
principalmente de bovinos, ovinos e caprinos. Por outro lado, temos uma fauna
rica em espécies que sobrevivem a essas calamidades quase que sem sofrer quaisquer
danos. Uma dessas espécies é o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira). Sua
maior ameaça é a caça indiscriminada. O veado-catingueiro é uma espécie de
pequeno porte de ocorrência em todo o território nacional, contudo em algumas
regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, essa espécie vem a cada dia
sendo pouco observada. Essa espécie ocorre em diferentes tipos de
vegetação, como florestas, savanas, matas e áreas de cerrado e caatinga. Nas
caatingas do Nordeste o veado-catingueiro prefere as áreas de formação de
pastagens, onde se alimenta de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga,
principalmente dos frutos, além do consumo das cactáceas no período de seca. O
veado-catingueiro alimentou-se, basicamente de mandacaru, xiquexique e outros
pequenos cactos da caatinga como o rabo de raposa, o caroá, etc. Não há
registro de que as secas tenham afetado esses animais, visto que, eles só
consomem água se encontra disponível, caso contrário, obtém a água que precisa
das plantas da caatinga. Enquanto nossos criadores de caprinos e ovinos do
Sertão vêm a cada dia alterando a genética de seus rebanhos com raças
importadas, pouco adaptadas a nossas condições, o veado-catingueiro continua
firme e forte na conivência com a seca. Infelizmente não temos estudos onde as características
de rusticidade desses animais possam ser repassadas para os nossos rebanhos
capacitando-os as adversidades climáticas da região. Nada ou quase nada mudou da
colonização até agora, isto é, os colonizadores pouco tiveram interesse pela
fauna do Sertão, mais priorizaram a introdução de espécies exóticas, como o
caprino. Hoje, o que temos é a continuidade dessa politica com a introdução
constante de novas raças de caprinos e ovinos para os Sertões do Nordeste.
Assim, uma pergunta fica sem resposta, se o veado consegue sobreviver às secas
sucessivas do Nordeste, porque nossos criadores tem que esperar a mão protetora
do Estado para salvar seus rebanhos no período de seca?
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