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sábado, 30 de julho de 2011

A bela casa de taipa na caatinga






A foto


Nesta fotografia podemos ver uma casa de taipa na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 19 de outubro de 2010 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.


O fato


Embora as casas de taipa estejam perdendo espaço na caatinga para construções de alvenaria, principalmente as casas construídas nos diversos assentamentos rurais no interior do Nordeste, ainda podemos encontrar belas casas de taipa no sertão. Esse tipo de residência é uma das mais tradicionais no interior da caatinga, contudo apresenta alguns problemas que afetam seus moradores, entre estes, a facilidade de abrigar animais e insetos da caatinga que podem causar doenças para as famílias, a exemplo do barbeiro e algumas serpentes. O barbeiro é o inseto mais conhecido na caatinga por transmitir a doença de Chagas. Nas casas de taipa, o barbeiro vive entre os espaços das madeiras e do barro, saindo à noite para alimenta-se. Outro animal que causa problemas nas casas de taipa são os ratos silvestres. Como não há um bom isolamento do interior da residência, esses animais invadem as casas com facilidade. Na verdade, os pequenos agricultores que ainda residem ou constroem casas de taipa, não tem recursos para aquisição de material de construção como cimento, tijolos, entre outros, para construção de uma casa de alvenaria com melhores condições. Na fotografia podemos ver que há uma planta de imbuzeiro próximo a casa bastante florida.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O consumo de frutos do imbuzeiro pelos suínos na caatinga





A foto

Nesta fotografia podemos ver suínos consumindo frutos maduros do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 10 de fevereiro de 2009 na comunidade de Caldeirão da Serra no município de Uauá, BA.

O fato

      A safra do imbuzeiro na região semiárida do Nordeste é aproveitada das mais diferentes formas. Muitos agricultores do Sertão baiano colhem os frutos para venda in natura e outros para o processamento de doces, sucos e geléias. Essas formas de aproveitamento têm gerado renda significativa para muitas famílias rurais da região. Assim, o negócio do imbu cresce a cada dia, visto que muitas comunidades já dispõem de pequenas fabriquetas de doces para agregação de valor ao fruto do imbuzeiro. Contudo, a grande quantidade de frutos produzidos pelas plantas da caatinga, não é totalmente aproveitada, principalmente os frutos maduros que caem ao chão. Esses impróprios para o consumo e processamento, são fontes de alimentos para os animais silvestres como o caititu, a cotia, o veado, o tatu-peba, entre outros. Dos animais domésticos criados na caatinga, são os caprinos que mais consomem frutos do imbuzeiro. Em algumas comunidades esse excesso de produção é aproveitado para alimentação dos suínos como podemos ver vemos na fotografia.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os filhotes de rolinha branca




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um ninho com casal de filhotes de rolinha branca.  A foto foi obtida no dia 19 de julho de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Entre as aves da caatinga nordestina, nenhuma é mais conhecida do que as rolinhas. Há uma infinidade de espécies de rolinhas, contudo na caatinga as mais conhecidas são a rolinha cafofa, a rolinha caldo de feijão, a rolinha cascavel, a rolinha azul, entre outras. Essas aves pertencem a família columbidae  que pode ser encontrada em muitas regiões do mundo. O que chama a atenção das rolinhas é que elas são de modo geral consideradas aves preguiçosas, isto é, faz seu ninho sem muito capricho. Basta juntar um pouco de gravetos e logo vão colocando os ovos. Tem um detalhe interessante, muitas rolinhas repetem sua postura em um mesmo ninho por muitas vezes. Já vimos ninhos com mais de 5 camadas que são formadas pelas fezes dos filhos.  Na fotografia podemos ver um ninho com dois filhotes da rolinha branca em uma planta de limão.

O início da floração do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma planta de imbuzeiro com flores. A fotografia foi obtida no dia 19 de julho de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE

O fato
O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é planta nativa da região semiárida do Nordeste brasileiro de grande importância para a complementação da renda dos pequenos agricultores. Entretanto, seu ciclo reprodutivo ainda é pouco estudado, o que dificulta um planejamento da produção para melhor aproveitamento da safra. Em um trabalho de pesquisa realizado no período de 1999 a 2002 com o objetivo de acompanhar a evolução do ciclo reprodutivo do imbuzeiro, compreendido entre a emissão do primórdio do botão floral e a maturação do fruto, obtivemos resultados bastante significativos. O estudo foi realizado na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido com doze plantas nativas. Em cada planta foram escolhidos, ao acaso, em diferentes partes da copa, 392 ramos e etiquetados para anotações das ocorrências fenológicas. Nos dados obtidos foram determinados médias, desvios-padrão e coeficiente de variação. O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos foi de 125,56 dias. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região do sertão de Pernambuco ocorre no período mais crítico e na ausência de precipitações. Na fotografia podemos ver o iniciou da floração do imbuzeiro no dia 19 de julho de 2011. Como já sabemos que o período entre a frutificação e a maturação dos frutos é de 125 dias, acreditamos que na primeira quinzena de novembro já teremos imbu maduro na região.

domingo, 17 de julho de 2011

O efeito da cobertura morta na retenção de água no solo





A foto

Nesta fotografia podemos observar as perdas de água em uma área com cobertura vegetal morta. A fotografia foi obtida no dia 23 de março de 2010 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato


Perda de água de chuva pelo escoamento superficial é um dos grandes problemas de todas as regiões áridas e semiáridas do mundo. Na região Nordeste, dos mais de 700 bilhões de m³ que ocorre com as chuvas, 642 bilhões e 600 milhões de m³ é consumido pela evapotranspiração e 36 bilhões ou 5,1%, perde-se por escoamento superficial para os rios, e destes para o mar. Contudo, não é só a perda de água, visto que a erosão consiste no processo de desprendimento, arraste e deposição das partículas do solo pelo arraste das enxurradas para áreas não agricultáveis. Entre as alternativas para minimizar essas perdas, a utilização de coberturas mortas com palhadas seca é uma das que apresenta melhores resultados. A cobertura morta pode ser composta de restolhos de vegetais de qualquer espécie. Todavia a sua distribuição na superfície é que vai contribuir para maior eficiência deste método. Na fotografia podemos ver a cobertura vegetal morta utilizando palhada composta com o capim corrente (Urochloa mosambicensis (Hack.) de vegetação espontânea. No dia 22 de março de 2010 ocorreu uma precipitação  de 52,2 mm na Estação Experimental da Caatinga, como a área de pesquisa é de 10 x 5 m, equivalente a 50 m2, pode-se dizer que caíram 2.610 litros de água na área, contudo só escoou 41,2 litros, equivalente a 1,57% do volume precipitado, demonstrando a eficiência da cobertura morta.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O consumo de frutos do imbuzeiro pelos caprinos na caatinga




A foto


Nesta fotografia podemos observar caprinos consumindo frutos do imbuzeiro.  A fotografia foi obtida em 28 de março de 2008 caatinga do município de Petrolina, PE.


O fato

O imbuzeiro é uma fruteira nativa de grande importância para alimentação dos animais domésticos e silvestres da região semi-árida do Nordeste. Uma parte significativa da produção do imbuzeiro é aproveitada pelos agricultores para comercialização dos frutos in natura e para o processamento de diversos produtos. Todavia, a maior parte da produção de frutos é consumida, principalmente pelos caprinos, ovinos, bovinos e animais silvestre. Em trabalho de pesquisa com o objetivo de avaliar a quantidade de frutos de imbuzeiro consumidos na safra por caprinos em três comunidades da região semiárida do Sertão de Pernambuco com densidade média de 8 plantas por hectare, foi observado que, em média, um caprino consome 10.126 frutos por safra, equivalentes a 131 kg de frutos.  Essa quantidade pode ser maior em áreas com maior densidade do imbuzeiro na caatinga.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

O ataque de pragas as sementes do mororó ou pata de vaca



A foto

Nesta fotografia podemos observar sementes de mororó danificadas por insetos.  A fotografia foi obtida em 14 de julho de 2011 na caatinga da Estação Experimental da Caatinga na Embrapa semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato

Nas caatingas do Sertão nordestino há uma ocorrência significativa da pata de vaca ou mororó (Bauhinia forticata). Esta árvore é da família Caesalpinaceae do grupo ecológico pioneira com ocorrência em florestas estacionais e semidecíduais, floresta ombrófila densa , floresta de araucária  e cerrado. Pode ser encontrada principalmente nos estados da BA, CE, PB, PE, PI, AL, SE e RN. Tem sua dispersão autocoria, isto é,  a dispersão ocorre por mecanismos da própria planta, que lança suas sementes pelas redondezas. No caso do mororó, esse mecanismo caracteriza-se pela secagem das vagens que se retorcem e quando se abrem, jogam as sementes longe da planta. Sua polinização é do tipo quiropterofilia. A quiropterofilia é o tipo de polinização noturna realizada por morcegos, que são atraídos por flores de forte odor. A floração pode ocorre logo após as primeiras chuvas nos meses de novembro a dezembro e a frutificação de abril a julho. O mororó pode ser utilizado par produção de carvão, arborização urbana, estacas, entre outras. Todavia, é na medicinal caseira que o mororó se destaca.  A pata de vaca é usada tradicionalmente como medicamento no controle da diabete. Estudos científicos comprovaram que contém insulina.  Embora o mororó tenha uma grande produção de sementes, um percentual significativo das sementes são danificadas  por pragas dificultando sua propagação. As principais pragas das sementes do mororó são os bruquídeos da espécie Gibbobruchus speculifer, cujas larvas atacam as sementes durante seu desenvolvimento causando danos consideráveis. Na fotografia, pode-se observar as sementes do mororó com larvas e adultos do Gibbobruchus speculifer.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O carvão vegetal da caatinga nordestina





A foto

Nesta fotografia podemos observar uma mãe e um filho retirando carvão de uma  caieira. A fotografia foi obtida em 30 de outubro de 2002 no município de Petrolina, PE.

O fato

No interior do Sertão nordestino a maneira mais tradicional de se obter calor para a produção de alimentos pelos pequenos agricultores que residem na zona rural é a utilização da lenha ou do carvão vegetal obtido de plantas da caatinga. Para muitos moradores da caatinga, o carvão vegetal é uma opção para utilização na cozinha e uma fonte de renda. Todavia, não é esta lenha retirada em pequena escala que está causando a devastação da caatinga como tem sido demonstrado em estudos recentes que a área original da caatinga já sofreu um desmatamento na ordem de 45,39% nos últimos anos. Os pequenos agricultores há anos fazem a extração de lenha para produção de carvão, construção de cercas e, principalmente para cultivo de lavouras tradicionais como o milho e o feijão. Há outro lado da história que precisa ser discutido, isto é, esse aumento na taxa de desmatamento da caatinga tem como causa primordial, a demanda de lenha e carvão vegetal de grandes complexos industriais das capitais nordestinas.  Por exemplo, em algumas áreas do Sertão de Pernambuco, principalmente na divisa dos municípios de Serra Talhada e Custódia, esta atividade está contribuindo para a devastação da caatinga, visto que, o carvão é produzido em grande escala e vendido para indústrias na capital Recife. Dessa região sai semanalmente 8 a 10 caminhões com 12 toneladas cada um de carvão. Na Chapada do Araripe que tem o maior pólo gesseiro da América Latina e os diversos pólos cerâmicos como Açu e Seridó (RN), Russas (CE), Cariri Paraibano (PB), o carvão atende o interesse do grande capital empresarial. Essa exploração verdadeiramente pode esta levando à caatinga a extinção, pois para atender essas demandas, grandes áreas de caatinga têm que ser devastada. Más, aqueles agricultores que produzem carvão para seu consumo e um pouco para venda em mercados locais, nunca serão responsáveis pela devastação do bioma caatinga.