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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A seca e a siriema na caatinga em busca de água



A foto

Nesta fotografia podemos  observar uma siriema na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 3 de outubro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

A siriema (Cariama cristata) ou sariema é da família Cariamidae da ordem Gruiformes. São aves de médio porte, de hábitos terrestres, que preferem correr a voar. Na caatinga seu vôo é raridade, esta ave só voa quando esta sob ameaça. As siriemas alimentam-se, preferencialmente de insetos e pequenas cobras e lagartos da caatinga. O grupo de siriemas é formado por casais e algumas vezes por um filhote. Seu ninho, geralmente é feito no alto das árvores. Na caatinga, sempre encontramos ninhos de sariemas nos pontos mais altos dos imbuzeiros. Geralmente a siriema põem até dois ovos, porém às vezes nasce apenas um filhote. A siriema é uma ave da caatinga muito importante pelo papel que desempenha entre os animais deste bioma. Por ser uma ave de pouca carne, não é muito caçada na região. Seu canto serve de aviso para despertar outros animais da caatinga contra algum perigo, principalmente de cobras. Neste período do ano quando a seca começa a dificultar a  busca de alimentos e água, as siriemas aproximam-se de pomares e casas, principalmente para beber água. Os agricultores sempre colocam uma vasilha com água em um canto de cerca para as siriemas beberem.

domingo, 2 de outubro de 2011

A cisterna calçadão no Sertão do Nordeste



A foto


Nesta fotografia, pode-se observar uma cisterna calçadão com o plantio de fruteiras. A fotografia foi obtida em 26 de janeiro de 2010 no Campo Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato


A cisterna calçadão é uma alternativa que os agricultores do Sertão do Nordeste têm para armazenar água de chuva e produzir alimentos. Esse modelo de cisterna tem como característica principal a captação da água de chuva em uma área cimentada chamada de calçadão construída de alvenaria com dimensões de 10 x 20 metros equivalente a 200 metros quadrados. Essa área pode captar um volume considerável de água para a cisterna que tem capacidade para 52 mil litros. Com essa água o agricultor pode cultivar até 36 fruteiras em uma área de 30 x 30 metros no espaçamento de 5 x 5 metros. A distribuição da água acumulada na cisterna é de 5 litros por planta na segunda, quarta e sexta-feira no período de janeiro a abril com um total de 7.560 mil litros. De maio a agosto a distribuição é de 7 litros por planta o que equivale a 13.608 litros. De setembro a dezembro a distribuição é de 14 litros por planta nas segundas, quartas e sexta-feira com um total de 30.240 litros. De modo geral são cultivadas fruteiras como, manga, limão, caju, acerola, mamão e pinha. Até o dia 30 de setembro de 2011, choveu 482,6 mm o que proporcionou a captação de 96.520 litros. Como o coeficiente de escoamento de áreas  alvenaria como o calçadão é de aproximadamente de 70%, foram armazenados 67.564 litros o que ultrapassou a capacidade da cisterna em 15.564 litros.

A seca no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia podemos observar um barreiro na caatinga totalmente seco. A fotografia foi obtida no dia 28  de setembro de 2005 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A seca na região semiárida do Nordeste, tem hora para começar e terminar. Do mês de agosto a janeiro, as chuvas que ocorrem na região não são suficientes para transformação da caatinga seca em uma paisagem de beleza exemplar que é a caatinga no período de chuvas. Embora nos meses de outubro a dezembro possam ocorrer as trovoadas no Sertão do Nordeste, essas chuvas são muito incertas, contudo, se depender da fé dos agricultores, com certeza as chuvas virão e tudo na região se transformará. No Sertão de Pernambuco em 2011 até o dia 30 de setembro foram registrados 482,6 mm, sendo: 66,2 mm no mês de janeiro; 87,2 mm no mês de fevereiro; 77,5 mm no mês de março; 153,4 mm no mês de abril; 74,7 mm no mês de maio; 2,8 mm no mês de junho; 0,5 mm no mês de julho e 20,3 mm no mês de agosto. Em setembro não foi registrada nenhuma precipitação no Campo Experimental da Embrapa Semiárido. Como podemos observar nos meses de fevereiro e março que são importantes para a agricultura familiar, quando os agricultores cultivam o milho, o feijão, a mandioca, etc., o volume de chuvas não foi suficiente para que os agricultores conseguissem bons resultados na colheita. Porém, as chuvas de abril e maio, não possibilitaram mais um novo plantio, por outro lado, esse volume foi suficiente para encher as cisternas com água para o consumo dos agricultores. O mês de outubro de 2011 inicia com a maioria dos barreiros secos e os agricultores com dificuldade para alimentar seus animais. Assim, mais um ano que, não é diferente da regra, a seca sempre é uma realidade no Sertão.

domingo, 25 de setembro de 2011

Mais um belo gavião da caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos observar mais um dos belos gaviões da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 23 de setembro de 2011 no município de Petrolina, PE.

O fato

A beleza é uma das características das aves de rapina da caatinga. Entre estas, temos o gavião casaca-de-couro, gavião-fumaça, gavião-telha, o gavião-pega-pinto, o gavião carijó, entre outros. A maior parte dessas aves é solitária com domínio exclusivo de seus territórios. O gavião da fotografia parece muito com um falcão peregrino (Falco peregrinus). Contudo, em função da distância em que foi visualizado, não podemos confirmar sua espécie. Como há registros da ocorrência de falcões peregrinos a partir do fim de setembro em muitas regiões do Brasil, pode ser que este exemplar da fotografia seja um falcão peregrino. O nome dos gaviões geralmente é colocado em função das formas de captura das presas e da região onde foi observado pela primeira vez. A presença dos gaviões na caatinga não ocorrência com freqüência, o que tem colocado algumas das espécies de gaviões da caatinga na lista de aves em extinção.

sábado, 24 de setembro de 2011

O beija-flor na flor do mulugu




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um beija flor na flor do mulungu. A fotografia foi obtida na área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE em 22 de setembro de 2011.

O fato

O mulungu (Erythrina mulungu) e (Erythrina verna) é uma das plantas da caatinga que inicia sua floração no período de seca. Suas flores têm a predominância da cor laranja e vermelha e é muita visitada por insetos e pássaros e beija-flores. O beija-flor ou colibri com seu bico alongado alimenta-se de néctar das flores de muitas plantas da caatinga. Das aves que visitam as flores da caatinga em busca de alimentos, os beija-flores são os mais conhecidos. As flores do mulugu visitadas por beija-flores apresentam cores vivas, com tonalidades que variam do vermelho ao alaranjado. Assas características contribuem para que na visitação os beija-flores contribuam com a polinização desta espécie. Alguns pássaros consomem partes das flores do mulugu.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O crescimento do feijão de porco em diferentes substratos




A foto

Nesta fotografia, podemos observar plantas de feijão de porco aos 120 dias de crescimento. A fotografia foi obtida na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE, em 6 de dezembro de 2010.

O fato

Entre as espécies de leguminosas para adubação verde, as mais utilizadas no Brasil, o feijão de porco (Canavalia ensiformes L.) e a cotralária (Crotalaria juncea) são as que mais se destacam.  Essas leguminosas possuem elevado potencial como adubos verdes, principalmente pelo rápido crescimento e adaptação as mais diversas condições edafoclimáticas. O feijão de porco apresenta grande adaptação às diferentes altitudes e variabilidades climáticas como precipitações que vão até 1200 mm/ano. Contudo é bastante resistente a seca e condições de umidade. O feijão de porco é uma leguminosa anual, herbácea, originária da América tropical, rústica, rasteira e apresenta um crescimento lento. É resistente às altas temperaturas e à seca. Não tem boa palatabilidade, sendo, portanto pouco usada como pastagem. Outra característica do feijão de porco é a produção de grandes vagens, que, se consumidas em quantidade, podem ser tóxica aos animais. Sua semente quando cozida é consumida pelo homem. Em um trabalho de pesquisa realizado na Embrapa Semiárido, foram testados diferentes substratos, com o objetivo de verificar os que proporcionassem melhores condições para a germinação e emergência de plântulas de feijão de porco (Canavalia ensiformes L.). Avaliaram-se aos 30, 60, 90 e 120 dias após a semeadura, a percentagem de emergência das plântulas (G), o índice de velocidade de germinação (IVG) e o crescimento das plântulas. O delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao acaso, com seis substratos (areia), (solo), (areia + solo), (solo + esterco de bovino), (areia + esterco de bovino) e (areia + solo + esterco de bovino). Foram realizadas avaliações de emergência das sementes, do índice de velocidade de germinação das plântulas e do crescimento. Verificaram-se diferenças significativas nos percentuais de emergência entre os tratamentos no período de observação. Os substratos compostos com areia, solo e esterco apresentaram as maiores taxas de emergência e índice de velocidade de emergência. Em relação ao desenvolvimento do sistema radicular do feijão de porco, verificou-se que no substrato com solo, todas as plantas apresentaram os maiores valores em termos de comprimento. O crescimento em altura do feijão de porco foi influenciado pelos diferentes substratos analisados.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A borboleta na flor do imbuzeiro





A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma bela borboleta na floração do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no município de Petrolina, PE, em 28 de novembro de 2002.

O fato

No período de seca no Sertão do Nordeste, a natureza nos proporciona um espetáculo belíssimo com a floração do imbuzeiro. São inúmeras plantas que se destacam de longe na paisagem pela brancura de sua floração no meio de uma vegetação seca e sem folhas. É assim que a paisagem do Sertão fica com a floração do imbuzeiro. São milhões de flores que tem uma importância muito grande para a fauna o flora da região. Suas flores são fonte de alimentos para uma enorme quantidade de insetos da caatinga, com destaque para as abelhas, vespas, borboletas, etc. O imbuzeiro perde as folhas logo depois do inverno, e assim evita a transpiração. O período sem folhas é de aproximadamente 35 dias, esse estágio é conhecido como estado de dormência vegetativa, todavia a planta retira dos xilopódios cheios de reservas nutritivas o que necessita para sua reprodução. Normalmente ocorrem algumas chuvas nos meses de agosto e setembro, o que os agricultores chamam de chuvas da floração do imbuzeiro e  modificam a temperatura e a umidade relativa do ar, acelerando o metabolismo da planta com o aparecimento das primeiras flores e folhas. É nesse momento que ocorre a visitação dos insetos a floração do imbuzeiro. A abertura da flor do imbuzeiro acontece normalmente durante a madrugada, da hora zero as quatro, sendo o pico de abertura às duas horas da madrugada, permanecendo abertas durante as primeiras horas da manhã quando são visitadas pelos insetos. Na fotografia podemos ver uma borboleta estaladeira (Hamadryas feronia Lennaeus). Essa espécie é muito conhecida pelo fato de sempre pousar de cabeça para baixo.

sábado, 17 de setembro de 2011

A floração do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma planta de imbuzeiro com bastante flores. A fotografia foi obtida no dia 16 de setembro de 2010 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE

O fato

O imbuzeiro é uma das plantas da caatinga, que floresce e produz frutos na seca. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco ocorre no período mais crítico e na ausência de precipitações. A floração do imbuzeiro normalmente ocorre nos meses de  julho a setembro, período em que a região semiárida enfrenta o início da seca que vai até o final de janeiro. Todavia, neste período, o imbuzeiro floresce, frutifica e produz seus frutos.  O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos é de aproximadamente 125 dias. Na fotografia podemos ver uma planta com sua floração bastante desenvolvida já no mês de setembro de 2010. Desta forma, a safra do imbuzeiro é uma garantia para os agricultores, mesmo que ocorra pouca chuva na região.

O extrativismo do fruto do imbuzeiro no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia, podemos observar agricultores na colheita do fruto do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no distrito de Barrinha no município de Jaguarari, BA, em 3 de fevereiro de 2010.

O fato

Das inúmeras atividades desenvolvidas pelos agricultores familiares na região semiárida do Nordeste brasileiro, o extrativismo vegetal é uma das mais importantes.  Entre as plantas que proporcionam esta atividade temos: o babaçu, a piaçava, a  carnaúba, o licuri, o buriti, o pequi, o pinhão, a mangaba, o cajueiro, o angico, o  imbuzeiro, etc. Outra atividade extrativista significativa é a extração de madeira da caatinga para produção do carvão vegetal. Todas essas atividades são fontes complementares de renda para os agricultores, principalmente nos meses de seca que ocorrem na região. O extrativismo do fruto do imbuzeiro na região semiárida do Nordeste, que vai da colheita, comercialização, processamento de doces e polpas, movimenta valores de, aproximadamente R$ 6 milhões por no ano para economia regional. O imbuzeiro tem grande importância socioeconômica para as populações rurais da região semiárida do Nordeste, no fornecimento de frutos saborosos, nutritivos e túberas, radiculares doce e ricas em água. O extrativismo do fruto do imbuzeiro é praticado nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e na parte semiárida de Minas Gerais, sendo o Estado da Bahia onde ocorre a maior produção de imbu.