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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Aproveitamento do xilopódio do imbuzeiro para produção de picles




A foto

Nesta fotografia, podemos observar xilopódios de mudas de imbuzeiro utilizados para o processamento na forma de picles. A fotografia foi obtida no dia 7 de agosto de 2003 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Os picles originais são feitos apenas com pepinos, mas muita gente chama de picles uma seleção de legumes variados em conserva. É uma opção saudável e sem calorias para beliscar entre as refeições, ou mesmo para aqueles dias em que você chega cansada do trabalho e não está a fim de fazer nada para o jantar. Também vão bem com salada de folhas verdes ou como aperitivos na reunião com os amigos. Em pesquisas realizadas na Embrapa Semiárido, foi obtido picles com xilopódios de plântulas de imbuzeiro aos 120 dias de crescimento. Esse resultado só foi possível porque as plantas de imbuzeiro desenvolvem um pequeno xilopódio na sua fase inicial de crescimento que possibilita seu aproveitamento na forma "in natura " e/ou na forma de picles. Com essa atividade os pequenos agricultores da caatinga, podem obter uma renda extra no período de entressafra do imbuzeiro. Embora os trabalhos de pesquisa indicassem que a melhor época para colheita dos xilopódios seja aos 120 dias de crescimento, pode-se obter xilopódios de plântulas de imbuzeiro a partir de 15 dias após a germinação. Para o processamento dos picles o fluxograma é o seguinte: colheita das plantas; lavagem em água corrente por 5 minutos; corte do xilopódio; retirada da casca do xilopódio; lavagem do xilopódio em água clorada por 30 minutos; classificação; acondicionamento em vidros; adição da salmoura; branqueamento em água (80°C) por 30 minutos e; tratamento térmico por 40 minutos em banho Maria a 96°C. Utiliza-se uma salmoura preparada com: a) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido cítrico (0,5%) e; b) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido ascórbico (0,5%), adicionados a 2000 ml de água. Pode ser utilizado, também, vinagre, suco de limão ou ácido cítrico. Para o acondicionamento utilizam-se vidros com capacidade de 500 ml, contendo em média 333,33 g de salmoura e 166,67 g de xilopódio. Após o preparo o picles, deve ser armazenado em temperatura ambiente por trinta dias antes do consumo para sua plena maturação e certificação que não houve contaminação das bactérias do gênero Clostridium botulinum.

domingo, 9 de outubro de 2011

O extrator de suco a vapor do fruto do imbuzeiro




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma agricultora retirando suco de imbu do extrator a vapor.  A fotografia foi obtida no dia 10 de agosto de 2010 no município de Betânia, PI.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a produção de derivados do fruto do imbuzeiro é uma das principais fontes de renda de muitos agricultores familiares. O produto mais conhecido é o doce em massa do fruto do imbuzeiro. Para obtenção deste tipo de doce os agricultores utilizam polpa de imbu e açúcar na proporção de 50%. Todavia há outros produtos derivados do fruto do imbuzeiro que estão se destacando em vários mercados consumidores, entre estes temos o suco de imbu pasteurizado, isto é, suco obtido em extratores a vapor que conservam as qualidades nutritivas do imbu, com a vantagem de ser conservado em temperatura ambiente. O processo de pasteurização lenta do suco do imbuzeiro com a inativação de microorganismos, lhe garantido aumento de vida de prateleira. Esta tecnologia foi adaptada para produção de suco de imbu pelo Dr. José Barbosa dos Anjos Pesquisador da Embrapa Semiárido quando conheceu a utilização desses extratores de suco de uva no Sul do Brasil.

O caititu no cativeiro no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia pode observar um caititu em cativeiro.  A fotografia foi obtida em 27 de setembro de 2007 no Distrito de Simpatia no município de Petrolina, PE.

O fato

Nas áreas de caatinga nativa do Sertão de Pernambuco, ainda podemos encontrar alguns animais como o veado catingueiro, o caititu, a raposa, o guará, a cotia, o gato do mato, a onça de bode, entre outros.  Entre estes animais o caititu (Tayassu tajacu) é um dos mais perseguidos, visto que sua carne e pele são bastante valorizadas pela população local.  A carne do caititu é comercializada, principalmente em bares e feiras-livres da região. O caititu das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. O caititu sempre anda em pequenos bandos onde se observa animais de diferentes idades. Em muitas comunidades os agricultores caçam esses animais para consumo e venda da carne. Em algumas regiões do país onde já existe a criação de caititu regularizada pelo IBAMA onde a carne do caititu pode ser comercializada por até  R$ 50. Todavia, os animais de cativeiro recebem ração comercial que diferencia o sabor de sua carne em comparação com os animais de áreas nativas, cuja alimentação é mais natural.

A siriema na caatinga do Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia, podemos observar quatro siriemas na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 6 de outubro de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato

As siriemas (Cariama cristata) ou sariema são da família Cariamidae da ordem Gruiformes. São aves de médio porte, de hábitos terrestres, que preferem correr a voar. Na caatinga seu vôo é raridade, esta ave só voa quando esta sob ameaça. A presença das siriemas é notada pelo seu canto. As siriemas alimentam-se, preferêncialmente de insetos e pequenas cobras e lagartos da caatinga. O grupo de siriemas é formado por casais e algumas vezes por um filhote. Seu ninho, geralmente é feito no alto das árvores. Na caatinga, sempre encontramos ninhos de siriemas nos pontos mais altos dos imbuzeiros. Geralmente a siriema põem até dois ovos, porém às vezes nasce apenas um filhote. No período de seca as siriemas se aproximam das áreas cultivadas em busca de água e alimentos. Em algumas comunidades estas aves chegam ao terreiro das residências em busca de água. Embora sejam aves de pouca carne, as siriemas têm sido caçadas sistematicamente no semiárido nordestino. Essa ação das populações rurais pode levar esta espécie à extinção.

sábado, 8 de outubro de 2011

O ataque do cascudo a floração do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta foto podemos observar uma inflorescência do imbuzeiro após o ataque do cascudo. A fotografia foi obtida no dia 06 de outubro de 2011 no município de Petrolina, PE.

O fato

No período da floração do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco, ocorre um intenso ataque de pragas que provocam a queda das flores, das folhas novas e dos frutos em formação. A praga responsável por esses danos é um pequeno coleóptero chamado de “Cascudo”. Essa praga é da família SCARABAEIDAE, do gênero Philoclaenia sp., medindo, aproximadamente 8,89 mm de comprimento e 3,24 mm de largura, de coloração marrom clara que voa, em geral, ao crepúsculo ou durante a noite, e causa danos aos ramos novos e inflorescências de algumas plantas. O ataque do cascudo   acontece normalmente à noite, quando ocorre a abertura das flores do imbuzeiro, o que, se dá durante a madrugada, da hora zero às quatro, ocorrendo o cascudo  o pico de abertura às duas horas da madrugada. Para o acompanhamento dos danos provocados pelos insetos as plantas, as observações devem ter início antes do nascer do sol, por volta das 4 horas da manhã, pois, com os primeiros raios do sol, os insetos se alojam no solo e embaixo de pedras e troncos, por serem insetos de hábitos noturnos. Os danos causados à floração do imbuzeiro pelo cascudo estão relacionados diretamente com os botões florais, flores, primeiros frutos e as folhas novas, os quais são totalmente destruídos pelo inseto. O cascudo causa danos na floração e na frutificação do imbuzeiro, retardando a safra em decorrência da queda da floração inicial e uma diminuição significativa na produção.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Já tem imbu no Sertão de Pernambuco em ponto de imbuzada



A foto

Nesta fotografia podemos observar alguns frutos do imbuzeiro. A fotografia foi obtida no dia 21 de setembro de 2011 no Campo Experimental da Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Embora a safra do imbuzeiro na região semiárida do Nordeste tenha seu início no começo do ano, indo de modo geral de janeiro a abril, em alguns municípios da Bahia e Minas Gerais, a colheita começa na segunda quinzena de novembro. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro tem início antes da queda de todos os frutos. As plantas perdem parte das folhas logo depois do inverno, e assim evita a transpiração e perda de água. Esse processo ocorre num período, médio de 43 dias, que corresponde ao início do verão, ficando as plantas em estado de dormência vegetativa, contudo seus os xilopódios estão cheios de reservas nutritivas o que garante a sobrevivência da planta e sua floração e frutificação. Na primeira quinzena de agosto a setembro, quando ocorrem as primeiras chuvas de verão, modificam-se a temperatura e a umidade relativa do ar, acelerando o metabolismo da planta com o aparecimento das primeiras flores e folhas. Em algumas plantas, esse processo é mais rápido e a frutificação ocorre muito mais cedo. Na fotografia, podemos ver alguns frutos em estádio de crescimento avançado no dia 21 de setembro, o que nos garante uma safra mais cedo. Todavia, essa ocorrência faz parte da grande variabilidade genética desta espécie, onde podemos encontrar plantas precoces e tardias.