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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O doce em massa do xilopódio do imbuzeiro




A foto

Nesta fotografia podemos observar xilopódios de plantas de imbuzeiro e doce em massa produzido com os mesmos. A fotografia foi obtida no dia 15 de outubro de 2008 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato
As plantas de imbuzeiro possuem em seus sistemas radiculares, uma grande quantidade de raízes modificadas, chamadas de xilopódios. Nestes xilopódios as plantas armazenam seiva elaborada para sua sobrevivência nos longos períodos de seca que assolam a região semiárida do Nordeste. Em algumas comunidades os agricultores retiram os xilopódios das plantas adultas para produção de doce em massa. Essa atividade, embora tradicional em todo o Nordeste, pode esta causando danos irreparáveis à população de imbuzeiros na região. Contudo, são inúmeras pequenas fabriquetas de doce de xilopódios em vários Estados do Nordeste. A produção do doce do xilopódio do imbuzeiro é comercializada em feiras-livres e quitandas da região. Em alguns municípios de Pernambuco, essa produção já está bem consolidada e apresenta produtos que atende as exigências dos consumidores. A produção do doce do xilopódio é muito simples. Após a colheita, os xilopódio devem ser  lavados em água corrente e sanitizados, em uma solução de uma colher de sopa de água sanitária ou hipoclorito para cada litro de água, por 30 minutos. Após a retirada da casca do xilopódio, estes devem ser passados em um ralo para trituração. Posteriormente, a massa é espremida para retirada do excesso de água. No preparo do doce utilizam-se os seguintes ingredientes: 1 kg de massa de xilopódio adicionado a 750 g de açúcar. Mistura-se o açúcar à massa, antes de levá-lo ao fogo, mexendo-se sempre, até a mesma atingir o ponto de uma massa mais consistente que permitiu o corte. Para atingir esse ponto a mistura deve permanecer no fogo por aproximadamente 35 a 40 minutos de cozimento.

Aproveitamento do xilopódio do imbuzeiro para produção de picles




A foto

Nesta fotografia, podemos observar xilopódios de mudas de imbuzeiro utilizados para o processamento na forma de picles. A fotografia foi obtida no dia 7 de agosto de 2003 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Os picles originais são feitos apenas com pepinos, mas muita gente chama de picles uma seleção de legumes variados em conserva. É uma opção saudável e sem calorias para beliscar entre as refeições, ou mesmo para aqueles dias em que você chega cansada do trabalho e não está a fim de fazer nada para o jantar. Também vão bem com salada de folhas verdes ou como aperitivos na reunião com os amigos. Em pesquisas realizadas na Embrapa Semiárido, foi obtido picles com xilopódios de plântulas de imbuzeiro aos 120 dias de crescimento. Esse resultado só foi possível porque as plantas de imbuzeiro desenvolvem um pequeno xilopódio na sua fase inicial de crescimento que possibilita seu aproveitamento na forma "in natura " e/ou na forma de picles. Com essa atividade os pequenos agricultores da caatinga, podem obter uma renda extra no período de entressafra do imbuzeiro. Embora os trabalhos de pesquisa indicassem que a melhor época para colheita dos xilopódios seja aos 120 dias de crescimento, pode-se obter xilopódios de plântulas de imbuzeiro a partir de 15 dias após a germinação. Para o processamento dos picles o fluxograma é o seguinte: colheita das plantas; lavagem em água corrente por 5 minutos; corte do xilopódio; retirada da casca do xilopódio; lavagem do xilopódio em água clorada por 30 minutos; classificação; acondicionamento em vidros; adição da salmoura; branqueamento em água (80°C) por 30 minutos e; tratamento térmico por 40 minutos em banho Maria a 96°C. Utiliza-se uma salmoura preparada com: a) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido cítrico (0,5%) e; b) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido ascórbico (0,5%), adicionados a 2000 ml de água. Pode ser utilizado, também, vinagre, suco de limão ou ácido cítrico. Para o acondicionamento utilizam-se vidros com capacidade de 500 ml, contendo em média 333,33 g de salmoura e 166,67 g de xilopódio. Após o preparo o picles, deve ser armazenado em temperatura ambiente por trinta dias antes do consumo para sua plena maturação e certificação que não houve contaminação das bactérias do gênero Clostridium botulinum.

domingo, 9 de outubro de 2011

O extrator de suco a vapor do fruto do imbuzeiro




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma agricultora retirando suco de imbu do extrator a vapor.  A fotografia foi obtida no dia 10 de agosto de 2010 no município de Betânia, PI.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a produção de derivados do fruto do imbuzeiro é uma das principais fontes de renda de muitos agricultores familiares. O produto mais conhecido é o doce em massa do fruto do imbuzeiro. Para obtenção deste tipo de doce os agricultores utilizam polpa de imbu e açúcar na proporção de 50%. Todavia há outros produtos derivados do fruto do imbuzeiro que estão se destacando em vários mercados consumidores, entre estes temos o suco de imbu pasteurizado, isto é, suco obtido em extratores a vapor que conservam as qualidades nutritivas do imbu, com a vantagem de ser conservado em temperatura ambiente. O processo de pasteurização lenta do suco do imbuzeiro com a inativação de microorganismos, lhe garantido aumento de vida de prateleira. Esta tecnologia foi adaptada para produção de suco de imbu pelo Dr. José Barbosa dos Anjos Pesquisador da Embrapa Semiárido quando conheceu a utilização desses extratores de suco de uva no Sul do Brasil.

O caititu no cativeiro no Sertão do Nordeste




A foto

Nesta fotografia pode observar um caititu em cativeiro.  A fotografia foi obtida em 27 de setembro de 2007 no Distrito de Simpatia no município de Petrolina, PE.

O fato

Nas áreas de caatinga nativa do Sertão de Pernambuco, ainda podemos encontrar alguns animais como o veado catingueiro, o caititu, a raposa, o guará, a cotia, o gato do mato, a onça de bode, entre outros.  Entre estes animais o caititu (Tayassu tajacu) é um dos mais perseguidos, visto que sua carne e pele são bastante valorizadas pela população local.  A carne do caititu é comercializada, principalmente em bares e feiras-livres da região. O caititu das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. O caititu sempre anda em pequenos bandos onde se observa animais de diferentes idades. Em muitas comunidades os agricultores caçam esses animais para consumo e venda da carne. Em algumas regiões do país onde já existe a criação de caititu regularizada pelo IBAMA onde a carne do caititu pode ser comercializada por até  R$ 50. Todavia, os animais de cativeiro recebem ração comercial que diferencia o sabor de sua carne em comparação com os animais de áreas nativas, cuja alimentação é mais natural.

A siriema na caatinga do Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia, podemos observar quatro siriemas na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 6 de outubro de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato

As siriemas (Cariama cristata) ou sariema são da família Cariamidae da ordem Gruiformes. São aves de médio porte, de hábitos terrestres, que preferem correr a voar. Na caatinga seu vôo é raridade, esta ave só voa quando esta sob ameaça. A presença das siriemas é notada pelo seu canto. As siriemas alimentam-se, preferêncialmente de insetos e pequenas cobras e lagartos da caatinga. O grupo de siriemas é formado por casais e algumas vezes por um filhote. Seu ninho, geralmente é feito no alto das árvores. Na caatinga, sempre encontramos ninhos de siriemas nos pontos mais altos dos imbuzeiros. Geralmente a siriema põem até dois ovos, porém às vezes nasce apenas um filhote. No período de seca as siriemas se aproximam das áreas cultivadas em busca de água e alimentos. Em algumas comunidades estas aves chegam ao terreiro das residências em busca de água. Embora sejam aves de pouca carne, as siriemas têm sido caçadas sistematicamente no semiárido nordestino. Essa ação das populações rurais pode levar esta espécie à extinção.