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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A floração da jurema preta na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos observar plantas de jurema com flores e abelhas nativas nas flores da jurema preta.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

A jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.) é uma planta de grande ocorrência na caatinga nordestina. É uma planta pioneira, isto é, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto com ciclo de vida variando de 6 a 17 anos. Na caatinga densa, a jurema não cresce muito e apresenta baixa densidade. Nas áreas de caatinga desmatadas para o cultivo de lavouras ou pastagens e abandonadas pelos agricultores, a jurema é a primeira que se destaca. Essa planta tem a capacidade de desenvolver-se em áreas onde os solos foram degradados e erodidos. A jurema-preta tem capacidade de crescer e contribuir para regeneração de áreas severamente degradadas da caatinga criando condições para o desenvolvimento de outras plantas. A queda das folhas cobre o solo com uma camada que se decompõe formando húmus.  Assim, o solo apresenta condições para o surgimento de outras plantas. Esta espécie também é muito importante para a alimentação das abelhas durante muitos meses de seca na caatinga com sua intensa floração logo após as primeiras chuvas. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, a paisagem de cor cinza escura que caracteriza a caatinga seca, dar lugar ao espetáculo de cores e formas com o surgimento da floração da jurema. Essas flores são fontes de alimentos para muitos tipos de abelhas nativas e pássaros da caatinga. A floração observada nas fotos resultou de uma chuva de 2,5 mm que ocorreu no dia 24 de agosto de 2012 na caatinga de Petrolina, PE. 

domingo, 2 de setembro de 2012

A floração do embiruçu na caatinga


As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma bela planta de embiruçu com ninhos de pássaros e uma com o tronco cortado. As fotografias foram obtidas na área de caatinga de Petrolina, PE.





Os fatos

Entre as plantas decíduas da caatinga uma que se destaca é o embiruçu (Pseudodombax simplicifolium). O embiruçu é uma árvore com porte significativo com altura entre 6 a 12 metros. Uma das principais características desta espécie é a rugosidade de sua casca.  O embiruçu pode ser encontrado do Piauí ao Norte de Minas Gerais. Em todas essas regiões os agricultores retiram a casca da planta para fins medicinais. Essa prática tem levado a extinção de árvores centenárias em toda a região de ocorrência. A floração do embiruçu  ocorre entre os meses de agosto a setembro com a frutificação de outubro a dezembro. As flores do embiruçu são predominantemente brancas.  Quando da floração a planta não dispõe de folhas. A polinização das flores é realizada, especialmente pelos morcegos. Quando da queda da inflorescência do embiruçu, as animais da caatinga, principalmente o veado catingueiro vão até as plantas e são presas fáceis para os caçadores. Segundo Sobrinho (http://uefs.academia.edu, 2006), há relatos de que a paina rufescentes das sementes do embiruçu apresenta propriedades anti-hídrica (refração à umidade, resistência à imersão) e anti-condutora de calor, que as torna economicamente interessantes para a indústria já que são apropriadas para o enchimento de almofadas, colchões, travesseiros, agasalhos, estofados e, sobretudo, confecção de coletes salva-vidas, devido à sua resistência à ação da água do mar. Além disso, apresenta a propriedade de abafar sons, podendo ser utilizada, sob a forma de feltro leve, para revestir paredes onde se pretenda evitar a transmissão de sons para outros ambientes.

domingo, 26 de agosto de 2012

Água de chuva armazenada em cisterna para produção de frutas


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma cisterna e a área de captação e as fruteiras cultivadas com a água da chuva armazenada na cisterna. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.








Os fatos

Com a implantação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2) mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas, estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido nordestino. A inclusão de frutas na alimentação incrementa a qualidade nutricional das dietas familiares visto que elas oferecem quantidades significativas de micronutrientes. A proposta da cisterna, além de garantir variedade na produção de frutas para suprir as deficiências nutricionais das famílias, contribui para melhoria na qualidade de vida, na prevenção de doenças e até mesmo na mudança dos hábitos alimentares dos agricultores da região semiárida do Nordeste. Em um trabalho de pesquisa realizado na Estação Experimental de Manejo da Caatinga, Embrapa Semiárido em Petrolina-PE no período de agosto de 2006 a dezembro de 2011, foi avaliado a aplicação de água de uma cisterna de 16 m3 na produção de 36 fruteiras.  No ano de 2007 foram aplicados 14.688 litros nas irrigações, sendo 2.304 litros nos meses de janeiro a abril. No mês de fevereiro em função das precipitações só foi realizada uma irrigação. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.644 litros. De setembro a dezembro foram aplicados 7.740 litros. Como neste ano choveu um total de 378,0 mm na área do experimento foi possível captar 26.739 litros. Todavia, em função da capacidade da cisterna, só foram armazenados 16.000 litros. Assim, houve uma sobra de 1.312 litros de água na cisterna. No ano de 2008 foram aplicados 13.500 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados somente 720 litros. Isso se deu em função das chuvas que ocorreram nestes meses que foram de 419,3 mm. No segundo e terceiro quadrimestres foram aplicados 4.860 e 7.920 litros, respectivamente. Neste ano com as chuvas de 517,4 mm foram captados 36.600 litros de água no telhado. No ano de 2009 foram aplicados 12.060 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados 1.080 litros, sendo que nos meses de fevereiro e abril não houve irrigação. No segundo quadrimestre foram aplicados 3.780. No mês de maio não houve irrigação em função do volume de chuvas caídas na área do experimento. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.200 litros. Neste ano choveu um total 754,5 mm que contribuíram para captação de 53.373 litros de água no telhado. No ano de 2010 foram aplicados 13.932 litros nas irrigações das fruteiras. De janeiro a abril foram aplicados 2.160 litros. No segundo quadrimestre foram aplicados 4.752. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.020 litros. Neste ano choveu um total 413,1 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 29.222 litros de água no telhado. No ano de 2011 foram aplicados 13.356 litros nas irrigações. De janeiro a abril foram aplicados 1.800 litros. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.968. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.560 litros. Neste ano choveu um total 590 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 41.736 litros de água no telhado. Em termos de crescimento das fruteiras no período de avaliação as plantas apresentaram bom desenvolvimento, considerando os valores de 2006 que correspondem às dimensões das plantas no dia do plantio. A maior altura foi obtida pelas mudas de caju com média de 2,51 m. O diâmetro médio das plantas de caju ao nível do solo foi de 6,89 cm com circunferência média de 20,11 cm. As plantas de caju apresentaram uma altura da copa com média de 1,70 m e maior diâmetro da copa com média de 2,50 m. Essa mesma tendência ocorreu para as demais fruteiras no primeiro ano de crescimento. Os primeiros frutos colhidos foram de acerola no mês de março de 2007. Essa espécie também foi a mais produtiva durante os anos avaliados com um total de 154.725 frutos que pesaram 1.029,35 kg. A manga produziu um total de 533 frutos no período com 165,19 kg. O limão produziu 3.929 frutos com peso total de 271,38 kg. As plantas de mamão produziram 735 frutos com peso de 306,42 kg. O caju produziu 370 frutos com peso total de 158,7 kg e a pinha produziu 778 frutos com peso total de 123,75 kg. Com esses resultados podemos concluir que: A água da chuva armazenada em cisternas pode contribuir significativamente para melhoria das condições de vida dos pequenos agricultores da região semiárida do Nordeste com a produção de frutas; As plantas apresentam um crescimento linear para todos os parâmetros avaliados; Em anos de muita chuva há uma redução significativa na aplicação de água; Em função do tamanho do telhado, a cisterna de 16 mil litros não é suficiente para armazenar a água das chuvas na região semiárida. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os barreiros do Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver um trator de esteira escavando um barreiro, um barreiro novo e outro com água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

A seca ainda é um dilema para as populações que vivem no interior da região semiárida do Nordeste. Como a maior parte dos agricultores tem sua base econômica na criação de pequenos animais, a falta de chuvas torna a situação mais grave. Como suprir a necessidade de água dos rebanhos em anos que as chuvas não foram suficientes para o acúmulo de água nos açudes e barreiros. Muitos agricultores vendem parte do rebanho para comprar água. O preço de um carro-pipa varia de comunidade a comunidade, todavia alguns chegam a custar até R$ 350,0. Para adquirir essa água os agricultores que não dispõe de poços ou outra fonte, tem que vender três a quatro caprinos ou ovinos.  Se a seca prolonga-se muitos rebanhos serão bastante reduzidos, sem contar com a mortandade pela falta de alimentos. O Programa Água para Todos, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, concebido pelo Governo Federal tem como meta a construção de 3 mil pequenos barreiros e barragens de água pluvial para amenizar a situação dos sertanejos. Contudo, só veremos o efeito dessas ações no próximo ano após as chuvas quando os barreiros e a barragens acumularem água. Embora essa meta seja significativa, 3 mil barreiros e pequenas barragens é muito pouco para as necessidades dos sertanejos. Para aqueles que não forem alcançados pelo programa, resta à contratação de um trator de esteira por R$ 135,00 a hora trabalhada. Para que o agricultor tenha um barreiro com condições mínimas de armazenamento são necessárias 50 horas/máquina que implicam em um valor de R$ 6.750,00. Esse valor é muito alto considerando-se a renda dos pequenos agricultores do Sertão nordestino.

domingo, 12 de agosto de 2012

A importância do mandacaru na seca

As fotos

Nestas fotografias podemos ver agricultores cortando e queimando o mandacaru para os animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







Os fatos

Em anos de seca no Sertão do Nordeste as plantas nativas da caatinga como o mandacaru, a macambira, entre outras, são à base de sustentação dos pequenos rebanhos. A composição química bromatológica do mandacaru apresenta uma percentagem de matéria seca de 11,08 a 12,57%. Os valores de proteína bruta são de 5,63 a 10,87%. Para fibra bruta os percentuais são de 3,57 a 4,75%. Além de que a planta in natura possui aproximadamente 83% de umidade. Todavia, em função da baixa densidade populacional do mandacaru na caatinga e do grande número de agricultores que utilizam essa cactácea, esta planta pode sofre reduções significativas em anos de seca, comprometendo sua sobrevivência. O mandacaru é uma alternativa utilizada para suplementação de pequenos rebanhos de caprinos e ovinos na caatinga seca, visto que, esses animais apresentam  pouca exigência alimentar e consome um volume bem menor do que um bovinos. São as mais variadas formas de aproveitar o mandacaru. Alguns agricultores queimam os espinhos e outros retiram os espinhos antes de ofertar aos animais. Por outro lado,  poucos agricultores realizam o plantio do mandacaru. Como alguns agricultores utilizam máquinas forrageiras para trituração do mandacaru, cada dia mais, esta cactácea esta diminuindo sua ocorrência na região.

sábado, 11 de agosto de 2012

A pesca tradicional em açudes do Sertão

 As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor pescando em um açude no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Na região semiárida do Nordeste a pesca tradicional nos açudes é uma alternativa para alimentação dos agricultores e fonte de renda suplementar com a venda de parte dos peixes. Todavia a maioria dos agricultores pesca para o consumo próprio. Contudo, em anos de secas severas a maior parte dos pequenos açudes seca totalmente. Neste período a pesca é uma forma de aproveitar os peixes que poderão morrer sem água. Até certo tempo o peixe mais encontrado nesses açudes era a traíra, porém com a introdução da tilápia, essa espécie tem predominado e aparece com mais frequência nas pescarias. Na fotografia podemos ver que o pescador utiliza uma tarrafa. As pescarias nos açudes ocorrem também no período de chuvas quando estes transbordam e ocorre a piracema. Na piracema os peixes sobem dos rios para os açudes para desova. Normalmente a pescaria é realizada no sangradouro dos açudes. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma nova paisagem no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver diversas cisternas de plástico no Distrito de Cristália, um agricultor retirando água da cisterna de plástico e uma residência ainda sem cisterna. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

Embora algumas cisternas de plástico tenham apresentado problemas de fabricação em algumas comunidades do Sertão, aquelas que estão em funcionamento têm trazido muita alegria para os agricultores que até o momento só sonhavam em receber uma cisterna. Muitas famílias do Sertão nordestino ainda não tinham sido agraciadas pelas cisternas de placas do programa P1MC (Um milhão de cisternas). Embora o programa já tenha alcançado números superiores a 500 mil cisternas, ainda há muitas comunidades que não tiveram acesso a essa alternativa para armazenar água de chuva. Todavia já é possível visualizar as cisternas de plástico em muitas comunidades do Sertão. Esse tipo de cisterna faz parte do Programa Água para Todos, do governo Federal,  coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, como parte do Plano Brasil Sem Miséria e conta com apoio dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), do Banco do Nordeste (BNB) e da Fundação Banco do Brasil. Com a iniciativa de implantar 750 mil cisternas para atender as famílias até então não atendidas pelo P1MC, brevemente não haverá mais famílias sem cisternas no Sertão.  

A falta de água na caatinga para os animais


As fotos

Nestas fotografias podemos observar animais consumindo água de poço, um agricultor transportando água para os animais e outro com seu rebanho preocupado com a falta de água para consumo dos animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.








Os fatos

Com chuvas irregulares na região do Sertão do São Francisco, muitos agricultores que tem sua base econômica na criação de caprinos e ovinos estão enfrentando sérias dificuldades para alimentarem e suprir a sede dos animais. Aqueles que dispõe de água de poço em suas comunidades ainda estão conseguindo alimentar os animais com o pouco pasto que resta nas roças e com suplementação de tortas e farelos. Por outro lado, aqueles que não dispõe de água em seus barreiros, barragens, etc., estão vendendo parte do rebanho para comprar água e comida para os animais. Essa situação se deve ao fato de que os 134 mm que caíram na região não ter sido suficiente para o acúmulo de água e formação de pastagens. Talvez já esteja na hora do governo iniciar um programa para obtenção de água visando atender a demanda hídrica dos animais na caatinga. Embora já exista uma tecnologia bastante conhecida que é o poço artesiano com catavento, essa alternativa representa um custo muito alto para o nível de renda dos pequenos agricultores da caatinga. Ora, se o governo pode implementar grandes projetos de irrigação para grandes empresas, porque não para os pequenos agricultores.

sábado, 4 de agosto de 2012

Irregularidade das chuvas no Sertão de Pernambuco

A foto

Nestas fotografias podemos observar eventos de chuva na caatinga. As fotografias foram obtidas em momentos diferentes no município de Petrolina, PE.








O fato

No ano de 2012 as chuvas que ocorreram no Sertão de Pernambuco têm sido muito abaixo da média. Esses fatos tem levado a região a enfrentar uma das mais graves secas vividas até o momento. Todavia, há municípios na região do Sertão do São Francisco onde os índices pluviométricos ocorridos até o final de julho foram significativos, como o município de Tacaratu cujo índice acumulado até 30 de julho de 2012 foi de 252,5 mm. O município de Afrânio localizado no extremo Oeste do Sertão do São Francisco foi registrado 129 mm de janeiro de 2012 até 30 de julho. No município de Petrolina, localizado no extremo Sul da região choveu somente 123,4 mm. No município de Cabrobó, localizado no Centro-Sul da região choveu até o momento 146,9 mm.  Contudo, no município de Floresta, foram registradas chuvas em todos os meses de janeiro a julho, sendo: janeiro – 24,1 mm, fevereiro – 40,5 mm, março – 35,6 mm, abril – 0,8 mm, maio – 3,5 mm, junho – 4,6 mm e julho – 6,0 mm. Esse quadro de irregularidades é um dos mais severos e tem causado danos para todo o bioma.

domingo, 29 de julho de 2012

Ações do Programa Água para todos em busca de água no Sertão do Nordeste

As fotos

Nestas fotografias podemos observar algumas ações do Governo Federal na busca de água no Sertão com a revitalização de barragens, abertura de barreiros, perfuração de poços e cisternas de plástico. As fotografias foram obtidas em Comunidades do município de Petrolina, PE.







Os fatos
Na região semiárida do Nordeste brasileiro, o volume de água armazenada em açudes, barreiros, barragens, etc., alcançam um volume aproximado de mais de 30 bilhões de m³. Todavia, esse volume não atende as necessidades dos agricultores da região em anos de seca severa. Com o objetivo de universalizar o acesso e uso de água para populações carentes, residentes em comunidades rurais não atendidas por este serviço o Governo Federal criou o Programa Água para Todos, que integra o Plano Brasil Sem Miséria. Entre os objetivos do Programa estão: a) cisternas de consumo; b) cisternas de produção; c) sistemas simplificados de abastecimento de água; d) kits de irrigação;  e) pequenas barragens. Até 2014 serão construídas 750 mil cisternas para o programa, sendo de competência do Ministério da Integração, 300 mil cisternas de consumo e 6 mil sistemas simplificados de abastecimento para o consumo humano. Em relação à produção agrícola e pecuária, serão implantadas 20 mil cisternas de produção, 20 mil pequenos sistemas de irrigação e 3 mil barragens de água pluvial. Com a construção dessas barragens o volume de água armazenada no interior dos municípios mais afetados pela seca será significativamente aumentado o que contribuirá para melhoria da qualidade de vida dos agricultores do Sertão. Atualmente pode ser visto inúmeras máquinas abrindo barragens, barreiros, perfurando poços e instalação de  cisternas de plástico na caatinga para atendimento das metas do programa. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Água e seca no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos observar um poço com catavento, animais na sobra de um imbuzeiro e um pequeno barreiros sem água na caatinga. As fotografias foram obtidas na comunidade de Gavião no município de Petrolina, PE.






Os fatos

As chuvas que ocorreram em algumas áreas do município de Petrolina, PE, até o momento foram de 134,9 mm. No mês de janeiro e abril não foi registrada nenhuma precipitação. Em fevereiro choveu 84,5 mm, dos quais, 14,2 mm no dia 10 e 56,5 mm no dia 19. Em março foram 20,6 mm, sendo 1,5 mm no dia 7 e 19,1 mm no dia 19.   No mês de maio só ocorreu uma precipitação de 25,5 mm no dia 25. As precipitações de junho e até hoje totalizaram 4,3 mm. Esses volumes se confirmados até o final deste ano, serão os menores obtidos em uma série histórica de 1982 a 2012. Em 1993 tivemos um total de 144,7 mm o que fez deste ano o pior em nossa história. Diante da falta de água no interior do município para os animais, só resta à água salobra obtida pelos velhos cataventos. Esta é uma das realidades do Sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiu adaptar-se, visto que, pouco ou quase nada é investido pelos agricultores para o acumulo de água nas propriedades. Todavia, a existência de um poço na comunidade ou na propriedade já altera a forma como o agricultor enfrentará a seca. O preço médio para abertura de um poço artesiano com profundidade entre 60 a 150 metros é de R$ 7.990,00. Esse valor pode ser caro em relação à renda dos pequenos agricultores do Sertão.  

domingo, 22 de julho de 2012

A predominância da cor amarela nas flores da caatinga

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar a beleza da floração da Catingueira, da Erva de São João, do Sete-cascas e da Canafistula. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de  Petrolina, PE,  diferentes períodos.








Os fatos

A predominância da cor amarela nas flores das plantas da caatinga nos proporciona uma visão única de beleza em épocas de floração no Sertão do Nordeste. Entre as plantas que apresentam flores amarelas, destacam-se a Catingueira, o Sete-cascas, a erva de São João e a Canafistula.  A catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) é uma espécie arbórea, endêmica da caatinga nordestina de ocorrência, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba Alagoas e Bahia. O uso desta planta pelos agricultores é caracterizado pela extração da lenha para produção de carvão vegetal e para construção, principalmente de apriscos. Essa atividade tem contribuído para redução da densidade populacional desta espécie. A catingueira também é utilizada na medicina caseira para tratar casos de descontrole intestinal e processos inflamatórios. Embora a folha da catingueira apresente um aroma desagradável, quando esmagadas, essa planta tem suas folhas e brotos consumidos pelos animais logo no início das chuvas no sertão. A catingueira é uma das primeiras plantas a emitir brotação após as primeiras chuvas, sendo assim, uma fonte de alimentos para os caprinos e bovinos da caatinga no período de seca. O sete-cascas (Tabebuia spongiosa) é uma das plantas com as flores mais belas da caatinga. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete cascas. Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu. A Erva de São João (Hypericum perforatum) é um pequeno arbusto de ocorrência abundante na caatinga. Seu porte é ereto e pode alcançar até 2 metros de altura. Este arbusto apresenta folhas opostas, sésseis, dotadas de glândulas translúcidas. Nas plantas de Erva de São João há uma grande concentração de flores de coloração amarela. Essas flores são visitadas por muitas espécies de abelhas que retiram seu pólen e néctar para produção de mel. Quando as flores caem são consumidas pelos animais da caatinga como os veados e os caprinos. A Erva de São João é utilizado também no tratamento da depressão leve a moderada e em outros distúrbios psiquiátricos, em humanos, como uma alternativa comprovadamente eficaz aos antidepressivos sintéticos, e também com excelente tolerabilidade. A canafístula (Senna spectabilis var. excelsa (Sharad) H.S.Irwine & Barnely) é encontrada em todos os estados da região semiárida do Nordeste. A madeira da canafístula, apresentar uma  retratibilidade baixa, aparência agradável e resistência mecânica média a alta, é indicada para a fabricação de móveis, folhas faqueadas decorativas, para lambris, painéis, carrocerias, implementos agrícolas, peças torneadas, etc. No período de chuvas no Sertão de Pernambuco, as margens das rodovias que cruzam esta região apresentam uma beleza singular para os que ali passam, visto que as plantas da caatinga estão no período de maior beleza com suas folhas verdes e muitas espécies em fase de floração. O destaque neste período é para a floração da canafístula nas margens das rodovias. A canafístula é uma planta da caatinga considerada decídua em função da perda de parte das folhas em algumas estações do ano, com um dos mais belos florescimentos da caatinga. Em função da sua beleza, a canafístula pode ser utilizada para o paisagismo. Entre as plantas oportunistas, a canafístula é uma das mais utilizadas para recuperação de áreas de caatinga degradadas. 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

As gangarras da caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos ver alguns algumas jandaias ou periquitos da caatinga e um papagaio. As fotografias foram obtidas na caatinga de Petrolina, PE.






O fato

Na região da caatinga o período de seca é marcado pela revoada de pássaros de diversos tipos em busca de alimentos.  Entre estes, temos o barulho insuportável das revoadas dos periquitos verdes ou gangarras. As gangarras ou periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum) são da ordem dos Psittaciformes e família Psittacidae. Essas aves são encontradas em toda região da caatinga nordestina. Os alimentos preferidos das gangarras são os frutos das plantas da caatinga, com destaque para os pequenos frutos do imbuzeiro no início da frutificação que ocorre no início da estação seca. Quando um bando de gangarras ataca um imbuzeiro no início da floração, provocam uma perda significativa da frutificação, pois elas consomem e derrubam os frutos nos primeiros dias de crescimento. Atualmente as gangarras têm causado severos danos em áreas com plantio de sorgo. Elas derrubam e consomem praticamente todos os grãos. Em muitas comunidades os agricultores atiram nos bandos de periquitos na tentativa de salvar parte da safra de sorgo.