Nestas fotografias podemos ver
algumas cisternas de plástico e o transporte das mesmas no Sertão do Nordeste.
As fotografias foram obtidas em Comunidades de Pernambuco, Bahia, Piauí.
Os fatos
Embora o ano de 2012 tenha sido
marcado por uma seca severa que afetou toda região semiárida do Nordeste, duas
ações governamentais tiveram destaque neste ano. A primeira foi o alcance da
meta de implantação de meio milhão cisternas de placas em todo o semiárido
coordenada pelo Programa Cisternas, do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS) e a segunda: o início da produção e distribuição das
cisternas de plástico pelo Ministério da Integração Nacional, com
objetivo de instalar 300 mil cisternas de polietileno e 450 mil de placas
de cimento até 2014. Até o final de 2012 já haviam sido instaladas 17,8
mil cisternas de polietileno no Semiárido pela Companhia de Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Embora algumas organizações
sociais tenham feito severas críticas ao programa das cisternas de plástico,
apenas 134 apresentaram deformações ou irregularidades de fabricação. Entre os
argumentos dos críticos o mais forte é que o governo federal vai
investir R$ 1,5 bilhão na instalação de 300 mil cisternas de plástico, enquanto
que esse valor gasto pelo governo corresponde a mais que o dobro do que a ASA (
Articulação no Semiárido ) gastou para construir 500 mil cisternas de placas no
Semiárido até o momento. A discussão básica é que cada cisterna de plástico
custa aos cofres públicos R$ 5 mil e a cisterna de placa custa R$ 2.080,00. Por
outro lado, as controversas sobre a eficiência e resistência das cisternas de
plástico na região semiárida do Nordeste não se sobrepõe a capacidade e o
alcance que o Programa Água Para Todos do Brasil Sem miséria vem desenvolvendo.
Segundo o Relatório do Tribunal de Contas da União, os problemas apresentados
pelas cisternas de placas, tais como, vazamentos, contaminação da água e mau funcionamento
das bombas, tem comprometido o êxito deste programa. Contudo, o grande avanço
alcançado pelo Programa Água Para Todos é o acesso à água para o consumo pelas
famílias que até então não tinham sido atendidas pelo P1MC nesses últimos 10
anos. Com a agilidade que o programa vem atuando, as 750 mil famílias rurais
sem acesso a água de consumo será atendida até 2013. Uma das características
marcante é que as famílias não ficam mais a mercê das políticas locais
manipuladas pelas lideranças que escolhia quem e quando receberia uma cisterna.
Hoje já é possível ver cisternas em residências recém-construídas. A pergunta
que nos preocupa é se teremos carros-pipas para abastecer todas essas
cisternas, visto que, a distribuição de água pelos carros-pipas em 2012 não foi
suficiente para atender as necessidades dos agricultores nas mais diversas
áreas dos sertões nordestinos.