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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Um canal de irrigação na caatinga de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar parte do canal de irrigação do Projeto Pontal na caatinga do município de Petrolina, PE. A fotografia foi obtida no dia 22 de março de 2011.

O fato

A riqueza proporcionada pela irrigação na região semiárida do Nordeste é inquestionável. As margens do Rio São Francisco, são inúmeros projetos de irrigação que transformaram as terras secas em verdadeiros oásis. A produção desses projetos caracteriza-se, principalmente pela diversidade de hortaliças e frutas, principalmente as uvas sem sementes que são exportadas para muitos países. Embora a irrigação tenha sido um marco no desenvolvimento do Nordeste semiárido, as grandes estruturas dos canais de irrigação têm causado transformação na paisagem da caatinga por onde passam. Essas transformações, embora muitas vezes positivas como a perenização de pequenos rios e riachos com a água dos canais, em termos de bioma, podem trazer conseqüências negativas, visto que, a presença constante de água em determinadas áreas da caatinga, com certeza irá alterar o equilíbrio da fauna e flora da região atingida pelas águas que sobram nos canais, principalmente pela quebra da sazonalidade das águas nos pequenos rios e riachos da caatinga, visto que, o período de chuvas e secas é um marco regulador de muitas espécies de plantas e animais da caatinga.  

A floração do sete cascas (Tabebuia spongiosa) na caatinga




A foto

Nesta foto podemos observar a floração do sete cascas na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 5 de agosto de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato
A caatinga possui uma das mais belas composições de plantas do planeta. São inúmeras espécies de plantas que só ocorrem nesta região. Podendo ser considerada uma das regiões do mundo de maior riqueza biológica, face as adversidades da região.  Quando termina o período de chuvas na caatinga e a vegetação começa a perde suas folhas pela falta de água no solo, o cenário da seca é eminente. Todavia, basta ocorrer uma chuvinha qualquer que a paisagem muda de aspecto. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete cascas (Tabebuia spongiosa). Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu. O sete cascas ou “Ipê cascudo” é considerado por muitos estudiosos como a mais bela planta da caatinga. Embora existam outras variedades de ipês de flores amarelas, o sete casca só é encontrado nas caatingas sertanejas. Normalmente essa espécie florece nos meses de outubro a dezembro, quando da ocorrência das trovoadas (as primeiras chuvas no Sertão), porém este ano, tivemos uma grande surpresa ao ver o sete casca com muitas flores após uma chuva de 10 mm que ocorreu no dia 31 de julho no Sertão de Pernambuco.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A jandaia na flor do mulungu na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos ver algumas jandaias consumindo botões florais do mulungu. A fotografia foi obtida em 07 de julho de 2011 na comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

A jandaia ou o periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum) é uma das aves mais bonitas dos sertões nordestino. Em algumas regiões do Nordeste a jandaia também é conhecida como  gangarra. Sua beleza está nas cores verde, amarela e marrom. Embora se alimente de frutas silvestres como o fruto do mandacaru, do facheiro, do xiquexique, do imbuzeiro e de muitos outros frutos da caatinga, as jandaias são temidas pelos agricultores que plantam sorgo em suas propriedades, pois elas consomem todos os grãos causando prejuízo para os agricultores. As jandaias também se alimentam de botões florais de muitas plantas da caatinga. Na época da frutificação do imbuzeiro as jandaias consomem os frutos na fase inicial de crescimento provocando perdas consideráveis da safra. Na fotografia podemos ver as jandaias consumindo os botões florais do mulungu (Erythrina mulungu).

sábado, 30 de julho de 2011

A bela casa de taipa na caatinga






A foto


Nesta fotografia podemos ver uma casa de taipa na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 19 de outubro de 2010 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.


O fato


Embora as casas de taipa estejam perdendo espaço na caatinga para construções de alvenaria, principalmente as casas construídas nos diversos assentamentos rurais no interior do Nordeste, ainda podemos encontrar belas casas de taipa no sertão. Esse tipo de residência é uma das mais tradicionais no interior da caatinga, contudo apresenta alguns problemas que afetam seus moradores, entre estes, a facilidade de abrigar animais e insetos da caatinga que podem causar doenças para as famílias, a exemplo do barbeiro e algumas serpentes. O barbeiro é o inseto mais conhecido na caatinga por transmitir a doença de Chagas. Nas casas de taipa, o barbeiro vive entre os espaços das madeiras e do barro, saindo à noite para alimenta-se. Outro animal que causa problemas nas casas de taipa são os ratos silvestres. Como não há um bom isolamento do interior da residência, esses animais invadem as casas com facilidade. Na verdade, os pequenos agricultores que ainda residem ou constroem casas de taipa, não tem recursos para aquisição de material de construção como cimento, tijolos, entre outros, para construção de uma casa de alvenaria com melhores condições. Na fotografia podemos ver que há uma planta de imbuzeiro próximo a casa bastante florida.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O consumo de frutos do imbuzeiro pelos suínos na caatinga





A foto

Nesta fotografia podemos ver suínos consumindo frutos maduros do imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 10 de fevereiro de 2009 na comunidade de Caldeirão da Serra no município de Uauá, BA.

O fato

      A safra do imbuzeiro na região semiárida do Nordeste é aproveitada das mais diferentes formas. Muitos agricultores do Sertão baiano colhem os frutos para venda in natura e outros para o processamento de doces, sucos e geléias. Essas formas de aproveitamento têm gerado renda significativa para muitas famílias rurais da região. Assim, o negócio do imbu cresce a cada dia, visto que muitas comunidades já dispõem de pequenas fabriquetas de doces para agregação de valor ao fruto do imbuzeiro. Contudo, a grande quantidade de frutos produzidos pelas plantas da caatinga, não é totalmente aproveitada, principalmente os frutos maduros que caem ao chão. Esses impróprios para o consumo e processamento, são fontes de alimentos para os animais silvestres como o caititu, a cotia, o veado, o tatu-peba, entre outros. Dos animais domésticos criados na caatinga, são os caprinos que mais consomem frutos do imbuzeiro. Em algumas comunidades esse excesso de produção é aproveitado para alimentação dos suínos como podemos ver vemos na fotografia.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os filhotes de rolinha branca




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um ninho com casal de filhotes de rolinha branca.  A foto foi obtida no dia 19 de julho de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Entre as aves da caatinga nordestina, nenhuma é mais conhecida do que as rolinhas. Há uma infinidade de espécies de rolinhas, contudo na caatinga as mais conhecidas são a rolinha cafofa, a rolinha caldo de feijão, a rolinha cascavel, a rolinha azul, entre outras. Essas aves pertencem a família columbidae  que pode ser encontrada em muitas regiões do mundo. O que chama a atenção das rolinhas é que elas são de modo geral consideradas aves preguiçosas, isto é, faz seu ninho sem muito capricho. Basta juntar um pouco de gravetos e logo vão colocando os ovos. Tem um detalhe interessante, muitas rolinhas repetem sua postura em um mesmo ninho por muitas vezes. Já vimos ninhos com mais de 5 camadas que são formadas pelas fezes dos filhos.  Na fotografia podemos ver um ninho com dois filhotes da rolinha branca em uma planta de limão.

O início da floração do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma planta de imbuzeiro com flores. A fotografia foi obtida no dia 19 de julho de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE

O fato
O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é planta nativa da região semiárida do Nordeste brasileiro de grande importância para a complementação da renda dos pequenos agricultores. Entretanto, seu ciclo reprodutivo ainda é pouco estudado, o que dificulta um planejamento da produção para melhor aproveitamento da safra. Em um trabalho de pesquisa realizado no período de 1999 a 2002 com o objetivo de acompanhar a evolução do ciclo reprodutivo do imbuzeiro, compreendido entre a emissão do primórdio do botão floral e a maturação do fruto, obtivemos resultados bastante significativos. O estudo foi realizado na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido com doze plantas nativas. Em cada planta foram escolhidos, ao acaso, em diferentes partes da copa, 392 ramos e etiquetados para anotações das ocorrências fenológicas. Nos dados obtidos foram determinados médias, desvios-padrão e coeficiente de variação. O período médio demandado entre o início da frutificação e a maturação dos frutos foi de 125,56 dias. A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região do sertão de Pernambuco ocorre no período mais crítico e na ausência de precipitações. Na fotografia podemos ver o iniciou da floração do imbuzeiro no dia 19 de julho de 2011. Como já sabemos que o período entre a frutificação e a maturação dos frutos é de 125 dias, acreditamos que na primeira quinzena de novembro já teremos imbu maduro na região.

domingo, 17 de julho de 2011

O efeito da cobertura morta na retenção de água no solo





A foto

Nesta fotografia podemos observar as perdas de água em uma área com cobertura vegetal morta. A fotografia foi obtida no dia 23 de março de 2010 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.


O fato


Perda de água de chuva pelo escoamento superficial é um dos grandes problemas de todas as regiões áridas e semiáridas do mundo. Na região Nordeste, dos mais de 700 bilhões de m³ que ocorre com as chuvas, 642 bilhões e 600 milhões de m³ é consumido pela evapotranspiração e 36 bilhões ou 5,1%, perde-se por escoamento superficial para os rios, e destes para o mar. Contudo, não é só a perda de água, visto que a erosão consiste no processo de desprendimento, arraste e deposição das partículas do solo pelo arraste das enxurradas para áreas não agricultáveis. Entre as alternativas para minimizar essas perdas, a utilização de coberturas mortas com palhadas seca é uma das que apresenta melhores resultados. A cobertura morta pode ser composta de restolhos de vegetais de qualquer espécie. Todavia a sua distribuição na superfície é que vai contribuir para maior eficiência deste método. Na fotografia podemos ver a cobertura vegetal morta utilizando palhada composta com o capim corrente (Urochloa mosambicensis (Hack.) de vegetação espontânea. No dia 22 de março de 2010 ocorreu uma precipitação  de 52,2 mm na Estação Experimental da Caatinga, como a área de pesquisa é de 10 x 5 m, equivalente a 50 m2, pode-se dizer que caíram 2.610 litros de água na área, contudo só escoou 41,2 litros, equivalente a 1,57% do volume precipitado, demonstrando a eficiência da cobertura morta.