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sábado, 3 de janeiro de 2009

Água de chuva armazenada em cisterna para produção de alimentos



A foto

Nesta fotografia podemos observar cisternas rurais utilizadas para armazenar água de chuva, visando a produção de alimentos. A fotografia foi obtida no dia 22 de fevereiro de 2008 no Campo Experimental da Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato

O volume de precipitação que ocorre na região semi-árida do Nordeste, em média, 250 a 500 mm, anualmente, são utilizados em sua maior parte para o consumo humano, todavia, parte deste volume, que na maioria das vêzes são desperdiçados por problemas nos telhados ou por falta de local de armazenamento, pode ser utilizado pelos agricultores para produção de alimentos. Os milhões de metros cúbicos de água que são perdidos para os rios e destes para o oceano, se armazenados, poderão ser utilizados para produção de fruteiras ou hortaliças que contribuiram para geração de renda ou melhoria da qualidade de vida dos agricultores com o consumo ou a venda das mesmas. Para isto, a água excedente deverá ser armazenada em cisternas ou outros depósitos para utilização durante o período de seca.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Perdas de água e solo no semi-árido do Nordeste

A foto

Nesta foto podemos observar o escoamento ocorrido durante uma chuva. Esta fotografia foi obtida em 29 de fevereiro de 2008 no Campo experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato

Na região semi-árida do Nordeste, a escassez de água ocorre em sua maior parte pela má distribuição das chuvas e pela perda de água através do escoamento superficial. Dos 969.589,4 km quadrados do semi-árido, anualmente, milhões de metros cúbicos de água são perdidos para os rios e destes para o oceano. Se a maior parte desta água fosse retida em pequenos açudes, barragens, grandes açudes, etc, haveria no Nordeste excesso de água para utilização por sua população. Temos no semi-árido um total de 450 grandes açudes cuja capacidade é superior a um milhão de metros cúbicos. Todavia, a quantidade de água que perdemos pelo escoamento superficial daria para acumular milhões de metros cúbicos em outros 500 açudes. Se todo agricultor do semi-árido adotasse tecnologias de captação e armazenamento de água de chuva, o semi-árido viveria outros tempos. Na Embrapa Semi-Árido, estamos desenvolvendo um projeto de pesquisa financiado pelo BNB-FUNDECI, cujo objetivo principal é conhecer os diferentes modos de preparo dos solos utilizados pelos agricultores e as consequências das chuvas no armazenamento de água no solo e a erosão provocada pelas chuvas nos diferentes tratamentos.

Captação de água de chuva IV


A foto

Nesta foto podemos observar o sistema de captação de água de chuva com sulcos barrados. Esta fotografia foi obtida em 16 de março de 2008, no Campo Experimental da Embrapa semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato

A captação de água de chuva na região semi-árida do Nordeste, tem sido tema de diversos trabalhos de pesquisa por muitas instituições que atuam no Nordeste brasileiro. Entre estes sistemas, o sulco barrado, adaptado pelo pesquisador, José Barbosa dos Anjos é um dos que tem apresentado melhores resultados. Neste sistema, praticamente toda água das chuvas é retida no barramento e pouco ou nenhum escoamento ocorre, contribuindo, assim, para preservação do solo dos efeitos da erosão e para o melhor crescimento das culturas. Este sistema é muito bom para regiões de baixa precipitação, como o sertão nordestino.

Cursos de processamento do fruto do imbuzeiro


A foto

Nesta foto podemos observar um curso sobre o processamento do fruto do imbuzeiro. Esta fotografia foi obtida em 20 de novembro de 2008 na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato

O fruto do imbuzeiro pode ser aproveitado de diversas formas. Já são conhecidas mais de 50 subprodutos do fruto do imbuzeiro. O doce em massa do fruto no estádio 'de vez' quando o fruto encontra-se no início do processo de amadurecimento é o mais produzido pelos agricultores. Outro produto de grande destaque é a imbuzada, onde é adicionado leite e açúcar a polpa do imbu cozido. Atualmente, coordenamos um projeto de pesquisa apoiado pelo BNB-FUNDECI, onde a meta principal é a realização de cursos para agricultores, técnicos, estudantes, entre outros, com o objetivo de difundir as tecnologias disponíveis sobre o aproveitamento do fruto do imbuzeiro.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mudas de imbuzeiro para plantio


As fotos

Nestas fotografias, podemos observar mudas de imbuzeiro no tamanho ideal para plantio na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

Após a realização de diversos trabalhos visando a obtenção de mudas de imbuzeiro no tamanho ideal para o plantio, chegamos a conclusão de que a muda de imbuzeiro com maior probabilidade de sobrevivência na caatinga, deve apresentar um tamanho variando de: 15 a 30 cm para o xilopódio e 60 a 100 cm para o caule. Outro fator importante é o diâmetro do xilopódio que deve ser de 2 a 5 cm. Com essas dimensões, há maior probabilidade de sobrevivência dessas mudas na caatinga. O tamanho da muda contribui para que a mesma consiga sobreviver aos possíveis danos causados pelos animais como o veado caatingueiro e outro. O xilopódio com as dimensões descritas, acima, resiste ao ataque dos animais, visto que, neste estágio, ele é mais fibroso, dificultando a mastigação. Outro fator extremamente importante é a profundidade da cova, os resultados das pesquisas demonstraram que mudas plantadas aos 30 a 40 cm de profundidade foram as menos atacadas pelos animais.

Repovoamento da caatinga com mudas de imbuzeiro


A foto

Nesta fotografia, podemos observar o plantio de mudas de imbuzeiro na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 11 de dezembro de 2008, no campo experimental da caatinga, na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato

O imbuzeiro contribui de forma positiva com a geração de renda e absorção de mão-de-obra dos pequenos agricultores do Nordeste semi-árido, como também, é uma fonte de alimentos para inúmeros animais silvestres, tais como: caititu, ema, veado, pata lisa, tatu-peba, pássaros, insetos, entre outros. Todavia, a população atual de imbuzeiro na caatinga apresenta reduções significativas, principalmente nas áreas de caatinga degradada. Nas áreas de caatinga nativa, embora a densidade de plantas seja maior, atualmente, há uma degradação severa das plântulas pelos animais silvestres. A causa principal é que as plântulas de imbuzeiro possuem um xilopódio em seu sistema radicular que contém muita água, sendo consumido pelos animais nos períodos de seca, como também, as plântulas pouco resistem aos períodos de estiagens que são de 6 a 8 meses na região. Neste sentido, estamos desenvolvendo um projeto na Embrapa Semi-Árido com o objetivo de repovoa a caatinga com mudas de imbuzeiro. No ano de 2008, foram plantadas 1200 mudas de imbuzeiro em comunidades de Alagoas, Pernambuco, Bahia, Ceará e Piauí.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O fruto do imbuzeiro maduro

A foto

Nesta fotografia podemos observar frutos do imbuzeiro em estádio de maturação plena. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE em 6 de março de 2003.

O fato

Os frutos do imbuzeiro mais conhecidos e consumidos são aqueles chamados de imbu inchado ou “de vez” de cor esverdeada. Neste estádio os frutos encontram-se no início do processo de amadurecimento e com sabor agridoce. O fruto do imbuzeiro é climatérico e atinge seu ponto máximo de amadurecimento aos 3 a 5 dias após a colheita quando estão plenamente amarelos e são mais doces com pouca acidez que caracteriza o fruto do imbuzeiro. Normalmente, os agricultores colhem os frutos “de vez”, quando estes se encontram num estádio que permitem sua manipulação e transporte até as áreas de comercialização. Todavia, a maior produção de frutos é desperdiçada, pois os frutos que caem das plantas ficam amadurecendo embaixo das plantas e apodrecem ou são consumidos pelos animais.


A produção de frutos do imbuzeiro


A foto

Nesta fotografia podemos observar uma planta de imbuzeiro com bastantes frutos maduros caídos ao chão. A fotografia foi obtida na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE em 6 de março de 2003.

O fato

A produção de frutos em uma planta de imbuzeiro é estimada por diversos autores em 300 kg/safra/ano. Em pesquisas realizadas em vários municípios da região semi-árida do Nordeste, podemos confirmar que há uma grande variabilidade na produção de frutos por planta. Esta variabilidade esta relacionada com as condições geoambientais onde se encontram as plantas, isto é, se a planta estiver localizada em uma região de solos bons e com boa distribuição das chuvas, o volume de produção pode ser maior que a média conhecida, todavia há plantas em áreas mais secas do semi-árido que pouco produzem. Outro fator limitante a produção é o ataque de pragas que destoem à floração do imbuzeiro com destaque para o cascudo. As maiores produções conhecidas são de 547 kg no município de Uauá, BA, 327 kg no município de Petrolina, PE, 542 kg no município de Curaçá, BA e 642 kg no município de Macaúbas, BA. O dado importante é que estes valores de produção são referentes aos frutos colhidos pelos agricultores, não considerando os frutos que caem das plantas maduros ao chão, o que poderia elevar os valores de produção.

O atravessador da comercialização do fruto do imbuzeiro

A foto

Nesta fotografia podemos observar um atravessador da compra do fruto do imbuzeiro. A fotografia foi obtida na comunidade de Flamengo no município de Jaguarari, BA em 28 de janeiro de 2004.

O fato

A comercialização do fruto do imbuzeiro é realizada de diversas formas, principalmente, a venda pelos agricultores para atravessadores que levam os frutos das comunidades para os grandes centros urbanos, com destaque para a Feira de São Joaquim em Salvador onde os frutos são revendidos diretamente aos consumidores e outros atravessadores que distribuem os frutos em toda Salvador. Outro mercado importante para o fruto do imbuzeiro são as indústrias que processam polpa em Feira de Santana, BA. Este segmento é responsável pela compra da maior quantidade de frutos produzidos no estado da Bahia.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A chuva na caatinga I


A foto

Nesta fotografia podemos observar o escoamento superficial de uma chuva em uma estrada na caatinga. A fotografia foi obtida em fevereiro de 2008 no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semi-árida do Nordeste, a escassez de água ocorre em sua maior parte pela má distribuição das chuvas e pela perda de água através do escoamento superficial. Dos 969.589,4 km quadrados do semi-árido, anualmente, milhões de metros cúbicos de água são perdidos para os rios e destes para o oceano. Se a maior parte desta água fosse retida em pequenos açudes, barragens, grandes açudes, etc, haveria no Nordeste excesso de água para utilização por sua população. Temos no semi-árido um total de 450 grandes açudes cuja capacidade é superior a um milhão de metros cúbicos. Todavia, a quantidade de água que perdemos pelo escoamento superficial daria para acumular milhões de metros cúbicos em outros 500 açudes. Se todo agricultor do semi-árido adotasse tecnologias de captação e armazenamento de água de chuva, o semi-árido viveria outros tempos.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A compota de imbu


A foto

Nesta fotografia podemos observar vidros com imbu para colocação de calda para produção de compota. Esta fotografia foi obtida por Marcone Lopes dos Santos na Comunidade de Fazenda Brandão em Curaçá, BA no mês de fevereiro de 2008.

O fato

A compota de imbu é mais uma alternativa para o aproveitamento racional desta planta. Desta forma, os frutos podem ser consumidos fora do período de safra. A compota é obtida com a adição de uma calda de açúcar aos frutos e posteriormente o cozimento em banho maria. Este produto tem sido muito apreciado, principalmente pelos consumidores de outras regiões que não produzem o fruto do imbuzeiro. Os ingredientes necessários para a compota são: 1 kg de açúcar comum; 1 litro de água potável; 2 litros de frutos no estádio de maturação “de vez”. Para obter a calda da compota deve-se misturar a água com o açúcar e leve ao fogo brando, mexendo constantemente até a fervura da água. Os frutos devem ser descascados ou não. Colocar os frutos em vidros esterilizados e depois completar com a calda. Posteriormente colocar em banho-maria durante 30 minutos. Após a retirada dos vidros do banho maria, deixe esfriar em local seco e arejado por 12 horas antes do consumo.

Picles de xilopódios de imbuzeiro


A foto
Nesta fotografia, podemos observar o xilopódio de mudas de imbuzeiro processados na forma de picles. A fotografia foi obtida em setembro de 2007 em Petrolina, PE.
O fato
O crescente interesse dos consumidores por frutos tropicais, aliado ao número cada vez maior de pequenas indústrias de processamento de frutas para produção de polpa, poderá tornar os produtos derivados do imbuzeiro, um rentável negócio agrícola para região semi-árida do Nordeste. Entre estes produtos, destaca-se o xilopódio de plântulas de imbuzeiro obtidos em diferentes períodos de crescimento, que pode ser consumido, " in natura " e/ou na forma de picles. Os xilopódios de plântulas de imbuzeiro aos 120 dias de crescimento podem ser utilizados de três formas para consumo. Para o processamento do picles o fluxograma é o seguinte: colheita das plantas; lavagem em água corrente por 5 minutos; corte do xilopódio; retirada da casca do xilopódio; lavagem do xilopódio em água clorada por 30 minutos; classificação; acondicionamento em vidros; adição da salmoura; branqueamento em água (80°C) por 30 minutos e; tratamento térmico por 40 minutos em banho maria a 96°C. Utiliza-se uma salmoura preparada com: a) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido cítrico (0,5%) e; b) 50 g de sal (2,5%) e 10 g de ácido ascórbico (0,5%), adicionados a 2000 ml de água. Para o acondicionamento utiliza-se vidros com capacidade de 500 ml, contendo em média 333,33 g de salmoura e 166,67 g de xilopódio. Após o preparo o picles, deve ser armazenado em temperatura ambiente por trinta dias. O xilopódio " in natura " obteve boa aceitação quanto à aparência. O picles com ácido ascórbico obteve as maiores pontuações para os atributos, aparência, sabor e textura. O picles com ácido cítrico, 50% dos provadores indicaram o atributo “gostei regularmente” para textura e 21,67% gostaram muito da aparência e do sabor. Pode-se concluir que o xilopódio de plântulas de imbuzeiro nessas formas de apresentação, pode ser uma alternativa para o aproveitamento racional desta planta.

O doce em massa de imbu maduro


A foto

Nesta foto podemos observar o doce em massa de frutos maduros do imbuzeiro. Esta fotografia foi obtida em abril de 2008 em Petrolina, PE.

O fato

O fruto do imbuzeiro pode ser aproveitado para produção de doce em massa em diferentes estádios de maturação. Tradicionalmente os frutos são utilizados no estádio 'de vez' quando o fruto encontra-se no início do processo de amadurecimento. Neste estádio, o fruto ainda é muito ácido e seu doce não é muito apreciado. Todavia, no estádio muito maduro, o fruto apresenta uma acidez muito baixa que confere um sabor muito agradável ao doce. Em diversos estudos realizados com o doce do fruto muito maduro, este obteve a indicação do atributo "gostei muitíssimo" para a aparência por 52,28% dos provadores e para o sabor por 46,81%. Quanto à acidez, 51,23% dos provadores indicaram também o atributo "gostei muitíssimo". Essa nota atribuída a acidez indica que neste estádio de maturação o fruto do imbuzeiro alcança seu maior grau Brix.

terça-feira, 29 de abril de 2008

A musse de imbu


A foto
Nesta imagem podemos ver uma travessa e duas taças com musse de imbu. A fotografia foi obtida em Petrolina, PE em abril de 2008.
O fato
Entre as formas de apreciação de frutas, a utilização da polpa para produção de musse é uma das mais utilizada. De forma geral, toda musse é gostosa, principalmente por realçar muito bem o sabor natural das frutas. A musse de imbu é uma forma muito gostosa de apreciarmos esta fruta tão saborosa. A receita é semelhante ao preparo de qualquer musse, basta apenas mudar a polpa para imbu. Ingredientes:
01 lata de leite condensado.01 lata de creme de leite. 1 pacote de polpa de imbu (100 g)
Modo de preparo:
Misture a polpa congelada ao leite condensado eo creme de leite.Bata em liquidificador os ingredientes por 3 a 5 minutos.Coloque na geladeira para resfriar e sirva após 6 a 12 horas.Rendimento: 5 porções.

O sabor tradicional do imbu: a imbuzada

A foto

Nesta imagem, podemos observar dois copos e uma jarra com imbuzada. A fotografia foi obtida em um restaurante de Petrolina, PE em fevereiro de 2008.

O fato

Das receitas obtidas com o fruto do imbuzeiro, a imbuzada é a mais tradicional. De forma simples, pois basta juntar leite, açúcar e polpa de imbu. Este produto é o mais consumido e apreciado pelos habitantes da região semi-árida do Nordeste. A receita da imbuzada é simples: Ingredientes: ½ litro de leite.125 g de açúcar. 1 pacote de polpa de imbu (100 g)
Modo de preparo:
Misture a polpa congelada ao leite eao açúcar.Bata em liquidificador os ingredientes por 3 a 5 minutos e sirva.Rendimento: 7 porções.

Filé de peixe ao molho de imbu


A foto
Nesta fotografia pode-se observar um prato preparado com peixe e molho de imbu. A fotografia foi obtida em um restaurante no município de Piranhas na região de Xingó em Alagoas em abril de 2008.
O fato

O imbuzeiro é uma fruteira nativa da região semi-árida do Nordeste de grande importância sócio-econômica, principalmente para os agricultores da zona rural. São inúmeras receitas que podem ser preparadas com os derivados do imbuzeiro. Essa capacidade de utilização do fruto do imbuzeiro já havia sido demonstradas eEm 22/01/1959 pela prof. Carmélia Barbosa Régis do Distrito de Tiguara, Campo Formoso-BA, em entrevista ao Jornal Correio da Manhã, quando enumerou mais de 48 produtos obtidos do imbuzeiro. Esta nova receita é mais uma das opções para o aproveitamento do imbuzeiro. Ingredientes: 1 kg de filé de peixe, 1 limão, Sal a gosto, 200 ml de polpa de imbu, 1 cebola picada, 2 colheres (sopa) de farinha de trigo, 3 colheres de margarina, 3 xícaras (chá) de leite, 2 colheres (chá) de azeite de oliva¼ lata de creme de leite. Sal a gosto. Modo de Preparo:Tempere o filé de peixe com limão, sal, e grelhe. Faça o molho refogando a cebola picada na margarina, em seguida acrescente a farinha de trigo, deixe um pouco e vá dissolvendo com o leite. Depois bata no liquidificador acrescentando a polpa de imbu. Por último para dar consistência acrescente o creme de leite. Sirva o peixe coberto com o molho. Acompanha arroz com ervilhas e legumes. Dica:Para enriquecer o sabor do arroz, você pode utilizar polpa de frutas no final do cozimento.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Influência da irrigação na fenologia do imbuzeiro

A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma planta de imbuzeiro com bastante folhas verde e outra ainda em dormência vegetativa. A foto foi obtida no dia 01 de novembro de 2007 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato

Tradicionalmente, a fenologia reprodutiva do imbuzeiro ocorre no período de agosto a novembro, quando as ocorrências de precipitações na região semi-árida é muita rara. Todavia, as reservas nutritivas do imbuzeiro nos xilopódios, garantem a sobrevivência da planta e a produção de frutos. Após alguns anos de pesquisa e observações, realizamos estudos com o objetivo de avaliar a aplicação de irrigação suplementar no imbuzeiro, visando uma maior produção de frutos e a antecipação da safra. Os resultados obtidos já demonstraram que pode-se obter uma elevação significativa na produtividade das plantas, como também na antecipação da safra. Este ano, no dia 01 de novembro, já colhemos frutos maduros nas plantas irrigadas. Nas plantas que não receberam irrigação suplementar, a safra terá início, provavelmente na primeira quinzena de janeiro.

domingo, 8 de julho de 2007

O tatu-peba e o imbuzeiro III

A foto
Nesta foto podemos observar um tatu-peba escavando o solo para consumir o xilopódio de uma planta nova de imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 8 de julho de 2005 na caatinga do município de Petrolina, PE.


O fato
O imbuzeiro é uma planta da caatinga que tem como característica principal a formação de xilopódios nas raízes. Nas plantas novas, forma-se um pequeno xilopódio que perdura por até um ano, quando a planta forma novas raízes e novos xilopódios. Contudo, nesta fase as plantas novas de imbuzeiro são bastante vulneráveis aos animais da caatinga que consomem raízes e rizomas, tais como o tatu-peba. Em pesquisas realizadas em diversos municípios dos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí, foi constatado que no primeiro ano de crescimento, aproximadamente 89,75% das plantas de imbuzeiro tem seus xilopódios consumidos pelo tatu-peba. Este fato pode ser considerado como uma das causas da baixa densidade de plantas de imbuzeiro na caatinga.

O tatu-peba e o imbuzeiro II


A foto

Nesta foto podemos observar um tatu-peba procurando frutos para comer embaixo de uma planta de imbuzeiro. A fotografia foi obtida em 18 de maio de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.


O fato

No período da safra do imbuzeiro que ocorre geralmente de janeiro a maio, o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) é facilmente encontrado embaixo das plantas de imbuzeiro consumindo frutos caídos ao chão. Embora seja um animal de hábito noturno ele consome os frutos do imbuzeiro entre as 5 e 9 horas da manhã e após as 17 horas. O tatu-peba tem sido caçado constantemente pelos agricultores para consumo de sua carne, contudo ainda é possível encontrar um número significativo destes animais na caatinga.

O tatu-peba e o imbuzeiro I


A foto

Nesta foto podemos observar um tatu-peba procurando xilopódios de uma planta adulta de imbuzeiro para consumir. A fotografia foi obtida em 20 de setembro de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.


O fato

O tatu-peba (Euphractus sexcinctus) é um animal da caatinga que tem como característica, o consumo de raízes e frutos das plantas. Este animal escava o solo embaixo das plantas que produze rizomas e xilopódios e os consome. No período da safra do imbuzeiro, o tatu-peba consome uma quantidade razoável de frutos que caem das plantas. Este animal também é grande consumidor de larvas e insetos que habitam o solo da caatinga. Tradicionalmente o tatu-peba é conhecido como o principal animal que escava e come os xilopódios das plantas adultas de imbuzeiro.

domingo, 1 de julho de 2007

Flores da caatinga IV


A foto

Nesta foto podemos observar a floração do sete-cascas após uma chuva na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 7 de novembro de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O sete-cascas (Tabebuia spongiosa) é uma das plantas com as flores mais belas da caatinga. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete-cascas. Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu.

As flores da caatinga III

A foto

Nesta foto podemos observar a floração da jurema às margens de uma rodovia. A fotografia foi obtida no dia 11 de novembro de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, a paisagem de cor cinza escura que caracteriza a caatinga seca, dar lugar ao espetáculo de cores e formas com o surgimento da floração de inúmeras plantas da caatinga. Entre estas, a jurema-preta (Mimosa hostilis Benth) é uma que se destaca pela beleza de suas flores brancas. Estas flores são fontes de alimentos para muitos tipos de abelhas e pássaros da caatinga. Embora, este espetáculo seja muito rápido, de 3 a 5 dias o cenário é encantador.

As fores da caatinga II


A foto

Nesta foto podemos observar uma bela flor Habranthus sylvaticus no solo da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 7 de novembro de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE, logo após uma chuva.

O fato

O Habranthus sylvaticus é um gênero da família Amaryllidaceae com espécies que ocorre da América Central e América do Sul, estendendo-se do sul América do Norte. Suas flores são chamados de lírios chuva. Após o período de seca que ocorrem na caatinga, as primeiras chuvas contribuem para o surgimento de uma diversidade enorme de flores. São flores, principalmente das plantas do estrato herbáceo que apresentam como características a emissão inicial de suas flores. Parece inacreditável que de uma caatinga seca, quase morta, surjam flores tão belas. É um espetáculo de cores e formas em todos os recantos do sertão que desperta com as chuvas.

As fores da caatinga I


A foto

Nesta foto podemos observar uma bela flor de Habranthus sylvaticus em solo da caatinga. A fotografia foi obtida no dia 6 de novembro de 2002 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

A caatinga apresenta uma diversidade de plantas de uma beleza imensurável. São inúmeras flores que surgem logo após as primeiras chuvas que ocorrem nos meses de outubro e novembro. Estas flores são estratégias de sobrevivência das plantas da caatinga que aproveitam as primeiras chuvas para produzir seus frutos e garantir sua propagação. A flor da foto é o Habranthus sylvaticus, cuja floração ocorre logo após as primeiras chuvas. O habranthus é um gênero da família Amaryllidaceae com espécies da América Central e América do Sul, estendendo-se do sul América do Norte. As sementes de Habranthus são ligeiramente alada (e mais espessa durante a deiscência de frutos).

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A queima do xiquexique para alimentação dos animais na seca I




A foto


Nesta foto podemos observar um agricultor queimando uma planta de xiquexique para alimentar os animais na seca. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Curaçá, BA em outubro de 2005.


O fato


O xiquexique é da Família das Cactaceaes, do Gênero: Pilosocereus e da Espécie: Pilosocereus gounellei. É uma planta arbustiva de ampla distribuição em toda região semi-árida do Nordeste. Seu porte apresenta variação de 2,5 a 3,7 m de altura, com copa medindo de 1,5 a 4,5 m. Os frutos são bagas arredondadas, achatadas vermelho-escuro com 5 a 6 cm de comprimento e 6 a 6,5 cm de diâmetro com 25,3 a 97,4 g. Os frutos do xiquexique são bastante consumidos por animais silvestres, principalmente os pássaros. Esta planta tem apresentado um bom desenvolvimento em áreas de solos degradados e de irregularidades na distribuição das chuvas. Em muitas comunidades da região semi-árida do Nordeste, o xiquexique é uma das alternativas utilizadas pelos agricultores para alimentação dos animais na seca. Todavia, a forma que os agricultores adotam para utilização do xiquexique, que consiste da queima dos espinhos com as plantas no campo, tem provocado a morte de muitas plantas e possivelmente poderá leva-lo a extinção.

A flor do xiquexique I



A foto


Nesta foto, podemos observar uma flor do xiquexique. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Juazeiro, BA em dezembro de 2005.

O fato

As flores do xiquexique são muito bonitas. Na época de sua floração, surge um raro espetáculo de beleza na caatinga. Suas flores são ricas em nécta e pólen que servem de alimento para muitos insetos, pássaros e até para os morcegos da caatinga. A abertura de flor ocorre nas primeiras horas da madrugada e permanece aberta até que ocorra a fecundação.

Os frutos do xiquexique na alimentação dos pássaros II




A foto


Nesta foto, podemos observar um corrupião consumindo um fruto do xiquexique. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE em julho de 2006.

O fato

Os frutos do xiquexique são consumidos por diversos pássaros da caatinga. No período de seca, seu fruto é um dos alimentos da caatinga que mais contribui na alimentação dos pássaros, de modo especial, do corrupião. Os pássaros consomem os frutos antes do estádio de maturação plena. Outro pássaro que consome bastante os frutos do xiquexique é a sabia de sebo. Entre as cactáceas da caatinga, o xiquexique é o que apresenta o maior índice de germinação das sementes dispersadas pelos pássaros.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Uma cisterna e cadê a casa?





A foto

Nesta foto, podemos observar uma cisterna construída no meio do campo. A fotografia foi obtida na comunidade de Volta do Riacho no município de Petrolina, PE em 07 de maio de 2003.

O fato

A idéia de construir cisternas com a finalidade armazenar o maior volume possível da água que cai no telhado das casas, visando o atendimento das necessidades de águas das pessoas no período de estiagem no semi-árido do Nordeste é muito boa. Todavia, ainda encontramos diversas residências sem cisternas, e muitas cisternas construídas para atender ninguém. Não há explicações para alguns casos onde as cisternas foram construídas em locais onde não existia nenhuma casa. Nesta comunidade encontramos cisternas construídas no campo e quando perguntamos por que, fomos informados que a cisterna foi construída para uma família que estava em São Paulo e viria morar ali, isto é, se construíssem uma casa. Recentemente, visitamos a comunidade e a cisterna continuava abandonada. Enquanto outras residências ainda não tinham uma cisterna.

Muita cisterna e pouca água I


A foto

Nesta foto, podemos observar algumas casas de um assentamento com uma cisterna captando água de uma pequena área do telhado. A fotografia foi obtida na comunidade de Riacho do Meio no município de Arcoverde, PE em 24 de dezembro de 2004.

O fato

A cisterna rural tem como finalidade armazenar o maior volume possível da água que cai no telhado das casas, visando o atendimento das necessidades de águas das pessoas no período de estiagem. Todavia, em muitas residências, as cisternas com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água, o que atenderia o consumo de uma família com 5 a 6 pessoas durante a seca, em sua maioria, nunca armazenam água em sua capacidade máxima. Isto devido ao fato de que, em alguns anos as chuvas não são suficientes para armazenar muita água e quando chove bastante, as áreas de captação são muito pequenas e não coletam água suficiente para encher as cisternas. Nesta comunidade, a área de captação dos telhados com bicas coletoras era de 3,5 por 6,0 metros, equivalendo a 21 m². Com chuvas de 350 mm, em média, na região, o total acumulado de água nas cisternas é de 5,5 mil litros, muito abaixo da capacidade das cisternas. Este fato leva-nos a uma reflexão sobre as cisternas, onde a solução do problema da falta de água não se restringe unicamente ao armazenamento, más a área de captação dos telhados que normalmente é esquecida nos programas de construção de cisternas.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Os frutos do xiquexique na alimentação dos pássaros I



A foto

Nesta foto, podemos observar um fruto do xiquexique com partes consumidas pelos pássaros. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato

O xiquexique é uma das cactáceas que ocorre no Nordeste semi-árido de grande importância na alimentação dos pássaros, principalmente no período de seca que geralmente ocorre de agosto a janeiro, o fruto do xiquexique é consumido por uma grande diversidade de pássaros o que garante a dispersão de suas sementes nos mais variados locais da caatinga. Os frutos são bagas arredondadas, achatadas vermelho-escuro com 5 a 6 cm de comprimento e 6 a 6,5 cm de diâmetro com 25,3 a 97,4 g.

Os frutos do facheiro na alimentação dos pássaros II



A foto

Nesta foto, podemos observar um corrupião consumindo um fruto do facheiro. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato


Durante o período de seca que geralmente ocorre de agosto a janeiro, o fruto do facheiro é a garantia de alimentos para os pássaros. Seus frutos são bagas vermelho-escuro com 4,5 a 6,3 cm de comprimento, 5,5 a 6,0 cm de diâmetro com peso de 24 a 63 g. O corrupião e a casaca de couro são os principais consumidores dos frutos do facheiro. Podemos observar em nossas pesquisas que estas duas espécies de pássaros, visitam o facheiro juntas. Normalmente, quando o corrupião esta consumindo os frutos do facheiro, a casaca de couro esta próxima. Os pássaros consomem os frutos tão logo estes estejam no estádio de pré-maturação. Uma parte das sementes do facheiro dispersada nas fezes dos pássaros germina e forma novas plantas, principalmente nos poleiros da caatinga

Os frutos do facheiro na alimentação dos pássaros na caatinga I



A foto

Nesta foto, podemos observar o momento em que dois pássaros da caatinga brigam por um fruto do facheiro. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato

O facheiro é uma planta arbustiva de ampla distribuição na região semi-árida do Nordeste. É uma cactácea com porte variando de 2,5 a 6,72 m de altura, copa com diâmetro medindo de 1,5 a 4,5 m. Seus frutos são bagas vermelho-escuro com 4,5 a 6,3 cm de comprimento, 5,5 a 6,0 cm de diâmetro com peso de 24 a 63 g. Durante todo o ano, o fruto do facheiro é uma fonte de alimentos para os pássaros da caatinga, de modo especial para o corrupião e a casaca de couro. Os pássaros consomem os frutos tão logo estes estejam no estádio de pré-maturação. Uma parte das sementes do facheiro dispersada nas fezes dos pássaros germina e forma novas plantas, principalmente nos poleiros da caatinga.

Os frutos do facheiro na alimentação dos pássaros na caatinga I


A foto

Nesta foto, podemos observar o momento em que dois pássaros da caatinga brigam por um fruto do facheiro. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato

O facheiro é uma planta arbustiva de ampla distribuição na região semi-árida do Nordeste. É uma cactácea com porte variando de 2,5 a 6,72 m de altura, copa com diâmetro medindo de 1,5 a 4,5 m. Seus frutos são bagas vermelho-escuro com 4,5 a 6,3 cm de comprimento, 5,5 a 6,0 cm de diâmetro com peso de 24 a 63 g. Durante todo o ano, o fruto do facheiro é uma fonte de alimentos para os pássaros da caatinga, de modo especial para o corrupião e a casaca de couro. Os pássaros consomem os frutos tão logo estes estejam no estádio de pré-maturação. Uma parte das sementes do facheiro dispersada nas fezes dos pássaros germina e forma novas plantas, principalmente nos poleiros da caatinga.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Conservação da polpa de imbu em temperatura ambiente

A foto

Nesta foto podemos observar o armazenamento de polpa de imbu em temperatura ambiente. A fotografia foi obtida na comunidade de Ladeira de Baixo no município de Casa Nova, BA em fevereiro de 2004.

O fato

A safra do imbuzeiro nas comunidades do semi-árido do Nordeste ocorre de modo geral, nos meses de janeiro, fevereiro e março. Todavia, para os agricultores aproveitarem os frutos neste curto período, uma das alternativas é armazenar a polpa de imbu no maior volume possível para processá-la posteriormente. O ideal seria armazenar a polpa sob refrigeração, contudo em muitas comunidades não existe energia elétrica e quando há os agricultores não dispõe de freezer para o armazenamento, como também, este modo elevaria os custos de produção. Assim, buscando-se uma forma alternativa, desenvolvemos várias pesquisas que tinham como objetivo, processar e armazenar a polpa do fruto do imbuzeiro em temperatura ambiente. Tomamos como base alguns trabalhos já feitos por grandes indústrias de processamento de frutas, contudo, nestas indústrias, a polpa armazenada em temperatura ambiente recebe conservante. Como os agricultores extrativistas do fruto do imbuzeiro não estão ainda aptos para a manipulação de alimentos com conservantes, procuramos realizar testes para conservação da polpa pelo maior tempo possível. Os resultados das pesquisas foram satisfatórios e hoje, a maioria das comunidades que processam o fruto do imbuzeiro, já armazenam polpa em temperatura ambiente.

domingo, 27 de maio de 2007

O consórcio das cactáceas com o capim buffel I



A foto

Nesta foto podemos observar uma área de pastagem com capim e mandacaru. A fotografia foi obtida na área de caatinga da Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em agosto de 2005.

O fato

No período de seca que ocorre na região semi-árida do Nordeste, os agricultores têm muita dificuldade para alimentar seus rebanhos. A principal gramínea utilizada pelos agricultores é o capim buffel, todavia, na seca os teores de proteína são muito baixos em relação às necessidades dos animais. Assim, estamos realizando pesquisas onde fizemos a consorciação do capim buffel com o mandacaru. Embora o crescimento do mandacaru seja um pouco lento comparado com o do capim, aos dois anos, esta cactácea pode contribuir com teores de proteína que atendem as necessidades dos animais na seca. Nas análises foi observado que o mandacaru apresentava os seguintes teores de matéria seca-13,92%; Proteína bruta –7,89%; Fibra bruta-14,56%; FDN – 50,49%; FDA – 42,82%; DIVMS-76,44%.

O crescimento das cactáceas no semi-árido II


A foto

Nesta foto podemos observar o crescimento das cactáceas com um ano de idade. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-árido em Petrolina, PE e outubro de 2004.

O fato

Diversos estudos têm demonstrado a capacidade de sobrevivência das cactáceas às irregularidades climáticas que ocorrem na região semi-árida do Nordeste. Esta capacidade ocorre, principalmente pelo fato destas plantas, desprovida de folhas, apresentarem mecanismos que regulam a perda de água em função da temperatura ambiente. Nas cactáceas, todo seu caule funciona como área de captação de umidade do ar pelos estômatos, o contrário das plantas comuns que só absorvem água pelas folhas ou raízes. Outro fator de grande importância é tamanho do sistema radicular das cactáceas. Em plantas adultas de mandacaru, já encontramos raízes com até 6,57 metros de comprimento horizontal. Assim, as cactáceas conseguem absorver uma maior quantidade de água, mesmo nas áreas de ocorrência de pouca chuva.

O crescimento das cactáceas no semi-árido I



A foto

Nesta foto podemos observar um experimento com objetivo de estudar o desenvolvimento das cactáceas. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-árido em Petrolina, PE e setembro de 2004.

O fato

As cactáceas são encontradas de forma geral nas áreas mais secas do Nordeste semi-árido. Por isso, sua presença foi associada a pouca ocorrência de chuvas e solos degradados. Todavia, em diversas pesquisas que realizamos nos últimos anos com o mandacaru, o xiquexique, o facheiro e a coroa-de-frade, descobrimos que estas plantas respondem muito bem as condições de maior precipitação e a presença de nutrientes no solo, principalmente de matéria orgânica. Em experimentos com diferentes substratos, tais como, areia, solo, areia + solo, areia + esterco, solo + esterco e areia + solo + esterco em proporções iguais, foi obtido maior crescimento neste último, devido a combinação dos substratos. Por outro lado, quando combinamos este substrato com um volume maior de água. O crescimento foi duplicado.

sábado, 19 de maio de 2007

As águas das chuvas no sertão II.


A foto

Nesta foto podemos observar uma lagoa totalmente seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE em outubro de 2005.

O fato

Embora no ano anterior esta lagoa tenha alcançado seu limite máximo com as chuvas de janeiro e fevereiro de 2004, pouca ou nenhuma água restou no ano seguinte. Agora só resta a água salobra obtida pelo velho cata-vento. Esta é uma das realidades do sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiram adaptar-se, visto que, pouco ou quase nada é investido pelos agricultores para o acumulo de água nas propriedades. É evidente que o poder aquisitivo dos agricultores que dependem da agricultura de sequeiro e da criação de animais na caatinga não possibilita um excedente de recursos para obras de captação e retenção de água das chuvas, porém, pode-se fazer um pouco. Não podemos continuar esperando que os políticos venham construir nossas cisternas e nossos barreiros, como sempre.

As águas das chuvas no sertão I



A foto

Nesta foto podemos observar uma lagoa na com muita água no período de chuvas. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE em fevereiro de 2004.

O fato

No período de janeiro e fevereiro de 2004, as chuvas que caíram no sertão nordestino foram surpreendentemente muito acima do normal. Ficou água acumulada em todo o local que favorecesse a retenção do escoamento da água das chuvas. A média da precipitação da comunidade de Lagoa dos Cavalos nos últimos 5 anos foi de 365,8 mm . Contudo, choveu mais de 750 mm nos meses de janeiro e fevereiro de 2004. Este volume foi suficiente para que neste ano não faltasse água para o consumo humano e animal nas comunidades. Todavia, como as chuvas se concentraram em um período muito curto, não foi bom para agricultura, pois depois de fevereiro não houve mais precipitação significativa e nada resistiu à seca.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Os riachos temporários do semi-árido II



A foto

Nesta foto podemos observar um riacho temporário da região semi-árida do Nordeste no período de seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato

Quanta água passou neste riacho no mês de fevereiro deste ano. Agora, a imagem é desoladora, um riacho seco sem esperanças. A água que escoa em um período muito curto, pode ser armazenada em um açude, barreiro ou barragem e no decorre do ano, quando a caatinga estivesse enfrentando a seca, ser utilizada para o consumo humano e dos animais, como também para o cultivo de pequenas hortas nas comunidades da região. Contudo, esta imagem será novamente de esplendor e alegria para os habitantes da comunidade, quando novas chuvas ocorrerem e este riacho voltar a ter vida.

Os riachos temporários do semi-árido I



A foto

Nesta foto podemos observar um riacho temporário da região semi-árida do Nordeste no período de enchente. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em fevereiro de 2004.

O fato

A água que escoa nos riachos e rios temporários do Nordeste no período de chuvas faz uma grande falta para o consumo humano e dos animais nas comunidades da região na época da seca. Na época das chuvas no semi-árido, o volume de água nos riachos e rios temporários é surpreendente. Embora, uma pequena parte fique retida nos açudes e barreiros, muita água escoa para os rios permanentes e destes para o oceano. É um belo espetáculo ver um pequeno rio ou riacho com suas águas correndo na caatinga no período chuvoso.

A cisterna dos sonhos I


A foto

Nesta foto podemos observar uma cisterna sendo utilizada para armazenar água de chuva para duas casas. A fotografia foi obtida na comunidade de Maniçoba no município de Juazeiro, BA em maio de 2007.

O fato

A falta de água para o consumo humano nas comunidades rurais da região semi-árida do Nordeste é um dilema que parece não ter solução. Todavia, nos últimos anos, a construção de cisternas tem contribuído de forma significativa para redução deste problema. Por outro lado, em alguns casos, a cisterna traz mais problemas do que solução como vemos nesta foto. Porque não uma cisterna para cada família? Como será o controle do consumo? Se as famílias não possuem o mesmo número de pessoas, como fica a distribuição da água? Porém, acreditamos que a construção de cisternas para o atendimento de diferentes famílias pode ter sido um critério político para não desagradar ninguém.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

A venda de imbu nas ruas


A foto

Nesta foto, podemos observar a venda de frutos do imbuzeiro nas ruas dos centros urbanos. A fotografia foi obtida no centro comercial de Petrolina, PE em fevereiro de 2005.


O fato

A comercialização do fruto do imbuzeiro nos grandes centros urbanos da região semi-árida do Nordeste é um dos principais negócios dos pequenos agricultores e comerciantes ambulantes. Os agricultores transportam os frutos de suas comunidades até as cidades mais próximas e conseguem vender os frutos por um preço de 5 a 8 vezes o valor obtido quando os frutos são vendidos para os atravessadores nas comunidades. Na safra de 2007, o saco de imbu com 60 kg foi vendido por R$ 15,00 nas comunidades de Juazeiro, BA e os agricultores que venderam nas ruas de Juazeiro e Petrolina, PE, obtiveram até R$ 60,00 por saco. Para os vendedores ambulantes, eles compraram o saco de imbu por R$ 25,00 e venderam por 50 a 60 reais.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Desenvolvimento do mamãozinho-de-veado

A foto

Nesta foto, podemos observa o comportamento do mamãozinho-de-veado cultivado em diferentes substratos. A fotografia foi obtida em setembro de 2006.

O fato

O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensis O. kuntze) é um arbusto que ocorre em toda região semi-árida do Nordeste. Contudo, seu desenvolvimento apresenta variação em função das condições de solo e água de cada unidade de paisagem. Em um estudo de pesquisa onde utilizamos seis substratos para testar o desenvolvimento do mamãozinho-de-veado, obtivemos resultados significativos para os substratos com maior fertilidade. Os substratos foram os seguintes: 1 (areia lavada na proporção 100%); 2 (solo da caatinga na proporção de 100%); 3 (areia + solo da caatinga na proporção de 50% cada); 4 (areia + esterco de caprinos na proporção de 50% cada); 5 (solo + esterco de caprinos na proporção de 50% cada); 6 (areia + solo + esterco de caprinos na proporção de 33,33% cada).

O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensis O. Kuntze)


A foto

Nesta foto, podemos observar uma planta de mamãozinho-de-veado com um grande xilopódio. A fotografia foi obtida na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em agosto de 2005.

O fato


O mamãozinho-de-veado (Jacaratia corumbensisO. kuntze) é um arbusto que ocorre na região semi-árida do Nordeste, cujos frutos são consumidos pelos animais silvestres e domésticos. O xilopódio ou túbera do mamãozinho é utilizado para a alimentação dos animais na seca e, também na fabricação de doce caseiro pelos agricultores. O nome mamãozinho-de-veado foi colocado pelo fato de que na caatinga, quando maduros, seus frutos são consumidos, principalmente pelo veado caatingueiro. Em um estudo realizado na comunidade de Fazenda Saco (Jaguarari, BA), foram colhidas 10 plantas com altura média de 3,75m. Para o comprimento e diâmetro do xilopódio, a mádia foi de 69,5 55,7 cm, respectivamente. O peso médio dos xilopódios foi de 87,33 kg, com xilopódio pesando até 289,5 kg. Na comunidade de Barracão (Jaguarari) a altura média das 15 plantas colhidas foi de 4,425m, com média de 60,11 e 30,29 cm para o comprimento e diâmetro do xilopódio, respectivamente. O peso médio dos xilopódio nessa comunidade foi de 87 kg, com xilopódios pesando até 249,5 kg.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

As cisternas com área de captação no solo

A foto

Nesta foto podemos observar duas agricultoras coletando água em uma cisterna com área de captação no solo. A fotografia foi obtida na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE em novembro de 2004.

O fato

As cisternas com área de captação no solo são alternativas para solução do problema de limitação dos telhados da maioria das residências do semi-árido nordestino. Neste sistema, o tamanho da área de captação será em função do volume do taque de armazenamento da cisterna. Normalmente, a área de captação é construída com areia, seixo rolado e lona plástica, podendo também ser uma área cimentada. A área de captação é cercada para evitar entrada de animais, cujas fezes podem contaminar a água. Todavia, há um filtro de carvão e areia para retirar partes das impurezas da água. Entretanto, a água deste tipo de cisterna dever ser filtrada e tratada com cloro antes do consumo pelas pessoas.


A água dos caldeirões



A foto

Nesta foto podemos observar um agricultor coletando água em um caldeirão. A fotografia foi obtida na comunidade de Ladeira de Cima no município de Casa Nova, BA em setembro de 2003.

O fato

Os caldeirões são depressões existentes em aglomerados de rochas que ocorrem com muita freqüência na região semi-árida do Nordeste. Normalmente, o caldeirão é um buraco em pedras que pode ser pequeno ou muito grande. Em alguns pode ser encontrado até 10 m³ de água. A vantagem dos caldeirões é que a água não possui muito sedimento, pois a mesma é coletada nas áreas adjacentes das pedras. Esta água é armazenada e sua perda só ocorre por evaporação. Para diminuir a evaporação os agricultores cobrem a entrada do caldeirão com madeira. De modo geral, os caldeirões não secam. Em algumas comunidades os caldeirões são utilizados para armazenamento de água dos carros-pipa e todos os habitantes têm acesso à água.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O que vale mais, a casa ou a cisterna?



A foto

Nesta foto, podemos observar uma pequena casa na caatinga com uma cisterna. Esta fotografia foi obtida na comunidade de Fazenda Baltazar, município de Petrolina, PE em agosto de 2003.

O fato

A pequena casa deste agricultor foi construída com muito esforço e carinho. Embora tão pequena diante da cisterna que foi construída ao lado, seu valor é incalculável. Gastaram-se mais recursos na construção da cisterna do que na casa. A cisterna foi construída com dinheiro do governo estadual, embora nunca consiga encher, pois o tamanho da área de captação do telhado desta casa não é suficiente para captar os 16 m³ de água. Más talvez um dia este agricultor consiga recursos para ampliar sua pequena casa e realizar um sonho, encher sua cisterna.

A casa dos sonhos na caatinga II


A foto

Nesta foto, podemos observar uma casa na caatinga em um estágio mais avançado. Esta fotografia foi obtida na comunidade de Fazenda Brandão, município de Curaçá, BA em julho de 2004.

O fato

Podemos ver que esta casa é bem mais completa que aquela mostrada na figura da casa dos sonhos I, ela já é de alvenaria, rebocada e para completar o sonho, tem uma cisterna. Contudo ainda falta energia, mesmo assim, o agricultor ver televisão utilizando uma bateria de veículo. Esta casa é uma etapa bem avançado do agricultor da caatinga, pois este utilizou partes dos recursos obtido na roça para melhorar suas condições de moradia.