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terça-feira, 15 de maio de 2012

O consumo de folhas da favela pelos caprinos no Sertão



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar caprinos consumindo folhas de plantas da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

A favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma forrageira nativa das caatingas do Nordeste de maior importância na alimentação dos animais. Sua distribuição geográfica ocorre nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No período que vai do final do outono ao início do inverno, as folhas da favela amadurece e caem ao chão, sendo consumidas pelos animais. Os animais consomem também as folhas verdes e os brotos da faveleira. No período de frutificação seus frutos são bastante consumidos pelos caprinos. A favela é arbusto de grande porte da família das EUPHORBIACEAE com ramos lenhosos e crassos, com porte variando de 3,5 a 7,8 m, esgalhada irregularmente e armada com espinhos nas folhas. Quando os ramos são cortados, exsudam látex branco. Suas folhas são simples, alternas, espessas, lanceoladas, nervuras com espinhos urticantes. As flores são alvas e hermafroditas. Com a seca que afeta a região semiárida do Nordeste neste momento, as folhas das favelas tem contribuído muito com a alimentação dos caprinos. Até o momento o que falta para os animais na caatinga é água, visto que as irregularidades das chuvas e as altas temperaturas que ocorrem na região têm provocado graves problemas para a dessedentação dos animais.

domingo, 13 de maio de 2012

Água de adutoras no interior do Sertão nordestino



A foto

Nesta fotografia podemos observar um reservatório com capacidade para 20 mil litros em uma comunidade da caatinga. A fotografia foi obtida no município de Uauá, BA.



Os fatos

Nos sertões do Nordeste brasileiro, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência dos agricultores e animais. A vulnerabilidade a que está exposta esta região é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem, em média, a cada cinco anos. A seca que está ocorrendo este ano provocará uma redução significativa na produção da agropecuária regional com consequências para toda região. Seca no Nordeste não é raridade, más uma normalidade. Todavia, a busca de soluções para essas calamidades remotam ao século 19, quando em 1845 o Imperador D. Pedro II deu início às primeiras iniciativas locais de combate às secas implementadas pelo Estado. Com a criação em 1909 da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada depois no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), teve início um programa de combate às secas, cujo objetivo principal foi à acumulação de águas por meio da açudagem e das obras de infraestrutura com duração de 1909 a 1945. Vários programas vieram complementar as ações da IOCS e do DNOCS, tais como, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a SUDENE, o Projeto Sertanejo, entre outros. Contudo, a cada seca as soluções até então aplicadas não contribuem para uma solução duradora. Os sertanejos neste ano de 2012 estão ainda mais vulneráveis, frente aos efeitos da seca, pois vivem num ambiente ecologicamente empobrecido, incapaz de oferecer recursos alternativos à escassez de água e alimentos, à margem das ilhas de modernidade do semiárido, a exemplo dos grandes perímetros irrigados. A água para o consumo humano vem sendo relativamente fornecida pelo Programa dos carros-pipa que precariamente tentam abastecer mais de 450 mil cisternas que já foram construídas pelo Programa de Mobilização Social para Construção de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros-pipa. A região semiárida do Nordeste poderia ter outro cenário se ações definitivas fossem tomadas pelos governos da região como a construção de adutoras levando água do Rio São Francisco e de grandes açudes até as comunidades necessitadas. Contudo, muitas adutoras que foram construídas em períodos recentes no interior do Sertão, estão em sua maior parte abandonadas. Essas adutoras poderiam levar água para milhares de agricultores, porém, manter os carros-pipa parece ser uma decisão mais inteligente para os tomadores de decisão dos governos Federal, Estaduais e Municipais.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O caroá na caatinga seca


As fotos


Nestas fotografias, podemos observar uma área de caatinga com plantas de caroá na seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




Os fatos

Entre as plantas da caatinga que são utilizadas para produção de artesanatos, o caroá (Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez) é uma das que mais se destaca.  O caroá é uma Bromeliaceae nativa da caatinga com ocorrência, principalmente nas caatingas do Piauí, Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. A principal característica do caroá é a emissão de rizomas em suas raízes. Esses rizomas são fonte de alimentos para muitos animais silvestres, principalmente para o caititu. Suas flores são fonte de alimentos para inúmeros pássaros e insetos da caatinga.  As folhas são utilizadas pelos agricultores para obtenção de fibras empregadas na confecção artesanal de cordas, barbantes e outros utensílios utilizados pelos habitantes da caatinga. Atualmente a fibra do caroá teve sua utilização substituída pela fibra do sisal. Nos períodos de seca severa na caatinga os animais silvestres como o caititu e o veado catingueiro consomem as folhas do caroá para escapar da falta de água na caatinga.

A queda das folhas da favela na caatinga



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar ulgumas plantas de favela com folhas secas e maduras. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.








Os fatos

Embora na região semiárida do Nordeste as estações do ano que mais se destacam sejam o verão e o inverno, isto é, um curto período de chuvas e o restante do ano de seca, a vegetação da caatinga no período de transição entre o verão e o inverno, que se dá dos dias 20 de março a 20 de junho, respectivamente, quando ocorre o outono, apresenta um intenso desfolhamento. É nesse período que os animais consomem uma quantidade grande de folhas secas e maduras que caem ao chão da caatinga. Mesmo em anos de irregularidades climáticas como 2012, o período de queda de folhas na caatinga é bem definido. Nesta época uma das plantas que mais contribuem para alimentação dos animais é a favela. A favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma forrageira nativa das caatingas do Nordeste com sua distribuição geográfica nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, muito consumida pelos animais, principalmente no período de seca. É um arbusto de grande porte da família das EUPHORBIACEAE com ramos lenhosos e crassos, com porte que pode chegar até 7,8 m, esgalhada irregularmente e armada com espinhos nas folhas. Quando os ramos são cortados, exsudam látex branco. Suas folhas são simples, alternas, espessas, lanceoladas, nervuras com espinhos urticantes. As flores são alvas, hermafroditas. Os animais consomem as folhas maduras quando estas caem no chão no final do período de chuvas. Na seca os animais, alimentam-se dos brotos e casca da favela. Suas sementes são consumidas por animais silvestres e pelos caprinos que regurgitam as cascas nos apriscos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Programa 1 milhão de poços no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns cata-ventos na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

A seca que assola a região semiárida do Nordeste neste ano, trás a tona as mais variadas tentativas para se conseguir água no interior das caatingas. Nos Sertões do Nordeste existem muitos poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas. O problema é que na maior parte destes poços a água é salobra. Embora esta água possa ser em alguns casos consumida pelos animais, na maioria das vezes é imprópria para o consumo humano. Contudo, em anos de secas severas, só resta à água salobra obtida pelos velhos cata-ventos. Como a geologia da região nordestina é constituída por mais de 70% de embasamento cristalino, as possibilidades de existência de água no subsolo só ocorre nas fraturas das rochas e nos aluviões perto de rios e riachos. Contudo, na maior parte dos poços as águas não servem para o consumo humano em função das altas concentrações de sal, visto que essas águas ficam retidas por muito tempo no solo e se mineralizam aumentando sua salinidade. Porém, milhares de poços já foram abertos na região semiárida e suas águas, mesmo impróprias para o consumo, têm salvado muitos animais nas secas. Neste momento da crise causada pela falta de chuvas, só resta aos agricultores comprar água de carro-pipa ou matar a sede dos animais com a velha água salobra dos poços da caatinga que ainda não secaram. Será que já não esta na hora de criarmos o programa de 1 milhão de poços! Se o Governo Federal garante a água de beber com o carro-pipa, porque não perfurar um poço ao lado de cada residência do Sertão.