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domingo, 27 de maio de 2012

A questão da água nas cisternas de produção



A foto

Nesta fotografia podemos observar um carro-pipa colocando água em uma cisterna de produção. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







O fato

As cisternas de produção que foram construídas até o momento na região semiárida do Nordeste, tem como função principal, captar e armazenar água das chuvas para utilização em irrigações suplementares na produção de alimentos que possam contribuir para melhoria da qualidade de vida das famílias da região seca do Nordeste. Essas cisternas fazem parte do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) é uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido da ASA. Segundo a ASA o objetivo do programa é fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no Semiárido brasileiro e promover a soberania, a segurança alimentar e nutricional e a geração de emprego e renda às famílias agricultoras, através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para produção de alimentos. O 1 significa terra para produção. O 2 corresponde a dois tipos de água – a potável, para consumo humano, e água para produção de alimentos. As famílias atendidas pelo P1+2 são selecionadas a partir de critérios onde se prioriza as famílias com acesso à água para consumo humano, a exemplo das cisternas do P1MC, as mulheres chefes de família, as famílias com crianças de 0 a 6 anos de idade com crianças e adolescentes frequentando a escola e adultos com idade igual ou superior a 65 anos, como também portadores de necessidades especiais. Atualmente as cisternas de produção em várias comunidades vêm sendo abastecidas com água de carro-pipa o que contrária seu objetivo maior que é captar e armazenar água das chuvas. Levando em consideração que este ano os carros-pipa mal atendem as cisternas de consumo, muita água para consumo poderá ser desviada para as cisternas de produção.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Água nos barreiros do Sertão

As fotos

Nestas fotografias podemos ver um barreiro com bastante água e um aprisco com caprinos na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

Embora a seca tenha provocado até o momento danos severos para a agricultura e pecuária no Sertão de Pernambuco, existem algumas localidades em que as chuvas, mesmo em quantidade pequena, possibilitaram a acumulação de água nos reservatórios para o sustento dos animais até a chegada de outras chuvas. No Assentamento Lindolfo Silva em Petrolina, PE até o momento as chuvas totalizaram 236,2 mm sendo, 76 mm no mês de fevereiro e 160,2 mm no mês de março. Em fevereiro choveu 18,3 mm no dia 10 e 9,5 mm no dia 12. No dia 19 de fevereiro choveu nesta região 48,2 mm. No mês de março choveu 160,2 mm em uma chuva que teve início às 5 horas da manhã e foi até às 16 horas do dia 19, exatamente no dia de São José. Essa chuva com um volume significativo produziu um grande escoamento que encheu tudo que havia disponível para acumular água no assentamento.  São três barreiros que existem na comunidade com capacidade para armazenar muita água. Esses reservatórios foram construídos na fundação do assentamento, para garantir água para o rebanho de caprinos das 32 famílias ali assentadas. Essa decisão foi muito providencial, o que deveria ser regra para todos os assentamentos da região semiárida do Nordeste. Para se criar um assentamento no meio da catinga, há necessidade de formação de uma pequena infraestrutura que possibilite aos assentados o desenvolvimento de atividades geradoras de renda, no caso, a criação de caprinos. Assim, mesmo que a seca ainda perdure por muito tempo, os agricultores não sofrerão para ofertar água para seus animais. E como a água de consumo humano é garantida pelos carros-pipa, não há preocupação até o momento.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A bela cobra corredeira da caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma bela cobra corredeira da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




Os fatos


Entre as serpentes da caatinga nordestina, uma das mais belas é a corredeira. Algumas corredeiras podem alcançar até 1,6 metros de comprimento. Sua alimentação é composta de pequenos mamíferos, aves e repteis e frutas da caatinga. A corredeira também são ávidas consumidoras de ovos nos ninhos dos pássaros da caatinga. Essa serpente da caatinga não é peçonhenta, todavia, sempre causa susto para as pessoas. Embora esta espécie tenha hábitos noturnos, muitas vezes é encontrada por volta do meio dia e no final da tarde em dias muito quentes. As corredeiras da caatinga ainda são pouco estudadas e não há muita informação sobre essas serpentes neste bioma.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O consumo de folhas da favela pelos caprinos no Sertão



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar caprinos consumindo folhas de plantas da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

A favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma forrageira nativa das caatingas do Nordeste de maior importância na alimentação dos animais. Sua distribuição geográfica ocorre nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No período que vai do final do outono ao início do inverno, as folhas da favela amadurece e caem ao chão, sendo consumidas pelos animais. Os animais consomem também as folhas verdes e os brotos da faveleira. No período de frutificação seus frutos são bastante consumidos pelos caprinos. A favela é arbusto de grande porte da família das EUPHORBIACEAE com ramos lenhosos e crassos, com porte variando de 3,5 a 7,8 m, esgalhada irregularmente e armada com espinhos nas folhas. Quando os ramos são cortados, exsudam látex branco. Suas folhas são simples, alternas, espessas, lanceoladas, nervuras com espinhos urticantes. As flores são alvas e hermafroditas. Com a seca que afeta a região semiárida do Nordeste neste momento, as folhas das favelas tem contribuído muito com a alimentação dos caprinos. Até o momento o que falta para os animais na caatinga é água, visto que as irregularidades das chuvas e as altas temperaturas que ocorrem na região têm provocado graves problemas para a dessedentação dos animais.

domingo, 13 de maio de 2012

Água de adutoras no interior do Sertão nordestino



A foto

Nesta fotografia podemos observar um reservatório com capacidade para 20 mil litros em uma comunidade da caatinga. A fotografia foi obtida no município de Uauá, BA.



Os fatos

Nos sertões do Nordeste brasileiro, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência dos agricultores e animais. A vulnerabilidade a que está exposta esta região é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem, em média, a cada cinco anos. A seca que está ocorrendo este ano provocará uma redução significativa na produção da agropecuária regional com consequências para toda região. Seca no Nordeste não é raridade, más uma normalidade. Todavia, a busca de soluções para essas calamidades remotam ao século 19, quando em 1845 o Imperador D. Pedro II deu início às primeiras iniciativas locais de combate às secas implementadas pelo Estado. Com a criação em 1909 da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada depois no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), teve início um programa de combate às secas, cujo objetivo principal foi à acumulação de águas por meio da açudagem e das obras de infraestrutura com duração de 1909 a 1945. Vários programas vieram complementar as ações da IOCS e do DNOCS, tais como, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a SUDENE, o Projeto Sertanejo, entre outros. Contudo, a cada seca as soluções até então aplicadas não contribuem para uma solução duradora. Os sertanejos neste ano de 2012 estão ainda mais vulneráveis, frente aos efeitos da seca, pois vivem num ambiente ecologicamente empobrecido, incapaz de oferecer recursos alternativos à escassez de água e alimentos, à margem das ilhas de modernidade do semiárido, a exemplo dos grandes perímetros irrigados. A água para o consumo humano vem sendo relativamente fornecida pelo Programa dos carros-pipa que precariamente tentam abastecer mais de 450 mil cisternas que já foram construídas pelo Programa de Mobilização Social para Construção de 1 Milhão de Cisternas (P1MC), Embora este número seja expressivo, ainda falta muito para solução do problema da falta de água em algumas comunidades, principalmente aquelas não assistidas pelos carros-pipa. A região semiárida do Nordeste poderia ter outro cenário se ações definitivas fossem tomadas pelos governos da região como a construção de adutoras levando água do Rio São Francisco e de grandes açudes até as comunidades necessitadas. Contudo, muitas adutoras que foram construídas em períodos recentes no interior do Sertão, estão em sua maior parte abandonadas. Essas adutoras poderiam levar água para milhares de agricultores, porém, manter os carros-pipa parece ser uma decisão mais inteligente para os tomadores de decisão dos governos Federal, Estaduais e Municipais.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O caroá na caatinga seca


As fotos


Nestas fotografias, podemos observar uma área de caatinga com plantas de caroá na seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




Os fatos

Entre as plantas da caatinga que são utilizadas para produção de artesanatos, o caroá (Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez) é uma das que mais se destaca.  O caroá é uma Bromeliaceae nativa da caatinga com ocorrência, principalmente nas caatingas do Piauí, Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. A principal característica do caroá é a emissão de rizomas em suas raízes. Esses rizomas são fonte de alimentos para muitos animais silvestres, principalmente para o caititu. Suas flores são fonte de alimentos para inúmeros pássaros e insetos da caatinga.  As folhas são utilizadas pelos agricultores para obtenção de fibras empregadas na confecção artesanal de cordas, barbantes e outros utensílios utilizados pelos habitantes da caatinga. Atualmente a fibra do caroá teve sua utilização substituída pela fibra do sisal. Nos períodos de seca severa na caatinga os animais silvestres como o caititu e o veado catingueiro consomem as folhas do caroá para escapar da falta de água na caatinga.